Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 58
Acordo




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Em meio a um conjunto de pequenas árvores, longe da elevação de terreno onde agora não havia mais pilar, William e Yasmin encaravam um ao outro, separados por menos de um metro de distância. Atrás do manipulador do vento se encontravam Fernand e Samantha, ao passo que atrás da capitã estavam Luna e Karin. Todos ali presentes mantinham um olhar sério.
–William: Yasmin...
–Yasmin: Estou ouvindo.
Para a surpresa geral, o rapaz estendeu a mão para a rival. Ainda assim, seu rosto mantinha a mesma expressão, levando Yasmin a ter suas dúvidas quanto à sinceridade das palavras que foram ditas em seguida.
–William: Agradeço o seu auxílio.
–Yasmin: Não foi nada...
Apesar da desconfiança, a capitã apertou a mão de William, tentando esboçar um sorriso. Ainda assim, a situação estava carregada de tensão e, após alguns segundos, o manipulador do vento desfez o aperto.
–William: Agora me diga, por que nos ajudou? Pensei que fosse minha inimiga.
–Yasmin: Eu acredito no que você disse, William.
William franziu a sobrancelha.
–Yasmin: Além disso, eu desconfio que interessa a alguém mal-intencionado que Chesord permaneça na ignorância sobre o que realmente aconteceu.
–William: Por acaso quer dizer que de agora em diante pretende nos acompanhar e auxiliar na derrubada dos pilares?
–Yasmin: Sim, exatamente isso.
Samantha deu um passo à frente, um sorriso cínico à mostra em seus lábios e chamas de raiva em seus olhos.
–Samantha: Engraçado, não imaginei que uma capitã e uma sacerdotisa de Chesord se rebaixariam a acompanhar uma bruxa!
Não era preciso sensibilidade para perceber o excesso de sarcasmo nas palavras da bruxa. Para apaziguar a situação, Luna decidiu tomar a palavra.
–Luna: Também chegamos à conclusão de que provavelmente nem metade do que é dito sobre as bruxas é verdade. Na verdade, creio que julgamos vocês injustamente.
Embora a resposta de Luna não fosse suficiente para eliminar sequer um pingo de rancor que a bruxa sentia por Chesord, foi o bastante para acabar com qualquer briga que pudesse surgir devido a isso.
–Karin: “Eu realmente gostaria de saber Yasmin e Luna estão falando a verdade ou mentindo...”
William cortou abruptamente o assunto com um novo comentário.
–William: Nossos trajes estão uma lástima. Samantha, você pode dar um jeito nisso?
–Samantha: Sim, pode deixar comigo.
A bruxa assumiu sua postura para invocar seus poderes mágicos, juntar as mãos diante do peito, e começou a murmurar algumas palavras.
–Yasmin: O que ela vai fazer?
–Fernand: Arrumar nossas roupas.
–Yasmin: Arrumar? Como assim?
Quando Samantha terminou de entoar as palavras mágicas, todos os rasgos e cortes das vestes daqueles ali presentes se remendaram como se nunca houvessem sido danificados. Além disso, as roupas estavam livres de todo tipo de sujeira.
–Luna: Incrível.
–Karin: Que maravilhoso! Eu quero ser uma bruxa quando eu crescer!
Luna tentou disfarçar um olhar quase automático de reprovação. A única a notar isso foi Yasmin, que riu baixo.
–William: Bem, vamos considerar que temos um acordo de auxílio-mútuo. E agora vamos procurar um lugar para descansar.
–Karin: Apoiado, eu estou morrendo de cansaço!
O grupo retomou a caminhada, mas todos pararam ao notar que Samantha ainda caminhava com dificuldade.
–Luna: É mesmo, ela foi atingida pela Spectra.
–Samantha: Isso não é nada...
Antes que se desse conta do que acontecia, Samantha estava nos braços de Fernand. A despeito da situação, o soldado estava com uma cara séria.
–Fernand: Não tem outro jeito, eu vou levá-la assim.
–Samantha: Coloque-me no chão agora ou eu vou te encher de buracos e deixar o sangue vazar do seu corpo!
Karin, Yasmin e Luna riram enquanto o guerreiro da terra continuava a andar sem se deixar intimidar pela ameaça de Samantha.

O grupo, à exceção de William, agora se encontrava reunido ao redor de uma fogueira. Todos, excetuando Samantha, conversavam animadamente sobre diversos assuntos. Nem parecia que até poucas horas atrás se consideravam inimigos.
–Yasmin: E o William, não vai voltar?
–Fernand: Acho que ele não se sente à vontade num grupo tão grande, é um cara um tanto antissocial. Mas diga, Yasmin, eu nunca entendi uma coisa. Por que tão poucos soldados foram escalados para proteger os pilares?
–Yasmin: Foi um problema burocrático de Chesord. Como há vários pontos complicados onde monstros costumam atacar, os soldados em sua maioria possuem postos fixos e definidos. E como não participamos de uma guerra há trezentos anos é um processo complicado retirar guerreiros de um local e enviar para outro.
–Luna: Sem contar que o reino subestimou demais o nível da ameaça.
–Fernand: Sorte a nossa!
–Karin: A sorte de vocês é que só há uma Yasmin! Ela vale por uma tropa inteira!
–Yasmin: N-Nem tanto, Karin...
Mais risos se seguiram, os quais tornaram silencioso o suspiro de Samantha. Ela começava a pensar que deveria ter feito o mesmo que William.

Diante de uma pequena lagoa, o manipulador do vento olhava as águas que se moviam devagar em função do vento que soprava durante a noite. Porém, os passos de alguém que se aproximava o levaram a levantar da pequena rocha sobre a qual estava sentado.
–Fernand: Fique tranqüilo, sou eu.
William não se virou de imediato e continuou a observar a água.
–William: Fez um bom trabalho hoje, Fernand. Meus parabéns por derrotar a Spectra.
Fernand: Eu não fiz tudo sozinho.
-William: Quem diria que dependeríamos de Yasmin e suas amigas para vencer? Temos que ficar mais fortes.
–Fernand: Falando nela, podemos mesmo confiar?
–William: Eu tenho minhas dúvidas quanto à sinceridade dos motivos que ela diz ter, mas não é do tipo que nos esfaquearia pelas costas.
–Fernand: Se você diz então tudo bem.
–William: Ainda assim, temos que garantir que sejamos capazes de vencer mesmo sem a ajuda dela. Eu conto com você, amigo.
O manipulador do vento finalmente voltou-se na direção do aliado. Havia um sorriso em seu rosto, quase imperceptível, mas que demonstrava sua confiança em Fernand.
–Fernand: Já que temos que nos fortalecer ainda mais, o que acha de uma batalha amigável?
–William: Tudo bem, mas já aviso que eu vencerei.
–Fernand: Convencido.
Fernand retribuiu o sorriso e colocou seu machado no chão enquanto que William se desfazia de suas espadas. Os dois então assumiram posições de batalha.


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Notas finais do capítulo

Ser amigo de alguém é dar apoio quando o outro precisa. E dar porrada também, se for o caso.
Capítulo 59: Amigos
Em breve.



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