MIC escrita por NT


Capítulo 18
Contra a parede


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, fiquei duas ou três sextas sem vim não é? D:
Vou compensar vocês postando mais 2 capitulos agora! :D
Obrigada pelos reviews, se puderem deixem no final desse aqui e nos outros 2 que estou dando de brinde *----* me deixará mais feliz >< '
Espero que estejam gostando! *---*



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Narrado por Felipe:

 

Acordamos e descemos, a Gabi foi chamar a Manu mas ela não estava no quarto, sua cama já estava feita. Procuramos ela pela fazenda e nada... não a achávamos em nenhum lugar...

Já eram dez horas e nada dela. Pra casa ela não tinha ido porque suas coisas estavam no armário, mas onde ela estava?

Eu, o Rafa e a Gabi pegamos os cavalos e saímos para procurar, a Monique estava ocupada pintando as unhas. Carlos ajudou a procurar também. Carlos pegou um cavalo e foi para o pasto, nós fomos até a cachoeira e a procuramos por lá, mas nada dela, voltamos e ficamos parados perto da casa, de repente vimos o Carlos chegando com a Manu nos braços.

— Encontrei ela caída no pasto, tinha saído a cavalo e deve ter perdido o controle das rédeas. Vamos levá-la lá pra cima. - ele disse.

Olhei para ela nos braços do Carlos, tão indefesa, tão fraca, tão... tão... triste. Me deu ciúmes por ele tê-la encontrado, por ter salvo sua vida, mas ao mesmo tempo me aliviei por ela estar viva. Olhei para seu rosto, vi um pouco de sangue no lado da cabeça.

— ela tá sangrando! - falei.

— eu sei, vim o mais rápido que pude, vamos levá-la rápido lá pra cima.

— Meu Deus, meu Deus, meu Deus! – a Gabi estava quase chorando.

— Vamos lá, eu vou ligar para o Dr. Walter. - Rafa falou pegando o telefone.

Subimos e colocamos a Manu na cama, enquanto isso o Rafa ligava para o médico. Sentei ao lado dela na cama, peguei na sua mão, Gabi e Carlos estavam com o Rafa, Monique no outro quarto, aproximei meu rosto do dela e a beijei. Coloquei naquele beijo todo meu sentimento, coloquei lá a minha vida, se fosse preciso eu a daria a ela, mas ela não podia, não podia morrer. Peguei um pano com água e comecei a limpar seu rosto, ela tinha um corte acima da sobrancelha, parecia ser um pouco fundo. Fiquei um tempo ali e meia hora depois o Dr. Chegou.

— Boa tarde, eu sou o Dr. Walter, deixe me vê-la. – ele falou entrando no quarto.

— Olá, Dr. Ela esta aqui. – apontei para a cama.

Ele pegou o pulso dela, tirou a pressão e fez mais alguns exames iniciais.

— Bom... ela está bem... mas bateu a cabeça muito forte, ela não acordou ainda?

— Não... - respondi.

— Hum... estranho, ela já deveria ter acordado... acho melhor levá-la para o hospital... precisamos fazer um raio X e outros exames para ver como está a cabeça dela, o choque deve ter sido grande, e o tempo que ela está desacordada... precisamos levá-la para o hospital imediatamente.

Ele levantou e juntou seu material numa maleta preta, eu a peguei em meus braços e desci com ela. Rafa arrumou um colchão atrás da caminhoneta e eu coloquei a Manu lá, o Dr. foi na frente com seu carro, eu sentei atrás com a Manu, a Gabi e o Rafa foram na frente e seguimos o Dr. Segurei a mão da Manu o caminho todo, ela ainda não tinha acordado e eu sentia seu pulso fraco. Chegamos ao hospital, desci com ela em meus braços e a coloquei na maca. Os enfermeiros a levaram para uma sala fechada. Duas horas depois o Dr. voltou.

— Quem é o responsável por Manuella? - ele perguntou.

Os pais do Rafa já estavam ali.

— Somos nós nesse momento, ela está de férias em nossa casa, a mãe dela não mora aqui.

