A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 48
Visitantes


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO!!!!!!
Boa leitura!!!



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Capitulo 48 – Visitantes.

Fim de Maio de 2006...

Porão dos Recém-Criados.

Enquanto isso, Fred tinha seus próprios planos, a sede era um desejo quase constante, mas quando ela não nublava por completo seus pensamentos, ele começou a analisar toda a situação. Riley era bom ator, não muito sutil em suas manipulações, bom o bastante para controlar a maioria dali. Mas Fred não era idiota e não acreditava facilmente só na palavra de alguém sem provas. O jeito como Riley escolhia as palavras, suas atitudes e ações só confirmavam suas suspeitas; ele sabia muito mais do que contava a eles. Esta era a primeira coisa que percebera: que era claro que havia muito mais na situação do que Riley contava para eles.

Então começava a pensar mais profundamente. Riley não gostava de lidar com eles, estava na cara que os aturava e que estava lá por obrigação. Mas obrigação de que? A quem? Se Riley não gostava tanto deles assim porque estavam lá? Qual era a função desse grupo cujos membros se digladiavam na primeira oportunidade? E mesmo assim, o “chefe” ainda tomava o cuidado de instrui-los. “Fiquem fora de manchetes”; “Não chamem atenção”; isso fazia mais sentido, afinal vampiros são meros mitos para humanos, na mesma categoria de alienígenas, sereias e afins. Então os que existiam deviam tomar cuidado para que os humanos não soubessem que viviam bem debaixo de seus narizes

Mas na mesma moeda... havia varias religiões que pregavam a crença de “demônios” e “fantasmas”, assim como havia “simpatias” que alguns consideravam “bruxaria”. Alguns séculos atrás, inúmeras pessoas foram queimadas vivas por terem contato com o “mal”. Tudo isso devia vir de algum lugar, certo? A mente humana é fértil, mas e quanto aos vampiros? Por tudo o que Fred sabia, os humanos chegaram bem perto da lenda. Olhos que mudam de cor, sede de sangue – muita sede de sangue – pele pálida, queimadura de sol... e mesmo assim... havia as características que não tinha como provar: alho, não fazia ideia se o repelia, crucifixos queimariam sua pele? Uma estaca de madeira o mataria?

Mesmo assim, o que tinha além do que Riley lhe dissera e as lendas que ouvira quando humano?

Outra distração: Bree. A pequena vampira tinha 1m57, uma das menores ali, magra ao extremo, os cabelos ondulados, castanhos bem escuro batiam nos ombros. As feições eram infantis, Fred chutava uns 16 anos talvez, sua voz era aguda, mas feminina e forte, linda mesmo sem combinar muito com seu rosto delicado. O fazia companhia já fazia algumas semanas, sabia que em parte era por causa da proteção que lhe provinha, naquele meio, não era de se admirar. Só de pensar em sua pequena estrutura perto do bando de Raoul o fazia estremecer, o que o surpreendia. Se deixar levar por emoções nunca foi um de seus costumes, ficava muito mais confortável quando conseguia relacionar a situação em um nível mais cientifico. Sentiu suas sobrancelhas se unirem. Mas queria que Bree ficasse segura, e ficar ali, com outros vinte vampiros sedentos não só por sangue, mas por matança e um “líder” que não lhes contava nada, repetia as mesmas coisas e parecia não se importar com eles mais do que alguém que odeia cachorros se importava com um cão perdido na rua não era exatamente o melhor plano, era?

Então Riley lhes contou sobre os “dons” que ele mesmo tinha um, bem pelo menos agora sabia como classificar o que sabia fazer. Assim como com a situação, Fred também experimentava com seu dom, fazendo testes e memorizando os resultados. Conseguia sentir seu... “dom” como se fosse algo viscoso... a sensação lhe lembrou da imagem de mel escorrendo, espalhá-lo era como um humano assoprando o mel em uma superfície lisa. Não particularmente desgastante, mas cansativo.

