0'Clock escrita por KelBumBi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quando escrevi essa estória eu tinha 19/20 anos, e pouco se falava em relacionamentos abusivos. Atualmente, com 29 anos, percebo como idealizei um romance abusivo para esta fanfic. Estou tentando editar os capítulos sem perder a essência seddie, porém sem apoiar um relacionamento abusivo também.

Para aqueles que estão relendo esta fanfic, espero que continuem gostando do conteúdo. Para aqueles que estão lendo agora, informo que estou melhorando os capítulos, por isso o enredo possa estar um pouco confuso já que eu fiz algumas modificações, principalmente o fim da estória.

Kelbumbi.
29.08.20



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2ºDia

O chão estava gelado e duro, a coberta não conseguia esquentar o suficiente e o travesseiro era muito baixo. E enquanto eu estava virando picolé de chulé a demônio ladrona de cama - vulgo Sam Puckett - dormia tranquilamente na cama quentinha e confortável a qual me pertencia.

Sem conseguir dormir e tentar ao máximo encontrar uma posição que melhorasse a dor nas costas, acabei de cara para o teto me questionando como podia ser tão influenciável assim para deixar Sam ter esse domínio sobre mim.

É bem verdade que com 13 anos ela dominava pela força e meu medo dela, mas agora eu era bem mais forte e podia enfrentá-la e vencê-la se quisesse. Não havia razão para deixar ela me manipular dessa forma. Eu poderia expulsa-la se quisesse, poderia mandar ela embora e poderia ter a cama para uso exclusivo meu novamente.

Mas era isso mesmo que eu queria? - eu fingia não saber.

Quando finalmente consegui cochilar no desconforto, fui acordado por uma pisoteada no estômago.

— Sam... — gritei sufocado pela dor. — O que está fazendo?

— Foi mal, eu não sabia que estava no meu caminho. — ela se desculpou, mas não me pareceu muito convicente. — É que me deu fome então eu vou na cozinha filar uma bóia, mas aqui é bem escuro.

— São 2h da manhã! — exclamei após olhar o horário no despertador.

— Não tenho horário pra sentir fome.— disse casualmente, levantando e dando outra pisada. Dessa vez de propósito e um pouco mais leve.

Ela abriu a porta e a claridade do outro cômodo desapareceu assim que ela saiu e fechou a porta atrás de si, deixando-me sozinho no quarto. Eu me remexi no lugar, ouvindo o barulho que a Sam fazia mexendo nas prateleiras da cozinha e a porta da geladeira batendo. Permaneci alguns minutos ali até que minha barriga reclamou de fome e eu resolvi segui-lá no lanche.

— Eu também quero. — disse quando cheguei a cozinha, indo até o sofá que era onde Sam estava sentada com uma tigela de cereal nas pernas.

— Está em cima da mesa. — Sam não prestou atenção, penetrada no que passava na tv.

Fui até onde ela tinha indicado e peguei a caixa que estava em cima da mesa, despejando na tigela que tinha separado.

— Você pegou todo o cereal? — perguntei irritado, fazendo questão de voltar até onde ela e balançar a caixa vazia na sua frente. — Sam?!

— Sai da frente, idiota! Não percebe que estou querendo assistir? — disse se contorcendo pra os lados, tentando achar uma brecha para a TV ligada, ignorando-me completamente.

— Sam?...Sam?...SAM? — gritei impaciente, finalmente conseguindo sua atenção.

— O que é? — ela perguntou árduamente, encarando-me com os olhos brilhantes.

— Você comeu tudo! — tentava controlar a minha raiva para não começar uma luta desnecessária. — Eu estou com fome também. Vai ter que dividir.

— Não! — Sam gritou e protegeu sua tigela. — É meu!

— Ninguém mandou você comer todo o cereal.

— Okay! — ela cedeu, parecendo com remorso. — Você pode comer comigo.

— Obrigado! — me sentei ao lado dela e tomei a colher cheia. Quando eu ia pegando uma colherada na boca, Sam a puxou de uma vez, reclamando.

— Pega outra colher porque eu não quero trocar salivas. Vai que a sua nerdisse é contagiosa e eu pego. — Sam zombou, apertando um sorriso malicioso no rosto.

Olhei aborrecido, mas decidi deixar pra lá e me levantei pegando a minha própria colher na gaveta do armário, retornando para meu lugar no sofá. Tomei uma colherada exagerada só para irrita-lá na minha vingança.

Terminamos de comer o cereal sentados no sofá, assistindo alguma programação da madrugada. Com o tempo o sono era forte o bastante para continuarmos a assistir, por isso tivemos que limpar a bagunça da pia antes de irmos para o quarto. Na verdade, Sam não quis ajudar com a bagunça que deixou na cozinha, mas pela primeira vez consegui convence-la a me ajudar.

Eu lavei a tigela e os talheres e ela os enxugou e guardou.

— Freddie, faça algo útil. — ela estendeu as mãos, pedindo para que eu a carregasse.

— Não. — respondi óbvio.

— Limpar exigiu muito da minha energia, como você me obrigou a te ajudar, agora precisa me carregar nas suas costas.

— Não vou te carregar, sua preguiçosa!

— Por favor... — choramingou balançando os braços, com birra.

