Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 82
Lição de Arquearia


Notas iniciais do capítulo

Esta side story da Luna, que era para durar apenas um capítulo, está se estendendo mais do que eu previ. Oh well, não se preocupem que no próximo capítulo chega ao fim.
Eu acho.



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A pequena Luna tinha em suas mãos o menor arco que Walter conseguiu encontrar, mas ainda assim era pesado para a menina. Ela tentava não demonstrar, mas estava mais que visível para o experiente arqueiro o quanto a arma, cujo comprimento equivalia a metade da altura da aprendiz, seria difícil de manejar. Porém, que outra escolha teriam?
–Walter: Deve ter ouvido o meu comentário para um dos alunos, mas vou repetir. O importante é manter o foco, se concentrar e sentir. A tensão da corda, a força do vento e outros fatores influenciam um disparo, mas você não deve ficar pensando muito a respeito disso. Treine e sinta.
–Luna: Acho que entendi.
–Walter: Os seus primeiros disparos serão horríveis, assim como acontece com praticamente todos os arqueiros. Mas não deixe isso a desmotivar, quanto mais você sentir o arco e o ambiente ao seu redor, mais certeiros serão seus tiros.
–Luna: Ok, estou preparada!
Como a garota não tinha nenhuma aljava nas costas, recomendação do próprio Walter para evitar sobrecarregar Luna ainda mais, o arqueiro entregou uma flecha a ela.
–Walter: Boa sorte.
Até mesmo a flecha era difícil de manusear, ao menos para Luna. Mas, sem esmorecer, ela puxou com força e mirou na direção do seu alvo. Ela estava perto, a menos de cinco metros de uma árvore. Basta acertar o tronco e já será um bom começo, foi o que Walter disse a ela.
–Luna: “Eu consigo...”
Porém, a corda escorregou e, inconscientemente, a menina baixou o arco, levando a flecha se cravar no chão, a cerca de um metro de distância. Desestabilizada, Luna caiu, para o grande desespero da sacerdotisa que a acompanhava. Tal mulher provavelmente invocaria algum ser celestial para castigar Walter, caso pudesse.
–Walter: Não foi tão ruim assim.
–Luna: Você acha?
–Walter: O meu primeiro disparo de flecha foi tão ridículo que destruiu o vaso preferido do meu professor. Depois disso tive que ajudá-lo no treinamento com os arqueiros experientes durante uma semana.
–Luna: Bem, ao menos você acertou alguma coisa. E ajudar os experientes a treinar não me parece ruim.
–Walter: Eu ficava parado com uma fruta na cabeça.
–Luna: Graças aos deuses você treinava com os experientes!
Riram juntos, tal qual dois grandes amigos. Luna gostava da personalidade extravagante e divertida de Walter, enquanto que este considerava a menina como uma aluna promissora.
–Walter: Ainda terá que praticar muito, portanto vou deixar algumas flechas no chão caso perca alguma. Mas não se preocupe, eu virei checar seu desempenho constantemente.
–Luna: Muito obrigada, professor, darei o melhor.
–Walter: Mas é claro que sim.

Mesmo após uma hora de treinamento quase ininterrupto, Luna ainda não estava muito melhor. Pelo contrário, nenhum de seus disparos havia sequer arranhado a árvore. Desanimada ao extremo, a menina não via mais nenhuma esperança em um futuro como arqueira, contudo...
–Walter: É melhor você descansar, posso ver que está exausta.
–Luna: Acho que deveria desistir, isso sim
–Walter: Não diga besteiras. Com certeza você já percebeu que esse arco é pesado demais para você. Volte amanhã, neste mesmo horário, e eu vou lhe entregar algo especial!

–Sacerdotisa: Você não irá e ponto final!
Por mais que suas repetidas falhas gerassem grande apatia no coração de Luna, tal sentindo era suprimido pelas últimas palavras que Walter dirigira à manipuladora da água. O jeito confiante de quem acreditava que o problema eram as ferramentas e não quem as usava trazia novas esperanças. Uma pena que isso não era o bastante para convencer a supervisora.
–???: Está havendo alguma confusão?
Ocupando o centro do portão de entrada da igreja, local para onde Luna e a sacerdotisa se dirigiam, estava um homem velho e barbudo, de feições gentis. A mulher que acompanhava a pequena manipuladora engoliu em seco ao se deparar com o principal sacerdote do templo, preocupada que pudesse ser repreendida por permanecer tanto tempo longe.
–Sacerdotisa: Mestre Sumul, perdoe a minha demora. Eu e Luna fomos ver o arqueiro lendário e perdemos a noção do tempo.
–Sumul: Não vejo problema algum nisso, mas me parece que você está bastante descontente.
–Sacerdotisa: De fato, Luna insiste em praticar arquearia, mesmo não demonstrando talento algum...
A mudança no rosto de Sumul foi muito sutil, mas a sacerdotisa percebendo que suas palavras eram consideradas algo muito sério pelo velho. Por um momento imaginou que ele a apoiaria, proibindo terminantemente Luna de encontrar Walter. Contudo.
–Sumul: Deixe que ela pratique.
–Sacerdotisa: M-Mas mestre...!
–Sumul: Luna é um caso especial. É bobagem pensar que podemos ocultar para sempre o fato de que ela é uma manipuladora. Ela precisa aprender a se defender.
–Luna: Muito obrigada, Mestre Sumul!
–Sumul: Esforce-se, Luna.
Sem dizer mais nada, o velho seguiu na direção da cidade. Completamente vencida, a sacerdotisa que acompanhava Luna agora estava despida de argumentos, portanto só lhe restava aceitar a vontade da menina.

No horário definido, Luna foi levada ao local combinado por outra sacerdotisa. Porém, a mulher possuía muitas outras obrigações para cumprir e entregou a Walter a responsabilidade de cuidar da aprendiz de arqueiro. No campo quase deserto, soprava uma brisa quase imperceptível.
–Luna: Onde estão seus outros alunos?
–Walter: Eu os dispensei, pois ensino apenas os fundamentos. A determinação e o esforço devem partir deles, caso queiram se tornar arqueiros experientes.
–Luna: Mas então por que me pediu para vir até aqui hoje?
–Walter: Porque você é um caso especial e não consegui ensinar todos os fundamentos. Portanto, merece uma lição especial.
Luna estava em dúvida se devia se sentir contente por receber uma aula exclusiva ou se o correto seria se culpar pela incompetência de não aprender o necessário num único dia. Porém, teve de abandonar o dilema quando Walter se afastou.
–Walter: Venha aqui, tenho um presente para você. Algo que passei a noite inteira montando.
O arqueiro lendário caminhou até o local onde deixara seus equipamentos e, dentre eles, retirou um arco tão pequeno que nenhum adulto conseguiria usar adequadamente. Para Luna, por outro lado, era ideal.
–Walter: E então? Está pronta para lançar flechas certeiras?


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Notas finais do capítulo

Aceitar a verdade nem sempre é a escolha mais fácil.
Capítulo 83: Infância Arruinada
Em breve.



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