Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 2
Capítulo 2




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O dia se arrastou. Tentei ler um dos meus livros, mas nem isso me distraiu. Mais tarde, ouvi um barulho do lado de fora do quarto. Parecia uma discussão. Levantei e fui próximo a porta, junto com os dois guardiões que estavam comigo. Eles também ficaram curiosos, embora tenham assumido que não se tratava de nada perigoso.

Um homem, com um sotaque estranho falava alto lá fora. E meu coração se agitou. Finalmente eu teria novidades sobre a fuga de Rose.

“Saiam da minha frente! Eu preciso falar com o Sr. Belikov! Tenho algo para ele.”                          

“Não podemos deixar você entrar sem autorização de autoridade superior”.

“Eu tenho esta autorização!”

Ouvi alguns murmúrios vindos lá de fora e logo depois a porta se abriu e vi Abe Mazur. Ele estava vestido com um terno marfim e gravata vermelha brilhante. Era o meu primeiro contato com Abe desde que voltei a ser Dhampir. Quando eu era um Strigoi, eu tinha que evitá-lo a todo custo. Muitas vezes, os negócios com os quais eu lidava cruzavam com os de Abe e isso não era nada bom. Ele me estudou por alguns minutos e depois olhou cada detalhe do quarto, portas, janelas, nada passou despercebido. Não era a toa que ele era chamado de serpente... Eu me senti incomodado com o olhar investigativo dele, mas não demonstrei sentimento algum. Ao contrário, olhei fixamente para ele.

“Dimitri Belikov”  Ele finalmente falou de forma lenta e muito baixa, balançando positivamente  a cabeça e com um pequeno sorriso no rosto. “Finalmente nos reencontramos... Você parece bem melhor agora, sem aqueles olhos vermelhos” Ele falou num tom sarcástico, muito parecido com o de Rose. A diferença é que ele era muito perigoso e suas piadas sempre soavam mais como um aviso.

“O que lhe traz aqui Abe?” Tentei manter um tom casual, não por Abe, mas pelos outros guardiões que estavam no quarto.

“Sei que você costumava ser o mentor de Rose, achei que você gostaria de ter notícias dela, principalmente  depois de se meter nessa encrenca por defendê-la”  Ele deu uma piscadinha de olho e continuou “ O julgamento dela foi marcado para daqui há duas semanas. Acabei de vir de uma visita a ela. Nem preciso falar o quanto ela ficou nervosa e irritada...”

Eu podia imaginar. Rose devia estar irritada por diversos motivos, por estar presa, por estar fora de ação... Mas principalmente por ser condenada injustamente.

“Duas semanas? Já?” O pensamento de que dali há apenas duas semanas Rose poderia estar morta, me angustiou.

“Isso. E como seu advogado, estou com toda estratégia de defesa já montada” Ele falou me olhando profundamente nos olhos. Entendi, de imediato, o que ele queria dizer com ‘estratégia de defesa’. Ele não estava se referindo ao julgamento e sim, a fuga.

“Isso é ótimo, Rose precisará de toda sua habilidade, visto que sua situação não é nada boa”

“Bem, Belikov” Ele falou num tom de despedida. “Eu vim lhe entregar alguma literatura para passar o tempo. Soube que você adora histórias do velho oeste. Eles já vasculharam tudo lá fora, são livros inocentes.” Ele falou com um sorriso quase infantil, me entregando um pacote de livros “Deve ser muito monótono ficar aqui, olhando para cara destes dois” Ele disse, se dirigindo aos guardiões. “Não é à toa que você vive deprimido...” De novo,  o mesmo tom sarcástico de Rose. Realmente eles tinham muito em comum.

“Obrigado por se preocupar e deseje boa sorte a Rose por mim” Respondi, pegando os livros.

“Até a vista, Belikov!” Ele falou sorrindo e saindo pela porta.   

Fui até a cama e peguei o pacote de livros. Comecei a folhear e aparentemente não encontrei nada demais neles. Não era possível que Abe estivesse apenas preocupado com o meu bem estar. Tinha que ter um motivo para ele me entregar aqueles livros. Além do mais, Adrian havia me dito que ele me procuraria para me passar as coordenadas do plano.

Peguei livro por livro. Muitos deles eu já tinha lido. Comecei a fazer uma busca mais minuciosa. Em um deles, procurei um trecho que eu havia gostado da outra vez que li. Foi então que percebi. Muitas páginas do livro tinham sido cuidadosamente tiradas, e outras colocadas perfeitamente no lugar, com a mesma cor de papel e mesma letra digitada. Eram anotações com orientações. Tinha tudo realmente planejado e detalhado. Os ambientes do prédio, onde Rose estava presa, estavam minuciosamente descritos e toda rota de entrada e saída estava detalhada. Também o caminho até as garagens. Também tinha números de telefone. De todos. Abe, Lissa, Christian, Adrian. Existiam também orientações do caminho de fuga, fora da Corte, e quem eu iria encontrar quando estivéssemos distante. Uma alquimista. O nome dela era Sydney. Tinha um trecho que descrevia todas as características dela e explicava de forma sucinta, a relação de Rose com ela na Sibéria. Por fim tinha detalhes da operação com explosivos e de como tudo iria ser feito de forma que não as suspeitas não recaíssem sobre nenhum dos amigos de Rose. E tinha as orientações do meu papel nisso tudo e orientações de quando e como Mikhail, Eddie e Adrian me libertariam deste quarto. Seria depois de amanhã. Não pude deixar de rir internamente. Eles queriam passar a imagem de que eu estava agindo por amor a Rose e que só eu faria uma loucura dessas.

No final de tudo, tinha uma página digitada com uma mensagem de Lissa. Ela pedia que eu guardasse Rose e que deixasse tudo para trás, não levasse em consideração o passado, mas o futuro de Rose e, por conseqüência, o dela. Ela havia se preocupado em me pedir para seguir adiante, mas como eu disse, eu faria, mesmo que ela não me pedisse. Uma força estava me movendo para isso. Era algo que eu não podia me controlar

Li e reli todas as orientações. Percebi que Adrian também tinha um fundamental em tudo. Ele usaria o espírito para que os outros passassem sem serem notados. Fiquei impressionado por ele aceitar trabalhar conjuntamente comigo. Ele estava me surpreendendo.

No fim de tudo tinha uma frase engraçada que dizia “tende dormir, é assim que manteremos contato com você”.


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