Forças do Destino II, Mudança de Vidas escrita por Luuh


Capítulo 8
Caça aos Presentes




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Forças do Destino 2

Capítulo 08 – Caça aos Presentes

 

Aaron levou Mione de volta para o castelo e tinha a intenção de deixá-la sozinha por um momento. Achou que ela não queria companhia, pois durante a volta não falou nada. Porém, quando os dois estavam dentro do salão de festas, antes mesmo que ele pudesse sequer pensar em se afastar, a garota pediu que Aaron a acompanhasse; ela queria andar um pouco pelo corredor para esquecer o que estava acontecendo. Ele sorriu e, juntos, os dois passaram pelo meio de todos os jovens convidados, tentando atravessar o salão, em direção das escadas.

Com dificuldade, eles conseguiram chegar depois de um bom tempo, pois eles foram parados várias e várias vez. Parecia que todas as garotas queriam dizer como a princesa era bonita e que queriam ter contato com ela. E os garotos, principalmente os príncipes, queriam cantá-la de qualquer jeito. Aaron acabou virando o segurança da ruiva, pois era ele que afastava as pessoas dela. Subiram as escadas disfarçadamente e passaram pela porta subitamente; não queriam ser vistos. Já no corredor, eles deram um suspiro e começaram andar devagar pelo corredor.

O garoto não falou nada, preferiu esperar a garota começar. Não sabia como ela se sentia, por isso achou que era melhor agir assim. Porém, não ficaram em silêncio por muito tempo, pois logo a garota se sentiu preparada para conversar.

-Por que ele não me contou? Como ele pode me esconder algo assim? Eu não consigo acreditar até agora que ele teve coragem de fazer isso comigo. Eu confiava nele, nunca desconfiei de nada. Aaron, por que ele fez isso?

-Hermione, olha, eu sei que é difícil de você entender isso agora, e eu não posso te explicar as razões do meu irmão, apesar de querer. Olha, o Victor tinha seus motivos para fazer o que fez. Não estou querendo defendê-lo, mas em nenhum momento ele tinha a intenção de te magoar. Eu sei que minha palavra não vale nada para você, mas saiba que ele gosta de verdade de você e é por causa dessa amizade que vocês têm que ele nunca lhe faria mal. Você está nervosa e, nesse momento, a última coisa que te passaria pela cabeça é falar com ele, mas eu realmente acho que isso seria muito bom. Ele tem muitas coisas pra te contar. – Aaron ficou um pouco em silêncio, mas quando Mione fez que iria responder, ele completou – E não precisa me falar nada. Eu sei que você só está aqui comigo porque eu sou a pessoa que você conhece um pouquinho mais. Sei que se tivesse qualquer outra pessoa, você não estaria aqui porque eu consegui estragar tudo antes mesmo de começar – ele então abaixou o olhar, ficou olhando para os pés enquanto andava.

Mione, porém parou e ficou observou o garoto se distanciar. Quando ele percebeu que ela havia parado, virou-se, procurando-a e a viu de cabeça baixa. Ele se aproximou dela e a ouviu murmurando um pedido de desculpas. Aaron levantou o rosto da ruiva com a mão e a olhou com um sorriso compreensivo no rosto. ‘Está tudo bem’ ele disse ‘Sou eu quem te devo desculpas’. E depois soltou o rosto dela, delicadamente. Mione sorriu de volta tímida. Talvez Aaron não fosse tão idiota quanto ela pensava, ou melhor, não pensava, pois até aquele momento ele era um dos que estavam na lista dela de ‘com quem não devo perder meu tempo’.

Aaron olhou para seu relógio de pulso e falou para a garota que eles deviam voltar, pois já estava na hora do grande espetáculo. Ela ficou curiosa, o que seria, afinal, aquele grande espetáculo que ele havia falado? Por sorte, eles não haviam andado muito, estavam distantes da porta do salão apenas alguns metros. Chegaram ao salão quando as pessoas estavam começando a sair. Eles então foram para o jardim como os outros. Enquanto esperavam ficaram observando a lua e as estrelas, pois era a única coisa que dava para fazer. Para sorte deles, não tiveram que esperar muito, pois logo deu meia-noite e os desejos de Feliz Natal começariam logo. Mione ficou imaginando se teria que abraçar todos, mas ela percebeu que ninguém estava se abraçando. Estranhou um pouco, mas preferiu não comentar.

