- Cuidei de você e tudo mais, acho que mereço saber. - Cruzei os braços e sentei na cama.

- Quer mesmo saber?

- Uhum.

- Não sei se você vai acreditar, é muita coisa para er... uma humana como você entender.

- Nem dá nada, eu acredito em coisas piores, duvido que o que você vá contar seja algo de tão estranho.

- Ok.

     Sasuke sentou-se na cama e começou a contar sua história (uia, vô vira psicóloga! P.S: Coitado dos meus pacientes LOL)

- Antes de começar, precisa entender que sua mente tem que estar aberta a qualquer coisa.

- Está abertíssima! - (aberta até demais) Sorri e ele continuou.

- Bom, eu moro em um universo paralelo, mais especificamente na cidade de Konoha. - LOL Tenho um alienígena como gato - No mundo onde eu vivo as pessoas tem um dom, podem se transformar em animais.

- Uou! - Me surpreendi, maneiro meu, gostaria de ter nascido lá.

- Existem vários clãs, cada um pode se transformar em um animal específico, varia de clã para clã.

- Pergunta. - Levantei a mão LOL - Se cada clã pode se transformar em um animal, o seu ...

- Deixa eu terminar. - Me cortou.

- Uou, valeu pela patada! - Olhei brava para ele.

- Eu não terminei. - Bufei.

- Ok, pode continuar. - Disse emburrada.

- Ótimo. Com eu disse, cada clã pode se transformar em um animal específico, mas o meu é uma exceção. Os Uchihas podem se transformar em qualquer animal existente, até mesmo nos extintos.

- Legal! Se transforma em um Tiranossauro Rex pra eu ver?! - Juro que meus olhos brilharam de excitação.

- Não. - LOOOOOL Bota o cavalinho aê!!!

- Você é du mal. - Choraminguei, ele bufou e revirou os olhos.

- Posso terminar ou está difícil?

- Pode. - Respondi.

- Então, como o meu clã tem essa habilidade especial, é o mais poderoso, ou seja, a liderança do nosso mundo está nas mãos do meu clã.

- Peraê, deixa eu ver se entendi. Você mora em um mundo paralelo, na cidade de Konoha, lá existem várias famílias e cada uma tem o dom de se transformar em um animal específico, menos o seu, que tem uma habilidade maior ainda, a de não ser restrita a nenhum animal, mas sim, a todos os existentes.

- Exatamente. - Uia, entendi, vai chover canivete aberto!!! Protejam-se!!! (?)

- Mas tem uma coisa...

- O quê?

- O quê você está fazendo aqui? Por quê não está em casa?

- Bom, é aí que surge o problema. Em Konoha corre a lenda de que no mundo humano existe uma família que tem o mesmo poder que os Uchihas.

- E daí?

- E daí que o "líder" do nosso clã acha que essa lenda é real então me mandou aqui para procurar. Mas ele não quer que eu simplesmente procure a família, ele quer que eu a mate inteira.

- O quê?!?!?! - Olhei assustada para Sasuke. Caramba manolo, que raio de líder é esse?!

- Foi por isso que vim ao mundo humano.

- Eu não acredito que você vai seguir essas ordens! - Indignei! Como um garoto lindo e maravilhoso desses pode se tornar um assassino?! (Tipo, super preocupada com a família né?)

- Eu não vim ao mundo humano para matá-los, mas sim para avisá-los. O problema é que ele descobriu e mandou subordinados para me capturarem, por isso você me encontrou todo machucado e sem forças, tive que lutar contra cinco de uma vez só, escapei por pouco.

- Caramba hein? Que vida...

- Eu que o diga.

- Mas por que esse seu líder se preocupa tanto com você? Tipo, em vez de capturá-lo, ele poderia mandar outra pessoa atrás da família. Não perder tempo tentando pegá-lo.

- Seu jeito de pensar é meio suspeito sabia? (Serial Killer MUAHAHAHA! ) -Ele arqueou uma sombrancelha. - Mas é que não é tão simples assim. A lenda fala que somente um legítimo Uchiha poderá derrotar a família e como eu sou um dos melhores guerreiros, sobrou para mim.

