Começar a Ser escrita por WinnieCooper


Capítulo 2
Hugo Weasley, conheça Sam Wade




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Hugo Weasley, conheça Sam Wade

Mais de um mês já havia se passado depois do acidente no lago. Sam Wade havia batido gravemente a cabeça e isso o fez ficar desacordado. Nenhuma das poções que lhe haviam dado no St Mungus o fez acordar novamente. O máximo que conseguiram foi deixa-lo vivo, poções diferentes o faziam respirar regularmente, e estar alimentado e bem. Mas nenhuma o fazia acordar. Os feitiços pareciam ter o mesmo efeito.

A escola tinha um ar diferente, afinal um dos personagens principais estava ausente, o castelo não tinha a mesma alegria de antes.

O mais incrível é que parecia que nada havia mudado em relação a uma jovem ruiva. Lily continuava a andar com seu grupinho popular, mesmo que Sam não estivesse mais com eles.

- Ei cabelo de fogo, não tem coisa melhor a fazer a não ser ver desenhos? – perguntou um rapaz loiro do sétimo ano rindo com seus colegas. Fazia parte do grupo popular de Lily.

Hugo ignorou e continuou a andar.

- Ei cara! Ele falou com você – falou outro rapaz se postando na frente dele impedindo-o de continuar a andar.

- Oh desculpe, eu não falo idiotês, mas já que você fala, por favor, traduza para mim? – Hugo ergueu as sobrancelhas sorrindo e voltou a andar deixando os dois boquiabertos.

Lily depois de ouvir seu primo resolveu o seguir.

- Ei – ela exclamou o fazendo olhar para trás.

- Ei – ele respondeu meio confuso.

- Você foi corajoso com eles.

- Ah, era só estratégia – se defendeu Hugo.

- Estratégia?

- A melhor forma de enfrentar uma ameaça não familiar é responder com sarcasmo – ele desviou seu olhar do dela quando ela sorriu – Isso os faz pensar que eu tenha uma valentia secreta que são incapazes de identificar.

- Ow, bem planejado – ela deu uma pequena risada.

- É se passasse tanto tempo como eu trancada em seu mundo interior teria também suas teorias.

Ela mordeu os lábios e olhou para baixo.

- Então com você está? – ele perguntou observando as olheiras da prima.

- Estou ótima – ela fingiu um sorriso.

- Isso é ótimo, porque ouvi falar que o Sam... bom que ele não está... e pensei que... – Hugo se martirizava pensando porquê foi tocar naquele assunto.

- Estou ótima...estou totalmente bem, engraçado, lembra quando estávamos brincando nos jardins da casa dos nossos avós e eu cai e machuquei meu joelho? Eu acabei não chorando mesmo vendo aquele sangue todo e você me perguntava se eu estava bem, querendo rir da minha cara amedrontada e eu repetia que estava ótima e que nem estava doendo, hoje está parecendo aquele dia. Eu me desliguei das coisas ao redor e me sinto inteira, totalmente completa, entende? Só estou envergonhada que as pessoas me viram chorando pelos cantos, isso não é típico de mim – ela falava rápido demais – O que? – perguntou vendo a feição confusa do primo.

            - Está falando mais rápido do que meu cérebro pode processar.

            - Desculpe, eu só estou um pouco... – ela mexia em seu cabelo inquieta – E então, como você está?

            - Como você está? – ele devolveu a pergunta.

            - Eu estou ótima – ela voltou a afirmar.

            - Bem, como você está de verdade? – Hugo parecia que tinha uma dor em seu coração que dizia que parte da culpa de sua prima estar dessa maneira era dele.

            - Eu estou completamente bem – ela sussurrou tentando o fazer acreditar – Realmente estou.

            - Porque você sabe, se não estiver, pode falar.

            - Já disse a você que estou bem – ela afirmou um pouco zangada.

            - Está bem, mas se você quiser falar sobre qualquer coisa eu...

            - Oh Merlin! Eu esqueci, tenho que ver com a Kate e Mary quando vamos escrever nosso grito de guerra para o próximo jogo de quadribol da temporada. Eu preciso ir. Tchau!

Ela saiu correndo e nem ouviu o primo acabar de dizer:

- ...estarei aqui.

- Inacreditável – exclamou Lorcan saindo de trás de uma pilastra e chegando perto do amigo – Mesmo sem o Senhor Perfeição do lado a Lily continua te ignorando.

- Cala a boca Scamander! Minha vida já está “Naruto” demais para você me lembrar.

- Naru o que? – o outro perguntou confuso.

- Desenho japonês, você não entende – explicou impaciente.

- Está vendo! Por isso que não consegue nenhuma garota, esse lance de desenho japonês faz os outros se afastarem de você. Sua prima no mínimo te acha uma aberração.

- É tão bom ter amigos sinceros sabe? – Hugo pegou seus fones e ligou seu Ipod num rock pesado.

- Olhe meu exemplo cara – Lorcan continuou a falar como se ele lhe escutasse – É só eu começar a falar sobre plantas que os outros me tacham de pirado. Na verdade acho que devia parar de andar comigo, somos os loucos do colégio.

