Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Espero que não se choquem com o sonho de Dimitri... Mas entendam, ele era mau e realmente tem motivos para se sentir culpado por seus atos como Strigoi... Ele fazia coisas desta natureza.



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Quando chegamos ao acampamento, fomos direto ao quarto e Rose ainda estava lá, sentada num canto, imóvel. Como eu disse, ela realmente ficava vulnerável quando observava Lissa, tanto que ela nem viu quando entramos. Qualquer pessoa poderia ter a atacado facilmente. Toquei seu braço levemente. Não houve resposta.

“Rose” chamei seu nome suavemente, mas ela ainda não respondeu. Sydney fez um ar de preocupação.

“Rose?” falei de forma mais incisiva. Ela piscou rapidamente, como se despertasse de um transe e olhou para nós.

“Ei" ela respondeu. "Vocês voltaram. Ligaram para o Strigoi?" Eu tentei manter meu tom de negócios.

"Sim. Eu consegui falar com Boris."

Sydney fechou seus braços em volta de si mesma, numa típica atitude de auto proteção. De repente, me dei conta de que deve ter sido péssimo para ela ter ouvido aquela conversa.

"Conversa maluca. Uma parte foi em Inglês. Foi mais assustadora do que a anterior" disse ela e tive a impressão de ver Rose estremecer.

"Mas você descobriu alguma coisa?" Rose perguntou, tentando manter o tom casual.

"Boris me deu o nome de um Strigoi que conhece Sonya e provavelmente sabe onde ela está. Na verdade, é alguém que eu conheço. Mas telefonemas não adiantam muito com Strigois. Não há maneira de contatá-lo, exceto pessoalmente. Boris só tinha a localização dele."

"Onde ele está?" ela perguntou de forma excitada.

"Lexington, Kentucky."

“Ah, pelo amor de Deus. Porque não as Bahamas? Ou o Palácio de Milho?"

Eu me esforcei para que meu pequeno sorriso não se transformasse num grande sorriso. A nossa escapada para biblioteca, agora era apenas uma doce lembrança. Ela tinha gostado mesmo do Palácio de Milho... Só mesmo Rose para me fazer sorrir depois daquela conversa monstruosa. Concentrei na nossa próxima missão.

“Se sairmos agora, podemos chegar antes de amanhecer" Falei e Rose olhou em volta.

"Escolha difícil. Deixar tudo isso por eletricidade e água encanada?” Ela ironizou.

“E sem propostas de casamento" Sydney se divertiu.

"E nós provavelmente teremos de lutar com Strigois" eu disse e Rose se levantou imediatamente.

"Quando podemos ir?"

Deixar os Keepers foi custoso, eles geralmente não eram muito hospitaleiros, mas nós éramos uma espécie de celebridade para eles. No caso de Rose, o interesse era maior, afinal, ela tinha entrado numa luta de noivado. Com relação a mim, eu percebi que as mulheres começaram a flertar abertamente, depois que perceberam que Rose não estava comigo. Justo eu que não conseguia pensar em romances depois de ser um Strigoi. Eu mal conseguia afastar os sentimentos por Rose, como poderia me envolver com outra garota? Tentei agir de forma indiferente com elas, porém educada.

 Sydney prometeu que os alquimistas viriam com mais suprimentos, em breve. Eu percebi, de longe, Rose conversando algo com Angeline que pareceu pedir algo, mas tinha ficado muito chateada em receber um ‘não’ como resposta.

Já na estrada, eu tentei convencer Sydney a me deixar dirigir, mas ela estava irredutível. Ela digitou o endereço de Donovan no GPS e seguimos. O percurso seria de seis horas. Considerando que não aconteceria nada mais dentro do carro, Rose e eu concordamos que poderíamos dormir um pouco, já que precisaríamos de energia para o que viria. Rose tentou dormir, mas como eu, parecia ansiosa demais para isso. Logo, notei o olhar vazio em seu rosto, um olhar que indicava que ela estava na cabeça de Lissa.

Tentei relaxar. Eu nunca iria dormir se não tentasse. De repente, eu fui arremessado na escuridão de um pesadelo.

Eu andava pela rua, numa área residencial. Era noite, tarde da madrugada, mas eu via tudo como a claridade de um dia de sol. Eu era um Strigoi. Eu sentia o cheiro forte vindo de dentro das casas. Cheiro de humanos. Foi quando um cheiro particular despertou os meus sentidos. A sensação de desejo foi tomando conta de mim, eu precisava ter o sangue daquela pessoa. Andei rapidamente, até que encontrei o que queria. Por uma janela vi uma mãe que acalentava seu filho, um bebê que chorava. Era esse o cheiro que eu sentia. O cheiro do bebê. A mulher colocou um termômetro nele e logo depois tirou com uma expressão preocupada. Ela resolveu sair eu me coloquei em frente a casa. Quando ela me viu, de longe, na calçada, falou “Senhor, você pode me ajudar a conseguir um táxi? Meu filho está doente, preciso levá-lo ao hospital”. Numa fração de segundos, eu estava do lado dela quando falei ironicamente “Claro que posso lhe ajudar”. Avancei em seu pescoço, ela lutou por uns instantes mas, logo depois, sua expressão passou para alucinada e rapidamente, ela estava morta, sem sangue. Ainda com sede, peguei o bebê, que ainda chorava, no carrinho. Sorri e disse “Sempre deixo o melhor para o fim”.

Acordei com um sobressalto. O suor escorria pela minha testa, não era um sonho, era uma lembrança do que havia de fato acontecido. Minha respiração estava pesada e senti as lágrimas saírem involuntariamente dos meus olhos. Como eu fui capaz de fazer uma coisa terrível daquelas? O pior é que tinha feito várias coisas piores que esta. Tentei me recompor, me conscientizando da presença de Sydney. Respirei fundo, fechando os olhos.

"Tudo bem?" Sydney perguntou com uma voz baixa, me olhando pelo espelho retrovisor.

"Sim" eu falei forçando uma voz firme e enxugando as lágrimas.

 Ela não perguntou mais nada e eu fixei meus olhos na janela, olhando a estrada. “Isso é passado” eu repetia para mim mesmo “Foi só um pesadelo”. Eu continuava dizendo mentalmente, tentando controlar minhas emoções.

Olhei para Rose, era algo que sempre me acalmava, e vi que ela ainda assistia o que se passava com Lissa. O que será que se passava na Corte? Rose bem que podia me deixar um pouco a par do que estava acontecendo... Verifiquei o GPS. Faltava pouco tempo para chegarmos. Foi quando Sydney deu uma freada brusca no carro e tirou Rose do seu transe.

“Desculpe. Aquele idiota me cortou” Sydney falou.

Rose respirou fundo, tentando controlar uma raiva que iluminou o seu rosto. Eu desconfiava que aquela escuridão do espírito tinha algo a ver com isso. Uma simples freada de carro não era motivo para se irritar tanto. Estávamos chegando numa área residencial. Ela olhou em volta e perguntou onde estávamos.

“Na periferia de Lexington” Sydney respondeu.


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