A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 27
Alice


Notas iniciais do capítulo

poucos reviewsssss......



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Capítulo – Alice.

1920...

Lugar Desconhecido...

De um pulo, quase como se tivesse recebido um choque, estava de pé. Usava uma camisa que se assemelhava a um avental hospitalar e calças de mesmo tecido, sua expressão nada revelava, seus olhos vermelhos sangue sequer pareciam analisar a floresta em que se encontrava, em vez disso, eles pareciam meio desfocados, como se ela estivesse pensando muito profundamente.

Em sua mente via um homem.

Era alto, cabelo loiro e liso que chegava a queixo, carregava uma expressão meio sombria, mas era indiscutivelmente lindo. Havia várias cicatrizes no rosto, mas a pequena garota achava que lhe conferia um charme exótico.

Jasper Withlock.

Quase um sussurro, uma voz surgiu do que parecia ser do nada.

Antes que pudesse pensar um pouco mais outra imagem lhe apareceu.

Era outro homem também louro, mas as semelhanças paravam nisso. Enquanto o anterior possuía uma olhar meio abatido e sombrio esse tinha uma expressão serena e olhos sábios.

O primeiro louro era um homem jovem, não mais do que 20 anos, já o segundo podia passar por alguém de mais idade. A diferença mais proeminente são os olhos. Os do primeiro eram pretos, os mais escuros possíveis, os do segundo dourados.

Carlisle Cullen.

O que?

Meu nome é Carlisle, seja bem-vinda.

Desculpe-me, madame. Chamo-me Jasper Withlock...

Seu belo e pequeno rosto antes em branco se quebrou em um sorriso.

Não sabia quem era, mas sabia que ia encontra-los, principalmente Jasper Withlock.

1948...

Filadélfia...

Restaurante Finch’s...

A pequena vampira se remexia, bem mais do que um vampiro deveria, no banco alto do canto.

Estava tão nervosa! Sabia exatamente o que falar e o que fazer para que tudo ocorresse perfeitamente, e não menos do que perfeitamente, mas será que Jasper não chegaria nunca?

Sim, ela também sabia a exata hora na qual o louro colocaria seus pés naquele pequeno restaurante nessa mesma noite, mas bem que os ponteiros do bendito relógio podiam se mexer um pouquinho mais rápido não podiam?

Vinte e sete minutos. Trinta e nove segundos. 867 milissegundos. Finalmente!

A porta de vidro se abre e entra Jasper Withlock.

Suas visões precisavam de óculos. Ele era ainda mais lindo pessoalmente.

Tentando conter a ansiedade, felicidade, excitação e principalmente amor que sentia naquele momento, ela pulou de banco e começou a andar calmamente até ele.

Estava vestindo uma blusa lavanda e uma saia longa preta com pequenos detalhes a bainha, uma sapatilha também preta e um sobretudo não muito grosso estava seguro no seu braço esquerdo. O seu cabelo antes completamente desregulado agora estava em um Chanel ligeiramente espetado, havia alguns fios que simplesmente ficavam apontando para todos os lados, dando certo ar moderno ao penteado.

Jasper congelou e ficou tenso, assim como sua visão lhe alertara, mas sem perder um paço a morena avançou até ficar tão perto quanto dois humanos ficariam para conversar, depois de um momento rápido demais, o ex-soldado possuía confusão no rosto, nunca havia sentido outro de sua espécie ter esse tipo de sentimento. Era alegria, amor, ansiedade. Sem malicia ou raiva. Era completamente puro, sua confusão aumentou ainda mais assim como ficou meio chocado com sua própria reação à fala inesperada da pequenina criatura.

–Você me deixou esperando tempo demais. – a voz era tão angelical quanto sua face, mas Jasper sabia melhor do que se levar por ela, por isso mesmo ficou tão chocado com sua própria reação. No momento em que ela ergueu sua mão, sem pensar, completamente por instinto, o louro ergueu a sua e a pegou.

Ainda meio perdido, respondeu também sem pensar:

–Me desculpe madame.

Mas no momento em que suas mãos se tocaram uma corrente elétrica passou por entre as mãos e, ao contrário de Jasper, a pequena mulher não parecia surpresa, mas estava imensamente feliz e não menos intrigada.

