A Different Point Of View escrita por Justine e Mari


Capítulo 16
Criança


Notas iniciais do capítulo

eu sei que muitos queriam Rosalie e Bella amigas/irmãs desde o início, mas todos temos de concordar que ambas são extremamente diferentes, OPOSTAS e praticamente tudo. as vezes eu peço um help pra minha irma (que quer ser psiquiatra e ja ta facul) pra dar um pouco mais de realismo na historia e não perder o foco. Tipo do nada o personagem muda completamente no meio do bagaço. Eu ODEIO esse tipo de coisa. Mas a Hell (apelidinho carinhoso que eu dei na minha irmã - ela se chama Hellen... hahaha) me deu umas dicas e:
1 - uma pessoa, na maioria das vezes NÃO se dá bem com aqueles que são extremamente parecidos com ela mesma (o motivo não entendi direito)
2 - "opostos se atraem", no entanto diferentes personalidades se repelem (tbm não entendi 100%)
Mas eu escrevi esse cap de acordo com o que eu etendi dessas duas coisas.
O que não foi muito... hahaha
boa leitura
!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146583/chapter/16

Capítulo 16 – Criança.

Assim que Rosalie acordou, foi o inferno na Terra.

Ela, assim que Carlisle terminara de se explicar, começara a berrar, xingar e proclamar maldições.

Edward se mantinha estático como uma estátua, mas a raiva estava evidente em seu rosto.

Esme tentava acalmar Rosalie enquanto esta gritava com seu marido.

E Bella... bom, depois de entregar um dos vestidos de Esme para que Rosalie pudesse vestir, ela ficou ouvindo a confusão dentro de sua casa sentada no telhado mais alto.

Agora ela entendia o motivo de não ter sentido nada na hora que soube de toda a história.

Bella simplesmente era indiferente a Rosalie. Não sentia absolutamente nada pela loira. Nem simpatia ou aversão. Nada.

Claro, sentia preocupação. Mas era pelo risco de se exporem, afinal agora estavam em cargo de uma recém nascida. Sentia certa irritação, mas era pela falta de cautela de Carlisle.

Agora a voz irritada de Edward se juntara a de Rosalie.

Suspirou. Aparentemente Rosalie estava indo um pouco longe demais ao insultar Carlisle.

De todos eles, Carlisle sempre fora o mais sensato. Esme se deixava levar demais pela emoção e Edward era tão frio e racional que havia vezes que se esquecia dos sentimentos das pessoas, já Bella sempre foi o meio termo. Se preocupava com o bem estar físico, mas não tanto a ponto de desconsiderar suas emoções.

No entanto, nesse momento parecia que ela tinha trocado de papel com Carlisle.

Com um grunhido de insatisfação pulou do teto e em menos de um segundo já estava entre Rosalie e Edward.

Edward voltou imediatamente em uma posição rígida e ereta, que antes estava meio agachada em posição de ataque assim como Rosalie que com o choque de “do nada” a “menina” estar a sua frente se assustou e recuou vários passos.

-Quem você pensa que é? – se recuperara o bastante do choque para começar outra enxurrada de maldições em direção a Bella Cullen.

Bella, que até então estava olhando para a parede oposta, de lado tanto para Edward quanto para Rosalie, se virou para a loira que se calou instantaneamente.

Os olhos da mais nova fisicamente dos Cullen estavam gelados. Não era o tipo de frieza que se via quando alguém estava tentando ocultar algo, ou quando alguém estava bravo com você. Era o tipo de olhar que podia dar calafrios e lhe fazer implorar para desviar o olhar. Era insuportável, ainda mais para Rosalie, ter um olhar desses direcionado a ela.

O tipo de frieza que não possuía nada. Nem um tipo de sentimento, nem negativo nem positivo. Como se ela fosse capaz de vê-la morrer ali mesmo e sair andando como se nada houvesse ocorrido.

