A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 4
Bella Marie Swan


Notas iniciais do capítulo

olha quero recompensar pelo cap anterior que ta uma... tres pontinhos, mas sério eu tava relendo, e PELO AMOR DE DEUS que merreca é essa?então como eu acabei antes do que eu pensava esse cap aki, eu já to postando, ta aí. BEEEEEM grande! hahaboa leitura!!!



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Capítulo 4 – Bella Marie Swan.

Ashland, Illinois.

Junho de 1918.

–É aqui? – Edward perguntou surpreso.

–Tentamos ir para locais pouco conhecidos para que não tenhamos problemas na próxima cidade – explicou Carlisle.

–Há alguns meses construímos uma casa um pouco mais a frente – Bella disse.

–Dentro da floresta? – pensou melhor nas palavras dela – vocês construíram?

–Evita olhos curiosos – lhe explicou enquanto Carlisle ia à frente – e estava desocupada nas férias do Instituto – deu de ombros, como se em um tempinho extra tivesse feito a mansão do nada.

Era uma bela construção, mais grandiosa do que em Chicago, três andares além do térreo, as paredes eram cor de areia. Foi construída no meio de uma clareira.

–É sempre uma clareira, não?

–As clareiras dão a sensação de exclusão, privacidade, como se esse espaço fosse só nosso – Bella explicou quando já haviam colocado suas coisas dentro da casa. Carlisle foi até o hospital para acertar tudo.

–Bem... vamos escolher os quartos?

Bella havia ficado com um quarto no segundo andar, enquanto Edward ficou no primeiro, logo abaixo do dela. Bella havia lhe dito que Carlisle sempre ficava no último e lá tinha um quarto dele e um escritório, no primeiro andar também havia uma biblioteca, um quarto com as paredes que pareciam ser feitas de prateleiras lotadas de livros.

Dessa vez não iriam para nenhum instituto, a única coisa que havia por perto era uma pequena escola com professores que davam instrução para crianças de até 12 anos, como Bella sempre fingia ter 13 ou 14 e Edward fingiria ter 15, não teriam necessidade de ir.

Bella estava colocando o quadro de sua antiga família logo ao lado da janela, em frente a um belo sofá de metal e almofadas cinza prateadas e brancas peroladas.

–Sua família biológica?

–São eles sim.

Edward ainda não havia perguntado nada pessoal, apenas coisas da “espécie”. Mas Bella não via motivo para esconder nada, afinal, ambos iam compartilhar várias e várias vidas... Edward já havia arrumado suas coisas e estava conversando com Bella enquanto esta arrumava as delas. Carlisle estava trabalhando.

–Como eles se chamavam?

–A minha mãe era Renée Stevens e meu pai Charles Swan, aqueles dois do lado de minha mãe são meus tios, Heloisa Stevens e Joseph Harris, no colo de minha tia está Owen Harris, meu primo. Meus avos Alexander e Madeleine Stevens, Willian e Anastasya Swan.

–Os nomes realmente falam bastante, não?

–É sim, logo dito o nome, todos já sabiam de onde viemos, minha família gostava de exibir suas origens.

–Então você veio da Itália, certo? Bella... – testou o nome.

–Isso mesmo. Nasci em Veneza.

–Em que ano...

–1815.

Edward arregalou os olhos, aquela mulher de aparentes 16 anos, tinha mais de cem anos de idade.

–Como foi que você... se... er, Carlisle te transformou?

Os dois estavam sentados no sofá, em frente para o quadro, Bella estava olhando para Edward de canto de olho sem expressão nenhuma no rosto, o que estava lhe deixando meio nervoso.

–Foi em 1832 eu estava com quase 17, a carruagem que me levava até a minha casa foi destruída por ladrões, eram somente vândalos, nem sequer levaram nada, só colocaram fogo nela.

“O cocheiro e minha dama de companhia já estavam mortos, eu não conseguia abrir a porta, a fechadura havia derretido, Carlisle sentiu o cheiro de sangue e me salvou, só que eu tinha alguns problemas respiratórios e toda aquela fumaça me impedia de respirar e as queimaduras extensas... eu ia morrer, então Carlisle vendo a minha situação, me transformou”.

–E sua família?

–Minha família... ela nunca foi... amorosa, entende? Minha mãe sempre foi a única que demonstrava sentimentos naquela casa. Ela sempre me dizia que era o “sangue inglês”.

–O que quis dizer?

–Eram raras as ocasiões que eu via meus avós e em todas elas, eles nunca trocaram mais de cinco palavras comigo, tenho ciência de que era uma época mais rigorosa, as mulheres praticamente não tinha direito a nada, nem a falar em publico. Meu pai já havia marcado casamento para mim, com Nicolay Ivanov, o pai de seu avô era amigo de infância do pai de minha avó Anastasya. Willian, meu avó, achou a família de costume e cultura então conversou com o meu pai sobre Nicolay.

