Férias Insanas escrita por flamells


Capítulo 3
2. OLÁ PARIS!


Notas iniciais do capítulo

Então povo, temos notinhas para vocês lá em baixo. Primeiro mais um capítulo. Espero que gostem, LET'S GO!



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Eram vinte e duas horas e trinta e dois minutos -no horário de Paris- quando o avião pousou no aeroporto de Paris, já não estávamos tão cansados, pois conseguimos dormir um pouco depois do meu vergonhoso e fracassado acidente.

Roney falava desde o momento em que descemos do avião, falava sobre moda e como Paris era um ícone fashion, enquanto isso fomos a busca de nossas malas e logo nos dirigimos à saída. Resolvi entrar no assunto, mas acabei me distraindo com uma roupa da vitrine de uma loja no aeroporto e esbarrei em alguém.

Era ele, Edward.

- Mas que merda! – Eu queria poder me chutar naquele momento. Pelo canto do olho vi Alice e Roney darem um tapa nas suas testas. Eu era realmente muito azarada. – Me desculpe, novamente. – Me apressei em dizer.

-Não foi nada, tenho que ir. Quem sabe nos esbarramos por Paris qualquer dia literalmente, não é mesmo?! – Ele saiu rindo de sua própria piada, ou de mim.

- Para, para tudo! Um bofe desse e tu deixa escapar?! Ai sua burra, que uó gente, que u-ó! – Roney, com seus dispensáveis comentários, me bateu com sua bagagem de mão no braço. Possivelmente ficaria um hematoma ali.

Assim que saímos do aeroporto chamamos um táxi. Alice e eu passamos o ano todo treinando o nosso inglês, mesmo sendo americanas, não queríamos fazer feio. Demos o endereço do hotel para o taxista, e alguns minutos mais tarde ele nos deixou bem em frente.

O hotel não tinha luxo algum, era simples, barato e aconchegante. Mas o principal de tudo é que da nossa sacada conseguíamos ver a Torre Eiffel, muito bem iluminada. Logo que entramos, falamos com a recepcionista, pedindo a chave do nosso quarto. Pedimos um quarto só, que por sorte tinha quatro camas de solteiro, não podíamos gastar muito e Roney era nossa menor preocupação já que como ele mesmo dizia: da fruta que nós (Allie e eu) gostamos ele chupa até o caroço. Acho isso meio vulgar, mas se é ele quem diz quem sou eu para discordar.

Pelo que conversamos no avião, Roney era um homossexual assumido, desde que entrou na puberdade. Era determinado e já não ligava mais para o que as pessoas falavam dele. Percebi, pelo seu olhar, que ele já sofreu muito, contudo já havia superado. Achei incrível ele ter falado sobre isso assim, naturalmente, por mais extravagante que ele seja é um exemplo de superação.

- Pobre é uó mesmo! Vocês podiam ter achado lugar melhor né! – Ele reclamava do hotel desde o momento em que descemos do taxi.

- Cala boca, Roney!- Alice repetia isso pela terceira vez, nos últimos dez minutos. Enquanto eu me segurava para não pular em seu pescoço. Então ele se virou para nós e disse:

- Odeio você e você. Morram! – Apontando para cada uma de nós, como se nos sentenciasse a morte. Revirei os olhos contando até dez mentalmente, se eu grudasse na criatura seria difícil soltar.

Estava tarde, estávamos cansados, mas Alice e Roney queriam decidir o roteiro que faríamos no dia seguinte. Não deixando com que eu me concentrasse no livro que lia. Eu já havia optado por visitar os museus, Roney queria fazer compras e para Alice qualquer coisa estava bom, contanto que fossemos à uma balada a noite.

Resolvi me manifestar, prevendo que iríamos virar a noite e ninguém iria decidir absolutamente nada.

- Ei gente!- Ninguém me deu ouvidos, decidi tentar novamente – Gente, tive um idéia! –Nada. Parti para a apelação, fechei o livro que estava lendo e bati com ele na mesinha de cabeceira, com força, bastante irritada. - CALEM A BOCA, MERDA!

O quarto ficaria em completo silêncio, se não fosse a fala do Roney ecoando:

- Não vou a lugar nenhum parecendo um mendigo! – ele me olhou assustado e sorriu amarelo.

