Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 59
Amigos




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As últimas labaredas da fogueira morriam lentamente, iluminando pouco ao redor. Karin já dormia, a respiração da menina levemente audível, enquanto que as outras garotas ainda permaneciam acordadas.
–Samantha: É melhor dormir agora, amanhã teremos um dia longo de caminhada.
–Yasmin: Sim, mas antes eu vou lavar minha espada.
A menção à palavra “espada” fez com que Luna dirigisse seu olhar automaticamente para Draconis. Agora que a sacerdotisa parava para pensar, não havia visto nenhum comportamento estranho da parte de Yasmin desde que se reuniram.
–Yasmin: Boa noite para vocês, eu logo estarei de volta.

Um pouco distante do local onde Samantha e Karin estavam, Luna alcançou Yasmin. A capitã percebeu, pelo rosto sério da amiga, que ela tinha algo importante a falar.
–Luna: Quem diria, no fim das contas realmente conseguimos nos juntar ao grupo de William.
–Yasmin: Sim, foi muita sorte.
–Luna: Mesmo assim, eu gostaria que me respondesse uma pergunta. O que você fará se estiver errada a respeito da existência de uma figura manipuladora no governo de Chesord? Ou se conseguirmos derrotar essa figura, mas William continuar agindo contra o reino?
Apesar da pergunta difícil, Yasmin não vacilou. Ela mesma já havia pensado nessas possibilidades e tinha uma resposta na ponta da língua.
–Yasmin: Voltaremos a enfrentá-lo. Não vamos atacá-los de surpresa, pois isso seria uma tática muita baixa, mas voltaremos a ser inimigos.
–Luna: Você está fazendo uma aposta arriscada, mas não vou mais questionar. Mudando de assunto, está conseguindo controlar a Draconis?
–Yasmin: É difícil, mas estou me esforçando ao máximo. Meu tio conta comigo, portanto não posso fraquejar e, além disso, eu prometi a uma certa pessoa que não seria controlada.
–Luna: Deve ser uma pessoa importante.
–Yasmin: É, creio que sim.

William desviou com facilidade de um soco de Fernand, chutando-o para longe em seguida.
–William: Não acredito que derrotou Spectra com movimentos tão desajeitados.
–Fernand: Já eu não me admiro que não tenha sido você a derrotar Ent, esses golpes são muito fracos!
O manipulador do vento correu em direção ao adversário, o qual se preparou para contra-atacar, e saltou sobre ele. Retornando ao chão atrás de Fernand, William atacou-o com um chute horizontal.
–William: Agilidade e precisão são o mais importante para acertar os pontos fracos do inimigo!
A perna de William foi detida pelo braço do guerreiro da terra. Em seguida, este prendeu o tornozelo do oponente e o puxou para perto, atingindo-o no peito com um soco no movimento seguinte.
-Fernand: Não se o seu golpe for defendido! O que realmente importa é atacar com tanta força que o inimigo não possa bloquear!
Derrubado, William rolou para o lado a fim de evitar um golpe de calcanhar de Fernand. Depois, lançou uma rajada de vento contra ele, fazendo-o ir ao chão também.
–William: De nada adianta isso se o golpe puder ser esquivado! Sem contar que ataques precipitados assim o deixam completamente desprotegido!
Os estilos conflitantes de luta de ambos eram postos à prova naquele confronto amistoso. Mas, apesar de cada um defender sua forma de lutar, ambos acreditavam que o estilo do outro tinha suas vantagens e, em certos momentos, era o mais adequado a se usar. Não que isso os impedisse de despejar críticas.
–Fernand: Muito bem, vamos colocar um ponto final nisso.
Ambos estavam em pé novamente, os olhos cravados nos do oponente à espera de qualquer ação. O que tomou a iniciativa foi William, que disparou outra rajada de vento e levou Fernand a resistir cruzando os braços em frente ao peito e forçando os pés contra o chão.
–Fernand: Que rajada mais fraca!
Visando se aproveitar da abertura que seria gerada quando Fernand desfizesse sua postura de defesa, William avançou rapidamente contra ele. Quando o guerreiro da terra viu novamente o adversário, este já estava a menos de um metro de distância e seu punho já estava a caminho do alvo.
–William: Eu vou vencer esta.
Fernand deixou o corpo cair para trás e, embora tivesse sido atingido no rosto, não se feriu muito. William, confundido pela manobra do oponente, não prestou atenção ao joelho que o atingiu, fazendo-o perder o equilíbrio e cair também.
–Fernand: Você se preocupa tanto em evitar todos os ataques que esquece...
Quando atingiu o chão, Fernand golpeou o peito do amigo com o cotovelo, atirando-o para trás e levantando instantes depois.
–Fernand: ...que às vezes é preciso levar um golpe para derrotar o inimigo.
Caído, William levou a mão peito num gesto inútil para apaziguar a dor.
–William: Tudo bem, desta vez você ganhou.
–Fernand: Obrigado. E se me dá licença agora voltarei para junto dos outros, pois está ficando tarde.
–William: Vá, eu irei logo em seguida.
O manipulador do vento se levantou e bateu a sujeira de suas roupas enquanto Fernand ia embora. Porém, William não ficou sozinho, percebendo que outra pessoa se aproximava.
–Yasmin: Vocês sempre fazem isso?
–William: Treinávamos muito antes de vir para Chesord e voltamos a fazê-lo depois de nos deparar com os guerreiros da Ordem da Rosa Branca.
–Yasmin: Treinar é importante, mas tente não exagerar.
A capitã foi até o lago e começou a lavar Draconis. Embora a lâmina não tivesse sangue ou qualquer outra sujeira, Yasmin fazia questão de mantê-la sempre brilhante e limpa.
–Yasmin: Vocês são melhores amigos, pelo visto.
–William: Para falar a verdade, eu nunca pensei nele como um amigo até pouco tempo atrás. Mas depois de tudo que passamos, posso dizer que ele é o único amigo que eu tenho.
–Yasmin: E a Samantha?
–William: Ela não é exatamente o tipo de pessoa que faz amizade com outras.
–Yasmin: É importante manter laços de amizade com as pessoas e muito triste não ter amigos. Eu espero que você possa fazer novas amizades no futuro.
William dirigiu seu costumeiro olhar desprovido de emoções a Yasmin. Ao notar que esta sorria gentilmente, o rapaz desviou os olhos e murmurou uma desculpa qualquer.
–William: Está tarde, eu preciso voltar e descansar...
Agora sozinha, Yasmin voltou a observar sua espada enquanto terminava de limpá-la, mas ainda mantinha em sua mente o manipulador do vento.
–Yasmin: Também espero que um dia pare de fingir que não se importa com os outros e que é uma pessoa ruim...

Spectra estava deitada na cama de um quarto de estalagem, na compania de Ent. O controlador de plantas observava, distraído, através da janela.
–Spectra: Vamos mesmo ir embora amanhã? Não vamos persegui-los?
–Ent: Você sabe muito bem quais foram as nossas ordens. Além disso, não precisa ficar tão preocupada.
–Spectra: Por que não?
–Ent: Se eles pretendem seguir na direção do pilar mais próximo, provavelmente escolherão atravessar o Bosque Sinelth. Você sabe o que isso significa, certo?
–Spectra: Scythe...


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Notas finais do capítulo

A figura misteriosa da Ordem da Rosa Branca entra em cena.
Capítulo 60: Scythe
Em breve.



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