- Mas e seus pais? Não falaram nada? Simplesmente concordaram?! - Quando toquei na palavra "pais", vi Sasuke baixar o olhar. OH GOD! Alerta vermelho!

- Meus pais não disseram nada, não teriam como. Eles morreram quando eu tinha sete anos. - Ele me fitou e vi a tristeza em seu olhar, senti uma pontada de dor em meu coração.

- Sinto muito.

- Tudo bem, já faz tempo mesmo...

- Então... como que vai ser?

- O quê?

- Er... você vai ficar aqui em casa até encontrar a família ou vai embora?

- Isso depende de você.

- Bom... se você fosse embora eu teria que arranjar uma desculpa para minha mãe, e que seria a que você fugiu, então ela iria me dar uma bronca por eu ser irresponsável... - Falei segurando o queixo com a mão de um modo pensativo - Então... você pode ficar! - Sorri animada. Ele me fitou com um olhar tipo: "Valeu por se importar comigo" - Que foi? - Perguntei, ele suspirou.

- Nada.

- Hm...

- Er... Sakura?

- Oi?

- Você não deveria se arrumar?

- Ah, ainda é cedo... - Olhei para o relógio, era 7:15 - O QUÊÊÊÊÊÊÊÊ?!?!?! - Berrei e pulei da cama - Meu Deus é tão tarde assim?!?!?!?! AAAAAAAAAAHHHHHHHH!!! EU VOU CHEGAR ATRASADAAAA!!

     Saí catando meu uniforme, corri para o banheiro, fiz minha higiene matinal em um tempo recorde, desci as escadas feito um foguete, peguei minha mochila e dei uma olhada rápida no alarme para ver se estava tudo em ordem, enquanto eu quase morria de um ataque cardíaco, Sasuke somente me olhava com uma expressão entediada, maldito!

- Tô indo, se quiser tem comida na geladeira, a Tv você sabe ligar, o vídeo-game está debaixo dela, os DVD's na prateleira à esquerda e o computador para visitas é na biblioteca, segundo andar, segunda porta à esquerda e... ah, isso você já sabia né? Ok, tchau!!! - Saí voando de casa deixando um Sasuke com uma cara de "WTF?!" pra mim.

     Corria pelas ruas feito uma cabrita no cio (?), quando cheguei no colégio o carinha lá estava quase fechando os portões, quase atropelei o coitado, mas consegui entrar, Yeah! Mas não deu para comemorar muito, ainda tinha que chegar na minha sala que era no segundo andar, subi as escadas, quando cheguei abri a porta com tudo.

- CHEGUEI!!! - Berrei a plenos pulmões.

- Que bom, senhorita Haruno. - Professor de física do capeta! - Trouxe o exercício que eu te pedi?

- Trouxe! - Sorri debochada, Há! Ele não poderia descontar nota da minha prova! Uhulll!!

- Ótimo, me entregue, vou corrigí-lo e ver se está certo. - Ele sorriu de um jeito perverso. Não tô falando que ele sempre quer me ferrar? Mas beleza, fui para meu lugar, peguei a folha aonde havia feito o exercício e o entreguei. Ele começou a corrigí-lo.

- Hum... - Depois que terminou olhou de um jeito desconfiado para mim - Foi você quem fez o exercício, Haruno? - Ê maldita desconfiança!

- Sim, algum problema?

- Não... está tudo certo, pode vir pegá-lo. - Sorri feito uma retardada, eu havia acertado e o professor teve que engolir HÁ!!! Ok, eu copiei ele já resolvido, mas e daí? Deu me ama, nhé! (?)

     Depois disso a aula seguiu-se chata e entediante, quase dormi de tão irritante que era. O sinal bateu, mas o inferno ainda não iria terminar, pois a próxima seria química, vou vomitar! O professor entrou e fez a chamada, normal. Ah, vou avisar uma coisa: O professor de química literalmente ME ODEIA! É sério, sempre que pode me chama a atenção e tira nota, um dia vou me vingar desse infeliz, ah se vou!

- Muito bem alunos, abram na pág. 15 e começem a fazer os exercícios. Quero todos respondidos até o final da aula. - Droga! Me ferrei bonito agora, não sei fazer definitivamente nada desses problemas.