Não sabia direito o motivo, mas Edward não gostou de saber que Bella já fora noiva de alguém.

–Então só obedecia...

–As mulheres nunca tiveram papel significativo na sociedade, mesmo hoje em dia, 100 anos depois. Mesmo que não gostemos, temos que ouvir e obedecer caladas. Claro que hoje, a mulher tem mais liberdade, mais... coragem, acho que esta é a palavra, do que antigamente.

–Aparentemente você não gostava disso.

–Eu odiava. Meu pai sempre decidia tudo por mim, eu nunca podia falar nada na presença dele. Chegou ao ponto de minha garganta ficar seca e minha voz rouca de “pouco uso”.

–E a sua mãe. Dissestes que ela “demonstrava sentimentos” – Edward queria ir para um assunto mais ameno, não gostava do vinco que se formara entre as sobrancelhas de Bella.

Deu certo, Bella sorriu.

–A minha mãe era francesa, o casamento dela com o meu pai também tinha sido arranjado, mas os dois tinham uma boa relação. Ela me ensinou a ler e a escrever, coisas que na Inglaterra, onde vivi desde os 13 anos, era considerado “absurdo” para uma mulher. Eu lembro pouco dela, o que me deixa triste, mas eu lembro que ela sempre me levava para a cidade, para eu poder sair daquela casa, ela me comprava belos tecidos e mais tarde uma costureira fazia vestidos com eles. Para mim ela sempre mostrava um sorriso.

“Basicamente, eu era uma filha única mimada que teria tudo o quisesse se... obedecesse, ficasse calada, só falasse se falassem comigo”.

–Se é assim, por que ainda mantém esse quadro?

Depois de uma pequena pausa, Bella respondeu em uma voz meio ausente, como se estivesse recordando.

–Eu assisti um caixão vazio ser enterrado no cemitério de minha família. No dia do meu enterro, essas oito pessoas estavam lá. Ninguém demonstrava tristeza, nem a minha mãe. A cidade toda estava presente para fazer a “pompa” do enterro de uma família “nobre”. No entanto... de noite, quando todos já haviam ido, meus avos e meus tios passaram a noite na casa de meus pais, convidados por estes, minha mãe começou a chorar quando não tinha ninguém por perto, fiquei triste, mas essa reação de minha mãe eu esperava... Meu pai fez uma coisa que eu nunca pensei que faria. Ele foi até o seu escritório, trancou a porta...

“Eu estava em um galho, próximo a janela do escritório de meu pai e nunca tinha ficado mais chocada em minha vida. O homem duro e frio, que sempre me tratava com indiferença, agora estava de joelhos, as lágrimas correndo pelo seu rosto e soluçando como uma criança”.

“Meus avós, não tiveram essa reação, mas suas expressões... minha avó Madeleine, também chorou aquela noite”.

Edward fitou novamente o quadro. O pai de Bella era um homem bem alto de ombros largos, seus olhos cor de chocolate eram frios e duros, a expressão rígida.

–Eu sentia remorso por fazê-los passar por isso ao mesmo tempo em que eu nunca tinha me sentido mais feliz. Durante toda a minha vida humana eu sempre pensei que a única que se importava comigo era a minha mãe, afinal ela era a única que demonstrava isso. Mas então eu vejo meus avôs, a expressão desolada deles, as minhas avós soluçando quando não havia ninguém por perto e meu pai chorando tão... desesperadamente. Eu sei que parece maldade, mas eu me senti tão feliz ao ver como eles gostavam de mim. Então eu guardo esse quadro que eu tinha no meu quarto desde que eu era humana – concluiu.

–E Carlisle? – depois de um momento de silêncio, Edward resolveu perguntar.

Bella deu um sorriso.

–Carlisle é o pai que eu sempre quis ter, eu gosto de acreditar que Carlisle é aquilo que meu pai era por dentro só não demonstrava por fora. Carlisle é meu pai.

–Então eu assumo que não se importa em ser uma vampira... – começou cauteloso, afinal, ele mesmo não havia aceitado de primeira.

–Carlisle não somente salvou minha vida, como me deu o melhor presente que já ganhei na vida, escolhas. Desde que completei minha transformação, tive algo que nunca possuí antes... escolhas. Claro que não escolhi me transformar ou não, mas por incrível que pareça, eu tenho mais livre arbítrio nessa vida do que quando era humana. Todas as decisões que tomei desde aquele dia, foram tomadas por mim, eu e somente eu tomei decisões por mim. Claro, eu considero e muito a opinião de Carlisle, o obedeço, mas dessa vez eu falo a minha opinião. Se o acidente não tivesse acontecido, se continuasse naquela vida, eu provavelmente viveria o resto de meus dias achando que minha família não gostava de mim, passaria o resto de meus dias apenas seguindo ordens...

