Um Maldito Renascimento escrita por mylena


Capítulo 29
Fim.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/144508/chapter/29

Pov’s Nico Di Ângelo

- Não, você não vai. – disse pela milésima vez para Amy

- Mas, a Kira vai! – ela gritou incrédula

- Eu duvido que o Percy deixe, agora sente sua bunda ai e me deixa terminar. – reclamei

Puxei uma blusa preta e uma cinza de mangas longas de um tecido fino e confortável para o espelho colocando por cima de mim. Era estranho e talvez um pouco egocêntrico – ou na minha cabeça, eu estava tentando ficar...bonito – mas mesmo assim, eu não conseguia fazer isso, era uma força maior ou sei lá, mas continuava sendo estranho, me examinei umas três vezes.

- A cinza fica melhor.

- Sério? – arqueei a sobrancelha

- Sério. – ela deu de ombros e se jogou de costas na cama de casal

- Valeu, maninha. – beijei o topo de sua cabeça e mexi no cabelo de qualquer jeito antes de sair do chalé

Kira vinha a passos pesados até nós, as bochechas vermelhas assim como a ponta do nariz, ela rolou os olhos para mim e abriu a porta do chalé sem nem ao menos falar comigo, como se fosse um adulto. Os cabelos pesados negros cheios de cachos passaram como um vulto e só ouvi murmúrios dentro do chalé.

- Crianças. – resmunguei antes de caminhar para o chalé de Dionísio

Todos já estavam dançando. O chalé parecia pequeno de fora, mas por dentro era como uma das maiores boates que eu nunca tinha entrado, alguns já bebiam, estava cheia de bolas e mesas espelhadas, não se via nenhum sinal de aquilo era parecido com um chalé, como alguns – eu – pensava. As luzes piscavam tão fortemente que eu não conseguia distinguir suas cores, apenas o vermelho e o laranja se destacava e os rostos dos campistas estavam tão escurecidos que eu só podia os reconhecer pela voz, a luz não entrava, como se estivesse em uma prisão pouco iluminada – uma prisão com uma boate de última geração, cheia de adolescentes bêbados e querendo se drogar. Era uma boa forma de esvaziar minha mente, com certeza.

 Passei os olhos pelo local tentando enxergar cada feição e capturar para mim, avistei Kate Gadner ao longe com os cabelos castanhos trançados em uma trança bem feita e trabalhosa, uma filha de Hecáte com os cachos ruivos se mexendo à medida que dançava ou se mexia, mas não continuava sendo a pessoa que eu esperava, pisquei os olhos e me forcei a ser mais eficiente e achar alguém conhecido – embora não conhecesse quase ninguém além de Percy e Annabeth. Vi os filhos de Apolo rindo e cantando alguma música perto das enormes caixas de som, era tão amarelo e dourado junto que doía mais que procurar uma daquelas luzes, sabe? As pessoas não se importavam com o cheiro persistente de bebida ou de vinho que preenchia todo o lugar, cada milímetro, pensei em me sentar e esperar alguém vir falar comigo, mas era ser muito chato e egoísta para tal coisa, então, novamente, me obriguei a procurá-la até achar uma cabeleira dourada dançando, os cabelos pesados se mexiam de um jeito sensual e descontraído como se tudo estivesse normal, os quadris se balançavam graciosamente a pouca luz que a iluminava, mas parecia que existia um enorme holofote sobre ela,  o que poderia acontecer já que ela balançou a cabeça de um jeito tão meigo que todos os seus cachos voaram por cima de sua cabeça,  ela estava de lado para mim, então eu podia ver seus lábios se mexendo e parte de sua bochecha vermelha demais para a pele branca, ela segurava um ponche, mas algum campista pegou de suas mãos, minha atenção estava tão voltada nela que não senti a vontade de perceber quem foi o retardado que fez tal coisa, ela mudou o peso da perna e pude ver um sorriso ameaçar em seus lábios finos e vermelhos, Saphi usava um vestido branco cheio de paetês no busto, curto demais na metade da coxa, e a medida que se mexia, ele parecia levantar mais e mais, ela rolou as mãos e abaixou a barra do vestido discretamente como se tivesse com vergonha de que alguém visse o pequeno sorriso mudou, foi se alargando lentamente até formar um sorriso grande no rosto enquanto conversava com Castor, percebi, ele tinha um sorriso maliciosa e segurava uma taça de vinho nas mãos, os lábios estavam tão roxos e pensei que ele já estivesse bêbado, a festa pareceu perder o sentido agora e todo meu corpo gritava para eu sair dali e viver uma vida melancólica dentro do banheiro até Kira querer parar de conversar com Amy ou chamar Percy e mandar ele tirá-la a força de lá, senti minhas mãos se fecharem em punho e minhas bochechas corarem tão fortemente que podia sentir minha cabeça esquentando assim como a ponta do meu nariz e quase corri para me pôr ao seu lado, tendo a segurança que ninguém me veria neste momento constrangedor, rocei as costas das mãos na minha bochecha e depois na ponta do nariz, limpei no jeans e apressei o passo até ficar ao lado de Saphira, ela estava bem mais bonita de perto, parecia querer dar uma alta gargalhada agora, mas mordeu o lábio inferior tirando o resto do brilho que ainda continha, imaginei se ela já não estava ali a tempo demais conversando com Castor e senti minhas bochechas arderem mais uma vez, pensei que meus lábios não iriam se desgrudar, até o meu lábio inferior se curvar e eu me surpreender com o que falaria.

