Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 49
Um Presente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/144142/chapter/49

O quarto de Kate era bastante simples, contendo apenas os móveis mais necessários. Além disso, o local também possuía a ambientação de masmorra presente no resto do esconderijo das bruxas, reforçado pelas paredes, chão e teto de rocha escura e as chamas azuladas no teto. O primeiro detalhe que William notou ao entrar lá era o fato de que a cama da bruxa era de solteiro.
–William: Você tem certeza disso, Kate?
–Kate: Elbio me desafiou, não posso simplesmente desistir!
O manipulador do vento percebeu que não conseguiria conversar logicamente com Kate, ao menos não com relação àquele assunto. Tentou imaginar que tipo de relação os dois teriam: amizade, amor ou rivalidade. Porém, não conseguia concluir algo ainda.
–William: Falando no Elbio, ele está aqui devido a alguma bruxa?
–Kate: Sim, uma amiga minha chamada Rina. Mas a história é longa, melhor deixar pra outro dia.
A bruxa retirou seu manto, revelando trajes curtos e negros, aparentemente confortáveis. Em seguida ela guardou a roupa que havia despido num grande baú de madeira posicionado em um dos cantos do quarto. William, um tanto confuso quanto a como proceder, removeu sua armadura de couro e as braçadeiras.
–William: Onde posso colocar isso?
–Kate: Deixe em cima do baú, ou dentro, se preferir.
O rapaz optou pela primeira opção e colocou seus protetores no local indicado. Quando se virou novamente para Kate, esta já estava deitada na cama, cobrindo-se e bocejando.
–Kate: Eu tenho uma surpresa para você, mas só vou revelar amanhã. Portanto, agora vamos dormir.
–William: Ok...
Arqueando uma sobrancelha, William se perguntava que tipo de surpresa seria. Vindo de uma bruxa, poderia ser literalmente qualquer coisa.

Naquela manhã, General Modnar, um dos superiores de Yasmin, estava em seu escritório e tinha diante de si o homem mais conhecido de Furnace: Agas Pyrath. O líder da Casa Pyrath tinha cabelos da mesma cor que os da filha, porém mais longos e presos num elegante rabo de cavalo. Suas roupas extravagantes e compridas revelavam toda sua nobreza enquanto que o rosto de expressão forte não deixava dúvidas que ainda esbanjava juventude, apesar da idade.
–Agas: Bom dia, general. Acho que já deve saber sobre o que eu desejo conversar.
–Modnar: Desconfio que seja sobre sua filha, a capitã Yasmin Pyrath?
–Agas: Sim, precisamente. Ela saiu em uma missão há semanas e tivemos pouquíssimas notícias sobre ela.
A seriedade estampada no rosto de Agas atestava que o homem realmente estava preocupado com a segurança da filha.
–Modnar: Serei sincero, Senhor Pyrath. A atual crise que enfrentamos é tão séria que tivemos de recorrer à própria Ordem da Rosa Branca.
–Agas: Sim, eu soube disso. E francamente, o exército foi muito desleixado! Parece que os trezentos anos de calmaria que se passaram desde que fomos isolados do resto do mundo diminuíram aos poucos a qualidade da força militar de Chesord até chegar neste ponto lamentável.
As palavras duras do Pyrath feriam o orgulho de Modnar, mas este não se atrevia a responder como gostaria.
–Modnar: Lamento muito por isso, mas trata-se de uma situação excepcional...
–Agas: Que seja. Se sobrevivermos a isso, espero que na próxima vez em que algo assim acontecer vocês não sejam tão desleixados. Mas deixando este assunto de lado, quero saber a situação da minha filha.
–Modnar: Eu recebi um relatório de Electron, da Ordem da Rosa Branca, recentemente. Segundo as informações, ele e Aurora lutaram ao lado de Yasmin e outras duas garotas e, em dado momento, um perigoso dragão surgiu. Parece que durante o combate, quando sua filha estava prestes a desferir um golpe fatal, o monstro desapareceu juntamente com ela.
–Agas: Como assim desapareceu...? Não está querendo dizer que minha filha...!?
–Modnar: Eu lamento, Senhor Pyrath, mas estou tão confuso quanto você.
–Agas: Yasmin...

William abriu os olhos lentamente, ainda sonolento. A sensação de acordar em um local sem qualquer iluminação natural era diferente do que estava acostumado. Devido a isso, demorou alguns segundos para notar que havia um braço sobre sua cintura. Kate, ainda dormindo, o abraçava.
–William: “Ontem dormimos de costas um para o outro. E não acredito que ela tenha feito isso conscientemente...”
O manipulador do vento suspirou, tentando se convencer que a bruxa o havia abraçado inconscientemente enquanto dormia.
–William: “Não importa, contanto que eu levante ninguém vai saber que isso-“
A porta do quarto abriu-se num instante, assustando William. Em seguida, uma voz familiar confirmou os temores do rapaz.
–Elbio: Vamos levantar, pessoal! Hoje o café da man- KATE, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, MULHER???
A bruxa acordou lentamente, sem perceber que seu braço ainda estava sobre o William. Seu rosto instintivamente se virou para Elbio.
–Kate: Elbio, por que está fazendo algazarra a esta hora do dia?
–Elbio: Você tem coragem de fazer isso com um rapaz que conhece há menos de um dia! Sua necessitada!
–Kate: Do que você-!!!
A garota finalmente tomou consciência da situação. Seu rosto tingiu-se totalmente de vermelho enquanto ela saltava da cama.
–Kate: Não é o que você está pensando!!!
–Elbio: Sei, até parece que eu acredito!
–Kate: Seu desgraçado, foi sem querer! Se você contar pra alguém eu arranco seu fígado!
Elbio saiu correndo pelo corredor, perseguido por Kate. William, novamente estupefato, sentou-se na cama, sem saber o que fazer.

Duas horas mais tarde, Elbio estava realizando suas tarefas diárias na biblioteca quando Kate entrou no local, novamente trajando um manto. O clima tenso entre os dois parecia ter sumido.
–Elbio: Onde está William?
–Kate: Eu mostrei a ele a surpresa da qual te falei, logo ele deve estar aqui.
–Elbio: Tudo bem entregar aquilo pra ele?
–Kate: Devemos ajudar também, não podemos deixar tudo nas costas do Clã Datch.
–William: Devo dizer que gostei destas novas roupas.
O manipulador do vento surgiu na biblioteca totalmente diferente. Trajava roupas negras com detalhes prateados, completa com uma capa. Presas ao cinto estavam duas belas espadas curtas da mesma cor que os detalhes.
–Kate: Pode não parecer, mas este tecido é muito resistente. Provavelmente tanto quanto sua armadura de couro.
–William: Eu agradeço muito. Gostaria de ficar mais um tempo, mas eu tenho pressa.
–Kate: Eu entendo. E não esqueça o que eu falei sobre as botas.
–William: Não esquecerei, afinal de contas certamente encontrarei utilidade para isso. Agora, se me dão licença, eu vou embora.
–Kate: Faça uma boa viagem.
–Elbio: Apareça quando puder!
Kate beijou o rosto de William e então o manipulador do vento se foi. Elbio dirigiu um olhar de deboche para a bruxa e sorriu.
–Elbio: E depois ainda tem coragem de dizer que estou errado.
Kate limitou-se a responder com um soco, derrubando Elbio.

Dias depois, Fernand admirava a grande figura de um pilar erguendo-se numa elevação de terreno.
–Fernand: Finalmente chegamos.
–Samantha: Em breve este pilar também irá ao chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses And Demons: Roots Of Rebellion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.