As luzes do jardim então foram apagadas. As únicas coisas que brilhavam eras as estrelas e a lua, pois as luzes do castelo também haviam sido apagadas. Por um momento, ficou tudo breu, mas então, ao longe, três luzes podiam ser vistas vindas em direção do jardim. Elas vinham devagar e não dava para reconhecer o que era. Depois de um tempo, quando elas já estavam bem próximas, na verdade, quando estavam ‘aterrissando’ no jardim, Mione reconheceu como três pacotes gigantes ambulantes. E era exatamente isso que era: três papéis de embrulho vermelho em volta de algo enorme. O do meio era o maior, os outros dois pareciam ser do mesmo tamanho. De repente, holofotes foram ligados em direção da árvore e os papéis de embrulho se rasgaram e desapareceram, revelando três árvores de natal, as três completamente enfeitadas com bolas, anjos, luzes e mais um monte de coisas e, no pé delas, muitos presentes, um em cima do outro por falta de espaço. Os holofotes se desligaram novamente e Mione começou a ouvir o som baixo de uma guitarra, seguido de um acompanhamento de uma bateria. E os holofotes se acenderam de novo, só que naquela vez em outra direção, revelando um palco perto do lago. E no palco estavam quatro homens; um na bateria, um no baixo, um com uma guitarra e outro com outra guitarra. O mais bonito de todos, o que estava com uma das guitarras, se aproximou do microfone e começou a cantar.

 


 

O show conseguiu fazer Mione sorrir mesmo com o mundo se desfazendo. O som era ótimo, a voz do vocalista era perfeita, os integrantes da banda eram maravilhosos. Naquele momento não tinha como ela ficar triste. E Aaron a ajudou fazer daquele momento inesquecível. Ele nem ficou bravo quando ela o chamou de Draco. Aaron sabia que ela sentia falta do namorado, naquele momento mais do que nunca e para acalmar a saudade, ele disse que faltava pouco para eles voltarem para o castelo. Mione acabou não ouvindo o que ele falara, mas fingiu que tinha escutado e sorriu. Ela estava prestando mais atenção na música do que no que o garoto tentou falar.

Quando a banda se despediu o sol já estava quase nascendo. Mione estava quase sem voz, mas isso não a impediu de gritar muito quando a banda saiu do palco. Apesar de ter gostado muito do show, ela deu graças a Deus por ter acabado. Ela estava acabada: os pés estavam doendo, os olhos estavam inchados, a garganta doía, a cabeça girava. Tudo que queria era ir para cama, mas Aaron disse que ainda tinha muita coisa antes que ela pudesse ir dormir. Ele levou a garota de volta para perto das árvores, onde os mais velhos, de pijama, aguardavam os jovens. Mione ficou com um pouco de inveja deles porque eles tinham dormido. Quando todos estavam perto das árvores, o rei se encaminhou com dificuldade a frente da árvore maior e declarou aberta a temporada de caça aos presentes.

A ruiva só viu todas aquelas pessoas correndo em direção as árvores e mexendo nas várias caixas. Ela não se conteve e começou a rir baixinho. Aaron olhou para ela e riu também. ‘Boa sorte’ ele disse e depois foi até a árvore maior e começou a remexer nos presentes também. Mione deu um suspiro e fez o mesmo. Enquanto mexia nas caixas ela viu que em cada um dos presentes, havia um nome, alguns nomes até se repetiam. Mas nenhum daqueles nomes era o seu. Quando ela pensou em desistir, viu que não tinha visto nem um centésimo dos presentes. Ela pediu a Merlin paciência, pois estava muito cansada para continuar procurando. Algumas vezes ela quase dormiu em cima dos presentes, mas as pessoas sempre acabavam arrancando o embrulho, acordando a garota.

Os olhos dela piscavam muito e ela não conseguia enxergar direito os nomes, por isso às vezes pensou que talvez já tivesse passado pelo seu presente. Ela viu várias pessoas se afastando das árvores, com três ou quatro presentes. Alguns tinham mais presentes e isso fez Mione pensar em como ela poderia saber quantos presentes eram dela e se estavam todos naquela árvore. Como se tivesse lido os pensamentos da garota, Aaron apareceu do nada e falou que para ela eram uns cinco presentes e que estavam todos naquela árvore. Mione nem teve tempo de agradecer a informação porque Aaron foi mais rápido e foi para o outro lado da árvore.