Hugo apenas sacudiu a cabeça afirmativamente como se o tivesse escutado.

xx

Depois do jantar Hugo resolveu fazer as lições para o dia seguinte. Só de pensar que era ano dos NOM’s já lhe dava nos nervos, e como sua irmã era obcecada por estudo e lhe negava ajuda quando ele deixava tudo para o última hora, ele resolveu escrever sua redação da aula de Poções. Copiou a maior parte do seu livro e mudou apenas umas palavras de lugar. Se conseguisse um “Aceitável” já era um grande avanço.

Olhou para os cantos do salão comunal da Grifinória e viu sua prima Lily sentada no chão de frente a janela olhando a lua, estava encolhida, com medo, assustada, amedrontada. Lágrimas escorriam de seus olhos.

Pensou por um minuto se não devia ir ajudá-la, mas ela não queria isso, havia lhe mostrado bem à tarde.

Pegou um pergaminho e fez quadros, desenhou a garota encolhida no chão e criou uma história especial para ela chamada:

Lágrimas valiosas

- Não chore – sussurrou um garoto chegando perto da jovem de cabelos longos e lisos sentada no chão – Suas lágrimas são valiosas para serem derramadas sem motivo.

- Não estou chorando – ela mostrou seu rosto a ele impecável e sem marcas de tristeza – Estou ótima.

- Mas eu achei que...

- Olha você sempre acha demais não é Hugo? Eu estou ótima, não vê que não preciso de você?

- Tudo bem – o garoto se encolheu tristemente no chão.

A jovem voltou a chorar, mas desta vez o garoto não disse nada.

- Porque minhas lágrimas são valiosas? – ela perguntou sem o encarar olhando a lua no céu através da janela fechada.

- Porque é você que as derruba se fosse outra pessoa não teria o mesmo valor – ele respondeu ainda cabisbaixo.

A menina no desenho encostou sua cabeça no ombro do primo e disse:

- Quer fugir comigo para a lua?

- Oi – Hugo parou seu desenho assustado encarando a dona da voz – O que está fazendo?

Seu coração palpitava rápido só de olhá-la tão perto.

- Nada – respondeu escondendo rapidamente os papeis dentro de seu livro de poções.

- Você estava desenhando, eu vi Hugo, lembro quando fazia desenhos lá na casa de nossos avós, me desenhava tão perfeitamente – Lily sentou-se do lado dele na mesa – Posso ver?

Hugo suspirou olhando para baixo.

- Se não quiser tudo bem – ela disse.

- Não é isso, é que... você irá rir de mim provavelmente – ele pegou o pedaço de pergaminho e deu sua pequena história para Lily ler.

- Não estou entendendo... – ela disse confusa.

- Ah, se lê do jeito oriental. De trás para frente, do quadrinho de cima para os de baixo, da direita para a esquerda – ele explicou com os dedos no pedaço de pergaminho.

Lily passava seus olhos nos desenhos e nos balões com as falas. No fim da leitura ela olhou para baixo e deixou uma lágrima voltar a escorrer de seus olhos.

- Vim aqui porque queria te contar uma coisa – ela confessou cabisbaixa.

Hugo não disse nada e esperou em silêncio que ela continuasse a falar.

- Hoje á tarde, quando eu lhe falei que eu estava bem – ela o olhou sacudindo negativamente a cabeça – Eu não estava.

Ele confirmou com a cabeça permitindo que ela continuasse.

- Eu não estou, eu não estou bem – ela olhou para frente – Eu lembro no primeiro ano quando eu conheci o Sam, ele estava no terceiro ano e foi para um passeio em Hogsmeade, eu roubei o Mapa do Maroto do James e fui escondida para  aldeia, passeei com ele o tempo todo, depois quando estava na hora de voltar ao castelo, a passagem secreta a qual eu tinha usado estava impossível de ser utilizada, e o Sam teria que me deixar para trás para não se meter em problemas . Mas ele não foi. Ele não podia me deixar para trás – ela voltou a encará-lo – Eu não posso deixá-lo para trás.

- Não o deixe.

- Como? Não me permitem nem ao menos o ver no hospital – ela chorava livremente agora.

- Vá sem que eles permitam – a solução parecia simples.

- Vai comigo? – implorou num sussurro.

Como ele poderia dizer não?

xx

Escondidos no sábado de manhã, saíram pela passagem secreta e foram direto a Hogsmeade, conseguiram uma lareira num bar velho que quase ninguém frequentava e com pó de flu roubado de um armário de Hogwarts adentraram o Hospital St Mungus.

A ala que Sam estava era restrita. Ambos se encaminharam para o quarto indicado pela mulher da recepção e se deparam com uma porta fechada, pela janela de vidro na madeira Lily pode ver seu namorado. Ele estava envolto por uma redoma de luz azulada, ao seu lado diversas poções permitiam que o rapaz inconsciente continuasse vivo. Ela não podia entrar, a porta era o limite.

