Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 44
Capítulo 44




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Algo me dizia que Rose tinha finalmente percebido que Tasha nunca deixou de me amar. E por mais que ela parecesse sua amiga, nunca tinha aceitado me perder. Mas Rose não mencionou isso para o público que assistia a tudo apreensivo. E eu achei bem melhor assim.

“Você pode me levar presa. De verdade. Mas você não acha que tem o bastante para levar a ela – e a Ethan – também?” Rose perguntou a Hans.

Hans a olhou por um momento. Seu rosto não dizia nada. Rose tinha razão. Com todas aquelas evidências apontadas, agora ela tinha passado de assassina a, no máximo, uma suspeita pela morte da rainha. Mesmo assim me mantive atento. A situação podia se reverter a qualquer momento, não sabíamos ao certo que rumo isso tudo tomaria. Hans tirou os olhos de Rose e olhou para os guardiões que ali estavam.

“Levem a Lady Ozera. E Moore. Vamos interrogá-los”

Quatro guardiões foram em direção a Tasha e a multidão ficou tensa. E então, surpreendendo a todos, ela lutou ferozmente contra eles, mostrando os seus anos de treino. E logo, a situação se tornou caótica. Muitas pessoas estavam perto dela e havia pouco espaço para briga. Isso fez com que todos os que ali estavam se movimentassem de um lado para o outro, tentando sair de perto de Tasha. De estava, vi que ela derrubou um guardião, retirou a arma que ele usava e com ela, deu um tiro para cima. O estopim da bala fez com que as pessoas se abaixassem  buscando proteção. A distração que isso causou deu a ela a oportunidade pegar como refém a primeira Moroi que encontrou. Era Mia Rinaldi, uma ex-aluna da Academia, que estava sentada junto a Christian.

“Não se movam!” ela gritou, apontando a arma para Mia. Os guardiões que lutavam contra ela pararam. ‘Eles vêm primeiro’ era o nosso lema sendo testado. A vida de Mia – uma Moroi – estava em risco e nada podia se sobrepor a isso, nem mesmo o assassinato da rainha. Tasha se movia lentamente em direção a porta e todos observavam apreensivos. Percebi que Mia estava assumindo uma postura de defesa, isso não ia acabar bem.

 Rose e Lissa notaram a mesma coisa. E eu não acreditei quando Lissa foi em direção a Tasha. Todos os meus sentidos ficaram em alerta e entrei em modo combate instantaneamente.

“Tasha, por favor não-“ O que quer que fosse que Lissa ia pedir foi interrompido por Mia. Ela se defendeu de Tasha, lhe dando um chute e se afastando da arma. Percebi que Tasha pegou a arma e freneticamente atirou no que ela viu de mais ameaçador na sua frente. Era Lissa.

 Os meus instintos de guardião tomaram conta de mim. Sem conseguir enxergar mais nada à minha volta, me livrei dos meus guardas e corri em direção a ela, quando percebi que ela era o alvo. Mas alguém foi mais rápido que eu, e vi apenas um vulto passar por mim e se colocar na frente de Lissa.

Era Rose.

Não. Não podia ser. Isso não podia estar acontecendo.

Tentei chegar até elas, mas era tarde. Tasha já tinha disparado a arma, atingindo Rose, no lado esquero do peito, no coração. Tinha sido ela que havia passado por mim. Senti meu mundo despedaçar.

A situação se tornou insustentável, mas honestamente, não sei dizer o que ocorreu com Tasha nem o que se passou à nossa volta. Eu só tive olhos para Rose. Ela começou a cair e desfalecer, enquanto Lissa a segurava e gritava desesperadamente por socorro.

“Alguém nos ajude! Meu Deus, Rose, não morra, por favor! Ajudem-nos! Dimitri, nos ajude!”  Ela estava aos prantos, tão abalada que nem percebeu que podia usar o espírito para ajudar a Rose.

Corri até elas a tempo de ver que Rose ainda estava acordada, mas sua expressão era de intensa dor. Eu também senti o pânico tomar conta de mim. A vida dela estava se esvaindo ali, na minha frente, sem que eu pudesse fazer nada. Poucas vezes na minha vida eu fiquei sem ação e me sentindo tão incapaz. Essa foi uma delas. A pior delas. Eu senti meu corpo todo tremer e realmente não conseguia assimilar que aquilo estava de fato acontecendo. Ela me olhou e sorriu em meio a dor que sentia. Olhou para Lissa novamente e depois voltou sua atenção para mim. Ela tentou dizer algo, mas sua voz não saiu. Não precisei ouvir a voz dela para entender. Ela estava tentando dizer que me amava. Ali eu tive certeza que ela havia me perdoado por tudo, tudo que eu tinha feito. Ali eu pude de fato perceber quanto tempo perdi me afastando dela, me culpando por tudo que tinha se passado. E então ela desmaiou.

Eu não ia deixar que ela fosse tirada de mim daquela forma. Depois de tudo que passamos, de tudo que vivemos, nossa vida não podia terminar assim. Sem pensar em mais nada tentei pegar Rose nos braços, mas três guardiões vieram até mim me segurando. Eu não consegui oferecer resistência, eu só conseguia me focar nela, que estava ali ferida e ensangüentada. 

Os guardiões me puxaram para longe e eu não tinha forças para me soltar, para lutar contra eles. Eu sentia que minha vida estava indo embora junto com Rose. Olhei por cima do ombro, a tempo de ver uma equipe médica chegando até ela e de ver também vários guardiões escoltarem Lissa para fora dali. Lissa chorava descontroladamente e gritava para que todos a soltassem. Era inútil. A situação tinha se tornado ainda mais caótica, se isso era possível. Guardioes tentavam manter a ordem a todo custo, sem sucesso.

Fui levado ao prédio dos guardiões, direto para sala de interrogatórios que eu conhecia bem. Eu estive lá por longos períodos depois que fui restaurado. Pouco tempo depois, mais guardiões chegaram com Janine, Abe e Mikhail.

Eu olhei para eles, ainda sem conseguir assimilar tudo. A imagem de Rose recebendo aquele tiro ainda pairava na minha cabeça. Mikhail sentou próximo a mim.

“Eles nos trouxeram aqui somente para averiguações. E por segurança. A situação na sala do Conselho se tornou sem controle. A Corte foi fechada. Ninguém pode entrar ou sair. Rose foi levada ao centro médico e Lissa ao palácio.” Ele falou num tom baixo, mas todos nós ouvimos perfeitamente.

“Qual a situação atual de Rose? Ela irá sobreviver?” perguntei.

“Não sei dizer. Não tive notícias vindas do centro médico”

Abe estava quieto e estranhamente silencioso. Acho que ele nuca tinha sido visto com uma expressão igual aquela na vida. Ele tinha a dor e a preocupação estampadas nos seus olhos, misturada com desespero. Igualmente Janine. Provavelmente era a mesma expressão que eu tinha.














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