Tinha o timing, para fazer alguém sentir nojo, Fred tinha de “cobrir” essa pessoa com o “mel”, esse era o primeiro passo. Para fazer essa pessoa parar de pensar nele, era como só cobrir a cabeça dele ou dela por certo período de tempo; diretamente proporcional com a quantidade e intensidade que cobria a pessoa com seu talento; já havia calculado, o máximo eram 20 minutos. Se quisesse só “desaparecer”, fazer com que outros não percebessem sua presença era apenas cobrir a si mesmo e os outros estariam inclinados a não olhar para onde ele está, Fred conseguia sentir que seu poder estava lá afastando a todos, mas não podia vê-lo nem ser afetado por ele, a princípio não podia controlar quem era afetado ou não pelo seu... “dom”, mas agora tinha um melhor controle, não totalmente, mas se uma pessoa estivesse dentro de seu “circulo”, com mais ou menos 1m de diâmetro, não seria afetado, como Bree estava naquele momento.

A reação dela quando deixou de sentir os efeitos de seu dom ainda o fazia sorrir.

Voltando a tudo o que Riley dissera aquela tarde, a mente de Fred começara a trabalhar como louca, era quase insano como sua mente conseguia processar tudo tão rápido, como conseguia pensar em tanto assuntos com o mesmo nível de concentração e, se assim quisesse, podia deixar alguns deles, menos importantes em segundo plano e mesmo assim ter total consciência das conclusões que chegara. Se o que Riley dissera era fato, então mais 20 vampiros se uniriam a eles dentro de alguns dias, se com o número que tinha, 25, já havia mais brigas do que já vira em toda sua vida, o que aconteceria com mais 20? Seria o inferno na terra. 45 vampiros com forças que iam além da imaginação humana e uma sede por sangue ainda maior.

Lembrou-se quando Riley havia dito que monitorara esse bando inimigo, seria isso mentira? Boa parte de seu plano consistia que, pelo menos nisso, Riley dissera a verdade.

–Fred?

Levantou a cabeça por instinto quando Riley chamou sua atenção, lhe dizendo para caçar. Olhou para Bree, detestava a ideia de deixa-la sozinha, estrategicamente sabia que suas chances de sobreviver ali sem ele não eram boas, mas também sabia que Bree lutaria se necessário, levantou-se calmamente, sabendo que ninguém o via ainda, cobriu Bree com o máximo que conseguia de seu dom, mas sabia que os efeitos não durariam mais que 20 minutos.

–Fique onde está – Fred a instruiu no tom de voz mais baixo que conseguiu, quando seu dom estava em seu máximo, os outros não o ouviriam mesmo estando tão próximos. Viu Bree voltar para olhar para ele e Fred lhe sorriu tentando lhe tranquilizar. Sabia que ela estava tão ciente de suas chances de sobrevivência quanto ele, Bree sorriu de volta, meio incerta. – Os efeitos não vão durar muito, meu máximo é 20 minutos, mas se não se mexer, os outros não vão saber que está ai.

Bree assentiu.

Dando uma última olhada para Bree. Fred correu porta a fora, os outros que Riley ordenou para ficar lhe deram grande espaço.

A pequena vampira nem se atreveu a respirar, no momento que viu Fred sair pela porta, Bree começara a contar até os 20 minutos acabarem. Fechou os olhos e começou a se preparar, Kevin havia ficado para trás, a expressão selvagem. Oh bem, pensou com um sorriso sedento, dois podem jogar esse jogo.

Fred correu para a cidade, pegou três humanos sem sorte e os drenou o mais rápido que podia, sabia que não seria muito, sua sede exigia pelo menos uns sete para se abater, mas teria que dar se quisesse ter tempo. Seguiu o rastro de Riley até a agua, pulou direto no rio salubre entre Tacoma e Seattle, sabia que Riley vai muito naquela direção, seu cheiro estava por toda parte, alguns rastros já tinham uns dias, mas outros estavam perturbadoramente frescos, e estaria com pressa demais para apenas usar o rio como uma estrada, não, ele estaria fazendo uma linha reta. Fred quase comemorou ali mesmo quando saiu da agua em Tacoma e pegou novamente o cheiro de Riley, intensificado agora que molhado. Não parou de rastreá-lo para pensar nisso. Era interessante, apesar de poderem despistar alguém que os esteja perseguindo apenas pelo cheiro pulando em um rio e só emergindo em um ponto bem distante, uma vez que saíssem, a agua intensificava o cheiro em terra firme.

