- Como assim esqueceram o Roney? – Edward nos olhou estranho, como se fossemos loucas.

- Eu não sei onde e muito menos como, mas aquela criatura não voltou conosco. – me exaltei, jogando os braços para cima.

- Cabeçudo, quem está ai na porta? – a voz de Emmett vinha de trás do seu irmão. – Rose, minha gata! – exclamou, quando nos viu ali.

- Gente foco. O Rozinho sumiu! – Alice estava quase chorando, pobre anã.

- AMÉM!- Emm gritou, mas meu olhar mortal fez com que ele ficasse quieto e se encolhesse atrás do irmão.

- Vamos logo, temo que arrumar um jeito de encontrar aquela criatura antes que ele meta um processo em um de nós. – passei a mão freneticamente pelo meu cabelo.

- Encontrar quem? – Jazz também chegou na porta.

- Roney. Sumiu. – Rose simplificou e ele nos olhou do mesmo jeito que o cabeçudo havia feito antes. Qual é?!

- Certo vamos logo, não temos muito tempo porque já está muito tarde. – falei, mas não surtiu efeito nenhum porque todos continuaram no mesmo lugar me encarando. – AGORA! – gritei.

- Alguém tem o número dele? – Edward perguntou quando estávamos descendo pelo elevador.

- Eu! – Allie começou a mexer desembestada em seu celular. – Aqui. – soltou um suspiro de alívio.

- Então liga né Lice. – gesticulei para que ela processasse rápido a informação. Se fosse Rosalie eu até entendia.

Ela discou mais algumas coisas e colocou no viva voz, Caixa Postal. Ótimo.

- Certo e agora? – Rose se manifestou assim que saímos do prédio.

- Procuramos ele em todos os lugares que fomos. – Jasper respondeu aquilo como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

 - É brincadeira né? – ri nervosa, encarando-o desacreditada. Mas algo no seu olhar dizia que o negócio era mesmo sério.

- Vamos nos dividir em grupos. Cada um vai por um lado e nos encontramos no Arco. Levem seus celulares. – Edward foi tomando a frente da manada, como sempre.

- E quem serão os grupos? – assim que perguntei já vi Alice e Jasper trocando olhares significativos e Rose e Emm darem as mãos.

- Pois bem, parece que os casais vão ficar juntos. O que indica que seremos eu e você Bella. – Edward resmungou e eu fiz careta.

 Nada contra mas com certeza iriamos trocar  algumas patadas no caminho. Apaixonados, sei... Só Roney mesmo para colocar uma coisa dessa na minha cabeça. E pior, só eu para ouvi-lo.

- Certo grupo numero um, rua do táxi. – Emmett falava como um general do exército. – Grupo dois, direto ao Arco. E três, aruá das lojas em que passamos.

- Somos o três. – Alice gritou levantando a mãozinha, podia ver seus olhos brilharem de emoção. A anã era maníaca, definitivamente.

- Emmett, você sabe que isso não é nenhum filme de ação. Não sabe?! – Jasper estreitou os olhos para o primo.

O grandão deixou o queixo cair e depois sorriu amarelo. Daria tudo para saber o que se passava no cérebro de avestruz daquela criatura. Se é que ele tinha um.

- Eu e o ursão vamos em direção à rua do taxi. É mais fácil. – Rosalie se intrometeu na conversa antes que mais alguém comentasse algo sobre o fato de “Emmett estar usado o cérebro”. 

- Tudo indica que vamos para o Arco. – analisei Edward e sua cara de desgosto.

- Então simbora minha gente. Quem encontrar ele primeiro liga. – Allie saiu rebocando Jasper pela mão em uma direção. E Rose fez o mesmo com Emm indo por outro lado.

- Você sabe para que lado devemos ir, não sabe? – rezei mentalmente, ainda encarando o Cullen.

- Eu acho que sim. – respondeu incerto, tomando um rumo. Eu o segui, claro.

Seguimos boa parte do caminho em silêncio e enquanto andávamos, procurando indícios de que aquele era mesmo o caminho certo, eu me perdia em pensamentos.

Depois de quinze minutos comigo mesma, decidi por fim naquele silêncio irritante com um suspiro pesado.

- Uma bala por seus pensamentos. – Edward andou de frente para mim, e eu ri.

- Nada demais. Edward, será que vamos ter um dia de férias como as de uma pessoa normal? – perguntei enquanto ele se recolocava ao meu lado. E ele me olhou como se eu fosse um ET.

- Bella, nossos amigos não são pessoas normais. – ele passou a mão no cabelo rindo. Era óbvio que não éramos nem um pouco normais.

- Tem razão. – rimos mais ainda. – Mas e ai, me conta como é Nova York e a faculdade... – pedi e ele começou a contar como era sua vida.

O que fazia, do que gostava, das encrencas que Emmett os enfiava – e isso não me surpreendeu. Que Jazz perdeu os pais bem cedo e por isso morava com eles. Por fim ele pediu que eu falasse mais de mim então disse para ele ir me perguntando que eu ia respondendo.

- Parece que chegamos. – ele disse quando finalmente estávamos a uma quadra do Arco.

Agora eu me pergunto: Por que não viemos de táxi mesmo?    

- Vamos, temos que procurar aquela coisa ainda. – soltei um muxoxo.

Enquanto atravessávamos a rua eu vi de longe uma coisa rosa andando de um lado para o outro. Não é possível.

- Liga pro pessoal, encontrei ele. – Edward me encarou sem entender. Apenas apontei na direção da criatura.

