A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 31
Como o Planjeado.


Notas iniciais do capítulo

eu vou tentar ver o assunto sobre romance... minha sempre disse que eu sou meio seca... yep, se tiverem alguma sugestão eu agradeço, não sou muito romântica, haha



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Capítulo 31 – Não como o Planejado.

2003...

Ainda em agosto...

Reserva de La Push...

Conselho de Anciões.

-O que vamos fazer?

-Soube que dessa vez são 8.

-A situação é perigosa.

-Pare de dizer o óbvio!

-Será que eles se lembram do tratado?

-E quanto ao líder deles?

-Ele é o novo médico no hospital de Forks.

-Isso quer dizer que eles planejam ficar.

-...Cedo ou tarde precisarão se alimentar.

La Push possuía três anciões. Billy Black, com quase 53 anos, possuía uma vasta cabeleira negra, a pele escura de seu rosto marcado por várias rugas, mas sua voz era forte e grave, seu corpo ainda com um porte impressionante da juventude fora confinado à uma cadeira de rodas por causa de complicações na diabetes.

        A aparência de Henry Clearwater e sua voz mostravam claramente a idade de pouca mais de 55 anos. Seus cabelos brancos iam até o queixo em uma linha reta. Henry tinha um coração fraco, mas isso não o impedia de ir com seus amigos e fazer todas as coisas que quisesse.

        Por fim “velho” Quil Ateara. Na verdade ele seria o pai do atual membro do conselho de anciões, mas um acidente de barco tirou a vida do filho e ele retomou o “cargo” sendo o membro mais velho com 63 anos. Seu cabelo era completamente branco em contraste com sua pele cobre e olhos negros. Um homem de aparência frágil e voz fina era tio de Billy.

Os três eram descendentes diretos da última geração de lobos, tendo testemunhado a transformação de seus pais ou avôs sabiam que as lendas eram verdades... todas elas, incluindo a dos Frios.

Com a volta do maior grupo de todos eles, era clara a aflição nos rostos antigos.

-Assumindo que eles se lembrem do tratado, se algum deles matar um humano então revelamos o segredo.

-Vamos correr o risco?

-Antes era diferente. Tínhamos três protetores e com esse grupo maior, o número aumentou ainda mais, como nunca tínhamos visto. Até o corpo de um dos jovens perceber o perigo e chegar a idade apropriada ou ter um acesso de raiva, não temos muito que fazer.

Todos estavam apreensivos, tinham família, amigos e filhos para cuidar.

-Então está decidido.

Billy não se sentiu muito feliz com tudo isso, nunca acreditara na versão açucarada de seu avô sobre os Cullen. Ephraim Black contara como aquele grupo em particular nunca caçavam humanos, mas Billy não estava disposto a arriscar.

Junho de 2004

Sam Uley estava correndo pela floresta. O rapaz de 17 anos era um jovem homem relativamente feliz. Tirava boas notas, tinha bons amigos, uma boa mãe e uma namorada que era linda, divertida e inteligente. Era responsável e maturo, seu pai, Joshua Uley deixou a ele e a sua mãe quando Sam ainda era muito pequeno, mas isso não o atrasou de nenhuma maneira, assumiu grande parte das responsabilidades da casa e se tornou, em sua opinião, um bom homem.

Então porque estaria correndo no meio de uma floresta como se sua vida dependesse disso? No momento não parecia com esse rapaz, nem sequer parecia humano. Correndo em enormes quatro patas, o grande corpo do lobo estava coberto por músculos sob pelo preto.

Teria ele enlouquecido? O que estava acontecendo com ele?

Uma semana depois, quando não conseguia se manter em pé, adormecera sobre uma árvore, quando acordara quase chorou de alivio ao ver dias pernas e polegares opostos.

-Mas o que aconteceu? – sua mãe, Allison e namorada, Leah Clearwater não paravam de perguntar. Mas o que poderia responder? Estava mais que apavorado, será que estou louco? Se perguntava constantemente.

Sam estava mais do que convencido disso. Depois de um tempo a mãe parara de perguntar apesar de ainda mandar muitos olhares preocupados em sua direção, Leah, sua namorada há quase três anos o apoiava bastante, mas estava igualmente curiosa e preocupada.

