Forças do Destino II, Mudança de Vidas escrita por Luuh


Capítulo 9
Manhã de Natal




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Forças do Destino 2

Capítulo 9 – Manhã de Natal

 

Mione havia acabado de sair da banheira e de se secar e, enrolada numa toalha, com a roupa de baixo, olhava seu armário, procurando algum vestido. Estava desistindo, pois não gostara de nenhum dos que tinha. Só ficou aliviada quando Alana entrou em seu quarto trazendo um vestido em suas mãos.

-Perdão pela intromissão, mas esqueceram de deixar seu vestido para o café aqui, senhorita. – ela disse, colocando a roupa que trazia em cima da cama da garota.

-Não tem problema. – Mione respondeu calma. Alana então se retirou do quarto, deixando a garota sozinha no quarto, novamente. A ruiva andou até sua cama para ver o vestido. Era um lilás bem clarinho e não era muito comprido. Parecia ir até o joelho, mais ou menos. Soltando-se da toalha, ela colocou o vestido e viu que era exatamente esse o comprimento: no joelho. O tecido era bem leve, a saia era rodada. Não tinha manga, era meio que uma regata, e o decote era médio. Acompanhando o vestido tinha um par de pequenas luvas, também de cor lilás. Mione as pegou e colocou em suas mãos.

Virou-se para o espelho e sorriu. Depois, andou até o armário e procurou um sapato que combinasse. Com tanto sapato, não foi difícil achar um, foi difícil escolher. Quando finalmente havia escolhido, voltou para o banheiro e lá soltou os longos cabelos vermelhos, já desbotados. Então se olhou no espelho: seus olhos estavam inchados. Cansada, abriu a torneira e lavou o rosto. Depois de secá-lo e colocar a toalha de volta no lugar, olhou novamente o próprio reflexo. Deu um suspiro: cada vez gostava menos do que via.

Pronta, ela saiu do banheiro e sentou-se em sua cama. Não estava com a menor vontade de sair de lá. Deitou-se e ficou observando o teto. Seus olhos estavam naquela pintura branca, mas seu pensamento estava longe. Pensava em tudo, principalmente em Draco e em Victor e toda aquela situação. Era tudo que ela pensava, por mais que tentasse evitar, não conseguia pensar em nada mais. E quanto mais pensava, com mais raiva ficava de Aquiles. Como ele pudera fazer algo assim? A ruiva balançou a cabeça. Não queria pensar naquilo: iria arranjar um jeito de resolver tudo.

Levantou-se então da cama e cansada por não ter dormido, ela caminhou em direção da porta. Ficou parada na frente dela por alguns momentos, com a mão na maçaneta, olhando para o chão. Depois de dar um suspiro, ela abriu a porta, saiu do quarto e então levantou a cabeça. Levou um susto ao levantá-la: Aquiles estava na porta e ele também se assustou ao encontrá-la. Mas esse breve momento logo passou e Mione fechou a cara para o garoto.

-Mione. – ele falou suplicante. Mas a garota fingiu não ouvi-lo e ainda fingiu que não o via; desviou dele e saiu andando, sem rumo. – Mione, o salão é pro outro lado – ele chamou, mas a ruiva continuou ignorando-o. – Não me ignore, por favor. Ei, você vai se perder! – mas nem assim ela respondeu ao garoto. Ele ficou observando a garota se distanciar e, perdendo-a de vista, virou-se e se encaminhou para o salão.

 


 

Draco havia acabado de sair do quarto de Fergie; tinha tomado banho e se trocado com uma roupa que a criadagem trouxera, provavelmente mandada pela cantora. Ela ainda convidara o loiro para tomar café em sua companhia, mesmo estando bravo com ele, mas Draco se recusou a ir. O que ele precisava agora era de um tempo sozinho, um momento só dele, para respirar e pensar no que estava fazendo, se tudo aquilo valia a pena.

E foi o que ele fez! Saindo do hotel, ele olhou a sua volta: não conhecia nenhum daqueles lugares, o que era melhor, pois assim seria mais fácil de andar sem rumo e pensar no que deveria fazer.

Caminhando pela rua, ele foi observando os trouxas que passavam em sua frente; normalmente ele os olharia dos pés a cabeça com ar de superioridade, mas seu pensamento estava tão longe, que ele estava fora de si, não era o mesmo. Tudo que ele via eram borrões girando em torno dele; enquanto andava, sua cabeça doía, latejava, às vezes com pontadas. Ele foi ficando tonto, mas forçou ao máximo pra não cair, e conseguiu.

Na visão borrada, ele avistou um parque; era grande e bem florestado. Se aproximando do parque, ele olhou para o portão de entrada, grande com barras finas. Não era uma entrada muito chamativa e nada romântica, mas Draco não estava ligando para nada naquele momento, por isso passou pelo portão e foi caminhando pelo parque. Várias crianças passaram correndo perto dele, atrapalhando seu caminho, mas ele preferiu ignorá-las a tomar alguma atitude. Logo, encontrou o que queria: um banco, no meio de clareira, onde não tivesse barulho nenhum, além do vento. E foi lá que se sentou ainda meio tonto com tudo que estava acontecendo.