–Er... com licença? – Jasper imediatamente tencionou e parou de respirar.

Uma senhora lá pelos quarenta anos estava timidamente se aproximando, era uma das funcionarias do restaurante se seu uniforme falava alguma coisa.

–Mesa para dois?

–Sim, sim, por favor – respondeu a morena animadamente, mas sem mostrar muito de seus dentes, sabia por experiência que eles não deixavam os humanos muito confortáveis.

Sem deixar a mão de Jasper, ela o puxou até a mesa do canto. Tudo estava saindo como o planejado, a pequena brisa da fresta da janela emperrada estava soprando o cheiro dos humanos para longe assim como ela previra, então Jasper vai estar bem mais relaxado e seguirá a conversa calmamente. Revisara tantas vezes essa cena para que tudo corresse bem, que era quase uma perseguidora. Ew!

–Senh...

–Bom, já que estamos aqui, somente para disfarçar, vamos pedir algo, sim?

–Eu...

–Moça! – e levantou a pequena mão no ar.

–Boa noite, o que desejam?

–Ah sim... – deu uma rápida vasculhada pelo cardápio – quero ravióli de cogumelos ele vai querer o mesmo e dois sucos de laranja.

(N/A – não pude resistir, hahaha).

–Olha...

–Ah, acho que ainda não me apresentei certo? Meu nome é Alice.

Dessa vez Jasper piscou surpreso, ah é verdade, ela ainda não tinha dito o seu nome.

*Flash Back*

1922...

Em algum lugar nas florestas do Canadá...

Alice tinha quase dominado seu dom naquela altura, mas era difícil não ter visões. Como resultado era uma morte humana por ter se distraído, na maioria das vezes. Ela ficava a maior parte do tempo nas florestas, ia à cidades pequenas por roupas, uma atividade que ela realmente estava gostando e algo para se manter atualizada no mundo humano. Quando suas visões se concretizassem teria de estar bem preparada, Jasper já estaria perdido o bastante pelos dois.

Suspirou.

Quando acordou nem sabia quem era, estava se conhecendo e aos poucos conhecendo a um mundo do qual não se lembra e um mundo do qual agora fazia parte. Era complicado, mas valeria à pena.

Um ano depois de ter acordado, conseguiu controle o bastante de si mesma, de aspectos de sua natureza em geral e, assim, de suas visões. Era um controle meio tênue, mas o bastante para forçar uma visão por alguns momentos, mais do que suficiente para ela.

Jasper Withlock fazia parte de um dos bandos do sul, o mais forte atualmente, de uma fêmea chamada Maria. Ele não estava pronto para ela. Não estava pronto para tamanha mudança, mas estaria eventualmente. Primeiro tinha de se encontrar com Peter e mais tarde com Charlotte, precisava saber que havia outras opções além daquela que estava vivendo e, infelizmente, não poderia ser ela a lhe conduzir, Alice estava certa de que não conseguiria levar isso com calma e Jasper precisava de um amigo primeiro.

Então, infelizmente, tristemente, Jasper teria de esperar, havia assuntos um pouco mais urgentes. Como controlar a sede.

Não queria ir à Carlisle sem Jasper, então estava tentando aprender sozinha, na verdade era graças às suas visões que estava se saindo tão bem. Carlisle, Edward e Bella haviam acabado de encontrar Esme e estavam lhe ensinando o autocontrole, com as instruções que Alice captava, ela conseguia por em pratica, não sempre, mas estava melhorando.

Já sabia tudo, pelo menos desde o momento de sua transformação. Edward e Bella acabariam por se casar, fez um bico, queria arrumar a cerimônia, mas as Denali fizeram um bom trabalho e o vestido não seria nada menos que perfeito. Esme e Carlisle também, a cerimônia foi um pouco mais simples, só que não menos bela. Teve breves lampejos de Rosalie e então Emmett.

Sabia que Carlisle era uma boa pessoa, uma ótima pessoa, um verdadeiro pai. Teria de pedir conselhos a ele muitas vezes no futuro.