-Cale-se. – a voz estava baixa e tinha aquele tom agourento que Rosalie daria a um fantasma.

Carlisle e Esme assistiam a tudo meio preocupados, a loira estava certa, Bella só agia daquela forma quando não se importava nenhum pouco com o destino daquela pessoa.

Edward encarava a tudo com uma indiferença que quase se comparava a de Bella.

-Nesse momento, por mais que você não queira, você é responsabilidade de nossa família. Sei que tomamos uma decisão difícil demais e que não deveríamos tê-lo feito sem o seu consentimento.

Carlisle se espantou. É claro, a decisão de um afetava a todos, e sempre tratavam essas situações como se fosse uma decisão tomada por todos igualmente, no entanto não esperava que Bella agisse de forma mais racional que ele mesmo. De fato, em casos nos quais a família se deparava com outros vampiros, ela nunca foi de impor muito sua própria opinião.

Não por falta de oportunidade e sim porque sua filha nunca ligou o bastante com nada desse tipo para ter uma opinião.

Então porque agora?

Olhou novamente para a loira que estava igualmente espantada e muda.

-Vocês não tinham esse direito – sussurrou enfurecida.

-Sabemos que não. Mas agora você tem de entender que não pode mais continuar com a vida que tinha antes. É doloroso eu sei, mas já não pode ver mais aqueles que faziam parte de sua rotina.

-Quem você acha que é para me dizer tudo isso? Se eu quiser eu posso muito bem...

-Não, não pode! – dessa vez a voz de Bella aumentou – Se você os vir no seu atual estado, vai se descontrolar e acabar os matando para saciar a sede.

Os olhos de Rosalie se arregalaram.

-Eu quero a minha vida de volta.

-Só que não pode tê-la. Sinto muito, sei que estou agindo de forma extremamente insensível e peço perdão por tudo o que esta acontecendo com você, mas o mais cedo que a senhorita se acostumar à idéia, menos doloroso vai ser.

“Não estou lhe pedindo para gostar disso tudo. Mas se você continuar a negar essa realidade, mais dor terá de suportar a longo prazo”.

Bella esperou até que a expressão de Rosalie passou de enfurecida a resignada.

“Agora você precisará caçar...”.

Bella e Edward eram os mais indicados para “tomar conta” de uma recém criada como Rosalie.

Edward podia detectar quando algum humano se aproximava demais dos sentidos de Rosalie e Bella podia impedir seus movimentos.

Esme ficaria para reorganizar todas as papeladas, a casa e todo o resto para a estadia estendida da família. Aparentemente os Cullen ficariam por mais tempo em Rochester. Seria suspeito demais se a Hale desaparecesse e os Cullen se mudassem alguns dias depois. Carlisle estava indo junto, pois afinal era responsabilidade dele, mais do que a dos outros, supervisionar Rosalie.

Este deu a loira todas as instruções para que ela pudesse caçar.

Edward e Bella observavam tudo um pouco afastados. Edward claramente irritado por estar ali e Bella parecendo entretida com o céu nublado que sempre estava presente em Rochester.

Bella sempre fora muito perceptiva, ela via coisas que as outras pessoas não conseguiam, Edward sempre diz que ela pensa de maneira diferente dos demais, apesar de ele mesmo nunca poder comprovar isso.

Assim, com um movimento meio repentino na corrida compassada de Rosalie a alarmou e já estava correndo na direção da loira com seu marido e pai em seus calcanhares. Os dois haviam percebido três segundos mais tarde, para vampiros, três segundos podia significar vida ou morte.

-Edward? – Carlisle perguntou.

-Sim, dois homens próximos aos limites de Rochester, Rosalie os sentiu quando a direção do vento mudou.

-Edward – Bella censurou revirando os olhos enquanto apertava o passo.

-O que foi? Vai dizer que desde que a garotinha acordou você não tem feito seu máximo para ignorá-la.

Bella não respondeu.