 


 

Por um momento, enquanto caminhava perdida pelos corredores do castelo, Hermione se chateou consigo mesma por ter virado as costas para Aquiles, afinal agora não sabia o caminho, mas esse momento logo passou e ela preferiu estar assim, ali perdida, do que pedir ajuda dele, tamanha era a raiva que a garota sentia. E até era melhor que estivesse sozinha, precisava de um momento apenas para você. Tudo em sua vida estava acontecendo muito rápido, estava tudo mudando e ela não estava mais conseguindo controlar o que acontecia. Por sua cabeça passou a lembrança de Harry e Rony. Como será que eles estariam? O que eles estariam fazendo? Será que haviam passado o Natal juntos, será que estavam se divertindo? Estariam eles ainda com raiva dela? Ou, será que eles sentiam saudades dela? Essas perguntas não lhe saiam da cabeça e por um breve momento, ela parou, fechou os olhos e quis que sua vida voltasse a ser como era antes de ir pra esse castelo, antes de saber que seus pais não eram seus pais verdadeiros, antes de apresentar a peça de teatro, antes de se apaixonar por Draco Malfoy, quando ela ainda achava que era feliz, quando sua vida não se passava das preocupações com as provas.

Ela desejou isso com toda a sua força interior, que ficou tonta, e quando abriu os olhos, por alguns instantes achou o que pedira havia se realizado, talvez pela visão desfocada ou pela grande luminosidade gerada pelo tempo que ficara de olhos fechados, ela realmente pensou que estava em Hogwarts, mas quando sua visão voltou ao normal e foi se adaptando a luminosidade, ela percebeu que nem que desejasse com toda a sua força, as coisas nunca mudariam, a não ser que ela fizesse com que mudassem.

Confiante, ela olhou para frente, decidida do que iria fazer e quando iria fazer. Em sua cabeça, armara todo seu plano, e ninguém iria atrapalhá-la, nem mesmo seus pais ou Aquiles, ela sabia o que devia fazer, ela sabia que devia seguir o que seu coração dizia.

 


 

Draco havia acabado de chegar ao hotel em que havia se instalado com a mãe e estava esperando o elevador no Hall; quando o elevador finalmente chegou, a porta dele abriu e Draco viu pelo reflexo do espelho uma mulher loira, os olhos cinza inchados, talvez por não dormir à noite ou por ter chorado muito. O garoto então a reconheceu, ela era sua mãe. Narcisa virou-se para Draco, deu um suspiro, aliviada, ao ver que era realmente ele, que não estava ficando louca, abriu um sorriso e, quando o loiro entrou no elevador, ela se jogou em seus braços, abraçando-o o mais forte que seus braços cansados conseguiram.

-Onde você estava? – ela perguntou, ainda abraçando o filho. – Você disse que ia sair com um pessoal e que voltaria tarde, mas já é quase meio dia, e você não tinha dado nenhum sinal de vida. Você está bem? Aconteceu alguma coisa?

Draco não retribuiu o abraço da mãe, apenas respondeu o que ela queria. “Sim, estou bem, não aconteceu nada. Acabei dormindo em outro hotel, com o pessoal que eu conheci e depois do café, vim para cá, mas me perdi no caminho, por isso demorei”

A mulher olhou desconfiada para o filho, não acreditava totalmente naquela história que Draco lhe contara. “Você tem certeza que foi isso que aconteceu? Você não esta me escondendo nada?”. Mas o garoto não lhe contara mais nada, apenas apertou o botão do andar onde era o quarto deles, ignorando completamente a desconfiança e a curiosidade da mãe.

-Não, mãe, não tenho mais nada para dizer. – ele disse frio.

 


 

-Hermione! – a garota ouviu alguém a chamando enquanto andava pelo corredor. Ela não havia reconhecido a voz, então parou e se virou para ver quem era. Para sua surpresa, era Aaron. O garoto estava com uma expressão de alívio ao encontrá-la e, andando ele se aproximou da garota – Estava te procurando. Estão todos te esperando para o café-da-manhã. Não só a você, a Jenny também está atrasada, mas isso porque ela dormiu quando foi para o quarto. Vamos? – ele então perguntou, sorrindo para a ruiva.

-Ah, sim. – então eles voltaram a andar, com Aaron guiando a garota – Na verdade, eu estava indo para o salão, mas eu ainda não me acostumei com o tamanho desse castelo. Quero dizer, acostumada com o castelo eu estou, mas me perco nos corredores daqui. – e depois sorriu.

-É normal, logo você aprende a andar e, vai achar até que esse castelo é pequeno. – ele disse, brincando.

