A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 7
Carlisle Cullen


Notas iniciais do capítulo

nossa me desculpa pela demora, séeeeerio, mas ue tinha um monte de coisa pra faze...bom enfim...boa leitura :D



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Capítulo 7 – Carlisle Cullen.

Janeiro de 1921...

Wisconsin, Ashland...

Nesta minúscula cidade, ao norte de Illinois, Carlisle viu sua filha, finalmente, começar a viver e não a existir...

Desde aquele dia, o loiro via sua filha passar o tempo com Edward. Bella estava mais feliz, mais cheia de vida e adorava ver isso.

O que realmente mais adorou, apesar de ter sido meio egoísta de sua parte foi há quase um ano atrás, quando Edward pediu-lhe permissão para namorar sua filha. Bella havia discutido com ele, afinal, eles não eram exatamente a família mais tradicional do mundo, mas Edward a calou com um beijo rápido e com cinco palavras.

“Ele não é seu pai?”.

Isso significava que futuramente mesmo que os dois se unam, iriam ficar na companhia de Carlisle. Este tinha tomado todo o cuidado do mundo para não pensar em nada disso perto de Edward, mesmo que não fosse necessário, com Bella por perto, Edward parecia alheio às coisas ao seu redor.

Riu quando lembrou-se do dia em que ele lhe pediu a mão de sua filha em namoro. Riu mais ainda ao se dar conta de que futuramente Edward viria até ele novamente, mas dessa vez para pedir a mão de sua filha em casamento. Tinha certeza de que esse dia chegaria, afinal, conheceu Edward enquanto humano e estava convivendo com ele há quase dois anos agora. Sabia que ele ia seguir os costumes humanos à risca como o perfeito cavalheiro que Elizabeth lhe criou. Ao mesmo tempo em que era meio chocante era cômico, afinal não eram humanos. E também era muito engraçado ver Edward fazendo esses tipo de coisas e sua filha se envergonhando por causa dessas mesmas coisas.

Bella é sua família, sua filha. Quando humano nunca teve esse tipo de ligação, sua mãe morrera no parto e seu pai era um pastor anglicano, obcecado em encontrar criaturas sobrenaturais. Riu sem humor.

Seu pai. Hipócrita e obtuso, matou centenas de inocentes e se não bastasse, quando este se aposentou, obrigara o filho a participar daquelas perseguições. E foi numa delas que se transformou naquilo que o pai mais odiava. Que irônico.

Foi em 1663, quando estava com 23 anos. Assim que encontrou um jeito de viver sem precisar matar humanos, começou a estudar, sempre gostou de aprender e agora tinha tempo ilimitado para isso.

Mais ou menos em 1700, estava na Itália e foi então que conheceu os Volturi, que se surpreenderam com a forma de vida de Carlisle, não deixando de tentar convencê-lo a voltar à “forma clássica” de alimentação, claro, Carlisle recusou.

Depois de algumas décadas saiu de Volterra, se sentia extremamente só quando se estabeleceu em Veneza.  

Seu coração ficava mais quente quando se lembrava de 1831...

Viu com horror a carruagem pegar fogo, mas além da crepitação das chamas ouvia um coração acelerado, o forte cheiro de sangue que a carruagem exalava, mas o coração ainda estava lá, firme.

Então entrou na nuvem de fumaça, arrombou a porta e entrou. Havia duas mulheres lá dentro, uma delas, infelizmente, já estava morta, quando a carruagem tombou, a janela havia quebrado e o vidro perfurara seu pescoço. A outra estava extensas queimaduras no rosto, quase o desfigurando, os braços estavam em carne viva e uma das pernas estava dobrada em um ângulo estranho, quebrada. Era uma imagem terrível e Carlisle tinha certeza que qualquer um que visse isso teria sérios problemas de insônia por pelo menos um mês. Nem teve coragem de ver o cocheiro, que exalava cheiro de sangue ainda mais fortemente que a companheira de Bella.