Bella... Alice se divertiria muito com ela, mas podia ver que ela era muito teimosa. Com tempo ela ia se abrir mais para a as novas adições tinha certeza. Bella e ela seriam inseparáveis, a amaria como a uma irmã.

Com Edward ela compartilharia um laço importante, seria o irmão em que ela poderia contar em todos os tempos. Como ela, ele tinha um dom que não podia “desligar”, não podia controlar quando ouvir os pensamentos. Ele a entenderia. Mas como ele podia ser irritante!

A seguir Esme, ela era a discrição de “mãe”. Amorosa, preocupada, carinhosa. A única mãe que conhecera.

Já Rosalie seria sua companheira de compras, já que, aparentemente, Bella tinha algo contra a dizer sobre isso. Revirara os olhos. A loura podia ser meio insensível e egoísta, mas não era má pessoa, só era uma mulher machucada, e com isso, se tornou raivosa.

Emmett seria sua dor de cabeça. Ele seria o irmão divertido. Companheiro e estaria sempre lá, beeem mais verbalmente do que seria necessário, mas esse era o Emmett. Tão animado e extravagante quanto ela.

Suspirou mais uma vez, se Alice descobrira algo sobre si era que ela não tinha muita paciência.

Estavam juntos a quase um ano e meio. Nesse meio tempo Jasper já estava bem amarrado ao pequeno pulso de Alice. Ela era simplesmente tão cheia de vida. Era difícil para alguém que sente emoções como ele não ser atraído por alguém como ela.

Levou algum tempo, mas alguns meses depois, o ex soldado finalmente reconhecera a emoção pura e maravilhosa que estava sentindo. Era difícil. Depois de tantos anos de carnificina, sangue, raiva, ódio e morte, era difícil reconhecer em si mesmo uma emoção tão bela quanto amor. Além de sua limitação emocional também tinha a física. A sede.

Alice? A pequena criatura já estava apaixonada no momento em que pisara no pequeno restaurante. Jasper era tudo o que ela poderia sonhar e mais. Ele era uma ancora segura, ele era sua ancora, e ela o amava com tudo o que tinha. O observara por anos e finalmente podia desfrutar de sua espera.

A pequena vampira contara a Jasper sobre seu dom, e com o seu próprio o louro sabia que ela não estava mentindo.

Era um dom forte, muito forte, e só ia se fortalecer conforme as décadas forem passando, o que o fez pensar que ela não poderia se aliar a um clã, afinal este iria usá-la.

–Ah, não, mas já faço parte de um, quero dizer vou fazer.

–Como sabe que não vão usá-la? – o louro estava cético, qualquer um iria. Mesmo os Volturi iriam querer recruta-la.

–Por que eles têm seus próprios dons, não sei ao certo quais são, mas acho que tenho uma ideia muito boa de que nenhum deles gostaria de ser usado.

–Alice, você tem de entender, muitos fariam qualquer coisa, qualquer coisa para obter você!

–Mas eles não vão fazer nada disso. Eu já lhe disse como eles vivem, como eles se alimentam.

Oh sim, de volta às limitações físicas, ou seja, a sede. Alice ainda cometia um deslize ou outro, mas em geral ela conseguia manter a dieta dos Cullen muito bem, sendo que seu último humano fora a quase um mês atrás! Dizer que Jasper estava pasmo era eufemismo. Nunca vira nada do tipo, nem mesmo com Peter e Charlotte, e ao mesmo tempo, pensava nas inúmeras possibilidades que isso poderia lhe trazer. A origem da maior parte de sua angustia vinha de suas caçadas humanas.

Era obrigado a sentir tudo o que sentiam, a dor, o desespero, o desejo de viver, o medo. Cada morte o matava um pouco também. A nova dieta o libertava disso, era um extremo alivio, mas muito difícil de se seguir, ainda tinha de se alimentar de humanos em certa base. Mas Alice lhe garantira que levava mesmo tempo para se adaptar, estava otimista, pela primeira vez em quase um século, estava otimista.

1950...

Fort Nelson, Canadá.

Os olhos de Jasper eram um laranja queimado quando ele e Alice se encontraram pela primeira vez com os Cullen, ou quatro deles pelo menos.