- Posso falar agora? – Eu, provavelmente, já estava vermelha de raiva. Eles me fitavam de olhos arregalados, fizeram que sim com a cabeça. - Então, poderíamos fazer o seguinte: pela manhã tomamos café em algum restaurante daqui, mas barato, - vi que Roney abriu a boca para falar algo. Gesticulei para que continuasse quieto – depois visitamos um museu e mais alguns pontos turísticos. Almoçamos no hotel mesmo, em seguida saímos para fazer compras e pela noite saímos, para qualquer lugar. – Consegui falar, sem ser interrompida.

- Como nós não tivemos essa idéia ainda? – Perguntou Alice, olhando para Roney.

- Porque vocês não conseguem pensar o óbvio. -resmunguei.

- Até que a idéia do “imã de bofes” é legal. - disse Roney. Pensei em reclamar pelo apelido, mas se tratando de Roney era melhor deixar de lado.

- Ok. Mas e o resto da semana? Temos que lembrar que vamos passar uma semana aqui. – Disse, não querendo ouvir a resposta.

- Para tudo!- gritou Roney, como sempre- Já tenho planos para quarta-feira à noite, vamos a um desfile. – Assim que disse desfile, vi seus olhos brilharem. Alice pulava e batia palmas.

- Tudo bem, então faremos assim: manhãs pontos turísticos, tardes ficam para passeios em shopping e etc. e noites para descanso. Porém temos que fechar nossa semana com uma mega balada sexta à noite! Heim, heim? – Alice deu sua idéia, finalmente.

- Por mim está perfeito! – Falei, dando graças a Deus pelo término da discussão.

- “Ta né”, já que ninguém teve idéia melhor... – disse Roney, dando de ombros. E agora lixando unha.

- Agora que a tempestade em copo d’água terminou, vou dormir. Beijos e boa noite. -  Deitei na cama em que estava sentada e logo dormi. Foi outra noite sem sonhos.

Ouvi de longe um celular tocando, me fazendo acordar. Ainda desabituada com o fuso-horário não tinha noção alguma de que hora era. Percebi que era o toque do meu celular, levantei da cama, atravessando o quarto correndo. Olhei no visor: Mamãe.

- Fala mãe!?- atendi, com minha voz arrastada pelo sono.

- Oi filha, só liguei para saber como chegaram de viagem. Muita turbulência? – Sentir a curiosidade em sua voz era inevitável.

- Estamos bem mãe, e não houve muitas. Duas ou três somente. – respondi, meio que sem prestar atenção.

Estava me perguntando como meu celular estava pegando tão bem em Paris. Por fim, dei de ombros, não interessava no momento.

"- mãe, eu vou desligar. Ainda estamos cansados e os outros estão dormindo."

- Ah, tudo bem. Helen e Beto acabaram de chegar aqui, vamos jogar cartas. E quem sabe assar carne. – ouvi múrmuros do outro lado da linha – Helen mandou um beijo para vocês e disse que está com saudades já. Assim como eu. – Sorri. Mesmo que por um dia, àquela família fazia falta.

- Nós também, mamãe. Divirtam-se aí, e eu ligo assim que der. Milhões de beijos, eu te amo mãe.

- Vocês também, bebê. Cuidem-se. Te amamos, muito. – Minha mãe sempre me chamou de bebê, já que sou a filha caçula. Tenho um irmão três anos mais velho do que eu. Ele está em outra cidade, cursando filosofia. Vai entender.

- Tchau mãe. – a ouvi ela dizer tchau, do outro lado da linha, com a voz chorosa, e desliguei. Aproximando-me da janela, e percebi que uma fraca iluminação atravessava a cortina, estava amanhecendo. Olhei no relógio do celular e percebi que havia dormido por seis horas apenas. Gemi em frustração.

Decidi tomar um banho, já que logo mais a “cambada” acordaria. A água era extremamente relaxante, fazia vinte minutos que entrara no banho, ainda assim deixei minha mente vagar e recordei-me de Edward. Ele era lindo e encantador, sorri involuntariamente lembrando-me do episódio do avião.

 Assim que desliguei o chuveiro pude ouvir a televisão do quarto ser ligada, sinal de quem alguém já havia acordado. Me vesti e enrolei a toalha na cabeça, de forma que impediria meu cabelo de molhar a roupa.

Achei que já havia visto a cena mais estranha da minha vida, mas me enganei. Assim que entrei no quarto vi Roney sentado na cama, com seu pijama escandaloso, em posição de meditação. Seus olhos estavam fechados, ele erguia uma revista de moda acima da cabeça e ouvia uma música da Lady Gaga. E como se não bastasse, repetia nome de marcas de roupas famosas. Como se aquilo fosse um mantra.