Mione deu um suspiro e decidiu encontrar logo seus presentes para poder ir dormir de uma vez. E, decidida, começou a mexer nos presentes o mais rápido que podia. Via o nome e logo passava para o próximo se aquele não era o seu. Finalmente, achou um embrulho médio, mas ainda faltavam quatro. Ela sentiu pena de si mesma. Mas por sorte da garota, em baixo do primeiro, havia outro grande com o seu nome. Abraçou os dois com um braço e com o outro procurou os outros. Não demorou muito para que ela achasse os outros três presentes. Mas como ela iria carregar tudo? Não eram presentes grandes, mas também não eram nada pequenos. Ela fez uma pilha com os cinco presentes, se levantou e pegou a pilha do chão. Foi andando tonta de sono para longe da árvore. Naquela hora o sol já estava nascendo e ela conseguia ver um pouco do chão. Quando não agüentou mais, colocou os presentes no chão, se sentou do lado da pilha e ficou observando o nascer do sol em meio a várias piscadas. Logo, Aaron se aproximou dela com três caixas grandes e uma caixinha pequena. Ele se sentou do lado dela e ficou observando o sol também.

-Cansada? – ele perguntou sem tirar os olhos do sol.

-Bastante. – ela disse, com a voz rouca. – Mal posso esperar que o resto termine de pegar os presentes para que eu possa ir pro meu quarto dormir.

Aaron deu uma risada sarcástica. ‘Você ainda não viu nada, garota’, ele disse. ‘Ainda tem muito mais depois disso. Você só vai ter esses cinco minutos de descanso; depois vai ter que ir pro seu quarto deixar os presentes e trocar de roupa para o Café da Manhã de Natal. Você não vai dormir tão cedo’. Mione arregalou os olhos. Se tivesse mais coisa depois do café ela não iria agüentar; na certa iria desmaiar. Aaron então se levantou com seus presentes em um braço; ele estendeu a mão livre para ajudar Mione a se levantar. Depois pegou os presentes da garota. Entregou dois pra ela e carregou os outros. ‘Vamos. Já podemos ir’, ele falou e começou a caminhar em direção do castelo. Mione o acompanhou no seu devagar passo, com medo de cair.

 


 

Aaron havia acabado de deixar Mione e os presentes dela no quarto e saído para deixá-la se arrumar, e também porque ele precisava ir para o quarto em que estava para se arrumar também. A primeira coisa que Mione fez quando o garoto se retirou do quarto foi se jogar em sua cama e fechar os olhos. Ela tentou tirar um cochilo, mas então acordou assustada e se lembrou que tinha que trocar de roupa. Sentada na cama ela tentou imaginar que roupa usaria, já que suas criadas não haviam trazido nenhum vestido ou qualquer coisa assim; pelo menos era o que parecia, pois ela não via nenhum vestido em todo o quarto, a não ser o que estava usando.

Ela tirou o sapato que estava usando e levantou-se da cama ainda tonta, e devagar, andou em direção ao banheiro. Lá, abriu a torneira da banheira e enquanto ela enchia, ela ficou se observando no espelho. Com toda a agitação do show, a maquiagem já havia saído, não completamente, mas pelo menos um pouco. Olhando-se no espelho naquele momento ela conseguia se reconhecer um pouco mais. Ela suspirou ao lembrar-se de Draco. O que ele estaria fazendo naquele momento? Onde teria ele passado o Natal? Como e onde ele estaria? Mione sentia muita falta dele, e mal conseguia imaginar que ela teria que terminar com ele. Mas então ela pensou que talvez se ela renunciasse não teria que se casar e poderia ficar com quem preferisse. Por um momento, ela teve a esperança de que não teria que terminar com Draco, mas não conseguiu manter a esperança por muito tempo, não porque seria impossível, mas sim porque com esse pensamento ela se lembrou de Aquiles e toda a felicidade que sentira ao se lembrar de Draco se quebrou. O que ela sentiu ao lembrar-se do seu ‘prometido’ foi apenas rancor. Ela ainda não havia acreditado que o garoto não contara nada para ela. Mione balançou a cabeça, tentando esquecer o garoto. Depois se virou para a banheira e vendo-a cheia, fechou a torneira, tirou o vestido e entrou lá. Por mais que não tivesse muito tempo, tudo que ela mais queria naquele momento era relaxar, e por isso, não se importou com o que aconteceria se ela se atrasasse um pouco.

 


 

Draco abriu os olhos e se assustou. Rapidamente ele se sentou na cama onde estava deitado e olhou a sua volta: aquele não era seu quarto, definitivamente. A cama de casal em que estava muito menos. Atordoado, ele colocou os pés para fora da cama e ficou olhando para o chão tentando lembrar o que havia acontecido na noite anterior, mas tudo que lembrava era de ter ido a uma festival trouxa com sua mãe, e mais nada. Além de não se lembrar de nada e estar num quarto que não era o seu, a cabeça lhe doía muito. Ele ouviu então o som de chuveiro vindo do banheiro do quarto; parecia que ele tinha companhia. Por um momento, um frio subiu-lhe a espinha; ele tentou relaxar e, sem fazer barulho, e se levantou da cama e foi em direção do banheiro. A porta estava aberta, ele entrou sem fazer barulho e olhou para o Box. O vidro era esfumaçado, mas ele conseguiu ver que tinha uma banheira lá e viu uma penumbra, o corpo de uma mulher.