Mais uma vez Fred franziu o cenho, Riley parecia ter feito uma linha reta até o rio, mas o rastro fazia muitas curvas uma vez que entrava na cidade de Tacoma, como se quisesse despistar alguém, se o rastro fosse mais recente, Fred se preocuparia de que fosse ele, mas todos já tinham alguns dias, e o mais recente já estava fraco o bastante para não ser de hoje. Finalmente conseguiu pegar uma que parecia reunir todos os outros, estava mais forte na direção sul.

Passou pela cidade de Shelton e fez o contorno, tinha passado meia hora desde que deixara Seattle e demorara quase uma para caçar. Ainda correndo, virou a cabeça para olhar na direção de Seattle.

Bree...

Chacoalhou a cabeça e manteve o foco no rastro de Riley, passava ao redor da floresta do Parque Nacional de Olympia, parou de abrupto. O rastro voltava para o norte. O que Riley estaria fazendo? Isso não fazia sentido, se continuasse para o norte chegaria à cidade Sequim e Sequim ficava a uma linha reta de Seattle, Fred entendia que Riley queira deixar qualquer um que tentasse segui-lo confuso, mas antes de pular no rio e seguir em direção sul para Tacoma, Riley parecia apressado e ansioso, fazendo uma linha completamente reta. Será que Fred teria perdido algo? Toda essa historia de rastrear alguém pelo cheiro não era fácil e parecia exigir certo talento... talvez seu plano não fosse tão bom assim...

Não! Não podia pensar desse jeito. Passaram-se quase duas horas, saíra pouco depois de anoitecer, não podia ser mais tarde que umas 9 horas... ainda teria umas sete horas, deixaria um pouco mais de uma hora para voltar antes que fosse tarde demais e o sol nasceria. Sua espinha congelava só de pensar. Como seria? Será que a dor do sol seria pior do que naquela primeira noite? A queimação...

Calma Fred. Isso não ajuda.

Inspirou profundamente e começou a seguir o rastro de Riley mais uma vez. Não tinha se enganado. Era norte. E depois virava para oeste. Suspirou e recomeçou a correr. Estava certo, Riley passara paralelo a Sequim, não entrou na cidade, mesma coisa com Port. Angeles. Tudo paralelo à autoestrada 101, então Riley pulara no Rio Sol Duc, se a memória não lhe falhava, todas as suas memorias humanas estavam muito nebulosas, mas era o Sol Duc ou o Calawah. Estava prestes a pular também quando congelou, se abaixou, ficando de cócoras. Inspirando algumas vezes, confirmou, haviam 8 cheiros, todos muito adocicados, sem sangue que o fizesse sedento, vampiros... agora teria que ter muito cuidado. Riley pareceu pensar o mesmo.

Correndo lento o bastante para parecer um humano rápido, Fred percebeu que esse bando provavelmente caçava ali perto. Mas isso não fazia sentido, não havia nenhum tipo de civilização por ali, só floresta e mais floresta. Pulou no rio paralelo à autoestrada 101, emergindo a cabeça só para pegar o rastro à distância. Parou. À distância, uma enorme casa branca se erguia, tinha 4 andares, 5, se contasse o sótão, com uma larga varanda que a circulava completamente. Pilares em estilo grego, jônico, se não se enganava a suportavam. Toda a parte de trás, virada para o sul, para o rio e consequentemente para Fred era feita de vidro. Conseguia ver um piano, sofás, uma enorme tevê, uma mesa com 10 lugares.

