Lutando por Um Final Feliz escrita por Belayne


Capítulo 8
Explosão de Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, trouxe um capítulo fresquinho pra vocês. Qualquer erro me desculpem, não tive tempo de revisar.
Aproveitem ^^



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Eu estava ali mais outra vez tirando as ataduras do rosto de Sasuke; minha tensão era extrema naquele momento, pois esse já era o último dia do prazo estipulado para a sua recuperação. Removi a atadura lentamente na esperança de que Sasuke dissesse que tinha voltado a enxergar, mas como sempre ele abriu os olhos vagarosamente e estes ficaram fixos em um ponto qualquer.

Saímos da casa sem trocar sequer uma palavra, mas a força com que eu segurava a mão de Sasuke expressava muito bem o medo que eu estava sentindo naquele momento.

-Calma Sakura. – ele falou apertando levemente minha mão duas vezes para que eu percebesse sobre o que ele falava.

-Ah, desculpa. – eu disse enquanto observava o portão do Distrito ficar maior ao passo que chegávamos mais perto dele – Espere aqui um segundo. – eu disse enquanto ia abrir o imenso portão – Pronto. Hoje nós vamos sair dos limites do Distrito. – falei tensa, pois não sabia como os habitantes de Konoha iriam agir ao rever um dos seus maiores traidores.

Assim que saímos pude ver duas senhorinhas passando, quando perceberam nossa presença pararam, olharam curiosas e começaram a andar mais rápido; eu respirei fundo, pois tinha certeza que aquelas não seriam as únicas pessoas que agiriam daquela forma. Olhei para o rosto de Sasuke e agradeci mentalmente por ele não poder ver qualquer coisa que fosse acontecer dali pra frente.

Nós estávamos passando por lugares pouco movimentados para evitar tumulto, mas parecia não estar adiantando muito; Provavelmente aquelas duas senhoras contaram para outras pessoas que Sasuke estaria perambulando por ai.

-O que esse cara pensa que está fazendo aqui? – um homem baixinho e enfezado perguntou para uma mulher que estava ao seu lado.

-O que? Você não estava sabendo que este daí voltou já faz mais de uma semana? – a mulher disse acompanhando minuciosamente os passos cambaleantes de Sasuke.

-Como ele tem a coragem de voltar aqui? – o homenzinho retrucou.

-Foi a Tsunade-sama que mandou alguns ninjas para resgatá-lo. – a mulher disse se virando e indo embora parecendo ter algo mais importante do que observar o “espetáculo” que estava se formando.

Comecei a me incomodar com aqueles burburinhos chatos que estavam se formando a nossa volta.

-Sasuke, não ligue pra eles. – falei enquanto acariciava sua mão tentando confortá-lo, pois com certeza aquilo estava sendo menos agradável pra ele do que pra mim.

Ele ficou calado, e logo depois seus olhos se fecharam como se ele tentasse não estar mais ali. Meu coração apertou ao ver Sasuke daquele jeito, então eu o guiei para outra rua onde pensei estar mais calmo, mas as pessoas se enganam, aquela rua estava mais cheia que as outras. Eu me encolhi com o barulho que foi se formando ali, queria poder tirar o Sasuke daquela situação horrível, mas quando olhei pra trás estávamos cercados de curiosos. Senti-me totalmente inútil por não conseguir fazer nada, pois aquele era o único momento no qual as situações se invertiam, eu não precisava da ajuda de Sasuke, mas ele necessitava da minha. Nós estávamos parados no meio de uma enorme multidão de curiosos que ficavam resmungando direto, alguns gritavam xingamentos horríveis e outros riam da atual situação do Sasuke.

-Por favor, parem. – eu falei baixo, pois parecia que tinha alguma coisa prendendo minha voz na garganta.

Algumas pessoas pararam, mas nem deram importância, e outras simplesmente nem me ouviram. Aquilo me deixou com muita raiva.

-CALEM A BOCA! – eu gritei com os olhos marejados, odiava ver que as pessoas que eu sempre respeitei, sempre protegi estavam fazendo aquilo com o Sasuke.

As pessoas pararam e olharam pra mim espantadas até que uma delas resolveu se manifestar.

-Deveríamos nos calar só porque você mandou? – um homem magro e alto perguntou ironicamente enquanto olhava para os lados checando se as pessoas ali o apoiavam, então ele pode ver que todos ali concordavam com ele, menos uma loira alta.

-Voltem a fazer o que pararam, o show acabou. – Tsunade falou com autoridade, então todas as pessoas sem exceção voltaram aos seus rumos – Estou vendo que vai ser mais difícil do que eu esperava.

-Tsunade você precisa vir rápido. – a Shizune falou aparecendo lá de repente – Está acontecendo uma confusão no seu escritório.

Então as duas sumiram num piscar de olhos. Eu estava com medo que as pessoas voltassem para zombar do Sasuke, mas felizmente elas apenas nos dirigiram olhares o que só afetava a mim. Distanciamos-nos mais da movimentada rua e agora passávamos por uma pequena praça, onde eu pude ver uma fila de crianças do orfanato seguir sua professora. Pude notar que uma loirinha corria na nossa direção com uma tulipa branca na pequena mão.

