Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 44
Verdade ou Mentira?




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Mesmo após um dia inteiro de caminhada, William e Yasmin ainda não haviam alcançado o limiar da floresta onde se encontravam. O manipulador aguardava, sentado diante de alguns gravetos que recolhera.
-Yasmin: Voltei, tudo bem com você?
-William: Sim, tudo normal.
A garota trazia consigo um pequeno cervo morto, o qual acabara de caçar. Ela o colocou no chão e então se apressou a lançar uma pequena labareda no monte de gravetos, transformando-o numa fogueira.

Mais tarde, após a refeição, os dois manipuladores de elementos observavam, em silêncio, o fogo crepitando. O frio do local, embora não fosse intenso, os incomodava a todo tempo. Yasmin, concentrada em tentar se aquecer, não imaginou que William dirigia a palavra a ela naquele momento, mas o rapaz o fez.
-William: Obrigado pelo jantar. E desculpe por não ser muito útil na minha atual situação.
-Yasmin: Nunca pensei que ouviria você pedindo desculpas.
-William: Algum problema nisso...?
Yasmin não pôde deixar de sorrir perante tal situação. Além disso, a garota tornava-se incapaz de definir se William era uma boa ou má pessoa. Tantas mudanças de atitude eram confusas.
-Yasmin: Se quiser realmente me agradecer, gostaria que me contasse de onde você vem. E também o que espera ganhar derrubando os pilares. Mas não venha com a conversa de que eu não acreditarei, sendo que você nem ao menos diz!
William suspirou, levemente irritado. Porém, sentia-se em débito com a rival, portanto resolveu aceitar o pedido dela.
-William: Muito bem, se quer tanto assim saber...
-Yasmin: Ótimo, sou toda ouvidos.
-William: Destruir os pilares não é um objetivo pessoal meu, mas sim uma missão que recebi. Como soldado do exército é meu dever cumprir esta ordem e, como arma experimental, não tenho outra escolha caso queira viver.
Apesar de poucas, as informações ditas por William fizeram Yasmin sentir como se houvesse um nó em sua mente. Dezenas de perguntas surgiram, mas poucas foram ditas.
-Yasmin: Parte do exército, arma experimental? Do que está falando? O que isso significa?
-William: Você deve ter percebido na luta que travamos em Ekal que sou um manipulador um tanto diferente do comum. Eu possuo um poder vasto, portanto é natural que pessoas influentes tentem tirar vantagem disso. Mas, como não consigo controlar tal poder, fui taxado de “arma experimental”.
-Yasmin: Agora eu entendo porque uma vez você me disse que queria liberdade.
-William: Eu sou, de certa forma, um escravo do exército. Como matei muitas pessoas, ainda que acidentalmente, não tenho outra escolha senão obedecer todas as ordens que recebo caso queira continuar vivo. E destruir os pilares de Chesord não é exceção.
Lentamente as informações se encaixavam, permitindo uma visão mais ampla da situação para Yasmin. Porém, ainda havia lacunas que não faziam sentido, as quais incitavam a garota a perguntar mais.
-Yasmin: Mas quem no exército de Chesord desejaria ver os pilares derrubados? Isso seria suicídio!
-William: Você está enganada quanto a um detalhe, eu não pertenço ao exército de Chesord. Na verdade sou um soldado do exército de Empericia.
Os olhos da capitã se arregalaram de surpresa. Ela não podia aceitar aquilo como verdade, não fazia o menor sentido.
-Yasmin: Mas Empericia... este reino foi...
-William: Destruído pelos demônios? Lamento, mas isso não é verdade. Empericia, assim como os outros reinos do continente, ainda existem.
-Yasmin: Isso quer dizer que vocês derrotaram os demônios?
-William: Eu acredito que não, uma vez que não há uma única passagem na história de Empericia, ao menos nos últimos séculos, que comente algo sobre demônios.
Agora nada mais fazia sentido. Se as palavras daquele rapaz fossem verdade, então tudo em que Yasmin acreditou desde sua infância era mentira. Porém, ela não aceitaria as palavras de William tão facilmente.
-Yasmin: Então como você pode estar aqui? A barreira ao redor do reino impede que qualquer pessoa entre ou saia de Chesord!
-William: De fato, mas não pode impedir meios mágicos de transporte e comunicação. Estou aqui devido a uma ação conjunta entre os sábios de Empericia e as bruxas de Chesord.
-Yasmin: Ok, vamos supor por um momento que você esteja falando a verdade. O que Empericia tem a ganhar derrubando os pilares de Chesord de forma violenta? Por que não fizeram contato pacífico?
-William: Eu não sei, para falar a verdade. Fernand acredita que o rei de Empericia deseja tomar o controle de Chesord, mas se expansionismo fosse a única razão seria mais lógico atacar uma nação menos protegida.
A manipuladora das chamas deixou escapar um longo suspiro. Em seguida fechou olhos, tentando selecionar quais informações dentre todas que ouvira realmente eram verdadeiras. Porém, tal tarefa não era fácil.
-William: Eu lhe disse que você não acreditaria.
-Yasmin: Tenho que concordar com você, quem acreditaria nesse monte de mentiras?
Levemente irritada, a garota fitou William e percebeu que a expressão de indiferença continuava presente nos olhos dele.
-William: Pra mim não importa se você acredita ou não.
Os olhos do manipulador do vento não o traíam. A expressão fria dizia o mesmo que as palavras dele: “Não importa se você acredita ou não”. Tal fato levou Yasmin a concluir que, se William era um mentiroso, ele era muito bom nisso.
-Yasmin: “Será que ele disse tudo isso apenas para me fazer desistir de impedi-lo? Ou... será que é verdade...?”
O rapaz direcionou seu olhar novamente para a fogueira, pois não tinha mais nada a dizer e nem desejava responder outras perguntas.
-Yasmin: “Não, isso não pode ser verdade!”


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