— Você tem uma autorização que te declare responsável por ela?

— Sim, tenho tudo aqui.

Ele apresentou os papéis. Para podermos viajar nossos pais assinaram uma autorização declarando os pais do Rafa como responsáveis por nós enquanto estivéssemos na cidade.

— Bem... eu acho que vamos precisar operá-la... - o médico disse.

Nós ficamos todos assustados.

— Não é certo isso, então não se assustem, estamos aguardando o resultado do ultimo exame... mas, caso precise operar, acho melhor você pedir autorização a mãe dela, pois será uma operação muito arriscada.

— O que... o que ela tem? Podemos vê-la? - perguntei.

— Ela bateu a cabeça muito forte e tudo esta indicando que seja traumatismo craniano, por isso estamos aguardando o ultimo exame... e quanto a vê-la... não tenho muita certeza, posso levar só um comigo.

— Eu vou... - Gabi disse.

— Não, deixa eu ir Gabi, Por Favor. - coloquei a mão no ombro dela suplicando.

— Tudo bem. - ela concordou.

 

Narrado por Gabi:

 

O Dr. falou que só um poderia entrar para vê-la, eu ia ir, mas Lipe pediu para ir, ele estava muito assustado e preocupado, vi isso em seus olhos, ele estava quase chorando, deixei que ele fosse.

Enquanto ele estava com a Manu, nós ficamos ali rezando. Logo a Monique chegou e se juntou a nós. Fiquei com raiva daquela menina, porque em vez de nos ajudar a rezar ela ficava dando em cima dos enfermeiros e médicos que passavam, até foi tomar um cafezinho com um deles.

 

Narrado por Felipe:

 

Segui com o doutor até onde a Manu estava. Entrei no quarto e ele me deixou sozinho com ela. Sentei numa cadeira ao lado da cama dela e fiquei fazendo carinho em seus cabelos.

— Manu, você pode me ouvir?

Ela não respondeu.

— Se puder, me de algum sinal, mecha a mão, o pé, pisque, o que for, mas me de algum sinal, por favor.

Nada. Senti uma lágrima no meu rosto.

— Por favor, eu preciso de você comigo, eu não sei.. não sei o que vai acontecer comigo se você não voltar, eu preciso de você. O motivo dessa viagem é você, o novo eu, minha nova forma de ver o mundo e as pessoas, minha nova vida, tudo, o motivo de tudo é você, por favor, não me deixa. Eu preciso de você.

Fiquei um tempo ainda com a cabeça encostada em sua mão e novamente pedi:

— Você me ouve? Manu, por favor, me da algum sinal de que tá bem.

Eu escutava somente os aparelhos que monitoram os batimentos cardíacos.

— Eu preciso que você fique bem ok? quero te levar em um lugar, e preciso de você bem. Vou te deixar descansar agora, por favor, não me deixa. Melhora, por mim.

Nesse momento senti ela apertar levemente minha mão, me assustei, uma lagrima escorreu de meu rosto, ela abriu os olhos, piscou, ela me olhava. A abracei.

— Você, tá bem. - sorri pra ela, acariciei seu rosto e abracei ela.

— Ai. – ela gemeu com o meu abraço, me afastei.

— Desculpa, te machuquei? – falei nervoso.

— Machucou, mas não foi com seu abraço. - ela disse baixo.

— Hã? O que?

— Nada Lipe... esquece.

O Médico entrou no quarto.

— Felipe, você pode se aliviar, ela irá acordar logo e não precisa ser operada... Opa, já acordou! Que bom.

— Posso ir pra casa já? - Manu perguntou.

— Daqui a pouquinho... só vamos fazer mais alguns exames rápidos e receitar alguns comprimidos contra dor.

— Ela não corre nenhum risco então? - perguntei.

— Graças a Deus não. Ela não teve traumatismo craniano, mas como bateu muito forte a cabeça, ficou desmaiada esse tempo todo... Ela está bem, daqui uns três dias vai estar totalmente sem dores e recuperada, pronta para outra. - ele sorriu.