-Olá Sakura-nee-chan! – ela falou já parada na minha frente.

-Oi Tosake. – eu disse afagando sua cabeça.

-Eu trouxe essa tulipa para o Sasuke. – ela falou com um sorriso inocente.

-Obrigada. – eu falei sorrindo, admirando sua compaixão.

Tosake me deu a flor e correu de volta para a fila.

-Ela é uma fofura... – eu falei baixinho.

-Quem é a garota? – o Sasuke me perguntou quando recomeçamos a andar.

-Tosake, é uma criança muito gentil que conheci no hospital, eu e a Ino cuidamos dela quando seus pais morreram. – eu disse lembrando-me de quando aquela garotinha estava encolhida em um dos bancos do hospital chorando a morte de seus pais.

-Hum. – ele respondeu enquanto se apoiava em mim para ter equilíbrio.

O sol já estava quase encostando à linha do horizonte quando decidi que voltaríamos ao Distrito. Desta vez a caminhada foi mais tranquila, pois as pessoas já estavam fechando seus comércios e os pais já mandavam seus filhos entrarem. Já estávamos na porta de casa, então eu a abri, olhei para trás e vi o Sasuke passando a mão nos olhos, mas não dei importância.

-Pode entrar. – eu falei ao seu lado.

Ele entrou e foi sentar-se no sofá, eu percebi que ele estava cambaleando então nem fechei a porta e fui ao seu auxilio. Passei um braço em volta do seu ombro e o ajudei a sentar. Então ele levou novamente as mãos aos olhos esfregando-os e de repente começou a suar, sua respiração ficou acelerada, e foi ai que seu grito ecôo pela casa.

-Sasuke! – eu disse segurando firme seus braços – O que está acontecendo? O que você está sentindo? – eu perguntei desesperada.

-Meus olhos! – ele disse com a voz grave – Eles estão... Queimando! – ele disse surpreso pelo que acabara de constatar.

-Eu já volto. – eu disse correndo para o quarto.

Quando cheguei lá peguei uma toalha de rosto na gaveta molhei-a na pia do banheiro e depois tirei o excesso de água. Então corri para a sala, peguei suas mãos e tirei-as do seu rosto, no lugar delas pus a toalha pressionando-a logo em seguida, ele gemeu um pouco por causa da dor, mas logo foi se acalmando.

-Melhorou? – eu perguntei sentando ao lado dele ainda pressionando a toalha nos seus olhos fechados.   

-Sim. – ele falou relaxando o corpo, que há segundos atrás possuía os músculos contraídos.

Depois que ele disse que havia melhorado eu retirei a toalha de cima dos seus olhos e a coloquei no chão, logo depois virei o rosto do Sasuke na minha direção para que eu pudesse fazer uma avaliação rápida da sua situação ocular, então vagarosamente ele abriu seus olhos e levou suas mãos ao rosto para coçá-los e eu rapidamente as segurei, e olhando para os seus olhos vi que ele os fechou forte e abriu em seguida, seus olhos ainda parados em um ponto fixo, que naquele momento eram meus olhos, a situação começou a me deixar nervosa então eu olhei para baixo e vi nossas mãos juntas ,naquele instante comecei a sentir minhas bochechas ficarem quentes, mesmo sem ele poder ver nada com certeza ele sabia que meu coração estava acelerado agora, então olhei para os seus olhos de novo e eles ainda estavam fixos no mesmo ponto equivalente ao dos meus, de repente eu me vi perdida dentro das suas orbes ônix. Depois de um tempo navegando nos seus olhos pude ver que eles estavam mais próximos e que mexiam um pouco, como se saíssem um pouco do seu ponto fixo, mas sem distanciarem-se muito do mesmo, eu já ia perguntar se ele estaria por acaso enxergando algo, então abri a boca para falar, mas nem uma palavra foi dita naquele instante. Seus lábios tocaram vagarosamente os meus, uma das suas mãos deixou a minha para pousar em minha nuca, meu corpo todo amoleceu quando ele começou a mover seus lábios contra os meus com movimentos leves e envolventes, as paredes rodavam como um pião quadrado no início da sua incansável trajetória. Várias coisas vagavam minha mente, vários sentimentos floresciam naquele momento, e então me segurei em apenas um, e este me fez tirar a mão de Sasuke da minha nuca e separar bruscamente nossos lábios.
Eu estava com os olhos arregalados, surpresa pelo que nós dois havíamos acabado de fazer, então percebi que seus orbes ônix me acompanharam quando levantei do sofá com uma mão postada em frente da minha boca ofegante, então constatei que aquela dor toda que ele havia sentido era apenas um “aviso” de que sua visão chegaria logo. Meu coração, que estava acelerado, agora estava doendo como se estivessem apertando-o.

-Sa- Sakura... Me. Me desculpe. – ele falou se levantando e vindo em minha direção.

