Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 30
Capítulo 30




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Eu ainda estava tentando controlar as minhas emoções. Eu sentia que Rose também estava sob efeito daquela conversa que tivemos. Eu tentava entender tudo. Há um minuto, ela havia confessado para mim que amava Adrian. Ela tinha me tratado com tanta indiferença estes dias, mas agora eu sentia toda aquela atração que tínhamos ali, de volta. Eu estava repassando tudo mentalmente, enquanto Rose continuou falando com Sydney, ainda tentando manter o tom casual.

“Estávamos falando de Jill. Você tem alguma idéia de como devemos a levar para Corte, já que somos foragidos?” Rose falou, ainda tentando ludibriar Sydney.

Sydney não parecia convencida por aquela desculpa dada por ela, mas também manteve seu tom casual.

“Bem, sempre podemos pedir que a mãe dela-“

Uma forte batida na porta veio lá de baixo. Como um, eu e Rose entramos em modo de batalha, fomos em direção às escadas e olhei para baixo. Ouvi gritos para que todos se abaixassem vindos de lá. Eu sabia o que estava acontecendo, eu mesmo já havia treinado aquele tipo de operação várias vezes. Estávamos encurralados.

“Guardiões! Tem guardiões cercando a casa” falei para Rose num tom de urgência.

Eu já podia ouvir os passos em direção à escada. Estávamos perdidos. Mas não, nós não íamos nos entregar assim. Eu estava estudando uma maneira de escaparmos quando Sydney falou.

“Saiam daqui. Eu vou distrair eles!”

Eu aceitei prontamente aquela ajuda dela, puxei Rose pelo braço, que parecia com remorso em deixá-la ali, e gritei para ela “Venha!”. Corremos pelo corredor e fomos para o quarto mais distante, ao tempo que Rose ainda gritou para Sydney.

“Leve Jill para Corte!”

Com as vozes e os passos ficando cada vez mais próximos, entramos no quarto e corremos em direção à janela. Eu olhei para Rose e sabia que ela entenderia. Era a nossa única saída. Eu pulei primeiro para aliviar qualquer perigo que tivesse lá em baixo. Certamente guardiões estariam ali vigiando esta área. Também tinha a intenção de amparar a queda de Rose, já que seria mais alto para ela do que para mim. Ela saltou logo atrás e eu a segurei pelo braço, mas foi em vão. Vi que Rose fez uma careta ao torcer o tornozelo. Mas não tivemos tempo para mais nada, a não ser lutar. Figuras de guardiões vieram em nossa direção e eram muitos, mas não o suficiente para deter a mim e a Rose, lutando juntos. Tentamos incapacitar todos, sem matar, e em pouco tempo, já tínhamos terminado com todos.

“Os outros vão vir a qualquer momento. Precisamos sair daqui. Lá... O portão!” fali para Rose, enquanto terminava com o último guardião.

Corremos em direção ao portão, quando mais guardiões saíram da casa e vieram até nós. Nos defendemos de alguns deles e saímos por uma rua escura e silenciosa.

Sai correndo na frente, mas logo percebi que Rose não conseguia me acompanhar, ela estava sentido bastante o tornozelo, o que a deixava lenta. Sem perder um segundo, a segurei pela cintura, tirando o peso do pé machucado, e corri com ela, cortando caminho pelos jardins das casas. Assim podíamos tentar despistá-los.

“Não podemos passar por eles. Estou diminuindo a velocidade. Nós precisamos-“ Rose falou, mas eu a interrompi.Eu já sabia o que ela iria sugerir. De jeito nenhum eu a deixaria falar o que estava pretendendo.

“Não diga para eu lhe deixar. Vamos fazer isto juntos” falei. Eu não abandonaria Rose por nada.

De repente, o vaso que estava ao nosso lado estourou com um tiro.

“Estão atirando na gente! Eles estão mesmo atirando na gente!” Rose falou e havia incredulidade na sua voz. E outra bala passou perigosamente perto de nós.

“E com um silenciador. Mesmo assim estão tendo cuidado. Eles não querem que a vizinhança pense que está sob ataque. Precisamos nos esconder e rápido” falei ainda apoiando Rose e correndo com ela.

Entramos ainda mais na escuridão dos jardins, nos escondendo atrás dos arbustos. Eu ainda podia ouvir as vozes e os passos atrás de nós, o que indicava que eles estavam bem perto. Chegamos a uma casa que tinha um enorme pátio e estava com a porta aberta.

