Meu Amado Seboso escrita por paddyblack, maribocorny


Capítulo 4
Enfim, Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo é da paddy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146226/chapter/4

O trem havia parado e eu acabei acordando com um livro em cima do rosto. Pensei duas vezes em sair da cabine. Principalmente depois de ver como a maior parte dos bruxos puros são com os nascidos trouxas…

Mas decidi que era melhor seguir em frente. Peguei minhas coisas e levantei com toda a coragem que consegui reunir naquela hora, o que, diga-se de passagem, não era muita.

A tropa de alunos ansiosos por um novo ano em Hogwarts estava na minha frente. A fila andava devagar, e na minha frente estava todo aquele empurra-empurra. Uma ótima hora para pegar o livro novamente não? Até que seria, se eu não estivesse descendo a escada e errasse o pé.

Fechei os olhos e a única coisa que eu senti foi uma mão ossuda e gelada segurar meu braço. Fui encarar o dono daquela mão. Ele era mais alto que eu e senti meu coração estremecer quando olhei em seus olhos negros tão profundos que poderiam ler minha mente.

 - Cuidado. – disse ele.

- Aí, Ranhoso, já desistiu da minha Lily e está dando em cima das novinhas do primeiro ano? – disse um menino de óculos, que eu descobriria mais tarde ser Tiago Potter.

Eu pude ouvir o garoto bufar, raivoso. Ele então soltou meu braço de um jeito meio rude e eu poderia jurar que vi ele ficar um pouco vermelho. Eu fiquei ali parada olhando-o distanciar-se pisando duro. Mas algo ficou em minha cabeça… Aqueles olhos negros.

- Primeiranistas por aqui. – gritava uma voz gutural me despertando de meus devaneios amorosos pelo meu salvador. Olhei em direção da voz e me assustei ao ver aquele enorme armário cabeludo e que tinha a altura de dois homens e a largura de pelo menos quatro. 

Me apressei em seguir por onde o gigante indicava. Era melhor seguir as instruções à risca que ficar presa ali também, em um lugar onde eu não conhecia nada nem ninguém.

Os alunos do primeiro ano foram colocados em pequenos botes que atravessariam o lago em frente ao Castelo, que eu descobri ser a escola.

A viagem pelo Lago Negro foi estranha e assustadora. A água era realmente negra, não se conseguia ver nada. Um dos alunos foi quase puxado por um tentáculo gigante para as profundezas.

Finalmente quando chegamos ao final saltamos de nossos barquinhos e fomos levados por uma grande porta até um corredor que dava para um grande salão. Fomos acompanhados por ninguém menos que Minerva McGonagall, uma bruxa que eu admiro até hoje.

Os nomes eram chamados por ordem alfabética e quando chegou a letra K eu senti um arrepio na espinha. Ter que passar por aquilo que eles chamavam de Seleção na frente de toda a escola? Senti meus joelhos tremerem e foi como se o resto do mundo ficasse milhares de vezes maior ao mesmo tempo que eu ficava menor ainda do que o que eu realmente era. Não era difícil eu me sentir pequena, considerando que eu sempre fui a menor da minha classe. Segui, mesmo com os joelhos babos, e tentei não olhar muito para os lados. Mas acabei encontrando àqueles mesmos olhos negros que me salvaram da queda na multidão, me fazendo corar dos pés à cabeça.

Depois disso o resto do percurso até a cadeira onde estava o chapéu seletor foi feito correndo.

  Quando a Profa. McGonagall colocou aquele negócio em mim e meus olhos quase foram cobertos. Tive que ajeitar meus óculos para que não caíssem.

- Hum, vejamos… - Ouvi um sussurro no meu ouvido.

- Pela mãe Rússia, isso fala? - Eu pensei.

- Óbvio que falo, mas falo mais dentro da sua mente. Vejamos… Você tem muita sede de conhecimento, não é? Hum… talvez você se dê bem na… CORVINAL.

A última palavra foi berrada, então eu fiquei surda por um segundo ou dois. Então eu vi toda a mesa do meio, a azul e prata, levantar e aplaudir. Eu segui para a mesa deles e sentei ao lado de quem eu descobri ser Ho Chang, um aluno e monitor exemplar.

Os dormitórios ficavam em uma torre. Era tão fascinante ver todos subindo as escadas que eu pensava que só poderiam existir em meus sonhos. Agora tudo era real, ou pelo menos parecia.

Lembro de ter me beliscado discretamente umas três ou quatro vezes para ter certeza de que não era sonho.

As escadas se moviam, exatamente como eu li em Hogwarts, Uma História.

Quando Ho explicava os movimentos sem ordem das escdas, um vulto prateado passou por nós.

- Uma novata sangue-ruim. – gritou ele e em segundos eu estava sendo puxada pela barra do casaco e voando. Logo depois eu me vi caindo até que parei no ar e flutuei em segurança até o chão.

- Ei Ranhoso… Não está cuidando direito da sua namorada. – disse um garoto de cabelos negros, olhos incrivelmente prateados e com a pele mais branca que a minha, que viria a ser Sirius Black.

Enquanto isso, Tiago e um terceiro garoto, Remo Lupin, seguravam as varinhas e me colocavam em segurança, também lançando feitiços contra o vulto prateado do poltergeist, que desapareceu atravessando uma parede.

- Damas gostam de homens gentis e cavalheiros, viu Ranhoso? – disse Sirius. Só então eu pude ver o menino dos olhos negros, saindo pisando firme em direção as masmorras enquanto os outros quatro riam sem parar. Então Sirius virou-se – Não se preocupe, donzela. - Ele disse, fazendo uma mesura exagerada para mim. - Enquanto os Marotos estiverem em Hogwarts, você estará segura.

- Obrigada. – eu disse num só sussurro e então eles, rindo, tomaram escadas diferentes das nossas e Ho apareceu me levando para o dormitório.

Essa foi a primeira das muitas noites passadas no castelo que viria ser a minha amada Hogwarts.

Aqueles olhos negros, no entanto, não saíam da minha cabeça. Naquela época, mal sabia eu da reputação implacável dos olhos de Severo Snape.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!