Edward olhou novamente o quadro. A mãe de Bella se parecia muito com ela, rosto em formato de coração, mas o cabelo era um tom loiro escuro, seus olhos azuis eram gentis e tinha uma levíssima sugestão de sorriso nos lábios cheios. Os avós de Bella já estavam com certa idade no retrato, mas as feições pareciam ter sido um dia possuidoras de um beleza elegante. Sorriu quando percebeu os olhos chocolate de Bella. Ela fora retratada com uma expressão neutra, as mãos juntas sobre o colo.

–Entendi. Fico feliz então.

Bella sorriu para ele. Um sorriso de verdade, mostrando todos os dentes brancos, Edward arregalou os olhos... linda, ele pensou. Ela nunca havia sorrido desse jeito antes, para não assustar os humanos, que ficavam inconscientemente meio perturbados com seus dentes, Bella só dava um sorrisinho pequeno...

O que será que esses dois estão fazendo?

Tinha certo tom de divertimento na voz de Carlisle.

–Carlisle costuma falar sozinho? – apesar de constrangido, Edward percebeu que o loiro não estava falando com ninguém em especial.

Bella ficou confusa.

–Não. Ele... não fala sozinho.

Ela tinha ouvidos os passos do pai quando este se aproximou e entrou na casa, também sentiu seu cheiro, mas Carlisle não havia dito nada. Então, qual era o motivo da pergunta de Edward?

No dia seguinte foi a mesma coisa. Mas dessa vez, Edward estava prestando atenção. Carlisle estava lendo algumas pastas de pacientes, Edward sentado no piano enquanto Bella lia um livro no sofá.

Acho que posso considerar nos mudarmos mais tarde, essa cidade parece ser mais distraída...

Mas os lábios de Carlisle não estavam se movendo.

–Carlisle...

–Sim, Edward?

–Acho melhor ficarmos o tempo que você estipulou antes... – disse cuidadosamente, testando.

Carlisle primeiro ficou confuso, mas então seus olhos se arregalaram.

Edward?

–Sim? Carlisle, eu... não estou entendendo.

–Nem eu – Bella comentou.

Edward, fale o que está ouvindo. A paciente de hoje a tarde teve um pequeno corte, não irá infectar.

–A paciente de hoje a tarde teve um pequeno corte, não ira infectar.

–Hmmm, Edward, lembra-se quando lhe explicamos que alguns de nós temos... er... dons?

–Claro.

–Acho melhor você ver Eleazar.

–Bella, será que pôde me explicar melhor? – no dia seguinte, Edward e Bella estavam a caminho do Alaska, teriam de atravessar todo o Canadá, mas de acordo com Bella, se não parassem de correr, seriam apenas dois dias e meio de viagem.

–Eleazar é um antigo amigo de Carlisle, acho que os dois se conhecem desde o século XVII, mais ou menos. Ele consegue identificar se um vampiro possui algum talento.

–Hmmm, como sabe que ele está no Alaska?

–O clã ao qual ele pertence nunca sai de lá. É o clã Denali.

–Você... não gosta deles ou algo assim? – assim que ela pronunciou os Denali, os lábios de Bella se comprimiram só por um segundo, mas foi tempo o bastante para Edward ver o incômodo.

–Er... não é que eu não goste deles. Hmmm, como vou explicar – Bella mordeu os lábios nervosa – esse clã... a líder deles é Tanya Denali, ela tem duas irmãs, não sei se são biológicas ou não, Irina e Kate, Eleazar e sua parceira Carmem se juntaram a elas há alguns séculos atrás... Hmmm, essas três irmãs, elas... tem um habito meio... peculiar.

–Como assim?

–Você está sendo instruído por Carlisle como reprimir seus instintos perto de humanos, preservar a vida deles. Disciplinando seu corpo e focando seus sentidos, é possível conviver com humanos. As Denali também preservam a vida humana, caçam animais assim como nós, porem elas er... encontraram outro jeito de obter autocontrole...

Bella evitava olhar Edward nos olhos e este sentia que estava chegando no “espírito da coisa”. Principalmente quando Bella deu tanta ênfase no “encontraram”.

–Que jeito seria esse?