-Eu só quero saber o que acontece com você, como posso ajudar se você não me diz o que há de errado?

Leah Clearwater era indiscutivelmente linda. Seus longos cabelos negros, pele acobreada e espessos cílios lhe conferiam o tipo de beleza exótica que não se via todo dia, Sam se sentia com sorte por tê-la, mas como explicar que pensara que havia se transformado em um lobo? Estava tentando se convencer de que fora tudo um pesadelo.

Algumas semanas depois, Allison recebera a visita do Velho Quil.

-É bom vê-lo novamente, Sr Quil – cumprimentou a moça. Allison sempre tivera muito respeito pelos anciões, apesar de achar que eles eram um pouco supersticiosos, era inegável que possuíam grande conhecimento da origem dos Quileutes e a história da tribo.

-Igualmente, Allison. Como vai Sam?

-Vou chamá-lo, por favor, entre, gostaria de algo para beber?

-Não, não obrigado, só estou de passagem, queira ver como andam as coisas por aqui – respondeu amigável enquanto se sentava no pequeno sofá.

-Querido? – bateu na sua porta.

-Sim, mãe? – respondeu abrindo um pouco sonolento.

-Sr Quil está aqui – Sam odiou o olhar preocupado que sua mãe lhe deu antes de ir para a sala.

Suspirou. Não queria a mãe assim. Mas o que podia fazer? Estava começando a ter pesadelos o mesmo lobo preto o encarava a todo momento.

-Ah, Sam, vejo que está b... – Velho Quil parou de susto. Seu rosto inteiro pareceu inchar. Seus olhos enormes como pratos, a face de repente pálida em surpresa, sua mandíbula estava prestes a se perder pelo chão a qualquer momento.

-Senhor...? – Sam chamou meio confuso. Allison estava igualmente perdida.

-Oh, s-sim. Me desculpe. Só me pegou de surpresa. Vejo que cresceu bastante, não?

Pela expressão de Sam, Velho Quil não o enganou nem por um segundo, mas sua mãe relaxou visivelmente e começou, animada, a contar como quase conseguia ver Sam crescendo a todo instante.

Contudo Velho Quil não parecia estar prestando atenção. Seus olhos negros estavam presos em Sam o tempo todo, o deixando muito desconfortável, a expressão meio perdida, como se estivesse se lembrando de algo.

Assim que percebeu que Allison havia acabado de falar sobre o estirão repentino de Sam e como ganhara tantos músculos, Quil se levantou estralando algumas juntas.

-Bem, Allison, foi ótima lhe ver de novo. Será que posso pedir Sam emprestado por algumas horas essa noite?

O rapaz petrificou. E agora? Será que iriam puni-lo por causa do seu estranho comportamento, já havia assistido há vários filmes policiais e o acusado era sempre inocentado quando descobriam que era algum problema mental... no mínimo reduziam sua pena.

Meio confusa sua mãe lhe jogou aos lobos. Mais tarde iria bufar a ironia do próprio pensamento. Contudo não iria recusar, assim como a mãe, Sam respeitava os anciões.

Quil imediatamente ligou de sua casa para Billy Black e Henry Clearwater. Aconteceu o que já previram.

-Eu os chamei aqui por um motivo. Sabíamos que isso iria acontecer, mas não sabíamos quem seria o primeiro – começou Quil meio apreensivo, um olhar de entendimento se passou pelos olhos antes confusos de Billy e Henry.

Não houve muito tempo para explicar muita coisa para seus amigos, tinham que arranjar o assunto com calma e discrição tanto quanto possível.

-Sam, você, assim como a grande maioria da tribo já sabe sobre as lendas sobre os homens-lobos... – Henry continuou.

No início se sentiu aliviado, quase tanto quando acordou humano novamente, ao saber sobre toda a verdade. Se sentiu aliviado que havia uma explicação... não exatamente lógica, mas uma explicação para o que havia acontecido com ele. O confortava saber que havia pelo menos três pessoas que sabiam a verdade e sobre o que estava passando o confortava.

-Você tem de entender... outros também se transformarão com o tempo, assim que atingirem uma idade apropriada, no geral entre 16 e 18 anos, às vezes mais cedo – instruiu Billy.