     Estava eu lá, aniquilando os meus pobres neurônios (?) quando alguém bate na porta, era a vice-diretora. Nem dei atenção, deveria ser algum aviso qualquer.

- Com licença pessoal. - A vice-diretora nos chamou, ótimo, o que que era? Rezei para que fosse um cancelamento de última hora. É, sonhar não faz mal. - Queria apresentar a vocês um novo aluno. - Ôpa! Não é um cancelamento, mas me interessa, vai que o carinha é alguém legal e que eu possa ser amiga? (é, eu estava levando a sério o juramento que fiz à minha mãe -> largar mão de ser autista e fazer amigos LOL) - Pode entrar.

     Todos voltaram seus olhares para a porta e por ela passou um garoto alto, pele alva, cabelos negros e rebeldes, olhos ônix e... e... E O QUÊÊÊÊ?!?!?!?!

- SASUKE?!?!?!? - Eu disse (leia-se: berrei) e me levantei. Todos olharam para mim, que ótimo.

- Poderia parar com a gritaria, senhorita Haruno? - O professor (desgraçado) se pronunciou e me fuzilou com o olhar.

- De-Desculpe. - Me sentei.

- Esse pessoal, é Sasuke Uchiha.

- Yo. - Ele se pronunciou. Vi algumas (lê-se: todas) garotas olharem-no como se o mesmo fosse um pedaço de carne e elas, leoas famintas (?), ou seja, acharam ele o maior gostoso (como se eu também não achasse LOL). O garotos, ao contrário, fecharam a cara e resmungaram alguma coisa, normal de invejosos.

- Bom Sasuke-san, pelo que eu vi, você e a Sakura já se conhecem, então se importaria de sentar ao lado dela? - A vice-diretora perguntou.

- Não. - Ele respondeu.

- Ok, então pode se sentar. Desculpe pela aula, professor.

     A vice-diretora saiu e Sasuke veio e sentou-se à minha direita. Juro que vi algumas garotas me lançarem um olhar mortal, LOL é hoje que eu morro. Esperei o professor do hell voltar sua atenção para outro aluno para poder conversar com Sasuke.

- O que raios você está fazendo aqui?! - Perguntei indignada.

- Estudando, não tá vendo?

- Faça-me o favor Sasuke! Sua missão não é essa, você deve encontrar a família e... - Ele me interrompeu.

- Eu sei a minha missão e por isso, faço o que quiser com ela.

- Mas...

- Nada de mais, faça os exercícios e me deixe em paz. - Grosso!

- Humpf!

- Ah, só uma coisa...

- O que é?

- Você não acha que está muito grandinha para ter ursinhos? - LOL Quase caí da cadeira nessa.

- Como é que é?!?! - Senti meu rosto esquentar.

- Eu dei uma olhada no seu quarto e...

- Você tem uma Tv, um vídeo-game, um computador e uma biblioteca ao seu dispor e vai futricar no MEU quarto?! - Disse entre dentes.

- Achei muito chato. - Ele deu de ombros.

- Maldito!

- Ah que que é? - Ele sorriu de canto - Esconde algum segredo lá por acaso? Se sim, acho que não procurei direito...

- Ora seu!!! - Ele riu.

- Já terminou os exercícios senhorita Haruno? - O professor chamou minha atenção.

- Er... tô quase. - Menti, mas me deu vontade de mandar ele pegar aqueles exercícios e enfiar no ... naquele lugar!

- Você não sabe resolver os problemas. - Sasuke alfinetou.

- E daí?

- Vai tirar zero.

- Dane-se, o problema é meu!

- Quer ajuda?

- Não!

- Não mesmo?

- Er... - Hesitei, olhei minha apostila em branco e a dele... TODA PREENCHIDA?!?!?! - Como você...?! - Apontei assombrada para os exercícios dele. Ele simplesmente deu de ombros.

- Isso é fichinha pra mim.

- Droga! - Bati a testa na apostila - Como eu posso ser tão burra?

- Você não é burra, só não é boa em certas coisas. Deixa eu ajudar.

- Pra você ficar zombando de mim depois? - Estreitei os olhos e o fitei.