Fitei ela por alguns segundos e notei como seus olhos estavam pesando de sono, Sam esforçava-se para se manter de pé. Revirei os olhos e bufei frustrado comigo mesmo por ser tão manipulado enquanto eu voltava o caminho.

— Sobe. — mandei, oferecendo as minhas costas.

“Eu sou um idiota!” — pensei corando.

Sam riu e pulou satisfeita em cima de mim, fechando os braços no meu pescoço e as pernas envolta da minha cintura.

— Obrigada! — ela agradeceu animada, encostando a cabeça no meu ombro e sua respiração roçou na minha orelha. Ela fungou no meu pescoço e depois comentou: — Você cheira bem.

O sangue correu por minhas veias e eu senti o rosto queimar de vergonha. Porém, o mais surpreendente não foi Sam elogiar o meu perfume, mas foi a sensação de realização que eu tive ao ouvir.

Ainda chocado com o acontecido, cheguei no quarto e a joguei contra a cama de maneira bruta.

— Está entregue, princesa. — ironizei, já me deitando no ninho de gelo.

— Agradecida, princeso. — ela rebateu, se aninhando entre as cobertas com os olhos já fechados.

Quando acordei Sam havia mantido o trato e não estava mais no quarto, deixando a cama pra arrumar.

"Ela é bem rápida quando quer" — arrumei a cama e os lençóis com esse pensamento em mente. Minha mãe ainda não havia chegado, o que eu agradeci silenciosamente, caso ela entrasse e eu teria que explicar porque eu estava dormindo no chão.

E assim as horas se passaram. Minha mãe chegou e cozinhou uma refeição saudável me obrigando a come-lá. Eu editei mais alguns vídeos para o iCarly e respondi algumas mensagens da Carly e do Gibby. O resto do dia foi tedioso. Passei a maior parte do tempo morfado no sofá enquanto assistia tv. Algumas vezes, memórias da noite invandiam minha mente e eu me pegava sorrindo.

Eu sempre fui o tipo que faz tudo o que a mãe quer e a primeira regra da minha era nada de garotas em casa ou dentro do meu quarto. E agora eu tinha quebrando essa regra com a loura diabólica que eu jurava odiar. Era assustador como eu achava divertido e excitante. O mais inacreditável era que eu tinha expectativa para que a Sam aparecesse essa noite.

E como se minhas preces fossem atendidas, a meia noite ela apareceu no quarto, como uma assombração.

— Sam você não pode continuar entrando assim. — disse me recuperando, mas um pouco mais animado. — A qualquer momento eu posso infartar.

— Na próxima eu faço um anúncio, mimadinho. — Sam respondeu, seguindo o caminho do banheiro. Enquanto isso eu providenciava meu cantinho.

— O que aconteceu? — perguntei alto para que ela me ouvisse no banheiro, mas baixo o suficiente para que o som não vazasse do cômodo.

Hoje minha mãe estava em casa.

— Briguei com minha mãe e ela me mandou ficar no quarto, então tranquei a porta e pulei a janela. — sua voz foi abafada pelo chuveiro.

— Sam, você não pode fazer isso! A sua mãe pode ficar preocupada. — ralhei, fazendo esforço para não imagina-la no banho. — E se ela chamar a polícia?

— Você não entende. A minha mãe é irritante! — ela abriu a porta e eu a observei com cuidado. — Ela adora ficar me comparando com a minha irmã... O que você está olhando? — Sam perguntou, entre irritada e envergonhada. Suas bochechas tomaram uma bonita tonalidade rosa e Sam correu para a cama, literalmente.

Eu desviei o olhar rapidamente, evitando a constranger mais ainda. Eu não queria, mas foi inevitável não ficar fascinado.

Não é como se fosse a primeira vez vendo ela de pijama. Quando Sam dorme no apartamento da Carly é costume ela usar pijama de calça moletom. Também já fizemos alguns trabalhos para o iCarly que usávamos pijama, mas Sam nunca usou um pijama tão curto quanto esse. O modelo, definitivamente, valorizava suas belas pernas e seu corpo curvilíneo.

Eu estava abobado de fato.

— Cala a boca! Não tem nada demais para se gabar. — menti, me deitando na minha cama improvisada.

— Bom, não é o que me dizem por aí. — disse ela sugestivamente.

— Então mentiram. — disse enciumado.

Ela se deitou para o meu lado e me encarou. Eu retribui fitando os intensos e quentes olhos azuis piscina. Notei uma pequena mancha de decepção neles e me perguntei se o culpado seria eu.

— O que você fez hoje? — ela perguntou finalmente, quebrando a troca de olhares para encarar o teto.

— Passei a tarde no sofá. — respondi, querendo apagar aquele súbito desejo de beija-la. — E você o que fez, além de brigar com sua mãe?

Sam deu de ombros e começou a brincar com a com a sombra na parede.

— Passei a tarde no sofá. — compartilhamos um riso baixo até nós sermos interrompidos.

— Freddie querido, você está bem? — minha mãe perguntou, girando a maçaneta para entrar.

— Ferrou! — sussurramos ao mesmo tempo.


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Notas finais do capítulo

Vou fazer uma prova em Araguaina, por isso vai demorar(talvez)um pouco para postar o próximo. Valeu!!

PS: Deixem reviews para que eu possa saber o q estão achando da historia. BJUSS>

ps²: que vergonha dessas notas finais hahaha.