-Terá de guardar segredo sobre isso, quase ninguém fora de La Push sequer conhece as lendas e uma grande maioria da própria tribo pensa nelas apenas como mitos – continuou Velho Quil.

-Também deve saber que as lendas sobre os “Frios” são verdadeiras. Vampiros são reais e moram há apenas alguns quilômetros daqui. É por isso que você se transformou. A presença dos vampiros estimula a transformação do lobisomem, logo haverá uma matilha, grande o bastante para enfrentar os vampiros de frente, provavelmente mais de 9 – concluiu Velho Quil.

-Sentimos muito, mas nenhum de nós jamais se transformou, por isso a parte de virar lobo e voltar ao normal é algo que terá de aprender por si só – Billy pareceu verdadeiramente arrependido. Por isso Sam tratou de dizer que a ajuda que estava recebendo já era mais que suficiente.

Nunca iria contar a Billy ou quaisquer um dos outros anciãos o que realmente achava: ser lobisomem não era muito melhor do que ser louco. No entanto faria sua obrigação, protegeria a tribo com sua vida. Em sua mente só conseguia imaginar uma horrenda criatura de caninos alongados e olhos demoníacos enquanto suas garras feriam aqueles com quem se importava, feriam inocentes e pessoas que tinham mais sorte que ele, que estavam felizmente ignorantes ao fato de que suas vidas eram repletas de criaturas sombrias com força o bastante para acabar com suas vidas no simples ato de balançar o pulso, sendo ele próprio uma delas.

A ideia o fazia quente, o corpo todo tremia com a raiva. Não permitiria aquilo, os anciões explicaram o tratado com os Cullen, mas não baixaria a guarda por nada, talvez não fossem os Cullen a atacar algum inocente e Sam estaria pronto.

Seu sangue gelou ao pensar em sua mãe. Doce, preocupada, tentando ocupar o lugar que Joshua tão brutamente abandonara; pensara em seus colegas de classe, despreocupados, felizes, planejando o futuro; pensara em Leah...

Leah... como contar para a garota que você ama que agora você era uma das criaturas que ela via em filmes de terror. Não é como se alguém já produziu algum filme no qual lobisomens são bichinhos fofinhos da floresta. Segundo, mesmo que Leah tivesse mente aberta, Sam duvidava que ela sequer acreditasse no absurdo de tudo isso, afinal ele mesmo nunca pensou mais das lendas do que simples mitos, seria meio hipócrita da parte dele tentar fazê-la acreditar em algo que ele também não acreditava até dar um soco na sua cara.

Os anciões pareciam temer a relação dos dois, não por causa do segredo ou qualquer do gênero, mas pareciam ter medo por eles. Aconselhavam que terminasse o namoro, Sam não entendia e sequer tentava, amava leha mais do que tudo, porque terminaria?

Mas a relação estava meio complicada.

-O que está acontecendo? Por que está agindo desse jeito? Pelo que entendi agora você  parece mais calmo, porque não me fala alguma coisa?

Leah exigia respostas que Sam não tinha como dar.

A garota respirou fundo.

-É algo... que você sabe que vai me deixar chateada? – ela perguntou tensa e meio hesitante e logo Sam sabia o que ela deixara subtendido.

-Leah, eu te juro que não é nada ilegal e que não há ninguém, nenhum mulher entre nós, eu te prometo – e lhe beijou ternamente. Por favor me perdoe.

Muitas vezes o lobisomem pensava em lhe contar a verdade, porém sempre havia algo que o impedia. Talvez lealdade aos anciões que o ajudaram tanto? Por saber que Leah jamais acreditaria?

 -Sam, me desculpe lhe incomodar assim tão tarde da noite, mas precisamos de sua ajuda – Billy Black bateu em sua porta no meio da madrugada algum tempo mais tarde.

Jared Cameron não havia voltado para casa aquela noite. Sam sabia o motivo. O encontrou vagando desesperado no meio da encosta.

Argh! O que está acontecendo?

Calma, Jared! Sou eu, Sam Uley.

Uley...? – Jared já era amigo de Sam fazia algum tempo, apesar de ser mais novo, Jared era colega de Sam.

Eu vou lhe explicar tudo, mas preciso que se acalme um pouco.­ – pela primeira vez Sam estava compartilhando os pensamentos com outro membro da matilha que logo surgiria, era meio desnorteante e um pouco assustador para ser sincero.