- O que ele está fazendo? -  perguntei à Alice, que se encontrava largada em sua cama, com o controle da televisão em mãos.

- Meditando. – disse, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

- E desde quando se medita ouvindo Lady Gaga e com uma revista de moda nas mãos?- eu realmente precisava perguntar isso.

- É o Roney, vai entender! – deu de ombros.

- Ah! É verdade! – rimos – Hm, minha mãe ligou. Perguntou se estávamos bem. Disse também que seus pais estavam lá em casa, vão assar carne. – pude ouvir Roney murmurar algo como: coisa de pobre.

Virei para que pudesse vê-lo, percebi que ele prestava atenção em nossa conversa. Continuava na mesma posição, mas com o olho direito aberto. Alice arremessou-lhe o travesseiro. Resolvi continuar.

" - Então, como eu ia dizendo, todos nos mandaram beijos e disseram que já sentem saudades. Prometi quem em outro momento ligaria. – terminei de falar, sem ser interrompida pelos comentários de Roney."

 - Droga, minha mãe pediu que eu ligasse assim que aterrissássemos. Mas com o seu esbarrão naquele gato, eu esqueci. – Alice parecia estar pensando alto. – Bom. Outra hora eu ligo. – olhou para mim e depois para Roney, que havia voltado a “meditar” – Vou tomar banho, beijo e me liga. - Levantou, já com seus pertences e saiu saltitando.

Meia-hora depois, eu assistia televisão e Roney andava impaciente pelo quarto, Alice saiu do banheiro e Roney entrou, resmungando. Resolvi perguntar pelo cronograma do dia.

- Onde está o cronograma de hoje? – perguntei, procurando uma roupa adequada para poder andar por Paris.

- Não tenho idéia, Roney ficou de fazer. Tenho medo de pensar em querer saber a programação. – Desatamos a rir realmente as idéias de Roney eram assustadoras, para uma mente pura e ingênua eu acho.

Uma hora mais tarde Alice e eu já havíamos dado voltas e mais voltas no minúsculo quarto, impacientes com a demora de Roney, bufávamos a cada dez minutos. Foi quando finalmente ele saiu do banheiro, ainda vestido com seu roupão rosa e com bobs nos cabelos.

- Só pode ser brincadeira! – Resmunguei, elevando as mãos ao céu.

- Eu poderia ter acordado daqui duas horas, e tenho certeza de que ficaria pronta mais rápido do que essa noiva. – Alice jogou, mais uma vez, o seu travesseiro nele, eu não conhecia esse seu lado agressivo, por sorte. Percebi que seria um longo dia.

- Para cristã!- choramingou Roney. – Minha filha, eu preciso estar maravilhosamente vestido para poder brilhar de glamour em Paris. Não vou andar por aí, parecendo um mendigo, como vocês. – assim que ele terminou de falar percebi que o olho esquerdo de Alice tremeu, ela detestava que falassem mal de suas roupas.

Ela levantou furiosa, e foi em direção a ele. Eu precisava impedir que Roney fosse morto.

Sai correndo atrás de Alice e me joguei em cima dela, instintivamente, caímos com um estrondoso baque, no chão. Alice parecia estar possuída.

- Me solta, agora! Eu vou matar essa coisa, MATAR! – confesso que minha vontade era de deixá-la cometer esse assassinato, mas ficaria com o peso na consciência pelo o resto da vida.

- Calma amiga, respira fundo. Vamos lá, conta comigo: 1, 2, 3,...10. – ela fez o que pedi. Quando percebi que estava mais calma saí de cima. Olhei para Roney e vi que ele assistia a cena horrorizado, com os olhos arregalados, a boca escancarada e uma mão no peito.

Enquanto esperávamos Roney se arrumar, revisávamos o cronograma do dia. Iríamos ao Museu d’Orsay, depois de tomar café em um restaurante da esquina, próximo ao museu. Eu havia encontrado-o pela internet, em casa.

Eu olhava pela janela, tamborilando os dedos na cama, distraída. Ouvi de longe chamarem o meu nome, assim que me virei para encontrar o dono da voz, dei de cara com aquele maldito “travesseiro-voador”. Acertando-me em cheio, no rosto.

- Merda Alice, para com isso cara. – olhei para minha amiga, que ria da minha cara, furiosa. Devolvendo-lhe o travesseiro. Roney olhava tudo com desdém, como se fossemos duas pessoas loucas.