-Pequeno? Impossível! Ah, é verdade... Como que você conhece o castelo tão bem? – curiosa, Mione perguntou.

-Eu e o meu irmão meio que crescemos aqui. Seus pais sempre pediam para que viéssemos passar alguns dias no castelo, e meus pais vinham junto com a gente, então sempre passávamos vários dias por aqui. Até porque, apesar de ter nascido aqui, minha casa mesmo não é em Hertz. Minha casa é em outro estado, assim digamos, mas a capital do reino é aqui, entende?

Hermione não respondeu nada, apenas sorriu entretida, e depois ficou quieta. Aaron não insistiu em continuar conversando com ela, sabia que aos poucos iria conseguir conquistar a confiança dela e assim, eles conversariam normalmente, não precisando da insistência dele. E, na verdade, nem ficaram muito tempo calados, pois logo estavam no salão. Enquanto descia as escadas, a ruiva notou que todos os convidados já estavam acomodados, conversando. Ela baixou os olhos, preferia não olhar para não se envergonhar, afinal, todos estavam esperando por ela para poderem comer, e para sua sorte seu plano havia funcionado, pois quase ninguém percebera que ela havia chegado, até porque ninguém a havia anunciado. Aaron acompanhou a garota até o lugar dela, ao lado do rei e depois se sentou em seu próprio lugar, ao lado de seu pai, em frente ao lugar onde Jenny deveria estar sentada, se estivesse presente.

O lugar, porém, não ficou muito tempo vazio, pois logo Jenny chegou e se sentou em sua cadeira. Com todos sentados, os servos começaram a servir o café da manhã. E para sorte de Mione, não havia nada que ela não gostasse, por isso, para não ter que conversar com Aquiles ou com qualquer outra pessoa, ela colocou na boa tudo que podia, sempre que conseguia uma brecha. No final do café, ela estava cheia, não conseguindo nem olhar para um copo de água sem passar mal de tanto que havia comido.

Quando os convidados começaram a se levantar, Mione fez o mesmo e começou a se encaminhar para as escadas, o mais rápido que seu corpo cansado lhe permitia. Aaron a viu andando e foi em direção dela.

-Agora você tem um tempo livre, pode fazer o que quiser até o jantar; pode dormir se quiser, mas não se atrase para o jantar de novo, ta? – ele falou e depois deixou a garota sozinha para que ela decidisse o que iria fazer. Ao compreender o que o garoto havia dito antes de se distanciar, Hermione deu suspiro de alívio: finalmente poderia descansar. E talvez, por esse motivo, seu corpo lhe ofereceu uma energia extra e ela conseguiu andar mais rápido. Depois de subir as escadas e sair do salão, ela encontrou Alana, uma de suas criadas, e pediu que ela a guiasse até o quarto. A criada sorriu e fez o que a garota pediu, e quando elas chegaram ao quarto, Alana a deixou sozinha.

No quarto, a primeira coisa que a ruiva fez foi jogar-se em sua cama. Seu corpo agradeceu e relaxou por completo; não demorou muito para que seus olhos fechassem e ela finalmente dormisse. E mesmo que já estivesse meio inconsciente, ela sabia com o que ela iria sonhar e, talvez por isso, quisesse dormir o mais rápido possível.

 


 

Aquiles estava em seu quarto, sentado no muro da varanda, observando a paisagem, observando as montanhas. Em suas mãos havia um pequeno embrulho e um envelope fechado enrolados por um cordão; sobre um de seus ombros, uma coruja. Por um momento o garoto desviou o olhar das montanhas para o embrulho. Ele suspirou decidido e então olhou para a coruja empoleirada em seu ombro. O garoto então prendeu o embrulho em uma das patas da coruja e recomendou: “Leve para ela.”

A coruja soltou um pio de aprovação, abriu suas asas, saiu voando e perdeu-se no horizonte. Aquiles a acompanhou com os olhos até onde conseguiu e depois, voltou a contemplar as montanhas pensando no que aconteceria daquele para frente. Talvez fosse a hora de lutar pelo que acreditava e fazer a diferença.

 


 

Draco estava deitado na cama do quarto, tentando com todas as suas forças lembrar exatamente do que acontecera na última noite, mas não conseguia lembrar-se do que fizera, apenas lembrava-se de encontrar a camisinha aberta no quarto em que dormira com uma mulher. Com essa prova, não havia como pensar em outra coisa a não ser que realmente transara com Fergie.

Como contaria isso para Hermione? Será que devia contar mesmo para a garota o que acontecera, ou devia simplesmente terminar? Essas e outras dúvidas assombravam sua mente e ele não conseguia pensar em qualquer que fosse a solução para seu problema.

Com a cabeça doendo, ele então se sentou na cama e olhou para um embrulho em cima da mesa. Era o presente de Natal que ele daria a Hermione, mas não tinha como mandar para a garota, estava no meio de trouxas. E na verdade, nem sabia se devia mandar ou não, estava ficando cada vez mais confuso.


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