Nem uma semana depois Paul Lahote também teve havia se transformado. Quando de repente Paul começou a andar em companhia de Sam e Jared as pessoas começaram a comentar.

Jared já era amigo de Sam, mas Paul tinha seu próprio circulo de amizades, então a mudança atraiu atenção das pessoas que começaram os boatos de gangue, seita e por aí vai.

Paul causou outro contra tempo. Ele tinha um temperamento muito instável e constantemente se transformava graças aos seus ataques de raiva, Sam precisava fazer vigilância constante. Mas era incrivelmente mais fácil para Jared e Paul, Sam estava lá para guia-los.

Por um tempo, fora o relacionamento meio turbulento com Leah, as coisas pareciam normais... tão normais quanto elas podiam ser. Mesmo Allison se acalmou um pouco ao perceber que o filho andava em companhia principalmente dos anciões, se qualquer coisa, ao menos a moça sabia que Sam estava em boas mãos.

-Sam! – Leah corria em sua direção, Sam parou e a abraçou com um beijo ignorando as zombarias de Jared e Paul um pouco mais à frente.

-Alguma coisa aconteceu?

-Não, não. Meus pais estão fazendo um churrasco e queria que você fosse, minha prima Emily vai estar lá também.

Sam apenas assentiu, havia visto Emily em inúmeras ocasiões, era a melhor amiga de sua namorada afinal, ficava grato que Leah tivesse uma boa amiga como Emily.

-Ok, então te vejo no sábado ao meio dia, tá bem? – perguntou entusiasmada. Emily era como uma irmã para ela e não era nada incomum que a prima de segundo grau a visitasse.

-Te vejo lá, Lee-Lee – e com mais um celinho se despediu da namorada risonha.

Assim que estava mais para dentro da floresta e com um tremor, estava em quatro patas.

É... isso não foi nem um pouco meloso – comentou Paul com uma versão de sorriso afetado em seu rosto canino.

Ow Sam, só o pelo é preto, o coração de ouro, certo?  - Jared latiu uma risada.

Revirando os olhos o enorme lobo preto deu uma dentada de brincadeira nas canelas dos lobos castanho e cinza escuro.

Vamos lá, percorrendo o perímetro de La Push, tenho de mostrar a linha que limita o território dos Cullen.

Com isso os outros dois lobos ficaram mais sérios. Era hora do trabalho.

Esse era o último momento de relativa normalidade que Sam Uley iria viver. Depois desse fim de semana, sua mente nunca mais seria a mesma.

Março de 2005...

La Push.

Mais uma vez corria pela floresta, completamente desembestado e ignorando os chamados de seus companheiros. Raiva, culpa, ódio, dor, mais raiva... estava tudo misturado, tinha certeza de que derrubara algumas árvores que nem se importara em desviar.

Não se importava com mais nada. Naquele momento sentia verdadeiro ódio se espalhando por suas veias. Era tudo culpa dos vampiros! Dos Cullen!

Eles o transformaram nesse monstro tanto por fora quanto por dentro!

Eles o transformaram nesse traidor mentiroso!

Eles o transformaram na pessoa desprezível que quebrou todas as promessas que fizera a Leah Clearwater!

Eles o transformaram nessa criatura horrível que só consegue trazer sofrimento!

Eles o transformaram no monstro que deformou o rosto de Emily Young!

Foram eles!

Não agüentando mais jogou a cabeça para o alto, as orelhas achatadas contra o crânio uivou alto o bastante para toda Washington ouvir.

O rapaz de 18 anos era um jovem homem relativamente feliz. Tirava boas notas, tinha bons amigos, uma boa mãe e uma namorada que era linda, divertida e inteligente. Era responsável e maturo, seu pai, Joshua Uley deixou a ele e a sua mãe quando Sam ainda era muito pequeno, mas isso não o atrasou de nenhuma maneira, assumiu grande parte das responsabilidades da casa e se tornou, em sua opinião, um bom homem.

Infelizmente um pequeno acesso de raiva destruiu tudo. Interferiu na vida escolar, no grupo de amigos com quem se relacionava, no relacionamento com a mãe e com a namorada.

Nada havia saído como o planejado!


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