Dia seguinte, numa planície um tanto afastada de Taber, a vila onde Yasmin, Luna e Karin, esta agora trajando um vestido de cor laranja e uma elegante boina, jantaram na noite passada. Lá estavam a capitã e jovem manipuladora da luz em pé, enquanto a sacerdotisa observava sentada, escorada em uma árvore.
-Karin: Estou pronta para qualquer coisa! É só dizer que eu faço, Senhorita Pyrath!
-Yasmin: Não precisa ser tão formal, Karin. Pode me chamar apenas de Yasmin.
-Karin: Ok então, Yasmin. Por acaso terei que lutar contra você?
-Yasmin: É claro que não! Já está na cara que você não tem nenhum tipo de treinamento de combate. O seu único ponto forte, se é que tem algum, é sua capacidade de utilizar um elemento a seu favor.
-Karin: Não precisa ser tão cruel...
-Yasmin: Enfim, está vendo aquela rocha?
A capitã apontou para uma rocha estreita de cerca de três metros de altura, a uma distância de dez metros.
-Karin: Sim senhorita.
-Yasmin: Ataque-a com seu elemento. Não importa como, apenas  a ataque.
-Karin: Entendido.
A menina empunhou seu cajado com mais força, se concentrando e focando seu olhar na rocha.
-Karin: “Da última vez eu fiz um estrago muito exagerado. Se eu não tomar cuidado posso acabar machucando a Yasmin. Acho que é melhor eu controlar a potência do meu ataque e só lançar uma rajada pra destruir metade da pedra.”
Tentando controlar seu poder instável da melhor forma possível, Karin esticou o cajado na direção da rocha e soltou um pequeno feixe de luz, o qual sumiu ao chegar na metade da distância.
-Karin: ...ops.
-Yasmin: Pode ter sido apenas um acidente. Tente mais uma vez.
-Karin: Sim.
Novamente, Karin fez o mesmo movimento, aumentando um pouco a força mais ainda se esforçando para não lançar mais do que o necessário. O resultado foi um feixe maior que o anterior, o qual atingiu a rocha mas sem a danificar.
-Karin: Ahn...
-Yasmin: Talvez eu deva repensar minha decisão de deixar você nos seguir.
-Karin: Espera, só mais uma vez...
-Yasmin: É a sua última chance. É conseguir ou desistir.
-Karin: “Ela tem razão. Numa luta eu já poderia estar morta depois de falhar duas vezes! Eu tenho que mostrar do que eu sou capaz! Eu VOU conseguir!!!”
Karin fechou os olhos por um momento e respirou fundo.
-Karin: TOME ISTO!!!
A garota repetiu o momento das outras vezes, mas dessa vez disparou um raio enorme de luminosidade que explodiu a rocha, criando uma vala de meio metro de profundidade no chão do local onde estava até seu alvo. Yasmin estava estarrecida.
-Yasmin: Isso foi...
-Luna: Espetacular, Karin!
Luna, sorridente, batia palmas, contente com o resultado do teste.
-Yasmin: Tenho que admitir que talvez você seja mais forte que eu no quesito poder elemental, mas ainda assim, você não está pronta para uma batalha de verdade.
-Karin: Q-Quer dizer que você não vai mesmo me aceitar no grupo?
-Yasmin: Eu não diria que estou em posição de recusar a ajuda de alguém talentosa como você, Karin.
-Karin: Então o que vai fazer?
-Yasmin: Lembra que eu lhe disse que sou uma capitã do exército de Chesord?
-Karin: Sim, eu me lembro.
-Yasmin: Isso significa que eu recebi treinamento militar. Inclusive, recebi um treinamento especial para me ajudar a utilizar com mais eficiência ataques elementais em um combate.
-Karin: Quer dizer que você vai me treinar, Yasmin?
-Yasmin: Pode deixar que vou fazer de você uma soldada! Mas não quero ouvir choro nem reclamações.
-Karin: Sim senhora, senhora!
-Yasmin: Também não precisa exagerar.

Em outra cidade, distante de Taber. Dois membros da Ordem da Rosa Branca, ambos com vestimentas iguais às de Vortex, estavam sentados diante de uma mesa ao ar livre de uma casa de chá. Um deles era um homem de cabelos curtos e negros, cujos caules da roupa tinham as cores vermelha e roxa. O outro membro tratava-se de uma mulher de cabelos verde-esmeralda, também curtos, e cujos caules possuíam as cores azul e preta.
-Carbon: Se em cada cidade que passamos pararmos em algum lugar, quando chegarmos em Hadob o pilar já terá sido derrubado, minha cara, Viper.
-Viper: Aquele é o que fica mais próximo do segundo que foi destruído. É provável que já tenha sido derrubado, portanto vamos ao menos aproveitar a viagem, Carbon.
A garota, que aparentava ter cerca de vinte anos, levou uma xícara à boca, experimentando o chá. Carbon, que por sua vez parecia ter uns dez anos a mais que sua colega, retirou algo cilíndrico, pequeno e branco de um bolso de suas vestes.
-Viper: O que é isso?
-Carbon: Chamam de cigarro. É difícil de encontrar e é caro, só consigo comprar por ser membro da ordem.
Gerando uma chama com os dedos, Carbon acendeu o cigarro e começou a fumar.
-Viper: E isso é bom?
-Carbon: Eu gosto.
-Viper: Tem mais um? Eu quero experimentar.
-Carbon: Tenho, mas pode explicar por que essa súbita vontade?
-Viper: Eu gosto de experimentar novas sensações. Quero viver minha vida com intensidade.
Carbon entregou um cigarro para Viper e o acendeu, mas ela logo tratou de jogá-lo fora, irritando o homem.
-Viper: Essa coisa é horrível!
-Carbon: Não precisa desperdiçar desse jeito! São caros, sabia?
-Viper: Desculpe.
-Carbon: Você parece um tanto descontente, não é o seu normal.
-Viper: Quando finalmente temos um inimigo à altura, sou enviada para proteger justamente o local onde é mais improvável que eles estejam. Como eu deveria me sentir?
-Carbon: Não se preocupe, como fomos divididos em cinco duplas, se o pilar de Hadob já tiver sido atacado, basta irmos para o próximo da nossa lista. Embora eu prefira que os outros acabem com os inimigos. Não me agrada sujar minhas mãos.
-Viper: Combina com você. Mas uma coisa é certa. O confronto entre aqueles três que estão tentando destruir os pilares e a Ordem da Rosa Branca é inevitável. E nós não seremos os derrotados.