Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Gente... eu fui assaltada e o ladrão levou junto com as minhas coisas o pen drive onde eu tinha os capítulos já revisados... Mas o reviews de vcs me distraíram do nervosismo.
Se tiver muitos erros neste, desculpem, eu prometo revisar depois. bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143639/chapter/39

Rose virou para checar Jill, que estava no banco de trás.

“Ei, você está bem?”

“Não tenho tanta certeza. Muita coisa pode acontecer e eu não entendo o que vai ser em seguida. Eu me sinto como... como se fosse algum tipo de objeto usado para cumprir um plano. Como um peão.”

“Você não é um objeto ou peão. Você é muito, muito mais importante, e por sua causa, muitas coisas boas vão acontecer.”

“Mas não será tão simples, não é? As coisas vão piorar antes de melhorar, não vão?”

“Sim... mas então você poderá contatar sua mãe... e, bem, como eu disse, coisas boas vão acontecer. Os Guardiões sempre dizem ‘eles vêm primeiro’ quando falam dos Morois. Não é exatamente a mesma coisa para você, mas ao fazer isso... bem...”

“Sim, eu entendo. É para um bem maior, certo?” ela respondeu sorrindo.

O carro ficou silencioso e Sonya passou o restante da viagem tentando encantar o talismã. Eu fiquei colocando tudo em ordem dentro de mim. As coisas estavam, a cada dia, tomando um curso inesperado. A minha reconciliação com Rose e o ultimato que ela me deu tinham sido uma grande reviravolta para mim. Apesar de ainda amá-la, não era algo que eu imaginasse que aconteceria. E agora eu não podia tê-la novamente enquanto não encontrasse o perdão.

Por outro lado, estávamos indo buscar provas para inocentar Rose, ao mesmo tempo em que levaríamos Jill para a Corte. Em pouco tempo, todo esse problema estaria resolvido. Os nossos problemas estariam resolvidos. Nós seríamos recebidos de volta. Teríamos a nossa vida de volta. Rose tinha razão. Eu ter o perdão de todos era uma questão de tempo, então eu também deveria me perdoar.

Quando faltava cerca de meia hora para chegarmos em Greenston, Sonya terminou de encantar o talismã que Rose usaria para encontrar os Alquimistas. Era parte de mais um plano maluco dela, entrar no hotel onde Sydney e os outros estavam sendo mantidos em uma espécie de prisão domiciliar. Ela pretendia usar a mágica para passar despercebida pelos guardas que ali estavam. Sonya entregou o talismã para Rose, que o colocou.

“E então?”

“Eu não vejo nada, mas também não veria” disse Sonya.

“Você parece um pouco borrada, como se precisasse piscar algumas vezes.” Jill falou e eu tirei a minha atenção da estrada e olhei para Rose. Eu também a via borrada, exatamente como Jill descreveu.

“O mesmo aqui” falei.

“É como deveria parecer para as pessoas que sabem que ela está com o talismã. Com sorte, para os outros guardiões, ela estará com outro rosto.” Sonya falou num tom satisfeito e eu espera que realmente desse certo. Eu não queria imaginar o que aconteceria se não saísse como planejado.

Chegamos ao local onde encontraríamos Mikhail por volta das 11:30 e, de longe, avistei um carro estacionado em frente. Nesse horário, o restaurante já tinha fechado há um bom tempo, então me aproximei com cautela para ver se era mesmo quem esperávamos e não um grupo de guardiões para nos prender.

Quando chegamos mais perto vimos que era de fato Mikhail que havia chegado mais cedo, mas ele não tinha vindo sozinho. Adrian saiu do carro juntamente com ele. Rose pareceu surpresa. Ela não imaginava que ele viria também, apesar de parecer ser o óbvio. Ele caminhou sorrindo para ela, que não conseguiu esconder o seu desconforto. Eu também não fiquei confortável com tudo aquilo. Senti uma mistura de ciúmes com culpa. Eu não podia ter quebrado meus princípios daquela forma, mas, ao mesmo tempo, o que eu sentia por Rose estava falando mais alto dentro de mim, e quase não aceitei que Adrian tivesse o direito de ter qualquer gesto de intimidade com ela. Ainda que fosse apenas um sorriso.

Aquela situação constrangedora foi interrompida por algo muito maior. Mikhail veio em direção a nós e congelou ao ver Sonya saindo do carro. Eles pararam, um em frente ao outro, se olhando em choque. Parecia que, naquele momento, para eles mais nada no mundo existia. Sonya começou a chorar e correu para os braços de Mikhail que a abraçou fortemente.

“É você... é você...” ele repetia incansavelmente, em meio a lágrimas.

“Mikhail, eu sinto muito – eu sinto tanto –“

“Não importa. Nada mais importa, a não ser que estamos juntos novamente” eles se abraçaram com força e, definitivamente, esqueceram do resto do mundo.