- Não vou zombar de você, quero ajudá-la.

- Hum... ok.

     Sasuke arrastou sua carteira para perto de mim e me ajudou com os exercícios. É, até que ele não era um mal professor, com certeza era melhor do que aquele filho do capeta que dava aula... na verdade qualquer um seria melhor que ele. Resumindo, com a ajuda do Sasuke consegui terminar os exercícios e entregá-los na hora. Uhull! Ponto pra mim! (?) A terceira aula foi de história, uma mais light, o professor passou a matéria e deixou o resto da aula livre. Quando bateu o sinal novamente, me levantei e fui para o refeitório que estava uma muvuca, como sempre. Ê bando de esfomeados, parece que nunca viram comida na vida.

     Depois de quase ser pisoteada na fila da comida, consegui sair de lá com a minha bandeja intacta. Agora a missão era achar uma mesa livre, o que não seria fácil, pois sou uma completa excluída da sociedade. Estava cogitando a possibilidade de ir lanchar no banheiro quando ouço alguém me chamar. (uma voz du além! Huuuuuuuuuu!)

- Sakura! - Me virei e fiquei procurando o ser que me chamou, e como sou cega, não consegui. - Sakura aqui!

- Aqui aonde porra?! - Uia, revolts total.

- Ô sua vesga, aqui! - AH!!! Agora eu vi, Sasuke estava me chamando, ele estava sentado em uma mesa lá no fundo e não havia conseguido vê-lo por causa da rodinha de garotas que estava em volta dele. Bando de sanguessugas! Olhei para os lados para ver se ninguém iria passar voando por mim para sequestrar minha bandeja (?) e então me dirigi até a mesa.

- Er... dá licença? - Pedi à manada de sanguessugas que rodeavam o Sasuke, só consegui uma dúzia de olhares mortais com isso. LOL

- Suma daqui ratazana, eu é que vou lanchar com o Sasuke-kun! - Ratazana?! Quem essa garota acha que é?!

- Olha aqui sua minhoca sem cérebro (?), o Sasuke me chamou aqui então quem tem que vazar é você!

- Do que você me chamou?! - Uia, a gúria me lançou um olhar mortal. (um a mais, um a menos, não faz diferença mesmo)

- Tá surdinha?

- Ora sua...! - A garota foi interrompida por Sasuke.

- Sumam daqui, quero lanchar em paz e sozinho. - LOL Não conhecia esse lado frio e arrogante do Sasuke. Mas deu certo! As garotas olharam chorosas para ele e depois se afastaram, eu não fui excessão.

- Ei, tá indo aonde? - Me virei.

- Ué, você não disse que queria comer em paz e sozinho? - Ele revirou os olhos.

- Eu falei isso para as outras garotas, não para você.

- Ah... ok. - Me sentei. - Então... gostando do colégio? - Sorri e ele arqueou uma sombrancelha. - Que foi?

- Eu estou aqui pela minha missão Sakura, não por diversão.

- Quê? Mas... - Ele não tinha dito que estava ali para estudar...?- Ah! Esquece. Você tem que procurar a família em vez de ficar perdendo tempo em um colégio.

- Tem uma maneira mai fácil de achar a família do que sair andando pela cidade.

- E como seria?

- Bom, existe a informação de que a família tem como guerreiro mais poderoso, o mais novo integrante dela. E pelas contas que meu líder fez, esse "guerreiro", tem entre 15 e 16 anos, ou seja, se eu frequentar alguns colégios e observar os adolescentes dessa faixa, vai ser mais fácil localizar a família.

- Hum... inteligente. (ao contrário de mim) Fez algum progresso?

- Não, todos os adolescentes daqui são patéticos e irritantes.

- Nossa, sua delicadeza é inacreditável.

- Mas é verdade.

- Uma coisa, como você vai saber que encontrou a pessoa certa? Vai apitar algum alarme, ela vai se transformar na sua frente...? - Ele me olhou com uma cara tipo: "WTH?"

- Meu líder disse que eu saberia quando encontrei a pessoa certa.

- Hum...