As janelas eram todas enormes, o que permitia a Fred ver o interior da enorme casa, uma mansão praticamente. Todos os quartos eram espaçosos e muito abertos. Inspirou mais uma vez e ficou chocado quando percebeu. Sim esse era a casa do “bando inimigo” como Riley os chamou, deixando seus sentidos aumentarem confirmou que não havia ninguém há alguns km. Choque era pouco para descrever o que sentia, na sua cabeça Vampiros vivendo desse jeito era quase uma fantasia. Outro cheiro o tirou de seus devaneios, também podia sentir o cheiro de Riley ali, estava forte demais. Não sabia calcular o tempo do rastro, há quanto tempo fazia que Riley passara por ali, mas estava mais forte do que em Tacoma.

Fred calculou mentalmente, ainda tinha um pouco menos de 5 horas. Respirou fundo quando percebeu que fazia umas 6 horas e meia que Bree estava sozinha. Tinha de voltar rápido.

Bella franziu o cenho para a enorme bagunça que Jasper, Emmett e Edward estavam fazendo, estavam mais ao sul do que estavam acostumados, ainda dentro do grande Parque Nacional de Olympia, sem preocupação em serem vistos os três garotos Cullen estavam aproveitando ao máximo para “treinarem”, Bella bufou, mais para descontar pela última vez que perderam algum desafio.

Carlisle tomara essa oportunidade para ser quase tão bagunceiro quanto os filhos, se divertindo, lutando contra eles e aceitando mesmo os desafios absurdos de Emmett, era um raro momento. Alguns minutos de paz antes das aulas recomeçarem. As mulheres estavam quase acabando de caçar, então Alice tomaria o posto de Bella na “vigia” para que a irmã pudesse caçar, tomando conta da área para que nenhum humano se aproximasse demais da “zona de perigo”. Seja pela sede por estarem distraídos seja por arvores sendo jogadas ao acaso.

Suspirou, planejaram essa viagem para caçar, planejar e treinar. Os Quileutes com certeza faziam o mesmo. Já haviam visto tudo o que Jasper tinha para ensinar, então suas mentes coletivas deviam estar revisando o que viram e aprenderam. A careta de Bella aprofundou. Nada foi dito sobre esse assunto em particular, mas todos ali, mesmo os otimistas Carlisle e Esme sabiam que os lobos talvez tenham aprendido mais do que deviam. O incidente de quase uma semana atrás ainda fresco – suspirou – como sempre estaria em sua mente. Trabalhando juntos, Carlisle, Edward e Jasper foram mais do que capazes de contornar a situação.

Piscou quando se achou com os lábios ocupados e retribuiu o beijo de Edward, ignorando quando Emmett começou a assoviar. Percebendo que Alice chegara, se levantou da grande pedra que estava sentada e aceitou a mão que Edward lhe oferecera, pronta para caçar.

–O que a preocupa tanto?

–Toda essa historia com recém-criados... tem alguma coisa estranha, falta algo. O envolvimento dos lobos, por ora em nosso favor, também me preocupa.

–Carlisle pode ser benevolente, mas não é nenhum tolo.

–E Alice também não ajuda.

Edward balançou um pouco a cabeça.

–Não vou fingir que entendo a insistência de Alice com essa... festa de formatura, mas mesmo sem as visões, Alice sempre foi bem intuitiva, ela parece achar que essa festa vai ser... importante – ele pareceu testar a palavra, como se estivesse incerto se fosse esse mesmo a característica mais adequada – e depois... ficará de tirar o folego com o visual que comprou para a ocasião.

Bella revirou os olhos, mas não podia evitar o pequeno sorriso lisonjeado. Era um top de lantejoulas azuis e pratas que deixava seus ombros e boa parte de suas costas nuas e uma saia de couro que chegava à metade de suas coxas. Edward lhe sorriu e lhe envolveu nos braços.

Era incrível que mesmo o oxigênio sendo completamente inútil para eles, ainda conseguiam ficar ofegantes. Lutas, prender a respiração não tinham o menor efeito a respiração, mas parece que essa pequena característica humana permaneceu mesmo depois de se tornarem o que eram.

–Eu nunca disse isso, mas por vezes eu adoro o moderno e liberal século 21.

O tapa que Edward recebera no ombro fez um barulho de duas pedras chatas se chocando, o riso musical do leitor de mentes ecoou.

No mesmo dia...