Pegou a garota no colo e saiu da carruagem dando um pulo para a mata que cercava o caminho. Os recursos na época eram muito limitados, mas fez tudo o que pôde para ajudar até que o coração dela começou a desacelerar, nesse momento, inúmeros pensamentos invadiram sua mente. Condenaria outra pessoa àquela vida? Valeria à pena? Seria odiado por essa mulher? O que pensaria? Como reagiria?

Durante 168 anos, Carlisle vagou sozinho pela Terra, aperfeiçoando seu autocontrole para fazer o que mais gostava: medicina, ajudar e salvar pessoas, o que era cômico e meio irônico considerando a qual espécie ele pertencia. Mas então pela primeira vez desde que começara seu ofício, estava diante de alguém que não poderia mais ser ajudada. Antes só havia cuidado de fraturas, escoriações uma ou outra coisinha mais grave, mas nada que o fizesse encarar a morte. Seria por isso que salvara Bella? Não...

Naquele momento olhou para aquela mulher... aquela menina, quase uma criança perto dele. Se desconsiderasse as horríveis queimaduras em seu rosto, podia ver inocência na expressão dolorida, quando ela, por um instante, abrira seus olhos, viu um chocolate derretido, profundo e mesmo assim meigo, doce e meio abatido.

No entardecer daquele dia, o veneno de Carlisle corria pelas veias de Bella Marie Swan.

E nem três dias depois... Carlisle Cullen não estava mais sozinho.

Nunca vira em Bella uma companhia romântica, mas desde a primeira vez que aquela menina de 16 anos abrira os olhos, sabia que ela era muito, mas muito mais do que pensava que era. Inteligente, tímida porem teimosa, mais observadora do que a “etiqueta” da época permitia.

Já havia cogitado transformar sua própria companhia, mas não podia simplesmente tirar uma pessoa de sua vida, suas escolhas, seu futuro, somente para ter alguém com quem conversar, então surgira Bella, que de acordo com a própria, era mais feliz nessa vida do que na antiga.

Quando acordara, Carlisle ficou surpreso com a frieza que Bella encarou sua nova situação e se emocionara com a história familiar de Bella, sabia bem como era ter de se comportar do jeito que seus pais queriam que se comportasse, apesar de mesmo hoje em dia, Carlisle sabe da falta que a mãe de Bella fazia para ela.

Então Bella conheceu Edward e este gradativamente também estava se tornando um filho para Carlisle.

Educado, cavalheiro, era bem parecido com Bella, claro que tinham suas diferenças, como o fato de Edward ser um tanto estressado e reagir exageradamente e Bella aceitar decisões sem levar em conta seu próprio bem estar. Mas estava fazendo bem a ela.

Voltou ao presente.

A história que usavam agora era que Edward e Bella eram irmãos mais novos da esposa de Carlisle, já falecida.

Claro que a inventaram antes de sair de Chicago, fazendo com que Bella e Edward tivessem de se comportar como tal quando saiam para a cidade, também rendia boas risadas àquela família, com cada nova especulação absurda para explicar a grande proximidade, até para irmãos, que Bella e Edward tinham.

Pensar na relação de ambos, além de reacender lembranças, também pensava em si mesmo. Sabia que sua filha se perguntava sobre sua vida amorosa, mas a verdade é que nem antes nem depois de ser o que era, havia se interessado desse jeito por nenhuma mulher...

-Pai? O senhor gostaria de nos acompanhar até a cidade?

Bella havia batido levemente na pesada porta de madeira do escritório de Carlisle e então colocado a cabeça para dentro da sala.

-Claro, querida. O que faremos lá?

-Vamos comprar tintas! – exclamou animada.

Carlisle sorriu. Desde que a conheceu, Bella sempre se mostrou interessada por pintura, vários dos quadros que enfeitavam a casa toda eram obras de Bella.

Bella prendera o cabelo em um elegante coque, era meio solto mostrando as ondulações no final, em cima usava um chapéu azul marinho com detalhes em branco perolado, combinando perfeitamente com o vestido azul, era elegante com um leve decote, as mangas eram bordadas em linho branco.