     Terminamos de lanchar e o sinal bateu. O resto das aulas foi uma chatisse só também, a única coisa nova foi que alguns lápis e canetas me atingiram "por engano" suuuuuuuspeito. Aposto que foram aquelas piriguetes invejosas que foram dispensadas pelo Sasuke, vacas! O sinal do término das aulas tocou e guardei meu material, assim que terminei, não encontrei Sasuke, ele já havia saído. Segui para casa normalmente, mas quando cheguei, Sasuke não estava lá também, estranho. Almoçei sozinha e fui assistir Tv, fiquei vegetando por um bom tempo.

- Você não sabe fazer outra coisa?

- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! - Que susto manolo!! - Quer me matar do coração Sasuke?! - Parecia até aqueles psicopatas de filme de terror, chegavam por trás e matavam todo mundo.

- Humpf. É por isso que você é uma anti-social, fica trancafiada em casa!

- Se eu gosto de ficar em casa o problema é meu. - Maravilha, já não basta minha mãe falar isso, agora ele também?!

- Por que não procura dar uma volta, passear, curtir a vida?

- Não obrigada.

- E se eu te arrastar para algum lugar?

- Há! Duvido! - O desafiei e... ele deu o seu típico sorriso de canto. Não tô gostando disso...

     Sasuke se levantou do sofá e veio em minha direção/medooo. Me pegou no colo e foi em direção ao meu quarto.  LOOOOOOOOOOL ELE VAI ME MATAR! OH GOSH!!! (dramática não...)

- AAAAAAAHHHHHHHHH!!! HEEEEEEELPP!! ALGUÉMMM!!! EU VOU SER ASSASSINADAAAAAA!!! - Começei a berrar feito uma loka. (como se já não fosse uma)

- Pára de berrar e eu não vou te matar, relaxa!

- Relaxa?! Agora sim que eu vou gritar!!! - Ele revirou os olhos e me pôs no chão.

- Vamos, se troque.

- Hã? (lerdaaaa)

- Vamos sair, se troque.

- E quem disse que eu quero sair?! - Cruzei os braços.

- Se não for se trocar por conta própria, eu faço isso. - Ele me lançou aquele sorrisinho de canto perverso again/medooo. E como eu não tô afim de ser estuprada(?), fui me trocar. Entrei no closet, fiquei olhando para as roupas, não sabia o que vestir.

- Er... vamos aonde Sasuke? - Perguntei de dentro do closet.

- Não interessa.

- Eu quero saber para poder escolher a roupa certa caramba!

- Coloque uma que se sinta a vontade.

- Bela ajuda! - Irônica.

     Andei de um lado para o outro, ainda não sabia o que vestir. Era tão difícil ele dizer aonde íamos?!

- Morreu aí dentro Sakura?! - Ê impaciência.

- Não, mas tô quase! - Ouvi ele bufar. Como o apressadinho já tava me irritando, escolhi um shorts jeans curto, uma bata branca com o desenho de um gato preto, uma sandália sem santo também preta, brincos de argolas média e uma maquiagem leve. Quando saí, Sasuke estava dormido na minha cama, maldito.

- Caham, Sasuke?

...

- Sasuke??

...

- SASUKEEEEEEEE!!! - Gritei, ele caiu da cama, deve ter ficado surdo coitado.

- Quer me deixar surdo?!

- Humpf, ninguém manda dormir e me ignorar. - Ele revirou os olhos - E então, como estou? - Me distanciei um pouco e abri os braços, ele me analizou, não sei porquê, mas senti meu rosto esquentar um pouco. Assim que terminou de olhar, ele sorriu.

- Assim está bem melhor.

- E então, aonde vamos?

- Surpresa.

- Ahhhh!! Não é justo! - Choraminguei.

- Pare de choramingar, vamos. - Ele já estava na porta.

     Peguei meu celular, coloquei no bolso e segui Sasuke casa afora. Andamos por algumas ruas, nos distanciamos um pouco da cidade e entramos na floresta, só paramos quando chegamos à uma pequena cachoeira. Me impressionei com a paisagem, era realmente muito bonita. As árvores com suas flores florescendo, a água da cachoeira e do lago cristalina, os peixes, a harmonia da natureza, uma pequeno paraíso no meio da floresta.