–Homem ser! Seremos rápidos como um rio! Homem ser! Com a força igual à de um tufão! Homem ser! Na alma sempre uma chama acesa! Que a luz do luar nos traga inspiração!

Emmett cantava a canção da Disney com toda a força de seus pulmões de pedras. Rosalie conseguira escapar, mas o mesmo não podia ser dito de Alice, Bella e Jasper que dividiram o carro com o enorme vampiro.

Alice tinha uma careta quase insana, seus olhos quase alucinados quando virou um pouco a cabeça para olhar para a irmã, mas Bella tinha uma expressão entediada e resignada no belo rosto e somente a encarou de volta. Jasper tinha uma expressão torturada enquanto tentava ignorar o idiota no volante. Só haviam pegado dois carros, o enorme jipe de Emmett e a Mercedes de Carlisle.

Edward fora o primeiro a alcançar a porta de casa. Rosalie e Alice estavam em um pequeno debate de novos modos para decorar o closet da loura, Emmett e Jasper ainda empurrando um ao outro pelos ombros, trocando insultos, Bella logo atrás dos irmãos, não querendo ser pega na linha de fogo, Esme e Carlisle de mãos dadas por último, fechando a fila.

No instante que Edward abrira a porta todos os oito vampiros petrificaram no lugar. O vento que veio de dentro da casa estava infestado com cheiro de um vampiro desconhecido.

Esme congelou, Carlisle colocando um braço em sua volta, seus sentidos o mais apurados que conseguia faze-los. Rosalie rosnou com a ameaça o que foi ecoado por Emmett e Jasper, Edward e Bella tinham expressões assassinas no rosto, as narinas infladas, Alice estava sem reação com o que a situação significava. Sua visão... havia falhado.

–Jasper? Alice? Edward? Bella? – a voz de Carlisle embora calma, estava dura como pedra.

–Nada – responderam Edward e Alice simultaneamente.

–Vou na frente – disse Jasper antes de literalmente sumir.

–Quem quer que tenha sido não está mais por perto – concluiu Bella depois de se concentrar em cobrir o máximo que conseguia com seu escudo mental.

Jasper seguiu o cheiro casa à dentro, rosnando toda a vez que o invasor entrava em seus quartos, franzindo as sobrancelhas... ele ou ela entrara em todos os quartos pessoais...

O cheiro estava mais forte no escritório de Carlisle, uma das janelas ainda estava aberta, o estranho encostara-se à veneziana... colocando a cabeça para fora do quarto, o louro inspirou fundo algumas vezes. O cheiro descia, óbvio considerando que estavam no quarto andar e seguia em direção ao rio atrás da casa dos Cullen, Jasper só rezava para que ele ou ela fosse inexperiente e não soubesse que se tivesse pulado no rio, o cheiro se perderia totalmente. Pulando os quase 30 m como se não fossem nada, Jasper seguiu a trilha e teve reações mixas quando percebeu que o estranho correu paralelo ao rio em direção leste. Estava prestes a chamar por seus irmãos, mas petrificou no lugar e franziu as sobrancelhas antes de continuar.

–Emmett! – chamou pelo irmão que em menos de um segundo estava ao seu lado. Ele deu algumas inspiradas e deu um sorriso gigante.

–Que idiota!

–Espere... sinta isso.

Emmett fez uma careta, mas obedeceu. Levantou as sobrancelhas quando percebeu o que Jasper sentira.

–O que isso quer dizer? – perguntou para o irmão, mas Jasper o ignorou.

–Carlisle, o... visitante que esteve dentro da casa correu e pulou direto no rio, mas... houve outro visitante, ele correu paralelo a ele, indo na direção leste. O que esteve aqui dentro tem algumas horas a mais... veio mais cedo que o outro que deixou o rastro.

Dentro da casa, os demais membros da família acabavam de chegar ao escritório de Carlisle.

–Alice?

A vidente estava consternada, sequer sabia o que responder.

–Eu não vi nada! Nem flashes nem... nada – sua voz estava completamente desolada. Jasper estava ao seu lado no mesmo instante, tentando consola-la. Carlisle também ofereceu algumas palavras de conforto antes de sua mandíbula estalar e olhar em direção que o rastro levava.