Lily virou seu rosto e encostou-se na porta suspirando. Aquela visão dele simplesmente “dormindo” fazia seu coração doer ainda mais, se é que era possível.

- Então esse é seu namorado? – Hugo perguntou querendo quebrar o clima, como se nunca o tivesse visto antes.

- Hugo Weasley, conheça Sam Wade – ela apresentou-os.

Lily suspirou voltando a olhar o namorado inconsciente.

- O Sam era da Grifinória como eu, nós fazíamos tudo juntos. Ele foi o primeiro garoto que já odiei.  O primeiro que já bati. O primeiro que beijei. Era louco por confusão e fazer coisas não permitidas. Na primeira segunda-feira do inicio as aulas, fomos ao lago de Hogwarts nadar antes das aulas. Quando ele subiu numa árvore para pular na água, o galho quebrou e Sam bateu a cabeça no chão. Eu não vi, mas segundo o Hagrid, pela cena que ele encontrou, foi isso que aconteceu. Ele já estava inconsciente desde que bateu a cabeça e não acordou desde então.

Hugo já sabia da história do lago, entretanto jamais a interromperia. A garota continuou a falar:

- Toda noite eu tenho rezado para um milagre, mas nada acontece.

- Sabe eu já li algumas histórias de trouxas em mangás e eles chamam isso de Coma.

- Como? – Lily perguntou confusa.

- Coma. O estado de Coma é quando o paciente perde completamente a consciência, não tem reações ao estímulo externo. Os comas mais profundos, como o do Sam, podem durar anos, são causados pela escassez ou inexistência de oxigenação do cérebro, o que gera lesões irreversíveis. Uma pessoa sem oxigênio perderá os sentidos em trinta segundos e entrará em coma depois de um minuto.  Na hora da queda, como ninguém o “salvou” antes desse um minuto, e o Sam entrou em coma.

Hugo terminou de explicar.

- Ele dormirá para sempre? – perguntou receosa.

- Os trouxas realizam cirurgias no cérebro, às vezes o paciente pode ter fragmentos nos ossos, ou outra coisa, como balas de revolver. Quando o acidente é com armas de fogo, que impedem a oxigenação cerebral, depois de uma cirurgia, esses pacientes acordam.

Hugo viu os olhos da prima brilharem esperançosos.

- Você acha que se ele fosse para um hospital de Trouxas poderia realizar alguma dessas cirurgias e acordar?

- Não sei... talvez – o ruivo não queria que ela tivesse esperanças, mas já era irreversível.

- Hugo me faz um favor? – ela pegou na mão do primo implorando.

Hugo engoliu em seco, mas sacudiu positivamente a cabeça.

- Você diria tudo o que me disse agora para os pais do Sam?

- Por quê?

- Talvez eles os levem para um hospital Trouxa para a cirurgia, por favor, pelo menos escreva uma carta dizendo tudo isso? – ela implorava.

- É claro – ele finalmente respondeu.

Como dizer não?

xx

Naquela madrugada, com a insônia perseguindo-o, Hugo criou outra história em quadrinhos.

- Você está bem? – ele perguntava para uma garotinha encolhida no chão que chorava.

- Estou apaixonada por um cara que está em coma e você parece ser o único que pode ajudá-lo.

O jovem sentou-se no chão ao lado dela. Num desenho de seu rosto dava pra ver lágrimas caindo.

- Você está bem? – a jovem de cabelos longos e lisos perguntou.

- Estou apaixonado por uma garota que ama um cara em coma, o fato dela ser minha prima parece ser algo insignificante perto disso.

- Bem vindo ao meu mundo – ela segurou a mão dele e ambos olharam para a lua na janela de frente a eles – Quer ir para a lua comigo e construir um novo mundo?

- Só se for comigo e só comigo.

- Com quem mais preferiria ir?


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Notas finais do capítulo

N/B: Ai, essa fic é mesmo muito boa. É tão fácil se apaixonar pelo Hugo. E ele está inteiramente caído pela Lily. Como é que pode? Ela nem liga pra ele. Essa menina é totalmente estressante. Mas enfim, as histórias que o Hugo escreve são perfeitas. Eu quero que alguém diga que as minhas lágrimas são valiosas, mas só porque sou eu que as derramo. Por que ninguém me diz isso? Ok, chega de drama. Winnie, essa long é uma delícia, nas palavras de uma amiga minha que leu também. Extremamente VICIANTE...
Beijos, beijos... Andie

N/A: Ah a Andie me matou quando disse que havia mostrado essa fic há alguém que não lê fics *--*
Espero que estejam gostando, no seriado é meio que diferente essa parte, mas o sentido no fim ficou igual, já que o depende exclusivamente do Hugo para digamos o Sam ter uma chance de acordar novamente, e lembrando que é meio que culpa do próprio Hugo ele estar assim... Vocês vão entender bem mais lá pra frente isso...


De qualquer forma, espero que estejam se viciando nela (como minha beta disse) srsrsrsrrsrs

Beijinhos