— Eu não vou, vou voltar pelas escadas mesmo! - falei olhando lá pra baixo, minha cara devia estar uma graça.

— Não mesmo Manu, vamos, nem é tão alto assim. - Lipe disse.

— Nem é tão alto? Olha isso, eu vou ter um treco se descer por ai... - reclamei.

— Medrosa...

— Medrosa é a mãe! Eu não sou medrosa!

— é medrosa sim... - ele estava provocando.

— Não sou medrosa, Felipe! Cala essa boca!

— Vem fazer. - ele mordeu o lábio.

— Irritante.

— Viu.. tem medo até de me fazer calar a boca... - ele zoou.

— Você não vai conseguir fazer eu te beijar não, Felipe! - falei segura.

— Tá, tá... E quem disse que eu queria um beijo teu? - ele deu de ombros.

— E não queria? – ri, ele me olhou, mas nós dois acabamos dando risada, porque sabíamos ambos a resposta.

Da piscina não dava pra enxergar lá em cima, o tobogã é um túnel azul fechado.

— Desce comigo vai? - ele fez bico.

— Mas eu to com medo... - fiz cara de piedade.

— Tudo bem Manu, eu vou estar com você... – ele olhou nos meus olhos, gelei.

— Ok, vamos então... – sorri.

Deitei e ele deitou junto numa espécie de bóia, ela é tipo um colchão. Começamos a cair devagarzinho e ele olhou nos meus olhos.

— Eu to com medo, aaaaaaaaaaah! - dei um grito muito alto.

— Calma, nem começou a descer ainda! - ele disse rindo da minha cara.

Quando íamos começar a andar mais rápido ele ficou de frente pra mim, eu peguei na sua mão, ele viu me medo e deitou por cima de mim, estávamos começando a descer mais rápido, ele sorriu, eu sorri. LIpe me beijou, estávamos numa super adrenalina, descíamos pelo tobogã e nos beijávamos, que maravilha, que beijo, diferente de tudo, adrenalina, emoção, aventura, paixão, medo. Amor. Tudo misturado. Quando afundamos na água nos separamos, voltamos a superfície, ele sorrindo muito, eu mais ainda.

— Vamos de novo Manu? - ele riu.

— Vamos - dei risada brincando. Eu estava muito agitada, aquilo tinha sido a maior loucura, perfeito.