–Vamos nos dividir e seguir os rastros, se nos aproximarmos demais de Seattle avisamos os outros e recuamos.

–Carlisle...? – Esme perguntou preocupada por ver seu parceiro sendo tão ativo. Mas o louro sacudiu um pouco a cabeça.

–Esta situação está fugindo do controle, Esme. Talvez os dois visitantes estejam juntos ou não, mas o número de mortos está aumentando demais e com a visão de Alice tão nublada, ela já está deixando detalhes escaparem... está vindo de todos os lados... e Victoria! Não podemos simplesmente dar toda essa carga à ela. Precisamos descobrir quem veio aqui hoje e o que está acontecendo em Seattle...

Carlisle se interrompeu quando Bella fez um movimento tão repentino que todos viraram para olha-la, até Jasper e Emmett que ainda estavam fora da casa olharam para cima, preocupados.

–É o mesmo... – Bella murmurou, congelada no lugar, Edward se colocou na sua frente, as mãos em seus pequenos ombros, vendo como os olhos dourados de sua parceira pareciam perder o foco. Quando ela não continuou, Edward começou a ficar realmente preocupado.

–Bella? – ele a chacoalhou levemente, consternado.

–É o mesmo! – os seus enormes olhos ganharam um brilho que parecia... medo?

–O mesmo o que, querida? – Esme perguntou aparecendo a seu lado, gentil e preocupada.

–O que Carlisle disse, que “está vindo de todos os lados”, acho que ele está errado; acho... que está vindo de um único lugar! – falava tão rapidamente quanto um Vampiro conseguiria. Quando Carlisle colocou os dois problemas desse jeito, lado a lado, na mesma frase, houve o estalo e Victoria! Ficara paralisada.

–Bella, querida, não estamos acompanhando – interviu Carlisle, suavemente, tentando tirar aquela expressão de desespero no rosto da filha. Mas a escudo balançou a cabeça freneticamente, os longos cabelos cor de chocolate balançando com ela.

–Não percebem? Edward você mesmo disse que alguém estava usando os buracos, os hiatos na visão de Alice para agir, alguém dos recém-criados que nubla a cena inteira, portanto ela não consegue uma visão clara deles e, agora, de repente, temos um visitante, não, temos dois visitantes na nossa casa e Alice também não vê isso? Quais são as chances de duas, no caso três, pessoas não só saberem o bastante sobre Alice, mas decidirem agir desse jeito, ao mesmo tempo? Nenhuma. Quem quer que esteja em Seattle formando o exército é quem esteve aqui essa noite! Quanto ao outro cheiro... também é possível que esteja junto com os outros, talvez algum tipo de batedor... não tão experiente quanto o primeiro... e eu acho..., tenho quase certeza que isso aqui era um teste, para ver se alguém conseguia entrar e sair sem ser captado por Alice, desde que não estivesse fazendo nada que ela pudesse captar...

Silencio reinou enquanto a família processava esse novo pesadelo. Dizer que Jasper estava insatisfeito era o eufemismo de século e ninguém nunca havia visto a calma de Carlisle tão abalada. Esme nem tentou esconder o desespero. Ninguém ali gostava de apostar tão alto. As expressões de todos, mesmo de Emmett expressavam a gravidade da situação.

–Acha que pode rastrear? – perguntou o patriarca repentinamente, a voz forte.

–Sim, mas é um dos dois: ou o estranho não sabe que se pulasse no rio perderíamos seu cheiro ou está tentando nos atrair até ele. E isso é meio estranho porque o primeiro tomou o cuidado de pular no rio, o segundo pode não ser tão experiente e não saber disso, mesmo assim, isso seria querer ser otimista e ter sorte – respondeu Jasper.

Carlisle pensou por alguns segundos, por fim decidiu-se.

–Jasper, você, Bella, Emmett e Esme vão seguir o rastro que vai paralelo ao rio. Os outros tentem ver se há outro rastro saindo do rio. Vamos!


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