- Roney! – gritei e acenei, quando chegamos mais perto. Ele parou e se virou parecendo procurar de onde vinha o som.

- Vocês! – acusou com o dedo vindo na  nossa direção feito um búfalo possuído. –Bofe! Bellinha! – se jogou na gente quando chegou, emocionado. Mais um bipolar.

- Roney como você acabou se perdendo da gente, aqui?- perguntei assim que ele nos soltou.

- Então né... – começou a enrolar e eu o olhei feio. – Estava eu linda e purpurinada piscando nas ruas de Paris com vocês, ai surge um bofe escândalo e pisca para euzinha, e eu pisquei de volta. Ai, ele veio falar comigo e eu perdi total concentração, me desencontrando de vocês. Então disse para ele que estava perdidinha e ele me trouxe para cá. E me assaltou! Ai fiquei aqui, até alguém vir me procurar. Aquele bandido, me iludiu. – bateu o pé no chão, chorando indignado.

- Eu não vou falar nada, porque se falar vou acabar te batendo. – respirei fundo e comecei a contar até dez mentalmente.

- Seu viado retardado. – Edward lhe deu um safanão. – Nós deveríamos era ter te deixado aqui. Só você mesmo... – ele se afastou resmungando para si mesmo.

- Mundiça me empresta o seu celular? – Roney pediu com a mão estendida.

- Qual a finalidade? – perguntei com medo.

- Ligarei para o meu advogado. Sou muito maltratada aqui, quero os meus direitos de bicha! – esbravejou, fazendo ameaças. Respirei fundo novamente e sai dali antes que eu cometesse um assassinato.

Me aproximei de Edward, que não percebeu pois estava falando no celular com alguém.

- Não Emmett, não vou levar a Bella para um motel. – disse bravo, e eu arregalei os olhos, ele deu uma pausa. – Sim, encontramos o Roney. – pausa – Não, não vou deixar ele aqui. – pausa. – CALA BOCA EMMETT E VEM LOGO ENCONTRAR A GENTE! – desligou o telefone e se virou, me encontrando ali. – Jesus! – exclamou colocando a mão no peito.

- Não é só a Bella. – ri sarcástica. – Vou querer saber por quê você iria me levar a um motel? – arqueei uma sobrancelha, segurando a risada. Ele negou corando.

Sentamos em um banco próximo a um banquinho enquanto o resto do pessoal não chegava. Roney se lamuriava por ter sido iludido, Edward bufava toda vez que ele abria a boca e eu rezava pra ir logo embora.

Ouvi de longe alguém gritando os nossos nomes acompanhados por buzina de carro, olhei na direção e encontrei Emmett – no banco do carona – em um taxi e as meninas com Jasper amontoados em uma janela – atrás – acenando para nós três.

- Fala sério! – resmunguei, chamando a atenção dos outros dois.

- Anda gente, corre! – Alice se esgoelava da janela.

Em um ato de amizade, de Roney, e de cavalheirismo, da parte de Edward, as duas bestas saíram correndo e me deixaram ali sozinha. Sai correndo também, mas Edward entrou primeiro e logo depois Roney se amontoou ali, fechando a porta na minha cara.

E eu num ato de estupidez me joguei pela janela no instante em que o ser desprovido de cérebro –Emmett- disse para o motorista pisar fundo.

Resultado: Eu com as pernas para fora da janela, gritando por socorro em plenas ruas movimentadas de Paris.

- SOCORRO! – gritei. – Anda suas antas, me tirem daqui. Eu vou morrer! AAAAAAH, PELO AMOR DE DEUS, SOOOOOOCORRO! – eu tentava esbofetear Roney, que era o mais próximo e gritar com todo ar dos meus pulmões ao mesmo tempo.

Quando finalmente entrei, estarrada, amontoada e estabacada no meio deles, com a ajuda de Jazz e Ed o taxista freou em seco.

 Olhei pena janela e percebi que não estávamos nem perto do “nosso prédio”, encarei os demais e vi que Allie e Roney estavam paralisados olhando para o retrovisor. Me virei para olhar também, mas me arrependi, dando de cara com um par de olhos conhecidos.

- Fudeu.- foi a única coisa que saiu da minha boca quando o taxista que Roney quase cegou nos se virou e nos afrontou com o olhar, dando um sorriso diabólico.

- CORRE NEGADA! – o veado gritou e o povo não pensou duas vezes antes de se jogar para fora do carro e sair correndo.

Enquanto tentávamos correr olhei para trás e vi que o taxista saiu correndo do taxi, armado... Espera ai, ARMADO?!

- AH MEU DEEEUS! ELE VAI ATIRAR NA GENTE! – gritei.

- AI MEU PAI, SOCORRO EU SOU MUITO NOVO PARA MORRER! – Jasper gritou, mais afeminado do que Roney.  Todos olhamos para ele no maior estilo: WTF?!

- Por aqui. – Edward gritou correndo na frente e conseguindo parar um outro taxi. Nos enfiamos lá dentro de qualquer jeito.

Rose deu o endereço do prédio enquanto nos abaixávamos para ninguém nos ver ali dentro.

Chegamos ao “nosso” andar e sem pensar muito nos entocamos todos para dentro do apartamento de Emmett. Acho que se fizesse um campeonato para saber quem tremia mais ou estava mais pálido empatava.

Mas Emm foi bondoso e fez a pergunta que, provavelmente, todos ali queriam ouvir.

- Alguém mais vai de tequila?