Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 41
Capítulo 41




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143639/chapter/41

Nós estávamos de volta à Corte e nem eu podia imaginar que tínhamos voltado ali, tão cedo. Quando sai com Rose, durante aquela fuga, eu tive a impressão que nuca mais voltaríamos.

“E agora?” perguntou Jill.

“Agora, estabeleceremos a linhagem dos Dragomirs e revelamos o verdadeiro assassino.” Rose falou, soando como se tudo fosse assim tão simples. Eu ainda estava receoso que os nossos disfarces não funcionassem, ou que talvez a ilusão não durasse o tempo  suficiente para sermos ouvidos e então, as conseqüências seriam terríveis.

“Oh, só isso?” Adrian falou com um tom altamente sarcástico.

“Sabem, no instante que essa ilusão cair, vocês dois serão atacados pelos guardiões e jogados na prisão. Talvez pior” Mikhail falou, ecoando os meus pensamentos. Eu e Rose nos olhamos. Estávamos juntos nessa. Não tinha mais como voltarmos atrás.

“Sabemos disto.” Rose tentou parecer forte e otimista, mas eu  podia ver sua preocupação “Mas se não funcionar... não teremos que ficar lá por muito tempo. Eles vão usar nossas informações e nos soltar”.

Mikhail estacionou o carro e fomos direto ao prédio onde funcionava o salão de audiências do Conselho Moroi. A visão era curiosa. O prédio estava iluminado, com muitas pessoas à sua volta, como se fosse um grande protesto. Eu mantive minha calma, mas internamente sentia a ansiedade pelo que viria crescendo. O temor de que o disfarce falhasse não podia ser ignorado. O talismã que Rose usava parecia eficiente, mas e quanto a mim? Por quanto tempo Adrian iria me obscurecer? Mesmo assim, não pude deixar ter admiração por ele. Com tudo que ele tinha passado, ele ainda tinha bondade para apoiar a pessoa que mais o feriu.

As portas estavam cheias de pessoas e o acesso ao salão era restrito. Mikhail nos ajudou a entrar usando Adrian como desculpa. Ele era da realeza e também o sobrinho neto da rainha. Não podia ser recusado. Eu e Rose estávamos fingindo ser guardiões dele.

Entramos no salão e passamos despercebidos. Tudo parecia caótico. O conflito era gigantesco. As pessoas falavam ao mesmo tempo, todos se moviam de grupo em grupo. Eles debatiam sobre a impossibilidade de Lissa concorrer às eleições para monarca. Ela não tinha uma família para representar. Ao mesmo tempo, havia um clamor de uma parte das pessoas para que a lei fosse modificada.

Rose olhou para nós e eu pude sentir que o nervosismo tomava conta dela. Ela nunca teve medo de falar em público, mas eu imaginei que nenhuma das vezes ela teve que lidar com um assunto tão sério.

“Precisamos de alguém que chame a atenção destas pessoas” Rose falou para nós “Alguém que não tenha medo de fazer um show -  eu quero dizer, além de mim, é claro”.

“Mikhail? Onde você estava?”

Todos nós viramos como um só. Abe estava parado diante de nós. Tinha que ser ele a primeira pessoa que encontraríamos ao retornar.

“Bem, falando no diabo” Rose disse baixo “Eis que aparece exatamente o que precisávamos”.

Abe olhou para Rose, franzindo o rosto. Ele podia ver que tinha algo errado, mas não conseguia distinguir o que era. Quanto a mim, ele parecia não me notar.

“O que está acontecendo?” ele exigiu.

“O de sempre, velhote. Perigo, planos malucos, sabe, coisas da nossa família” Rose respondeu num tom alegre.

Abe apertou os olhos, provavelmente sem conseguir ver a filha com exatidão. Ele provavelmente só conseguia ver um borrão “Rose? É você? Onde esteve?” seu tom era extremamente desaprovador.

“Precisamos chamar a atenção do salão. Temos uma maneira de parar com essa briga”

“Bem, pelo menos temos um jeito de começar outra” Adrian falou secamente.

“Eu confiei em você na minha audiência. Você pode confiar em mim agora?” Rose perguntou a Abe.

A expressão dele se tornou cautelosa “Você não se importou comigo quando saiu de West Virgínia”

“Detalhes técnicos. Precisamos disso. Por favor”

Eles não podiam ficar ali naquele diálogo de pai e filha. O tempo estava correndo, logo alguém nos reconheceria. Eu não tinha idéia de quanto tempo mais aquele feitiço duraria.

“E nós estamos ficando sem tempo” falei.

Abe me olhou, com uma expressão confusa e me avaliou por breves segundos “Deixe-me adivinhar. Belikov?”

Eu não tive tempo de responder. Nem precisaria, ele continuou me olhando, quando Rose chamou a sua atenção novamente.

“Pai, temos que correr. Sabemos quem é o verdadeiro assassino – e temos Lissa. Temos uma forma de mudar a vida de Lissa”

Ele parecia surpreso. Eu não sabia dizer se era pela informação que Rose havia dado ou se por ela o chamar de ‘pai’. Ele vasculhou o salão com olhos rápidos até que encontrou o olhar de Janine. Com esse simples gesto, ela entendeu que ele precisava dela e veio até nós. Essa sintonia dos dois me impressionou.

“Quem são essas pessoas” ela perguntou ao se aproximar.

“Adivinhe” Abe falou com seu tom característico “Quem seria tolo o bastante de explodir a Corte e depois retornar?”

Janine abriu os seus olhos em choque “Como-“

“Não temos tempo” Abe a interrompeu, fazendo com que ela lhe desse um olhar afiado. “Eu tenho a sensação de que metade dos guardiões desta sala virá para cima de nós, em breve. Está pronta para isso?”

“Sim”

“Eu também” disse Mikhail.

Abe nos estudou e soltou uma ironia que, novamente, me lembrou Rose “Bem, eu acho que eles têm poucas chances contra vocês”.

Abe foi até o palanque onde Nathan estava. Nós o seguimos e, ao passar por Lissa, pude perceber que ela nos reconheceu. Como uma usuária do espírito, ela podia ver através do encantamento. Ela quis levantar e vir até nós, mas um olhar de Rose a deteve. Então, ela sentou novamente.

Abe chegou perto de Nathan, e sem cerimônia alguma, o empurrou e pegou o microfone. “Ei, o que você-“

Eu esperava que Abe fosse começar a pedir silêncio, e tentar chamar a atenção daquela multidão com alguma piada sem graça. Mas não. Ele colocou seus dedos nos lábios e soltou um grande e estridente assobio. Isso funcionou. Todo salão se voltou para ele, em silêncio.

“Agora que vocês tiveram o senso de calar a boca, nós temos... algo a dizer” Ele falou confiante e depois estendeu o microfone para nós murmurando “Aja rápido”

Rose pegou o microfone, com um olhar hesitante, limpou a garganta e começou.

“Estamos aqui, uh, para resolver este debate de uma vez por todas” Um grande murmúrio veio da platéia, mas Rose não se intimidou “Vasilisa Dragomir tem direito a seu voto no Conselho - ela é legível para ser candidata ao trono. Existe outro membro da família. Ela não é a única Dragomir”

Os murmúrios cresceram e os guardiões começaram a formar um perímetro ao nosso redor. Nosso plano estava em execução. Agora, não tinha mais como voltarmos atrás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Last Sacrifice por Dimitri Belikov" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.