— Recuperada sim... pronta pra outra acho que não Dr... - Manu riu.

Eu sai do quarto e o Dr. ficou fazendo mais alguns exames com a Manu. Lá fora, o pessoal já sabia que ela não corria nenhum risco.

— Ela tá bem... e já acordou... - falei aliviado.

— Ainda bem.. que bom... - a galera disse.

A Monique veio até mim e me abraçou.

— Eu sabia que ela ia ficar bem.

— é.. é.. aham... – fiquei meio sem jeito mais retribui o abraço, era solidariedade da Monique.

— Aqui está ela. Já pode ir. - O Dr. estava chegando ao lado da Manu. Ela viu eu abraçando a Monique e paralisou.

 

 Narrado por Manu:

 

Quando cai do cavalo, apaguei, só me lembro de ter acordado numa cama de hospital com o Lipe olhando pra mim. Ele estava assustado. Enquanto eu estava desacordada eu sonhava com tantas coisas, eu estava num lugar escuro e lá na frente tinha uma luz muito intensa. Eu estava caminhando para ela mas ela estava muito longe ainda, enquanto eu caminhava toda minha vida passava na minha frente rapidamente, de repente ela começou a passar mais devagar, desde o dia em que vi o Lipe pela primeira vez, eu via o olhar dele, vi os dias na praia, na praça e na casa da Gabi, revivi cada momento, tudo em câmera lenta. Quando eu estava mais perto da luz olhei para trás e vi o Lipe vindo em minha direção, ele falava alguma coisa que eu não entendia e me pedia para não deixá-lo. Acordei e o vi ao meu lado.

Conversamos, o Dr. chegou, o Lipe saiu. O Dr. mediu minha pressão e sentiu meu pulso, depois rapidamente me receitou um remédio contra a dor e fomos para a sala de espera onde estavam todos me aguardando. Chegamos lá e meu coração gelou, paralisei. Vi o Lipe abraçado na Monique. Congelei aquela imagem. Eu olhava fixamente para os dois. Senti meu coração tomar uma facada. Tudo estava ficando preto. Pensei para mim: não desmaie. Seja forte! Aguente! Respirei fundo e fui andando em direção a sala, a Gabi veio me abraçar, Lipe e Monique se soltaram, mas ela continuou ao lado dele.

— Amiga, que bom que você esta bem! Não me assuste mais assim ouviu?!

— Ok Gabi... não vou mais te assustar. – sorri meio forçado.

— Vamos então? - Edu me olhou sorrindo.

— Vamos. - concordei com a cabeça.

Fomos caminhando em direção a entrada do hospital, a Gabi e o Rafa estavam do meu lado, o Edu e a Sara a nossa frente e o Lipe e a Monique atrás de nós. Aquilo me doía um pouco, eu me sentia fraca, de repente parei no meio do caminho, Lipe me assegurou por trás.

— Você está bem? - ele falou me olhando.

— To! – olhei furiosa para ele e continuei andando.

Entramos na caminhoneta, eu fui na frente com Sara e Edu e os quatro foram atrás. Gabi estava sentada ao lado de Rafa, os dois estavam abraçados. Monique estava sentada quase em cima do Lipe e com a cabeça encostada em seu ombro, aquilo me corroía por dentro. Ele estava olhado para mim fixamente e eu para ele, quando percebi desviei o olhar. Ele percebeu que eu estava chateada e se afastou um pouco da Monique, fazendo ela desencostar de seu ombro. Chegamos na fazenda e o Edu e a Sara me ajudaram a subir para o quarto, já eram nove horas da noite. Um tempo depois a Gabi subiu com um prato de sopa e ficou conversando comigo enquanto eu comia. Depois todos foram dormir, inclusive eu.

Acordei de manhã as dez horas, eu estava muito cansada e o sono tinha me ajudado a ficar melhor. Levantei, fui no banheiro, coloquei um jeans e uma blusinha de manga comprida, estava um pouco frio. Desci e sentei no sofá, Clara, a empregada me trouxe uma xícara de chá e um sanduíche, comi tudo com vontade, depois ela me trouxe um comprimido contra dor, engoli e agradeci a ela.