–Relaxe, só vamos encontrar Carlisle, Esme, Rosalie e Bella na casa. Emmett e Edward estão caçando.

Ótimo. Seus lutadores estão fora. Isso significa que podiam sair sem muitos estragos.

Como se lesse seus pensamentos, Alice revirou os olhos.

–Mas Bella estará lá e ela é mais velha até que você. Sem contar Carlisle, ele tem quase três séculos de idade. Eu já lhe disse, mesmo com o estilo de vida que eles escolheram, sabem se defender.

Jasper duvidava. A pequena Alice já tinha lhe contado tudo sobre os Cullen. Enquanto ele estava extremamente impressionado com o estilo de vida e controle de cada um deles... talvez não tanto com Emmett, também estava extremamente descrente que um clã tão... fresco, pudesse proporcionar qualquer tipo de proteção. Por Deus! Se o que Alice disse era verdade, e ele aprendera que duvidar de Alice não era lá muito inteligente, quer dizer que eles tinham brigas por causa do que vestiam, e discutiam o que se passava na TV!

Era difícil imaginar um clã desses como sendo forte e perigoso. Mas ainda havia os dons deles para se considerar. Bella e Edward. Ao que Alice dissera, Edward tinha um dom semelhante ao seu, mas não sabia ao certo o que era, não era ver o futuro, mas de acordo com suas visões Edward poderia entende-la como nenhum outro Cullen. Já Bella era um escudo, um dom defensivo, mas que ela mesma tornou ofensivo com a pratica, era bem forte. A vampira, até mais velha que Jasper, gostava de lutar.

Talvez... esses dois sejam a real força do clã. Tudo isso se passou pela mente de texano enquanto passavam de estado por estado. Não ia permitir Alice ser usada como uma espécie de arma, mas também estava desconfortável com a ideia de se unir a um clã que não poderia provir proteção à sua parceira.

Bem, tarde demais. Pensou quando a grande casa surgiu em sua visão. Alice havia roubado um carro no meio do caminho, se tudo ocorresse bem, os humanos estranhariam que tivesse chego sem um carro ou algo do gênero.

Havia quatro, assim como Alice disse. Aquela altura deviam ter escutado os pneus na estrada de pedras que levava até a casa.

Carlisle, o líder, não parecia nada com os líderes de clã que Jasper já havia visto. Sua aparência não dizia mais de uns vinte e tantos anos, mas isso dificilmente era um disfarce. Seus olhos eram tão... calmos. Jasper nunca vira nada igual. A serenidade de sua expressão, a calma de seus olhos falavam sobre séculos e séculos de controle perfeito e uma vida completamente feliz e sem arrependimentos.

Sua parceira Esme, possuía a mesma expressão, talvez menos intensa por causa da idade de poucas décadas, mas com certeza amorosa e ao seu redor havia o tipo de aura que só se vê em uma mãe. Indulgente e ferozmente protetora e preocupada.

Já Rosalie era bem chamativa, seria mais bela se não tivesse uma expressão que indicasse raiva ou nojo constantemente em seu rosto.

Bella não existia, se fosse para fechar os olhos e seguir seu dom, a vampira não existia. Era como se houvesse um grande buraco onde se encontrava a vampira centenária. Mais alta que Alice só que mais baixa que Esme e Rosalie, visivelmente, fisicamente mais nova que as três, só que era só olhar para seus olhos dourados e enormes que era claro que já vira bastante desse mundo.

Um segundo depois que ele e Alice saíram do carro e ficaram às vistas dos quatro Cullen, todos eles sumiram, sejam das visões de Alice seja dos sentidos de Jasper. Demorou um pouco, e ambos os nômades tiveram de semicerrar os olhos, mas então puderam ver com clareza: um domo do que os humanos classificariam como vidro, parecia vidro, transparente só que aparentava ser solido.

Apesar de saber que tanto Alice quanto ele estavam “cegos” se tudo corresse bem, somente com Bella, Alice já estaria segura, isso o fez relaxar um pouco, confiava na parceira, se ela disse que eles não os iam atacar, então confiaria em seu julgamento.

Mas não era assim como se abordava um clã tão grande, reprimiu o impulso de se dar um tapa na cara:

–Olá meu nome é Alice.


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