Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 50
A Força de um Velho




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Sentados em meio a um pequeno conjunto de árvores, Fernand e Samantha estavam a cerca de meio quilômetro do pilar. O sol estava prestes a se por completamente no horizonte.
Fernand: É mesmo uma pena que você não tenha encontrado sinal do William.
–Samantha: Minha busca foi muito limitada, não há como garantir que ele realmente não esteja por aqui.
–Fernand: Eu confesso que esperava que ele já estivesse aqui, pronto para nos xingar por termos nos atrasado.
–Samantha: Provavelmente William faria isso, mas parece que dessa vez vamos ter que lutar sem ele.
–Fernand: Depois de tanto tempo lutando ao lado dele e de você já estava tão acostumado que até me sinto mal.
–Samantha: Por acaso prefere aguardar?
–Fernand: Nada disso, tenho ordens a cumprir. Com ou sem a ajuda do William, temos que sair vitoriosos.

Ao lado do pilar estavam Ent e Spectra, esta última sem muita animação devido aos dias enfadonhos. O velho, por outro lado, não parecia incomodado com a situação e até sorria.
–Ent: Então hoje à noite eu cuidarei do pilar.
–Spectra: Ótimo, pois eu realmente não agüento mais ficar aqui. Começo a pensar que é um desperdício manter dois de nós protegendo cada pilar.
–Ent: Pode até ser, mas precaução nunca é demais. Vocês jovens são impacientes e querem resolver tudo logo, sem dedicar atenção suficiente a cada problema. É por isso que estamos numa situação tão crítica.
–Spectra: Quem imaginaria que dos dez pilares seis seriam derrubados? Quem sabe você tenha razão...
A mulher, sem ver necessidade de uma despedida, começou a caminhar em direção a Caeth. Tantas horas sem nada para fazer a deixaram cansada, tudo que Spectra desejava naquele momento era atirar-se numa cama e dormir.

Algumas horas mais tarde, Fernand e Samantha se aproximavam furtivamente da elevação onde o pilar se encontrava. Ent não fazia nenhum esforço para evitar ser notado, pelo contrário, praticava diversos exercícios físicos.
–Fernand: Parece que só tem um deles.
–Samantha: E parece ser um tanto hiperativo.
–Fernand: Tem alguma estratégia de ataque?
–Samantha: Você o distrai e eu ataco por trás.
–Fernand: Simples assim? Que sem graça!
–Samantha: Sinto muito, mas eu não sou o William. Vai ter que se contentar com isso.
O guerreiro da terra se ergueu por completo e sacou seu machado. Em seguida começou a caminhar, sem pressa, até Ent. Não demorou para que o velho percebesse a presença do rapaz e, quando isto ocorreu, o primeiro deixou seus exercícios de lado, aguardando pacientemente.
–Ent: Posso ajudar, menino?
–Fernand: Claro que pode, se não se importa, poderia me deixar destruir este pilar?
–Ent: Quer dizer que você é um dos responsáveis por isso? Ah, esse juventude!
–Fernand: Como assim...?
–Ent: Eu não posso dizer que não entendo. Quando jovem eu também cometi muitos erros. Escute o que eu tenho a dizer, menino: não se deixe levar por caminhos tortuosos.
–Fernand: Deixe de palhaçada! Eu estou aqui para cumprir as ordens que recebi, apenas isso! E não tenho o menor interesse em suas lições de moral!
–Ent: Ordens? Neste caso posso dizer que estamos quites, afinal eu também estou aqui cumprindo ordens.
–Fernand: Lamento, mas não vou pegar leve com você só porque é um velho.
–Ent: Sou um velho sim, rapaz, mas estou longe de ser um velho acabado! Se você não quer aprender com palavras, vou ensiná-lo de uma forma mais direta.
Ent assumiu uma posição de batalha típica de um lutador de artes marciais, uma atitude que Fernand estranhou.
–Fernand: Vai lutar assim contra alguém que possui um machado?
–Ent: Mas é claro que vou.
O velho saltou, estendendo a perna no ar para chutar o inimigo. O guerreiro da terra não pôde deixar de considerar aquela investida tão direta uma tolice.
–Fernand: Já que insiste vou arrancar sua perna!
O rapaz tentou mover seus braços, mas não foi capaz. Trepadeiras robustas e resistentes surgiram do chão e se prenderam aos pulsos de Fernand, segurando seus movimentos. Sem ter como atacar ou defender, ele foi atingido em cheio no peito e caiu, com os braços ainda presos.
–Fernand: Ugh... Velho astuto...
Uma sombra surgiu atrás de Ent enquanto este se recompunha. O velho percebeu que estava prestes a ser atacado e se abaixou, evitando as garras de Samantha. Em seguida atingiu as pernas da bruxa com uma rasteira e a derrubou também.
–Ent: Dois, ainda falta um.
Uma rocha desprendeu-se do chão, disparada contra Ent, e foi esmigalhada por um soco do velho. Samantha aproveitou-se da distração e rolou na direção de Fernand.
–Fernand: Que tal uma ajuda aqui?
Em resposta ao pedido do aliado, Samantha cortou as trepadeiras que o seguravam. Finalmente com os pulsos livres, Fernand se levantou.
–Fernand: Eu disse que era simples demais.
–Samantha: E eu disse que não sou o William.
–Ent: Eu não quero me meter numa briga de casal, mas-
–Samantha: NÃO SOMOS UM CASAL!!!
–Fernand: Eu não me importaria se fosse o caso, já que você é muito-
Um chute na canela, ainda que bloqueado pela armadura, fez o rapaz parar a frase na metade e repensar o que ia dizer.
–Fernand: Ok, não somos um casal.
Apesar de estar diante de inimigos, Ent sentia vontade de rir naquela situação. A vivacidade das pessoas jovens sempre o animava.
–Ent: Por que não pedem para o terceiro integrante do seu grupo aparecer? Acho que já está claro que não serei pego por ataques surpresa.
–Fernand: Não tem outro jeito, vamos ter que lutar pra valer.
–Samantha: Apenas tente não se matar.
–Ent: Muito bem, se insistem nesse joguinho só o que posso fazer é mostrar a vocês que a força de um velho vai muito além do que pensam!


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