O dia amanheceu ensolarado, mas um vento frio era sentido cortando os rostos dos moradores de Konoha. Hinata despertou vagarosamente e olhou para o seu despertador. Era cedo, mas, como estava de folga naquele dia, ele não tocou.
Olhou para o pequeno calendário, que sempre estava ao lado do despertador, e suspirou ao ver o círculo vermelho em volta do dia.
Era o primeiro dia de Obon depois da Quarta Grande Guerra Ninja, e o seu clã era extremamente tradicional com todas as comemorações. Mas aquela era de suma importância para ela, muitas pessoas queridas haviam falecido na vida de Hinata: sua mãe, seu tio e, há pouco tempo, seu primo havia dado a sua vida para salvar ela e Naruto.
Uma pequena lágrima escorreu no canto dos olhos da Hyuuga assim que se levantou. Queria poder voltar no tempo e mudar muitas coisas, queria poder defender as pessoas que amava com unhas e dentes, queria que Neji nunca precisasse ter feito o que fez.
Secou a lágrima e foi se trocar; respirou fundo mais uma vez e foi comer algo junto com sua irmã, que já a esperava à mesa. Sabia que hoje o dia seria longo.
Algumas ruas mais adiante do clã Hyuuga, estava a casa de Tenten. Que encontrava-se enrolada em uma coberta quente, tomando seu chá e olhando o pouco movimento pela janela da sala. Ela, seu sensei e seu companheiro de equipe, Rock Lee, também iriam para o primeiro dia de Obon. Hinata fizera questão de chamar os amigos de Neji para que ajudassem na prática do Mukaebi, dentro do clã Hyuuga. E, para Tenten, aquele convite era uma honra, pois pouquíssimas pessoas de Konoha foram chamadas para adentrar o clã sem fazer parte dele.
Tenten olhou pesarosa para o porta-retrato com todos do seu time, e pensou no quanto uma fotografia era importante. Eternizava uma vida inteira, um momento; com toda certeza, uma das melhores invenções do ser humano. Só não gostava de fotografia quem realmente não gostava da nostalgia que ela trazia.
Pegou o porta-retrato de madeira em suas mãos e sorriu para o olhar fechado de Neji naquela fotografia. Uma lágrima rolou por seu rosto e caiu no vidro que protegia a foto. Nesse momento, também quis agradecer a quem inventou o vidro, por proteger a fotografia, por proteger o sentimento e a saudade que estavam ali, tão frágeis, tão tristes, mas ao mesmo tempo felizes por já terem sido vividos.
Três ruas atrás da casa de Tenten, estava o campo em que Rock Lee e Gai sensei treinavam. Naquele dia, haviam combinado que treinariam só o aquecimento inicial que sempre faziam, 4000 flexões, 5000 abdominais e 60 voltas por Konoha plantando bananeira.