- Bem coisa de mundiça mesmo. Pai do céu, o que eu faço aqui?! – Falava, olhando para cima.

- A porta da rua é serventia da casa, meu bem. – eu disse e Alice apontou para a porta, retribuindo o olhar enjoado dele.

Roney nos fuzilou com os olhos, colocou o dedo indicador na boca retirando-o em seguida, apontou para nós e disse:

- Afogo vocês aqui, bruxas. – Caímos na gargalhada, Alice e eu, enquanto Roney bufava, resolvendo continuar a falar. – Tenho um comunicado a fazer. Sabe gente, eu estava pensando – abri a boca para ironizá-lo, mas Alice a tapou com sua mão. - acho que vou ficar aqui em Paris mesmo.

- Ah é?! E vai viver do que? Vender o seu fabuloso corpo, para conseguir pagar as contas? Nem francês você sabe falar!- Alice, assim como sua mãe, sempre fazia comentários importunos.

- Não querida. E obrigado pelo fabuloso. – Roney enrolava um de seus cachinhos no dedo, enquanto falava. Vi que Alice lhe atiraria o travesseiro, novamente, impedi-a. – Vou ficar aqui e abrir uma boutique, fazer sucesso e ser rico para sempre, fim! – terminou sua fala piscando os olhos rapidamente, sonhando acordado.

- Ok, e com que dinheiro você vai fazer para abrir essa boutique? Assaltar um banco? – assim que disse isso vi seu rosto se iluminar, como seu tivesse dado uma ótima idéia. Essa não. – Não, não, não. Nem pensar! Você começou essa viagem conosco, você vai terminá-la conosco. Vamos todos para Holanda semana que vem e ponto final!

- É Roney você irá gostar da Holanda, lá é um país quase que totalmente liberal. – Alice se divertia a suas custas.

- Já ouvi falar nisso, mas liberal quanto? – Roney parecia estar deixando a idéia de virar um criminoso na França de lado.

-Muito liberal! – afirmei, dando ênfase no muito, arregalando os olhos. Rimos todos. – Mudando completamente de assunto, você já está pronto Roney?

- Só falta um perfuminho. – borrifou uma quantidade exagerada de perfume em si, me senti nauseada. – E acabei. Alguém viu minha bolsa? – perguntou olhando de um lado para o outro.

- Bolsa para que, criatura? – Alice perguntou. – Você já pensou se algum trombadinha leva? – Questionou, erguendo as sobrancelhas.

- Nossa gente! Por Deus, estamos em Paris né. – Roney falava isso como se estivéssemos no paraíso, talvez estivéssemos mesmo. Para ele.

- É, mas esse tipo de gente é igual a camelô. Tem em por todo lugar. – Alice falava enquanto terminava de fazer sua maquiagem.

- Pessoal, vamos fazer o seguinte: Alice, você é responsável pelas fotos. Roney, você pelo dinheiro e eu ficarei com os mapa e o guia. – No instante em que falei que Roney ficaria com o dinheiro subiu-me um arrepio pela espinha. Ignorei. – Alguma objeção? – Os dois negaram.

Alice pegou nossas câmeras e as pendurou em seu pescoço. Fui atrás do guia, no qual dentro já estava o roteiro e o mapa. E Roney estava colocando algo suspeito, por baixo da blusa.

- O que você está fazendo? – Resolvi perguntar. Sempre é melhor prevenir do que remediar. 

- Isto é um antirroubo, mon amour. Eu coloco nosso money aqui, -apontou para um bolso, escondido naquele negócio. – e ninguém, nunca, irá encontrá-lo.

Alice entrou correndo no quarto, eu nem havia a visto sair, gritando para que Roney se apressasse. Igualmente agoniada com sua extrema demora, puxei-o pela mão. Roney ameaçou a falar algo, não deixei.

Descemos até o simplório salão principal do hotel. Roney ainda tentava falar algo, já irritado, mas nem eu e nem Alice deixávamos. Não estávamos afim de ouvir suas estúpidas reclamações ainda pela manhã.

- Engraçado, aqui parece que o tempo não passa. Ainda é nove e meia da manhã. – olhei para o meu relógio, já devidamente ajustado.

- Só isso? Tem certeza? – Alice perguntou franzindo o cenho. Confirmei. – Nossa isso é estranho. Bom, deixa para lá. Gente, como se chama um taxi em francês? – Ela perguntou e Roney a chamou de pobre, baixo o suficiente para achar que ninguém ouviria.