“Ali!” falei para Rose, apontando para a porta.

Quando chegamos perto, pude perceber que havia uma tela bloqueando o caminho. Tentei abrir, mas estava trancada. Sem perder tempo, tirei minha estaca, cortei a tela de forma precisa e entramos. Rose estava sentindo bastante o tornozelo, por isso continuei segurando a sua cintura, para aliviar o peso. Segundos depois, vimos vários guardiões emergirem pelos jardins, vasculhando tudo. Eles podiam encontrar o corte na tela da porta, então, achei melhor sairmos dali. Fomos para sala, evitando as janelas. Passamos para cozinha e vi que ali havia uma porta que dava para uma garagem. Na garagem, estava estacionado um Mustang. Como não havia ninguém em casa, provavelmente haviam saído em outro carro.

“A família tem dois carros. Eu estava esperando por isso” falei.

“Ou eles saíram para dar uma volta, ou estão prestes a retornar e encontrar o time da SWAT vasculhando o seu jardim” Rose sussurrou. Era exatamente o que eu estava pensando. Exceto pela parte da SWAT.

“Os guardiões não vão se deixar serem vistos” falei procurando pelas chaves do carro nos lugares onde todo mundo costuma guardar.

“Achei!” Rose falou jogando as chaves para mim.

Eu corri para abrir a porta da garagem enquanto Rose entrava no carro.

“Eles não vão nos ver nisso? Este é... um pouco mais chamativo do que o nosso perfil de carros roubados” ela falou. Um Mustang não era um carro que passava despercebido. Era um carro incrível.

“Realmente, mas haverá outros carros na rua, alguns guardiões estarão vasculhando os jardins e outros guardando os Mastranos. Seus números não são infinitos. Eles não podem vascular todos os carros que passarem, embora certamente tentarão.”

Passamos pelas ruas e eu pude ver vários guardiões pelas calçadas e jardins, mas era um subúrbio movimentado. Eles não podiam vigiar todo carro que passava. Lembrando do caminho que tínhamos feito quando chegamos, peguei algumas ruas e logo depois, estávamos na rodovia. Eu sentia que Rose estava bastante tensa e nervosa ao meu lado. Chequei o retrovisor o tempo todo e não estávamos sendo seguidos. Conseguimos escapar. O alívio correu por mim. Foi quando Rose esticou sua perna, analisando o tornozelo torcido. Estava bastante inchado.

“Eles nos entregaram, não é? Victor e Robert nos entregaram e então fugiram. Eu deveria já saber disso” Rose perguntou.

“Eu não sei. É possível. Eu os vi antes de falar com você e tudo parecia bem. Eles queriam vir até nós e encontrar Jill, mas eles também sabiam que era uma questão de tempo até os entregarmos às autoridades. Não estou surpreso por eles planejarem uma saída. Eles podem ter usado a alimentação como uma distração para ligar para os guardiões e se livrar de nós.”

“Merda!” Rose suspirou jogando seus cabelos para trás. “Devíamos ter nos livrado deles enquanto tivemos a chance. E agora?”

Essa era uma boa pergunta. O que viria pela frente? Estávamos com pouco dinheiro e sem um plano concreto. Pior, não sabíamos se quer o que tinha acontecido ao certo, quem havia nos entregado e como tinha ficado as coisas lá para trás.

“Os Mastranos serão interrogados... extensivamente. Bem, todos serão, na verdade. Eles vão prender Sonya também para investigação, como fizeram comigo. E Sydney. Ela será enviada para os Alquimistas.”

“O que eles vão fazer com ela?”

“Eu não sei. Mas ela ajudar a vampiros fugitivos não vai ser nada bom para os superiores dela.”

“Merda. E o que nós vamos fazer agora?” ela perguntou com um tom desolado.

“Vamos tomar distância daqueles guardiões, nos esconder em algum lugar e enfaixar o seu tornozelo” respondi sabendo que Rose não estava se referindo ao que faríamos de imediato, mas qual seria nosso plano para consertar tudo isso.

“Nossa, você tem tudo planejado” ela ironizou.

Eu franzi a testa. “Na verdade não. Essa é a parte fácil. O que vai acontecer depois, é a parte difícil”.


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