Eu não sabia o que fazer e nesse momento eu senti como se algo explodisse dentro de mim; minha mente estava completamente confusa, meus olhos começaram a marejar e então eu corri, corri para fora da casa e eu me esbarrei em alguém que estava encostado ao vão da porta, mas nem me preocupei em pedir desculpas e continuei correndo em direção a saída. Ainda pude ouvir murmúrios ao longe, mas não me interessei em decifrá-los. Corri como nunca havia corrido antes, eu queria apenas poder me trancar em minha casa e ficar sozinha com meus sentimentos e sofrimentos. Em pouco tempo eu estava abrindo desesperadamente a porta da minha casa, entrei aos prantos e fui para o meu quarto, não me importei em ligar luzes, pois a lua já fazia bem seu trabalho brilhando no céu escuro. Sentei na minha cama e me abracei ao travesseiro, as lágrimas cada vez mais presentes nos meus olhos.

-Mas que porcaria foi aquela? – Naruto falou chegando de repente e ligando a luz do quarto.

Eu não disse nada apenas olhei para ele, ou pelo menos o que as lágrimas me permitiam ver dele.

-Me responde. Por que você saiu daquele jeito, posso saber? – ele disse com sua costumeira gritaria.

-Fala baixo. – eu disse em meio a soluços.

-Que foi? Não vai responder? – ele perguntou falando ainda mais alto – Quer dizer que o cara que você sempre amou te beija e você sai correndo? Mas que porra é essa? Garota você enlouqueceu? Por que você fez essa... – ele ia continuar com seu falatório se eu não o interrompesse.

-Porque eu não quero ser usada, ok?! – eu falei soltando o travesseiro e ficando de joelhos na cama, como se a postura de autoridade ali fosse minha – Eu não quero ter esperanças em uma coisa que não tem o mínimo fundamento! – eu falei voltando a chorar desesperadamente.

-Uma coisa sem fundamento? Sakura quando foi que você pirou assim? – ele perguntou com a voz bem alta expressando bem a raiva que já era estampada no seu rosto.

-Eu não pirei! Eu apenas sou realista, eu vejo o óbvio! Você não lembra como foi minha infância inteira? – eu falei em meio a soluços, minhas lágrimas diminuindo de intensidade – Ele me humilhou sempre, me deixou de lado, ele não merece que eu o ame!

-Você vê o óbvio? – ele perguntou indignado – Você ta vendo é o passado, garota! – ele disse com os braços gesticulando para todos os lados – O Sasuke te ama!

-Naruto, eu não quero me iludir. – eu falei olhando para baixo.

-Então quer dizer que você correu esse mundo inteiro atrás daquele cara, lutou para que ele voltasse, deixou todo mundo preocupado com você, para simplesmente quando ele te beijasse você saísse correndo e chorando como uma verdadeira idiota? – ele falou ríspido como se jogasse pedras em mim – Foi pra isso Sakura? Foi pra mostrar o quão covarde você é?

Depois que ele falou aquilo meus joelhos fraquejaram e eu caí sentada na cama, chorando mais do que antes, pois era exatamente aquilo que eu estava sendo: uma idiota covarde. Então eu senti seus braços me envolverem em um braço apertado, ele me afastou um pouco, tirou algumas mechas de cabelo que estavam grudadas no meu rosto devido às lágrimas e olhou nos meus olhos.

-Sakura. – ele falou como se me chamasse à atenção – Aquele teme, ele realmente te ama. – ele falou vagarosamente com a voz extremamente mansa – Volta lá Sakura. Ele ficaria feliz em te ver, e você com toda certeza ficaria bem em saber o que verdadeiramente passa na cabeça daquele cara, acredite: é apenas você.

-Mas e se ele me machucar? – eu perguntei triste.

-Ele não vai! – disse sorrindo – Ele vai responder a todas as tuas perguntas. Eu garanto. – ele disse seguido da sua pose de Nice Guy.

-Como tem tanta certeza? – eu perguntei meio insegura.

-Eu conversei um pouco com aquele carinha

-Obrigada. – eu falei o abraçando – Eu te amo, meu irmão. – e então eu derramei mais algumas lágrimas.

-Agora vai lá está bem? – ele falou saindo pela janela.

Eu me levantei da cama e pensei que nada de tão ruim poderia acontecer, afinal todos dizem que o tempo cura tudo, então era o momento exato de testar este dito popular. Decidi tomar um banho antes, para tentar melhorar meu rosto, que com certeza estava todo inchado. Depois que terminei percebi que uma leve chuva molhava Konoha naquele momento, mas aquilo não me impediria de ter minhas perguntas respondidas, naquela madrugada fria não haveria mais dúvidas apenas respostas.   

Abri a porta de casa, e em alguns curtos segundos eu estava toda molhada pela chuva, eu decidi não correr, porque quando você corre fica mais encharcado ainda. Depois de alguns minutos eu estava entrando no Distrito Uchiha, o medo começou a me apavorar, e se nada der certo? E se ele não quiser conversar? Nada de pânico, se eu cheguei até aqui é para ir até o fim. Fiquei os mais longos segundos da minha vida atravessando aquele Distrito, quando cheguei à casa bati na porta de uma vez só, como um impulso. Depois de esperar um pouco, ele abriu a porta na sua perfeição de sempre.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Deixem um review...
Vou viajar então irei demorar um pouquito.
Beijos :*



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