Achou errado. Ela ouviu e ainda brava com ele deu-lhe um safanão na nuca. Roney quase se esborrachou no chão, impossível foi não rir.

- Creio eu que como em qualquer outra língua. Assovia e grita: Taxi! – falei, secando uma lágrima e tentando conter o riso.

Seguindo meu conselho, Alice chamou o taxi e ele parou. Novamente repassamos o endereço ao motorista, que nos deixou no restaurante em que tomaríamos café.

- Roney, paga o taxi. – falei para o ser que já se colocava para fora do carro. Ele voltou, resmungando algo inaudível. Alice pediu para que repetisse, e ele fez.

- Não. Trouxe. O. Dinheiro! – falou claramente, encolhendo-se para longe de Alice que já dava seu tique nervoso.

- O que? Como não? Roney você o colocou naquela sua coisa, eu vi! Não brinca com uma coisa dessas, por favor! . – Eu já estava prestes a ter um colapso nervoso, enquanto Alice começava a chorar, me fazendo ficar mais nervosa ainda.

- É sério! Culpa de vocês, mundiçada estressada. Eu estava pegando o dinheiro quando aquela ali – apontou para Alice- entrou toda esbaforida no quarto e você – apontou para mim – saiu me rebocando, sua louca. Tentei falar isso desde que vocês me arrastaram para o elevador, mas me deixaram falar? NÃO! – Roney falava choramingando.

Eu tentava acalmar Alice quando o taxista pigarreou, não sabendo o que se passava dentro de seu carro. Provavelmente não vendo a hora de livrar-se dos turistas malucos que carregava. E principalmente, querendo seu dinheiro.

- Eu espero que você tenha uma ótima idéia Roney, que possa nos tirar desta enrascada. – Alice apontava o dedo em sua cara enquanto falava.

- Concordo!  Se pedirmos para ele voltar lá se vai o dinheiro do nosso café da manhã. QUE NEM ESTÁ AQUI TAMBÉM! Por Deus! – além de não termos dinheiro, ficaríamos com fome. Refleti. – Você sabe que temos uma quantia x para gastar por dia, vimos tudo isso antes de sair de casa. A viagem foi muito bem planejada, mas você tinha né... – deixei a frase no ar, - É melhor você ter uma ótima idéia, e rápido.

 Assim que falei isso, por uma má influência do destino, uma bicicleta de passeio passou ao nosso lado. O rosto de Roney iluminou, como se uma lâmpada acendesse em sua cabeça.  Essa não!

- Mas é óbvio que eu tenho. – Roney devolvia o olhar desafiador que o motorista nos mandava, pelo retrovisor. – No três todo mundo corre, na direção em que viemos. Até o “cheirosão” ali – apontou para o motorista – conseguir vir atrás de nós, já estaremos longe. – Não entendi como despistaríamos o homem, que por sinal fedia a bode.

- Certo... Temos que agir rápido Roney! – apressei-o – O taxímetro está rodando. – eu prestava atenção nos números avançando.

- Ok, disfarcem e saiam do carro. Prestem muita atenção na contagem. E depois corram, nossa dignidade depende disso. Agora vão que eu tenho tudo aqui. – Apontou para sua cabeça.

- Como você tem tanta certeza que essa sua idéia vai dar certo? – Alice ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

- Ouça a voz da experiência mon amour. Essa não é primeira vez que faço isso. – Deu uma risadinha, minha boca abriu-se num “O” perfeito. Ótimo, eu estava viajando com um fora da lei, fã da Lady Gaga.

Descemos todos do carro, como Roney havia falado, ele foi até a janela do motorista como se fosse pagá-lo.

- Um... -  começou a contar e enfiou a mão na sua bolsa, - dois... – disfarçadamente retirou de lá um spray de pimenta, arregalei os olhos. – TRÊS! Corre mundiça! – Borrifou o spray nos olhos do motorista, que começou a gritar alto, enquanto corríamos o mais rápido possível.

Assim que corremos pelo menos uns duzentos metros, olhei para trás e vi que o motorista gritava algo e um policial vinha atrás de nós. Perfeito, seriamos presos na França. Fiz uma nota mental: Matar Roney assim que parássemos de correr.

- Por aqui! – Gritou Alice, entrando em um beco, que para nossa sorte tinha saída. Seguimos. "Vai ser um dia longo", pensei não acreditando no que estava fazendo.


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Notas finais do capítulo

Então, eu e a beta pensamos melhor e decidimos postar nos sábados. É isso, nos vemos logo. Mil beijinhos e até.



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