Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 21
Conserto




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“Esse poder que possuo... sinto que serei destruído se deixá-lo tomar conta do meu ser. Não posso deixar que ele me domine novamente. Não permitirei que isso controle a minha vida e o meu destino. Eu juro em nome do meu orgulho.”

Fernand esfregava os olhos enquanto caminhava, ainda repleto de sono, mas impossibitado de continuar descansando por pressão de William. O manipulador do vento parecia tão irritado que Fernand chegava a desconfiar se ele teria ouvido a conversa que tivera com Samantha.
-William: Entendo, realmente levaremos bastante tempo para chegar ao próximo pilar. Infelizmente isso dará a nossos inimigos tempo para preparar defesas mais elaboradas. Não devemos nos demorar demais.
-Samantha: De acordo.
-Fernand: Olha, gente... eu não quero ser estraga-prazeres, mas acho que é melhor incluir um pequeno atraso na nossa viagem.
-William: Para que, exatamente?
Fernand mostrou seu machado, em cuja lâmina havia uma rachadura, resultado de sua luta contra Luna.
-William: De fato, temos que conseguir um novo machado para você ou consertar este.
-Samantha: Se é esse o caso eu tenho boas notícias. Pelo que sei, há um famoso ferreiro que vive num monte perto daqui.
-William: Mas se ele é famoso não há o risco de sermos reconhecidos por alguém? Provavelmente ele deve ter muitos clientes.
-Samantha: Na verdade não. Ele mora num local selvagem justamente por ser recluso e gostar de trabalhar sem ser importunado.
-Fernand: Se é esse o caso, vale mesmo a pena ir até lá e sair de mãos abanando?
-Samantha: Há rumores de que ele oferece armas interessantes para quem chama a atenção e é julgado merecedor. O que me diz, Fernand, aceitará o desafio?
-Fernand: Se é assim então não tem problema! Vamos fazer uma visita para esse ferreiro anti-social e mostrar o quão incrível eu sou!
William suspirou em desaprovação.
-Fernand: O que foi?
-William: Agindo dessa forma é mais provável que sejamos enxotados em menos de cinco minutos. Agora vamos logo.

Depois de apenas algumas horas de caminhada, o trio chegou ao monte onde vivia o suposto ferreiro, logo concluindo que era maior do que o esperado. Felizmente, era possível ver uma pequena trilha de fumaça erguendo-se da metade da elevação, onde provavelmente deveria estar a casa de quem procuravam.
-William: Não parece ter um caminho fácil para subir.
-Fernand: Se precisar eu posso criar um.
-William: Contanto que não destrua o monte e nem o torne instável, tudo bem.
-Fernand: Você deveria confiar mais em mim. Sabe muito bem que nunca fiz algo assim.
-William: Sempre há uma primeira vez...
As palavras de William soavam sem emoção alguma, nem ao menos sarcasmo. Era difícil até para Fernand distinguir se seu aliado estava desdenhando ou falando com seriedade. Decidindo que não valia a pena se preocupar com isso, o guerreiro se concentrou em modificar as partes mais íngremes da subida, para torná-la mais fácil.

A casa do ferreiro não era nada suntuosa. Pelo contrário, tratava-se apenas de uma pequena cabana de madeira. De uma chaminé subiam pequenas nuvens de fumaça, provavelmente vindas do local de trabalho dele. Educadamente, William bateu na porta, aguardando alguma resposta.
-???: Quem está aí?
Um homem musculoso, com cerca de trinta anos, vestindo apenas uma calça surrada e fedendo a fumaça abriu a porta. Os cabelos castanhos e curtos dele, assim como suas mãos, estavam cobertos com alguma sujeira escura. Obviamente, tratava-se do ferreiro.
-William: Vá em frente, Fernand.
Recompondo-se da surpresa inicial, o guerreiro da terra deu alguns passos à frente.
-Fernand: Boa tarde. Meu nome é Fernand e eu gostaria de pedir a sua ajuda, senhor...?
-Jack: Meu nome é Jack.
-Fernand: Senhor Jack, por favor, poderia consertar o meu machado?
O rapaz mostrou sua arma danificada, a qual Jack pegou em suas mãos e analisou por um momento, antes de dar uma opinião.
-Jack: Realmente é um machado de boa qualidade. E você tem cara de quem precisa dele pra viver. Vou te dar duas opções, menino, mas já te aviso que vou cobrar dinheiro.
Fernand olhou um tanto inseguro para William, sem saber o que responder para aquela afirmação. O manipulador do vento meramente acenou com a cabeça.
-Fernand: Sem problemas, Senhor Jack. Faça seu preço.
-Jack: Antes vamos ao que importa. Eu lhe dou a opção de comprar um machado novo e deixar aqui o que usa agora. Se preferir essa opção, posso lhe mostrar alguns dos machados que tenho guardados.
-Fernand: Certo. E a segunda opção, qual seria?
-Jack: Posso consertar o machado para você, mas precisaria que buscasse algo para mim nas partes mais altas do monte. O preço das duas opções será o mesmo.
O guerreiro da terra pensou por alguns momentos, mas logo tomou a decisão.
-Fernand: Diga o que precisa e eu buscarei.
-Jack: Muito bem. Na verdade é um metal azul claro que é encontrado em algumas rochas no topo deste monte. Basta me trazer uma rocha do tamanho de um elmo com este metal e será o bastante.
-Fernand: Sem problemas.
-Jack: Porém, já que vai escolher essa opção, vou lhe impor algumas regras.
-Fernand: Regras, como assim?
-Jack: Primeiro, você deve voltar antes do anoitecer, ou não vou ajudá-lo. Segundo, deve deixar seu machado aqui. E terceiro, deve ir sozinho.
-Fernand: Espera um pouco, você está falando sério?
-Jack: Eu pareço estar fazendo uma piada, menino?
A resposta serviu para acabar com as dúvidas de Fernand. O rapaz decidiu para mostrar para o tal ferreiro sua garra e determinação.
-Fernand: Tá certo então, vovô. Já vai preparando sua forja porque eu vou voltar mais rápido do que você pensa!
Sem esperar uma resposta, o guerreiro virou as costas e começou a subir a montanha. O ferreiro, com um sorriso de contentamento, limitou-se a um comentário em voz baixa.
-Jack: Mas que tolo.


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