O martelo de Quartzo percorreu um semicírculo, quase atingindo a cabeça de Yasmin. Após se abaixar, a garota atacou as pernas do irmão, mas este se deixou levar pelo impulso de seu golpe anterior, que o fez dar alguns passos em diagonal. Em seguida, Roger estendeu seu braço esquerdo e disparou uma chuva de dardos de cristal sobre a manipuladora das chamas.
Golpeando com extrema velocidade e precisão, Yasmin destroçou cada um dos estilhaços usando sua espada. Quartzo observou tudo boquiaberto, pois sua irmã aparentava ter muito mais habilidade do que quando se enfrentaram em Releav.
-Quartzo: Como você fez isso?
-Yasmin: E não é que aquelas bruxas são boas no que fazem!
Uma esfera luminosa se chocou contra uma barreira de rochas, explodindo-a. Enquanto pedregulhos choviam, Fernand deu alguns passos para trás, impressionado com o poder de fogo de Sol.
-Sol: Onde estão os seus amigos? Por acaso estão escondidos em algum canto chorando de medo?
-Fernand: Que nada, só estão esperando a chance de te fazer de bobo novamente!
-Sol: Seu atrevido!
O controlador das estrelas juntou ambas as mãos, estendendo os braços na direção do inimigo. Uma rajada de esferas explosivas seguiu contra Fernand, que respondeu atingido o chão com seu machado e, por consequência, lançando diversas rochas para o alto. Ao atingir os pedregulhos, os projéteis de Sol explodiam como fogos de artifício.
-Fernand: Mas talvez isso nem seja necessário, acho que eu dou conta de você sozinho.
Luna disparava flecha seguida de flecha, cada uma visando um local diferente do corpo de Vortex, mas nenhuma delas atingiu o alvo. Cada disparo era desviado por um portal e embora o guerreiro da Rosa Branca pudesse devolver os ataques para a manipuladora da água, ele optou por não fazê-lo.
-Luna: Samantha me contou a respeito de você, agora eu vejo porque ela elogiou tanto suas habilidades.
-Vortex: Mesmo sabendo disso você ainda insiste em lutar contra mim?
-Luna: Mas é claro, tudo o que preciso é descobrir o seu ponto fraco.
Vulcano desviou-se de uma rajada luminosa, mas mesmo com a possibilidade de contra-atacar ele simplesmente observava Karin, grunhindo. Estava claramente indeciso e sua recusa em combater adequadamente incomodava até mesmo sua adversária.
-Karin: Qual o problema? Não tem graça bater em alguém que não tenta revidar...
-Vulcano: Mas ter que matar uma garotinha... isso não está certo...
-Karin: É Vulcano, né? Deixa eu te falar uma coisa...
A manipuladora da luz falou com uma voz extremamente doce enquanto se aproximava devagar de Vulcano. Ela não demonstrou intenções violentas, mantendo seu cajado abaixado o tempo todo. Porém, quando estava perto o bastante, usou-o para bater com toda sua força na cabeça do menino.
-Karin: Quem você está chamando de garotinha? Você tem praticamente a mesma idade que eu, seu pirralho!
-Vulcano: Ugh...
-Karin: E agora é melhor você lutar sério, senão eu vou bater na sua cabeça até meu cajado quebrar no meio.

Samantha se posicionou ao lado de William, mas o rapaz não conseguia distinguir a forma da bruxa com o olhar. Não fosse graças à sua capacidade de usar o vento para verificar a posição de pessoas e objetos jamais saberia a posição exata de sua aliada.
-Willliam: Agora que eles já estão distraídos está na hora de derrubar o pilar.
-Samantha: Tem certeza de que não há riscos de eu ser notada?
-William: Tenho sim. Você se tornou praticamente uma sombra graças às magias de Madame Papillon. E uma sombra nesta noite escura jamais seria percebida.
-Samantha: Muito bem, então chega de perder tempo.
-William: Pronta?
-Samantha: Sim.
-William: Então se segure.
O manipulador do vento fechou os olhos e estendeu o braço direito para trás, concentrando seu elemento atrás de Samantha. Quando os olhos se abriram novamente ele lançou o braço violentamente para frente e, com isso, também arremessou a bruxa na direção do pilar com um potente tufão.
Samantha cruzou os ares rapidamente e estendeu cordões de trevas até o pilar, prendendo-se a ele. A manipuladora das trevas então os usou para se elevar até o topo da estrutura e começou o procedimento para derrubá-la.
-Samantha: “Como pensei, este aqui é muito mais resistente. Vou demorar vários minutos para conseguir quebrar todas as defesas...”

Satisfeito com a forma como seu plano seguia, William desviou seu olhar para o campo de batalha. Inferno permanecia ignorante a respeito da presença de Samantha, mas talvez ele também possuísse alguma forma de perceber outros manipuladores sem depender da visão. O gurreiro do vento não podia arriscar, ele tinha de manter o líder da Rosa Branca ocupado.
-William: Certo, aí vou eu.
Inferno sentiu um grande perigo e saltou para o lado. Um corte surgiu na manga esquerda de seu manto e sangue respingou no chão, mas felizmente para ele tratava-se apenas de um ferimento superficial.
-Inferno: Quem?
-William: Mas que droga, mesmo com toda essa velocidade eu errei...
O manipulador do vento, a poucos passos de distância de Inferno, estava inclinado para frente com ambos os braços estendidos para trás e espadas em punho. Ele logo se endireitou, dirigindo um olhar desafiador para o líder da ordem.
-William: Eu pensei que me escondendo conseguiria matar um de vocês com facilidade, mas parece que me enganei.
-Inferno: Não nos subestime.
-William: Não se preocupe, eu não subestimo. A verdadeira mestra em assassinato sorrateiro é a Samantha e, a essa hora, ela já deve ter matado um ou dois dos seus amigos que correram para enfrentar os espíritos terrenos.
-Inferno: O quê?
-William: É isso mesmo, vamos matar vocês um por um.
O sorriso terrivelmente diabólico e o olhar debochado de William tentavam ocultar o fato de que ele mentia e Inferno sabia que as palavras do inimigo serviam apenas para fazê-lo hesitar e perder a concentração. Porém, seu erro foi crer que Samantha realmente pretendia atacar os guerreiros da Rosa Branca que protegiam a cidade.

De fato, estava tudo seguindo conforme o plano de William.