— Obrigada Clara.. Onde tá todo mundo?

— Os patrão tão no serviço, e os menino foram dar uma andada pela fazenda, já faz uma hora que saíram os quatro. – ela fala meio caipira.

— Os quatro? - perguntei.

— é, o menino Rafaer, a namorada, o menino Felipe e a menina Monique...

— Hum... – me decepcionei com o que ouvi.

Clara voltou para a cozinha e me deixou sozinha, deitei no sofá e fiquei assistindo TV. Perto das onze os quatro entraram na sala rindo. Gabi me viu e veio até mim.

— Então nega, já tá melhor? - ela sorriu.

— Aham... to legal. - respondi.

— Que bom. - Ela sorriu.

Sorri.

— Nós estávamos andando pela fazenda, não queríamos te acordar...

— Aham... tudo bem... - respondi.

— Você tinha que ter visto Manu, a Monique tomou um tombo... mas um tombo... a gente caiu na gargalhada...

— Sério?

— Ai.. sim, aff, sujei toda minha roupa, mas o Lipe me ajudou a levantar e me limpar... – ela olhou para ele com carinha de anjo safado.

— ér... é... - ele passou a mão nos cabelos.

— Ah... pois é... ele tem esse dom, de sempre estar na hora e no lugar certo. – falei sarcástica.

— é parece que ela já tá bem... o humor pelo menos continua igual... - Rafa brincou.

— Pois é. - ri dele.

Os outros também deram uma risadinha, menos o Lipe, mas eu não dei bola. Depois fomos almoçar. Depois do almoço eu, a Gabi e o Rafa sentamos lá fora, os dois em uma rede e eu sentei numa cadeira, logo atrás de nós vieram o Lipe e a Monique, o Lipe sentou na outra rede e a Monique sentou do lado dele, ele não deu bola pra isso, afinal a rainha da beleza estava do lado dele. Eu estava com ciúmes, muito ciúmes, mas fiz de tudo para disfarçar, olhei para o campo e vi o Carlos em cima de um cavalo pastoreando umas ovelhas, eu fiquei olhando para ele distraidamente, meu pensamento estava em outro lugar, nem percebi que estava olhando para ele.

— Manu... Oi, terra... - Gabi chamava.

— Parece que ta desligada... - Rafa riu.

— Maaanu – Gabi gritou.

— Hã? O que? Que foi? - falei olhando pros lados.

Eles começaram a rir.

— Pensando no Carlos é? - Rafa perguntou.

— Hã? Que Carlos? - falei confusa e ainda desligada.

— Ixi... ta bem desligada, é que você ta ai olhando pra ele fixamente. - Gabi deu de ombros.

— Ah, não... eu tava com o pensamento longe... não era no Carlos não... - sorri.

— Ah, não precisa disfarçar Manu... a gente já viu que você ta caidinha por ele. - Monique disse dando uma risadinha.

— eu to o que? - falei incrédula.

O Lipe estava calado.

— é, você ta afim do Carlos, também... com aquele corpo dele... - ela mordeu o lábio olhando pra onde o Carlos estava.

— Se toca garota! Eu não me apaixono por corpo como algumas – olhei para ela - prefiro o que a pessoa tem por dentro!

— Que papo ultrapassado... Todo garoto prefere mil vezes uma menina com corpo do que uma CDF retardada... – ela olhou para mim, insinuando que eu era a CDF e ela a gostosa.

— Acho que você ta certa em parte Monique... –meu coração sentiu uma pontada - todo garoto gosta de uma gostosa, mas só pra pega mesmo... quando o cara se apaixona ele não ta nem ai pra sabe se a menina tem corpo ou não, porque a garota precisa ter mais que uma bunda e um peito pro cara ficar amarrado nela... - Lipe deu de ombros falando isso.

— Mas se hoje você tivesse que escolher, isso é só um exemplo tá, entre eu e a Manu, quem você escolheria?

Todos nós olhávamos para ele.


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