- Uau! Nunca tinha visto um lugar assim. - Olhava tudo com os olhos arregalados.

- Claro, vive como se fosse num cativeiro. - Ele debochou, eu mostrei a língua.

- E então, vamos fazer o quê? - Perguntei.

- Nada.

- Quê?!

- Não vamos fazer nada.

- Você me traz aqui e não vamos fazer nada?! - Indignei.

- Vocês humanos são todos iguais. - Ele revirou os olhos e balançou a cabeça negativamente.

- O que que eu fiz?! - Ele se sentou debaixo de uma cerejeira (uia, a origem do meu nome)

- Por que vocês empre tem alguma coisa para fazer? Porque não sentam, observam a natureza, contemplam a beleza que ela tem para oferecer? - Não respondi, é, ele tinha razão. Era muito difícil uma pessoa parar por um instante que fosse só para observar a beleza de um lago ou a delicadeza de uma flor. Me aproximei dele e sentei-me ao seu lado. Ficamos em silêncio por um tempo até Sasuke resolver quebrá-lo.

- E então, não vai fazer nenhuma pergunta sobre mim?

- Como assim?

- Bom, não é sempre que um ser de outro universo aparece para você, não tem curiosidade?

- Hum... não.

- Não mesmo?

- Descobri de onde você veio e por que está aqui, só isso me interessava, não preciso fazer um relatório completo.

- Hum...

- E você?

- Eu o quê?

- Não vai querer saber como é o meu dia-a-dia?

- Nem preciso.

- Por quê?

- Primeiro, por que você só vai para o colégio e se enfurna em casa e bom... digamos que eu "observei" você por uns tempos.

- VOCÊ O QUÊ?!?! - AHHHHH!! Eu estava sendo espionada e não sabia!!! (pra variar, sou mais desligada que não sei o quê!)

- Você e essa mania de gritar...

- Eu não acredito! Você me espionou?!?! - Ainda queria minha resposta oras!

- Minha missão é essa, observar os adolescentes e ver quem é que estou procurando.

- Isso não é desculpa. - Bufei irritada e cruzei os braços. Ficamos em silêncio mais alguns minutos. Enquanto observava um passarinho brincar com sua mãe no ninho, me lembrei de algo que queria perguntar ao Sasuke.

- Sasuke?

- O quê?

- Não quero ser intrometida, mas... como seus pais morreram? - Ele demorou para responder.

- Foram assassinados...

- Nossa...

...

- Pegaram os culpados?

- Não, eles não deixaram pistas.

- Desconfiam de alguém?

- Não temos como, nosso clã tem muitos inimigos.

- Ah...

     A conversa terminou por ali, percebi que Sasuke não gostava de falar dos pais. Assim que toquei no assunto seu rosto enrijeceu e as respostas foram curtas e diretas. Lembrete mental: Não tocar no assuntos "pais" na frente do Sasuke. Check! (?) A tarde passou rápida, mudei de assunto e Sasuke voltou a ser menos frio do que antes, conversei com ele como nunca conversei com ninguém. Não sei por que, mas me sinto a vontade quando estou perto dele, como se pudesse confiar minha própria vida à ele. (uia) Quando começou a anoitecer, voltamos para casa, preparei um jantar para nós dois e fomos dormir, ele no sofá, claro. Há, pensaram besteira né? Seus mentes poluídas! Sou uma linda flor delicada e inocente, não faço essas coisas. (aham, seeeeei)

Sakura POV's OFF

=========X===============X===================X==

     A algumas ruas da casa da Haruno, dois pequenos seres moviam-se agilmente pelos arbustos.

- Hum...

- O que foi?

- Perdi o rastro.

- O QUÊ?!?! - O chacal se irritou.

- Eu perdi o rastro...

- Mas de novo?!?!

- Eu tenho culpa?!

- Você é um rastreador sua anta!

- Anta não, sou uma - Foi interrompido.

- Não me interessa! Bote esse fuçinho para funcionar e o encontre!

- Aff... por que só eu? E você?!

- Procure-o-rastro! - O chacal disse entre dentes.

- Ok, ok... - A raposa somente revirou os olhos e pôs o fuçinho no chão. O chacal bufou e começou a seguir o amigo.