Meu Amado Seboso escrita por paddyblack, maribocorny


Capítulo 7
Presente (antecipado) de Natal


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo é da paddy



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 - Tem certeza? – Lilian perguntou, insegura mais uma vez.

- Não acho que seja seguro K. – completou a garota que sempre estava junto com ela, a quem descobri ser Cristal Capelle.

- Está tudo bem, o natal não é algo que minha família leve muito a sério, sabe… e eu posso aproveitar esse tempo pra estudar um pouco mais. – Eu disse sem convicção. Sou uma péssima mentirosa. Não podia dizer que, na verdade, tinha medo de ir para casa.

- Na minha casa meus pais não se importariam de ter mais uma convidada. Talvez Petúnia implique um pouco, mas nela se dá um jeito. – disse Lilian.

- Obrigada, Lily, mas prefiro ficar aqui mesmo, terminando umas tarefas. Além do mais os ‘opressores’ irão para suas casas também…

- Sev, você ainda não está pronto? Temos que pegar o trem em cinco minutos. – Senti meu sangue se acumular todo em meu rosto, apenas de ouvir o nome dele. Fiquei dura, apenas ouvindo a voz dele se aproximar e o vulto parar ao meu lado.

- Não vou para casa de novo Lily. – ele disse com um tom diferente na voz.

- Bem, acho melhor irmos, ou perderemos o trem. – sugeriu Cristal a Lily.

- Ok, Feliz natal a vocês. – então veio a parte dos abraços e depois elas correram para as carruagens.

- Por que você não é assim com todos, Severo? – pensei em voz alta enquanto via as carruagens partirem.

- Quem pensa que é para dizer como devo ou não ser com as pessoas? – disse ele seco.

- Desculpe. – eu sai correndo sentindo a garganta queimar com o choro entalado e com as lagrimas forçando para sairem dos meus olhos.

Corri sem direção e só percebi quando cheguei ao banheiro, entrei em uma cabine e me deixei desabar. Chorei por não conseguir ser alguém para ele, chorei por ser rejeitada por meu pai e chorei por nem ao menos ter recebido uma carta da minha mãe.

- Por que está chorando? – perguntou uma voz feminina.

- Não é nada. – respondi limpando os olhos, não queria descarregar meus fardos em ninguém.

- Deve ser por algum menino.

- Em partes, mas como você sabe? – eu abri a porta da cabine e dei de cara com uma fantasma sentada na bancada da pia.

- Sempre é. - A fantasma sorriu. - Sou Murta, me chamam de a Murta-que-geme.

- Eu sou Kassandra. – disse ainda atônita.

- Então, quem é o felizardo? – ela perguntou.

- Acho melhor….

- Ninguém saberá, queridinha, será um segredo só nosso. – ela disse sorrindo.

- Acho que…

- Kassandra. – ouvi a voz dele seguida de batidas e fiquei muda na hora, segurando minha boca com as mãos e evitando até mesmo de respirar muito forte. – Kassandra, eu sei que está aí.

Eu vi um sorriso malicioso se formar nos lábios da Murta enquanto eu pedia silenciosamente para ela ficar quieta.

- Ela está aqui bem na minha frente. – ela disse em alto e bom tom. A porta se abriu e vi Severo colocar a cabeça para dentro do banheiro me olhando com a mesma expressão de sempre.

- Está me atrasando. Não queria estudar? Vamos.

Eu saí do banheiro surpresa, esquecendo-me completamente da Murta.

- Estudar? Vai mesmo me ajudar?

- Sim, falei com o Professor Filtrwick, ele me disse que suas notas em DCAT estão baixas. Acho qque precisa de ajuda nisso né?

- Sim… preciso. – disse um pouco embaraçada.

- Vamos. – ele me pegou pelo pulso e praticamente me arrastou até os jardins. Tudo estava vazio lá.

- Por hoje chega. – disse ele guardando a varinha nas vestes. – Você está indo bem, se continuar assim, em menos de dois meses será a melhor aluna de sua classe.

- Obrigada. – respondi sentindo o rosto corar.

- Amanhã iremos estudar poções. – disse ele começando a andar de volta para o castelo.

- Ok. – eu disse correndo para seguí-lo. – Er… posso perguntar uma coisa?

- Vá em frente.

- Por que não foi passar o Natal com a sua família?

- Meus pais estão brigando. Meu pai não me aceita muito bem …

- Hm. Nossas histórias são um pouco parecidas. Meu pai também não aceita o fato de eu ser bruxa.

Ele riu, e lembro de ter pensado que aquela devia ser a cena mais perfeita e a que eu mais queria ver em toda a vida.

- É engraçado pensar que trouxas não nos aceitam e gente do nosso tipo também não. – sim, o humor dele era estranho.

- Mas você não é nascido-trouxa… É?

- Meu pai é trouxa, sou um mestiço. – ele disse com um pouco de animosidade. - Se contar para alguém, eu te dou de alimento para trasgos. - Ele acrescentou com um olhar severo.

Fiquei algum tempo em silêncio, digerindo a ameaça.

- Severo? Podemos jantar juntos? – Eu perguntei. Logo depois de ter dito queria poder voltar atrás, ele ficaria brabo…

Acho que o peguei de surpresa, ele me olhou por alguns minutos antes de responder.

- Mas, nossas mesas... não são as mesmas.

- Eu sei, mas como agora não tem muitos alunos, eu pensei que…

- Oito horas na mesa da Corvinal. – Ele me interrompeu e saiu correndo. Pude vê-lo descendo rapidamente para as masmorras, depois saí correndo, esbanjando felicidade, para a torre da Corvinal.


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Notas finais do capítulo

Deixando claro que a Cristal é uma personagem inteiramente minha que amo de paixão!!!