- Boa festa, Castor. – elogiei falando mais alto que a música e tentando não arregalar os olhos para o que disse

- Valeu, cara. – ele deu batidas no meu ombro

- Hey, Nico! – Saphi me olhou surpresa como se não tivesse me visto antes e abriu os braços me enlaçando em um abraço tão apertado que sorri, enlacei meus braços pela sua cintura fina sentindo o cheiro diferente, era como um novo horizonte, um novo amanhã, como o inicio do dia com pães frescos, sucos de uva e de morango com cafés com chocolate, ou lírios... sim, lírios. – Iria te agradecer se pudesse me tirar daqui. – ela sussurrou no meu ouvido e senti os pelos se arrepiarem, sorri de lado e assenti

- Ei, Castor, eu vou ter que mostrar uma coisa a Saphira... É uma daquelas espadas que os filhos de Hefesto conseguem fazer, já voltamos. – falei alto sem esperar ele dar uma resposta como: hey, estamos em uma festa, para que ver espadas de Hefestos?

Ouvi o riso fraco de Saphira e acenei vendo sua cara de confuso com a taça cheia em uma mão, a puxei com um sorriso travesso e ela retribuiu como se eu estivesse fazendo coisa do outro mundo, ela abaixou a cabeça e negou com seus próprios pensamentos, passamos por um refrigerador e ela puxou meu braço, cambaleei para trás e ela tirou uma lata de coca cola, pensei em pegar uma para mim, mas não sentia minha garganta seca ainda. Eu a puxei para um canto menos movimentado ainda sorrindo. Ela se encostou na parede e fiquei ao seu lado.

- Aqui parece legal. – ela murmurou dando um gole – Não é tão ruim quanto eu imaginava. – ela rodou as mãos para a festa dando um sinal de todo acampamento e logo depois  ergueu a lata para mim e a peguei dando um gole

Sorri dando um gole longo pensando em algo para falar, algo que tinha dito para ela logo que nos conhecemos, algo legal e que a fizesse rir, algo que não me deixasse parecer um bobo de circo, algo que ela se lembrasse no futuro, mas não foi isso que aconteceu definitivamente.

- Eu disse que iria gostar. – menti – ou melhor, falei a primeira coisa que veio a minha mente - enquanto ela ria

Vamos, Nico, coragem. Gritei dentro de mim e me virei para ela.

- Saphira? – perguntei colocando meus braços ao lado da cabeça dela, ela sorriu

- Hm? – ela curvou os lábios para cima piscando os olhos dourados inocentemente

Os lábios antes cheio de brilho, agora estava liso, como sempre, um pouco opaco mais ainda sim, mais rosado que avermelhado, as bochechas estavam em um leve tom de vermelho, e seu pescoço estava macio debaixo do seu colar de sol, era uma luz própria que irradiava nele mesmo na noite escura com o céu estrelado coberto por poucas nuvens passeando preguiçosamente por ele, o pequeno sol em seu colo coberto de sardas quase invisíveis brilhava por si só e parecia chamar bem mais atenção de perto.

- Sabe quando... Hm, nos beijamos? – perguntei me sentindo queimar

Sua expressão descontraída de mais – o que me fez achar que ela poderia estar bêbada – sumiu, para a garota que conheci na California, não durona nem cheia de marra, mas meiga e feminina, lábios finos curvados em um beicinho fofo, ela se mexeu na minha frente desconfortável e assentiu.

- Eu queria repetir. – murmurei me aproximando devagarosamente

- Repita. – ela deu de ombros – Mas, não quero que você fique indiferente como daquela vez. – ela se pressionou contra a parede preta de mármore

Tentei não sorrir quando sua expressão malvada voltou, aquela de quando me viu brigando com Amy, embora estivesse assim os olhos estavam brilhando, não consegui identificar se era por excitação, entusiasmo, ou medo, era diferente e eu queria desvendar o pequeno mistério que a rondava.

- Só vou ficar indiferente se você negar meu pedido de namoro. – sorri fechando os olhos e passando meus braços ao redor de sua cintura

Colei nossos lábios e pedi passagem com a minha língua enquanto me deliciava com seu cheiro diferente e encantador, sorri – mais uma vez -  sobre o beijo.

Eu, com certeza, só conseguia sorrir, era uma explosão de felicidade que me incendiava e eu esperava que fosse assim pelo resto que eu ficasse com a Saphira, pelos problemas que poderíamos passar juntos, e eu me lembrei de quanto Percy e Annie são fortes para isso, eu só queria que ela gostasse de mim do jeito que eu gosto dela, me separei e ela ainda estava corada com os braços relaxados sobre meu ombro, ela sorriu vermelha.

- Sério?

- Duh, não, é só uma brincadeira, agora vou lá pegar umas filhas de Afrodite. – revirei os olhos me afastando

Sua expressão se tornou furiosa e ri.

- Você acha mesmo que eu faria isso? – me aproximei de novo rindo zombeteiro e passando meus braços pela sua cintura

- Nunca pode se duvidar de um filho de Hades, eu acho.

- Hm... Bom, nunca duvide de mim, disso estou certo. – lambi os lábios e me aproximei dela

- Bom saber. – ela murmurou

A rodei e ela pendeu a cabeça para trás ainda sorrindo.

- Nico, Nico... – ela chamou

- Hm?

- Não estou acreditando, é sério mesmo? – ela perguntou voltando a se encostar na parede

Levei uma de suas mechas douradas para trás da orelha e suspirei sentindo como se tornaria clichê ou piegas, mas não me importei.

- Quer outro beijo para acreditar?

Ela assentiu tímida e me aproximei envolvendo nossos lábios em uma dança que se tornaria tão conhecida e sempre mais atrativa.

O Acampamento prometia ficar bem melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Maldito Renascimento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.