-Draco, espere no quarto. – ela pediu lá de dentro ao percebendo que o garoto havia entrado. O loiro se assustou, mas obedeceu e voltou para o quarto. Meio tonto pela dor de cabeça, ele se sentou na cama ainda querendo o entende o que estava acontecendo e o que ele fazia naquele quarto com uma mulher. Então ele se lembrou de Mione e sentiu uma dor no peito, uma angústia. Como ele gostaria que fosse ela a mulher que tomava banho no Box; nunca em toda sua vida desejara tanto alguma coisa. E não desejava com malicia no pensamento; ele sentia muita falta da ruiva e não agüentava mais a distância, mas sabia que seria pior quando eles se encontrassem. Deitou-se na cama, com o coração acelerado e o corpo cansado. O quarto girava ao seu redor; ele tentou dormir um pouco, mas logo, fora ‘acordado’ pelos passos de sua ‘companheira’. Ele se sentou novamente na cama e ficou observando a mulher se aproximar dele com um roupão vinho amarrado. Vendo-a ele se lembrou remotamente da noite que havia passado; era ela, Fergie, a mulher que Draco cantara.

Fergie andava devagar em direção de Draco, parecia querer deixar o ambiente mais quente, e também querer ficar mais sexy. Ela sentou-se do lado do loiro e beijou-lhe os lábios. Mas ele não retribui o beijo. Fergie abriu os olhos e olhou meio assustada para o garoto.

-O que aconteceu? – ela perguntou, olhando fixo para Draco.

-É isso que eu quero saber. O que aconteceu ontem à noite? – indagou o loiro, olhando para baixo. Fergie deu um suspiro.

-Você está brincando né? Você ta me zoando, não ta? – Fergie perguntou, indignada. Draco, porém não respondeu, continuou olhando para baixo. A mulher se levantou da cama; parecia estar meio irritada. – Descubra sozinho. Eu vou me arrumar e vou tomar meu café. Como sou uma pessoa civilizada, eu te convido para comer comigo, mas depois, você vai sumir da minha frente. Onde já se viu? Eu, Fergie, com um pivete feito você. – e depois ela pegou uma roupa no armário e se trancou no banheiro.

Draco ficou atordoado; pelo jeito não tinha como descobrir o que havia acontecido, pelo menos não concretamente. Ele se jogou na cama novamente e virou-se para um dos lados. Seus olhos se arregalaram quando ele viu o que tinha em cima de um dos criados-mudos. Ele voltou a se sentar na cama, se aproximou do criado-mudo e começou a soar frio quando pegou um pacote de camisinha. Suspirou aliviado ao perceber que estava fechado e o colocou de volta no lugar. ‘Talvez ela deixe ai só para prevenção’, ele pensou. Balançou a cabeça quando pensou que tinha imaginado aquilo. Colocou os pés para fora da cama, rindo por dentro. Mas então ele sentiu um plástico embaixo de um dos seus pés. Draco levantou o pé e veio grudado nele outro pacote de camisinha, só que aquele estava aberto.

O loiro ficou mais atordoado do que já estava e com dificuldade, se levantou da cama. Andou até o friggobar que tinha no quarto e o abriu. Então entendeu porque não se lembrava de nada e porque estava com dor de cabeça: estava de ressaca. Dentro do friggobar tinha uma garrafa de Champagne e duas de vinho, todas vazias, e algumas latas de cerveja, umas abertas e outras fechadas. Draco fechou o friggobar, não queria nem sequer pensar no que poderia ter acontecido com ele bêbado. Inquieto, ele colocou a mão no rosto, desolado. Como ele deixou isso acontecer? Como ele não se controlou? O que era para ser apenas um motivo de Mione terminar com ele poderia se transformar numa catástrofe. Ela nunca iria perdoá-lo. Ele mesmo não iria se perdoar. O loiro se sentou na poltrona que havia lá. Forçou para não chorar, principalmente quando Fergie saiu do banheiro e depois do quarto e foi tomar café. Ele precisava se acalmar e pensar com calma no que iria fazer; tinha que esfriar a cabeça. Mas, uma coisa ele sabia: Mione nunca iria descobrir sobre isso, nem que ele tivesse que proteger esse segredo com a própria vida.


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