Eu nunca fui muito sentimental, mas aquela cena me comoveu. Eu deveria ter feito aquilo quando retornei. Ter me atirado nos braços de Rose, de olhos fechados, sem me importar com o que quer que fosse. Era aquilo que eu deveria ter buscado de imediato. Amor, perdão. Olhei para Rose que observava tudo, com lágrimas nos olhos. Ela retornou brevemente o meu olhar, e eu soube que ela estava sentindo o mesmo. Ela também queria que nós tivéssemos tido um final feliz como aquele.

Ainda abraçando Sonya, Mikhail olhou para Rose “Obrigado. Obrigado por isso. Faço qualquer coisa que você precisar. Qualquer coisa mesmo-“

“Pare, pare” Rose falou, limpando as lágrimas “Fico feliz... fico feliz por ter feito, e bem... não fui eu-“

“Ainda assim... você devolveu o meu mundo” ele falou olhando para Sonya, sorrindo e chorando.

“Fico tão feliz por você... e quero que vocês tenham essa felicidade. Apenas aproveitem o momento. Mas preciso de um favor. Mais um favor” Rose falou de forma cautelosa, quase constrangida. Sonya e Mikhail se olharam sabiamente.

“Eu imaginei que era para isso que ele me trouxe até aqui” Mikhail falou acenando com a cabeça em direção a Adrian.

“Eu preciso que você me leve ao hotel onde os Alquimistas estão”

“Rose... não posso lhe levar àquele lugar. Você estar tão perto da Corte já é perigoso o bastante”.

Rose tirou o bracelete encantado do bolso “Eu tenho um disfarce. Eles não saberão que sou eu”.

“Por qual motivo você quer ver os alquimistas?”

“Eles vão ter guardiões perto dos quartos. Poderemos nos disfarçar de apoio”

Eu acompanhava toda aquela conversa e, apesar de tudo parecer muito perigoso, eu confiava em Rose. “Se for diferente demais dos horários de troca de turnos deles, vai chamar a atenção... Mas com sorte, já teremos entrado e descoberto o que precisamos saber. Os guardiões vão estar mais preocupados com a possibilidade dos alquimistas fugirem do que com guardiões querendo entrar.”

“Com certeza” disse Mikhail “Então, será eu, você e Rose?”

“Não” disse Rose “Quanto menos, melhor. Só precisamos do suficiente para questionar Sydney e Ian. Eu acho que todo o resto fica esperando aqui.”

Sonya deu um beijo na bochecha de Mikhail “Não vou a lugar algum”.

Adrian, que tinha se aproximado de Jill, durante a cena de reencontro de Mikhail e Sonya, bateu com o cotovelo nela falando “Eu vou ficar aqui e descobrir como diabos vocês envolveram Jailbat nisso”.

Eu olhei para Rose, ainda incomodado por Adrian estar ali entre nós. Mas havia algo que me incomodava mais do que a presença de Adrian. Era o risco que isso tudo representava. Ela olhou para mim e eu gesticulei, com a mão, para ela vir comigo. Fomos para trás do carro, ficando fora de vista.

“Isso é perigoso. Se o talismã falhar, você não sairá daquele hotel”

“Não vai falhar. Sonya é muito boa. Além do mais, se eu for pega, existe ainda a chance de me levarem para a Corte. Imagine o quanto isso atrasaria as eleições” seu tom sugeria que ela estava brincando quando falou essa última parte. Como ela conseguia fazer uma piada numa situação de vida ou morte dessas?

“Rose, eu estou falando sério”

Sentindo a minha preocupação, ela segurou as minhas mãos “Eu sei, eu sei. Não se preocupe conosco. Vamos entrar e sair em menos de uma hora, mas se não der... se não, então mande Adrian e Jill para a Corte. E você e Sonya se escondam em algum lugar até... eu não sei”

“Não se preocupe coma gente. Só tenha cuidado” eu me abaixei e lhe dei um beijo carinhoso na testa.

“Pequena Dhampir, você-“

Adrian chegou ao lado do carro a tempo de ver a cena. Rose puxou as suas mãos das minhas, como se tivesse levado um choque.  Não falamos nada, mas o olhar despedaçado de Adrian me disse que ele havia entendido tudo que estava acontecendo. Eu me senti péssimo com aquilo. Era tudo o que eu mais busquei na minha vida. Ser uma pessoa honrada. E hoje eu havia destruído isso.

“Vamos logo, Sonya disse que vocês estão com pouco tempo para chegar à Corte também” Mikhail falou se aproximando de nós.

“Sim” Rose falou com o desconforto latente em sua voz.

“Vá” eu falei para ela. Ela caminhou para o carro, mas se virou e falou baixo para mim “Falar com ele é minha responsabilidade. Não nossa.”

Ela entrou no carro e partiu com Mikhail. Adrian virou de costas, tirou um cigarro e caminhou para longe de nós. E eu, fiquei ali, em pé, vendo o carro se afastar pela estrada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!