-O azul fica extraordinário em você – sussurrou Edward.

Carlisle ignorou. Sabia que privacidade em uma casa cheia de vampiros era impossível, então os três entraram em um acordo mudo de simplesmente ignorar, como se realmente não tivessem escutado.

Edward e Carlisle se divertiram ao ver a animação de Bella com as novas cores e no final tinham vários pacotes em seus braços, seria bem estranho uma mulher do tamanho de Bella carregar todos aqueles pacotes.

-Por que não compra pinceis também? Eu preciso ver alguns assuntos no hospital, não demoro.

Carlisle se afastou com algumas das tintas de Bella e combinou com os dois de encontrá-los no final da tarde para caçarem, Edward principalmente, estava sofrendo com a sede e as olheiras sob os olhos de Bella estavam começando a perturbar os outros moradores por sua profundidade.

Edward estava olhando alguns modelos de pianos. Bella estava com o olhar fixo em um pincel, a escova do pincel era emoldurada com filigranas de ouro branco, havia a escritura “Cloches de Neige” no corpo, de cada lado um pequeno sino de igreja havia sido gravado com prata. Tinha tantos detalhes que a garota se impressionou que um humano havia realizado aquele trabalho manualmente.

Afastou-se da loja e começou a ir em direção de Edward quando sentiu que alguém havia colocado a mão em seu ombro, se virou e lá estava seu pai, lhe estendendo uma bela caixa preta de camurça, o fecho tinha aquele estilo francês.

Ela abriu a caixa e lá estava o pincel. Carlisle sabia o quanto significava para Bella.

Aquele pincel, aquela escritura era como a mãe de Bella a chamava quando criança. Graças à pele cor de leite e a voz delicada que Bella possuía, era assim que Renée Swan a chamava “Cloches de Neige”, Sinos de Neve.

-Obrigada – murmurou. Como estavam sob a vista de várias pessoas seria impróprio de Bella abraçasse Carlisle e como estava refreando a vontade nem ela mesma sabia.

No caminho de volta para casa, Edward havia encomendado um novo piano de cauda para o aniversário de um ano de namoro com Bella, esta não via importância em comemorar aniversários uma vez que não envelheciam.

Março de 1921...

Edward era novo nessa vida, mas desde que começara um relacionamento com Bella, percebia mais as coisas. Vampiros são competitivos por natureza e o encontro com alguns amigos nômades de Carlisle, Alistair principalmente, o fez perceber que não havia muitos clãs que possuíam mais de dois membros.

O inglês apático fez Edward questionar como era a vida de Carlisle antes de encontrar Bella, de acordo com esta deveria perguntar ao próprio, quando o fez, sentiu em seus pensamentos aqueles anos de solidão. Era raro o relacionamento que mantia consigo e com ela. Mas ao negar sangue humano, a competitividade já não existe, os instintos são mais bem controlados, e Carlisle conseguiu construir um forte relacionamento com Bella e agora com Edward.

Mas... será que Carlisle encontrará alguém que faça essa eternidade valer à pena? Quando pensava em seu mundo sem Bella, tudo o que conseguia sentir era um vazio profundo, tudo o que via era escuridão, mas como seria para alguém que nunca sentira algo assim? Não havia como sofrer pela perda de algo que nunca sequer conheceu, certo? Portanto... qual seria o motivo da estranhas atitudes de Carlisle ultimamente?

Os três estavam na cidade novamente, Edward estava observando como andava a construção de seu piano, pediu que o avisassem imediatamente quando o piano estivesse pronto, quando este não funcionasse, Bella com certeza iria abrir o piano para ver as cordas e o que encontraria presa à corda seria um anel.

Sim, Edward pretendia pedi-la em casamento. A estava pedindo com o anel que seu pai dera à sua mãe, cheia de detalhes e com belos diamantes, apesar de parecer singelo, perfeito. Podia imaginar Bella o usando perfeitamente.