–Hmmm – Bella limpou a garganta, mesmo desnecessariamente – er... há uma lenda... que foi originada pelas irmãs Denali, a lenda dos succubus, er... a lenda consiste em um demônio tomando a forma de mulher que invade os sonhos dos homens a fim de er... ter relações com eles e sugar sua energia vital. O desejo dos homens era a fonte de energia do succubus.

Os olhos de Edward se arregalaram levemente.

–Esta querendo dizer-me que essas irmãs são...

–Você entendeu depressa – comentou Bella, mais aliviada. Não era pra menos, pensou Edward – ela desenvolveram um autocontrole tão grande com as suas inúmeras exposições a... er... tentação, que são páreo duro para Carlisle no quesito autocontrole. Claro que foram necessárias várias “tentativas e erros”, mas elas não queriam que aqueles homens que elas gostavam tanto morressem, com a dieta animal, a qual elas seguem... os homens vivem.

Edward agora entendia o incômodo de Bella, percebeu que não era preconceito pelo... estilo de vida delas, era mais incômodo pela parte tão liberal.

–E Eleazar e Carmem?

–Bem... eles não fazem parte dessa lenda, Eleazar e Carmem são bem pacíficos, eu e Carlisle achamos que se eles não tivessem encontrado o clã de Tanya, eventualmente achariam outro jeito de sobreviver sem sangue humano.

O assunto morreu aí, Edward percebia que Bella não iria abrir a boca pra falar mais nada.

–Por aqui – apontou Bella na direção de uma estreita trilha no começo de uma floresta.

No final tinha uma construção com um estilo bem antigo os detalhes não eram de uma cultura que Edward reconhecesse.

–É russo – explicou Bella – as irmãs Denali originalmente são de uma cidade que hoje é chamada de Moscou. Eles já devem ter nos escutado.

Ambos já conseguiam ouvir a movimentação dentro da casa.

A pesada porta de madeira se abriu revelando uma mulher de estatura mediana cabelos marrom escuro, a pele era levemente morena se desconsiderasse a palidez da espécie. Ela sorria.

–Bella, como é bom revê-la! – as duas se abraçaram.

–É muito bom revê-la também, Carmem. Ahm... esse é Edward.

Depois das apresentações, Carmem os levou para dentro da casa.

–Bella – três vozes femininas distintas exclamaram deliciadas. Bella parecia constrangida. Ao mesmo tempo em que três mulheres praticamente quicavam sala adentro e se jogavam em Bella.

–Tanya, Kate, Irina. É bom vê-las novamente.

–AH! – uma delas exclamou revirando os olhos dourados, o cabelo também estava solto, era extremamente liso, loiro platinado – você é sempre tão formal! – reclamou se jogando no sofá de forma teatral.

–Irina tem razão, e observe bem que nós nascemos em épocas mais “conservadoras” que você – escarneou outra loira. Ela estava com o cabelo loiro, um pouco mais escuro que o da irmã, preso em um coque que em algum momento passado parecia ter sido elegante, várias mechas bagunçadas, como se tivesse acabado de correr.

–Vamos, vamos, Kate e Irina, parem de implicar com Bella! – exclamou a última, esta tinha o cabelo cacheado solto, era um loiro arruivado.

–Er... obrigada Tanya – murmurou Bella – ahm... este é Edward.

Este estreitou os olhos para Bella que sorriu amarelo. Edward sabia que Bella só estava tentando tirar o foco dela e passá-lo para ele. Deu certo. As três mulheres voltaram a cabeça para ele, o movimento foi tão sincronizado que pareciam até a mesma pessoa.

–Uh-lá-lá! – cantarolou Irina. Tanya e Kate estavam começando a sorrir, os olhos dourados ganhando certa malicia.

–Hmmm, a que devemos a honra de tê-lo em nossa casa Edward – Tanya cantou seu nome.

–Ahm... Bella pôde explicar-se melhor do que eu.

–Hmmm. Gostaríamos de ver Eleazar.

–Ora Bella, Eleazar está fora caçando – respondeu Kate.

–Ele demorará?

–Não muito, provavelmente. Ele já saiu faz algumas horas – respondeu Tanya se divertindo. Bella levantou uma sobrancelha.

Tanya, Irina e Kate eram parecidas na aparência, mas realmente não dava para dizer com 100% de certeza que eram irmãs. Todas tinham mais ou menos a estatura de Bella, mas eram mais corpulentas, pareciam ter sido transformadas lá pelos vinte e tantos anos. Se Edward achou as atitudes de Bella mais ousadas do que em sociedade, ele ainda não havia visto nada.

–Então... como se conheceram? – Irina instigou, empurrando Edward e Bella no sofá.

–Como? – Edward perguntou perdido.


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Notas finais do capítulo

hehehe, proximo cap vai demora (nem comecei) hahahahabjusss =*