Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 23
Capítulo 23




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Depois de quase uma hora, não tínhamos tido progresso algum. Ameaçamos, torturamos, mas nada pareceu surtir efeito. Eu tentava me controlar para não cair naquele estado de fúria novamente, mas mesmo assim tentei ser o mais assustador que pude. O fato é que Sonya era bem inteligente e havia percebido que nós precisávamos de algo dela, sendo assim, não a mataríamos sem essa informação. Também não tínhamos uma pergunta concreta para fazer. Nós tínhamos juntado as peças de um quebra-cabeças, mas não sabíamos exatamente o que perguntar. E Sonya parecia perceber isso também. Ela não iria falar. Talvez se a deixássemos sem sangue por um bom tempo, a situação melhorasse, mas até lá tínhamos longas horas pela frente. Rose, parecendo cansada, se encostou contra a parede.

Olhei para ela e percebi o sangue descendo por sua testa, em baixo dos cabelos. Ela estava ferida, era por isso que ela tinha cambaleado algumas vezes. Parecia algo sério.

"O que é isso na sua cabeça, Rose?" perguntei.

"Hein?" Rose perguntou, visivelmente distraída. Ela estendeu a mão e afastou os cabelos. Seus dedos vieram sujos de sangue, ela olhou para eles com surpresa. Ela não tinha percebido que havia cortado a testa.

"Eu estou bem" ela falou, tentando parecer forte.

"Vá fazê-la deitar e a limpe. Não deixe que ela durma até descobrirmos se ela tem uma concussão" falei para Sydney.

"Não, eu não posso. Eu não posso deixar você sozinho com ela..." Rose falou.

"Eu ficarei bem. Descanse para que você possa me ajudar mais tarde. Você não será útil para mim, se desmaiar" eu falei de forma dura para que Rose não protestasse e fosse descansar um pouco.

Virei para Sonya que estava com seus olhos vermelhos atentos, assistindo tudo. Ela me estudou, provavelmente medindo a minha força, para que pudesse traçar uma maneira de fugir de mim. Eu a olhei de forma ameaçadora, colocando muita raiva nesse olhar. Eu odiava todos os Strigois e acho que aquilo estava visível nas minhas feições. Segurei firmemente a minha estaca, ainda encarnado seus olhos. Fiquei ao lado dela, com a estaca apertando o seu pescoço, encarando profundamente seus olhos. Minha postura ainda era de guarda, para que ela soubesse que ela não passaria tão fácil por mim.

Após alguns minutos, Sydney apareceu descendo as escadas.

"Por que você não está com Rose? Ela não pode dormir" falei me dirigindo a ela.

"Ainda não me acostumei com essas... Bem... Digamos... Práticas de vocês. Ela está... na cabeça de Lissa, bem, assim como vocês falam. De qualquer forma, não me sinto bem perto dela, quando ela faz isso. Parece algo como... como se ela fosse levada para fora de seu corpo. É assustador”. Ela falou torcendo em seus dedos, a correntinha que usava no pescoço. Ela sempre fazia este gesto quando se sentia incomodada, mas só agora percebi que na correntinha tinha um pingente em forma de crucifixo. Não pude deixar de achar curioso. Ela devia ficar mesmo incomodada com essa ‘ausência’ de Rose. Ela estava preferindo ficar perto de mim e de um Strigoi a ficar com ela.

“Você cuidou do corte na testa dela?” Perguntei, ainda me focando em Sonya.

"Sim, eu limpei todo sangue, mas Rose não quis curativo. Foi um corte pequeno, mas profundo, ela precisará realmente de repouso” Sydney falou se encostando num canto.

Assenti com a cabeça e não falamos mais nada, como sempre. O silêncio caiu de forma desconfortável. Sydney olhava para Sonya com pânico no olhar. Seu medo era quase papável. Sonya continuou me observando com uma falsa serenidade. Eu sabia que ela estava esperando só um vacilo meu. Mas isso não ia acontecer. Eu estava com todos os meus sentidos atentos e com meu corpo todo preparado para lutar.

Eu fiquei ali de guarda, naquela posição por cerca de duas horas. Acho que Sonya percebeu que eu era duro na queda. Sydney ia de tempos em tempos olhar Rose lá em cima, e voltava sempre dizendo que ela estava na mesma. Ainda na cabeça de Lissa. O que ela estaria vendo? Ela bem que poderia nos atualizar com as notícias de vez em quando. Pensar na Corte fazia minhas lembranças sobre lá bem distantes. Parecia que fazia séculos que havia saído de lá.

Eu aproveitei este tempo para pensar nos últimos acontecimentos. Quando eu estava preso e recebi a visita de Adrian nos meus sonhos, depois a de Abe e como aquela fuga de Rose trouxe para mim uma nova perspectiva da vida. Eu pensava que poderia lidar com Rose, sendo indiferente, mas toda essa proximidade serviu para que o meu amor por ela se aprofundasse ainda mais. Eu não podia deixar de pensar nela, sua presença era muito forte para mim. Eu estava me sendo consumido pela vontade de jogar tudo para o alto e me declarar para ela, sem me importar com o que quer que fosse. Tudo que me impedia era a indiferença dela mesma. Quando eu pensava naquela garota, estudante da St. Vladmir, eu podia ver que a diferença agora era gritante. Rose havia mudado e muito. Naquela época, ela não fazia questão alguma de esconder o que sentia por mim. Seus olhares, seus sorrisos, o jeito de falar, a forma de me tocar. Tudo irradiava paixão. Agora não. Ela estava fechada e distante. Como tudo desapareceu em tão pouco tempo? Se eu conseguisse enxergar nela algum resquício daquele amor... Por mais que eu falasse para mim mesmo que toda essa situação era por culpa minha, eu nós só não estávamos juntos agora por eu mesmo não quis, eu não estava mais conseguindo guardar isso dentro de mim. Não mais.

De repente, houve uma batida na porta. Sonya, que estava quieta, mas ainda olhando para mim, se virou com ar interrogativo. Minha mente pensou rápido. Rose havia falado que Victor Dashkov nos encontraria. Mas também podia não se ele. Eu não sabia qual era o relacionamento de Sonya com outros Strigois. Ainda era dia, mas nada impedia que algum humano, a serviço deles, viesse para checar se algo ocorreu, depois da minha procura por ela. Sydney se levantou calmamente e foi até a porta. Eu mantive a minha postura rígida. Pronto para qualquer ataque.

"Sim?" Sydney perguntou, por uma pequena brecha, mantendo a corrente de segurança na porta.

“Boa tarde. Sou eu, Victor Dashkov.” Uma voz rouca falou lá fora num tom extremamente polido e educado. Típico de um príncipe da realeza Moroi. “Eu vim para me juntar a vocês”.


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Notas finais do capítulo

Gente, a parte dos pensamentos de Dimitri que ele fala que não está com Rose por que ele mesmo não quis foi inspirada num review da Leh100. Ela falou isso num review do cap. 13 e me inspirou muito.....
Tão vendo como reviews são importantes! rs



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