A meio caminho da loja, Carlisle parou.

-Está tudo bem, Carlisle?

Este estava com as sobrancelhas juntas em concentração Edward olhou discretamente ao redor, nada. A brisa soprava levemente os vários sangues humanos e deu graças por ter caçado fazia poucos dias.

De repente Carlisle se virou para a esquerda e Edward seguiu o movimento, nunca tinha visto Carlisle agir desse modo.

No início da estrada de entrada da cidade havia uma minúscula charrete, uma senhora de idade o estava conduzindo, um cavalo já bem velho a puxava, a charrete estava carregada de várias montanhas de feno.

-Conhece a senhora? – Edward perguntou confuso.

-Ahmm... não, não conheço – Edward vasculhou suas memórias e de fato não conhecia a senhora, mas Carlisle havia sentido um cheiro familiar, bem fraco, devido a chuva da cidade e parecia ter alguns dias, portanto Carlisle deixou o assunto de lado e Edward logo esqueceu.

Mas não deixava de notar que desde aquele dia, Carlisle começou a pensar em uma garota de 16 anos, ela tinha cerca de 1m67, cabelos ondulados cor de caramelo um pouco depois dos ombros, olhos de mesma cor, seu corpo era pequeno e esguio e seu rosto tinha formato de coração. Carlisle havia tratado dela, quando esta quebrou a perna, ela morava em Columbus, Ohio. No dia seguinte, ele se mudou.

Mas o cheiro que sentira há alguns dias era dela... como?

Será que estaria ali? Em Ashland? Se estivesse, teriam de se mudar. Mas por qual motivo estaria nesta cidade? E por que sentira seu cheiro em uma charrete caindo aos pedaços?

Carlisle estava sentado no sofá de sua confortável sala, ouvindo Edward e Bella tocarem piano, uma música complicada que, ele tinha certeza, somente um deles já seria capaz de produzi-la.

Edward com certeza estava ouvindo suas divagações, com certeza teria contado à Bella o episódio daquele dia, não se importava, afinal nunca houvera segredos naquela casa, e com certeza sua filha estava preocupada com ele.

Suspirou baixo o bastante para que eles não o escutassem.

O telefone tocou.

-Residência dos Cullen, Dr. Cullen.

-Ah, Dr. Cullen, era com o senhor mesmo – a voz de Katherine, a secretaria do hospital local, uma mulher vulgar que realmente não reconhecia os limites do comportamento em sociedade.

-Sim, Srta Patrick?

-Estamos com uma paciente em grave estado, aparentemente caiu de um penhasco na periferia da cidade, com vários ossos quebrados e a coluna fraturada.

-Deus! Estou a caminho.

-Bom trabalho.

-Boa sorte para a moça, pai – despediu-se dos filhos. E infelizmente teve de ir a ritmo humano até o hospital.


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Notas finais do capítulo

é isso, o proximo cap tá quase pronto e vou potsa-lo antes do que eu pretendia já que demorei com este aqui.não tem muitos diálogos, mas eu tinha que mostrar um pouco da vida de carlisle né?se acharem que eu mereço... reviews? beijos e até o proximo capPS - to MUITO feliz com o crescimento das reviews, agora que eu estou oficialmente de férias, só em JULHO, SÓ em julho, vou fazer o seguinte... quanto mais reviews mais rapido eu posto..claro que isso só vai dar certo porque eu já tenho os proximos caps começados, mas em agosto só vou postar qnd der... hehe, faze o que?enfim... e tambem se acharem que eu mereço ("¬¬ affe e agora Just? O que vc quer?)só se eu MERECER...uma recomendaçãozinha ou outra não mata né? XPPS2 - sim, eu REALMENTE me chamo Justine, ¬¬, eu sei minha mãe é meio excentrica... bom pelo menos é menos estranho que Renesmee... HAHAAHAHAHAHAHAé só isso... bjuss=*