Seu escudo mental já estava expandido em seu máximo, assim que tivesse uma localização precisa da loira, iria prende-la em um de seus escudos.

Vários animais se eriçavam e fugiam assim que passavam, o movimento da floresta diminuía conforme avançavam o que facilitava o trabalho de Bella.

Finalmente a sentiu dentro de seu escudo e pôde prende-la onde estava.

Quando chegaram ao local onde Rosalie tentava a todo custo quebrar a barreira de Bella, Edward bufou enquanto Carlisle tentava acalmar a Hale.

Realmente era uma sorte Bella ter aprendido esse truque, antes ela podia proteger qualquer que estivesse dentro de seu escudo, mas não podia prender ninguém dentro dele.

-Há alguns cervos pastando um pouco mais ao leste, longe o bastante para que nenhum cheiro da cidade chegue a Rosalie – informou em tom entediado – hmmm, eles estão se afastando a sudeste, com todo o nosso movimento eles se assustaram.

Sentiu a manada enquanto corriam atrás de Rosalie, vários pontos brilhantes e quentes em seu escudo, pelo seu formato e modo como estavam se deslocando, Bella tinha certeza de que eram cervos.

Levaram Rosalie ainda ensandecida para lá onde ela dizimou os pobres cervos.

-Mais! – exigiu quando drenou completamente o último.

-Se formos mais longe podemos acabar em território de outros vampiros – alertou Edward.

-Sei disso. Rosalie, temos de recuar um pouco, há outras presas mais próximas de nossa casa – Carlisle estava dando duro para que a loira ficasse mais a vontade.

Além dos oito cervos, a Hale havia acabado com o sangue de dois alces e um urso. Os outros três Cullen estavam ficando preocupados, Rosalie estava deixando se levar demais pelos instintos, se toda a vez que forem caçar ela matar tanto quanto agora, sua humanidade vai se perder gradativamente.

Carlisle teria de agir rápido.

-Que bom que voltaram, queridos – exclamou Esme na entrada da residência dos Cullen.

A boca da recém nascida estava completamente aberta, na pressa para acabar com a horrível queimação em sua garganta, não havia reparado na monstruosa mansão em que os Cullen viviam.

Era tão extensa! Perto disso tudo, a grande propriedade dos King parecia um casebre mal reformado...

Os King...

-Esqueça – ordenou Edward em um tom imperativo e aborrecido – a essa altura já deve ter percebido que as lembranças humanas são embaçadas em pouco visíveis, como se você tivesse dificuldade para lembrar, de certa forma é isso mesmo. Tudo o que você vivenciou antes foram coisas que você viu com olhos fracos e uma memória péssima, agora que finalmente está realmente vendo e ouvindo com total clareza, é difícil se lembrar de situações vividas com aqueles sentidos tão fechados.

-Que relação isso tem com... – começou a loira enfurecida mais uma vez.

-É possível preservar algumas lembranças humanas. Constantemente pensando nelas, algumas ficam mais claras com o passar do tempo. Rosalie, se você ficar pensando e tentando se lembrar demais de tudo aquilo, aquelas serão as únicas lembranças que você terá de sua vida humana. Você quer isso?

E deixou a sala de estar onde Rosalie ainda estava tendo um ataque de raiva.

Suspirou enquanto ouvia Esme tentando acalmá-la.

Cuidar da pestinha vai ser muito mais desgastante do que havia pensado e Edward já era pessimista.

Rosalie estava uma completa confusão. Bella e Esme haviam pegado algumas das roupas na casa da loura, somente para ela ter o que vestir enquanto não arrumavam algo. O que a deixou ainda mais brava. Afinal as duas Cullen haviam ido a sua casa quando nem ela mesma podia fazê-lo.

E novamente a dita cuja estava berrando com Carlisle.

Na sociedade da época, Rosalie Hale já era considerada adulta, a data do casamento já havia até passado, mas em muitos aspectos, ela era perfeitamente classificável como “recém nascida”.

Uma perfeita criança...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!