7° mês

Ficando de quatro sobre minha cabeça, Sam passou seus lábios nos meus acariciando-os levemente com sua doçura. Alguns cachos caíram e cobriram meu rosto me incomodando com as cócegas. Eu os afastei, colocando os fios atrás de sua orelha e aproveitando que meus dedos estavam ali agarrei sua nuca e pressionei forte, sugando toda a sua boca. O beijo se tornou mais profundo, nossas línguas se encontrando e o ar faltando.

Eu tomei o controle do beijo e me sentei na cama, com Sam me seguindo sem hesitar. Minhas mãos afrouxaram-se na sua nuca e agora eu apoiava seu peso e inclinava seu corpo para deitar-se, com o meu ficando por cima. Sam correu as mãos por meu tórax nú enquanto meus dedos deslizaram por suas coxas, apertando-as numa força desnecessária, contanto prazerosa.

Estávamos esquentando, meu corpo começava a reagir.

— Freddie, para. — Sam me empurrou com as mãos trêmulas. — Não podemos! — sussurrou apavorada.

— Sam, vamos. — implorei na intenção de fazê-la mudar de ideia. — Não vai acontecer de novo se usarmos preservativos. — beijei o seu pescoço na esperança de convencê-la.

Mas desde o nosso pequeno incidente Sam se recusava a levar o passo adiante, mesmo eu mostrando a gaveta da cômoda do abajur cheia de preservativos, ela não deixava passar de amassos, e não foi diferente dessa vez.

Eu compreendia o seu receio, mas era frustrante não chegar nos finalmente.

— Acho melhor você tomar o seu banho e cuidar do probleminha que está crescendo no meio da sua perna. — Sam debochou, descendo o olhar para a minha protuberância.

Movi a minha cintura suavemente, fazendo Sam sentir a minha vontade dela. Ela fechou os olhos e mordeu os lábios.

— Tem certeza? — perguntei, provocando-a.

— Freddie. — Sam me advertiu e eu bufei contrariado, mas sai de cima dela e fui para o banheiro.

Foi um banho de uns 45 minutos para perder o tesão completamente. Saí enrolado com a toalha na cintura, pingos d'água caindo no meu ombro. Liguei o som e deixei o volume agradável, peguei meu pijama no guarda roupa e dei um beijinho na Sam, me trocando na frente da loura. Tudo bem que não “ficávamos”, entretanto não era crime jogar na cara dela o que ela tinha e estava perdendo.

Eu me deitei ao seu lado, um pouco chateado ainda. Sam se aproximou e deitou sua cabeça no meu ombro, adormecendo rapidamente. Observei admirando o lindo rosto que ela tinha, feliz por ser eu e não o Mike ou qualquer outro. Da nossa maneira distorcida, a gente dava certo e isso era o que mais importava.

E foi com esses pensamentos que eu adormeci um tempo depois.

— Freddie... Sam... Acordem! — Carly gritou, batendo na porta.

Acordei com o barulho e meio sonolento virei minha cabeça para verificar se a Sam continuava ali. Ela dormia profundamente. Levantei-me e abri a porta, Carly invadiu o quarto com um sorriso radiante.

— Bom Dia! — ela desejou.

— Como você entrou aqui? — perguntei confuso, coçando os olhos.

— Sua mãe me entregou uma cópia da chave principal. — balançou os ombros, sem importância.

O desgosto da minha mãe era tão grande que ela agora aceitava e tratava a Carly muito bem, deixando-a entrar em casa quando e na hora quisesse. A morena sabia aproveitar as oportunidades.

Carly pulou em cima da Sam, querendo acordá-la. Deixei que ela tentasse o impossível, indo ao banheiro me higienizar e trocar de roupa.

Quando eu retornei, Sam estava sentada na cama com uma cara feia e enorme de sono enquanto Carly tagarelava como Adam a chamou para o baile hoje pela manha.

Me sentei entre elas com um sorriso torto, mas logo a conversa me entediou e fui para cozinha fazer o nosso café da manhã.

— E vocês já estão se preparando para o baile? — a morena perguntou seguindo Sam, já higienizada, para a cozinha.

Trocamos olhares confusos, então Sam respondeu:

— Freddie ainda não fez o pedido.

— Por quê? — Carly não perdeu tempo e perguntou autoritária para mim, se debruçando na bancada da cozinha.

— Não achei que fosse necessário, nós já somos um casal. — respondi indiferente, voltando a fritar os bacons.

— Você sabe que terá que me pagar né? Eu não vou ao baile com o rei dos manés de graça. — olhei irritado para ela, ela segurou um sorriso.

— Eu não vou te pagar nada... Já não basta o gasto que eu tenho com sua comida diariamente. Isso quando você termina a sua comida vem tomar a minha. — disse num tom de “encerramos por aqui”.

— Então não tem baile com você. — Sam retrucou insatisfeita, tomando um gole do seu suco.

— Ótimo! — disse, jogando o prato de bacon na mesa e me sentando ao lado de Carly.

— Ótimo. — ela repetiu, servindo-se de pedaços grandes.

Tomamos o café em silêncio, um evitando falar com o outro. Carly até tentou inutilmente mudar o clima na mesa contando sobre a nova escultura do Spencer, mas nenhum dos dois pareceu dar atenção a nossa amiga. Depois de Sam terminar o que tinha no seu prato, deitou-se sobre a mesa e pegou meu prato cheio de bacons.  Revirei os olhos, colocando o garfo e faca na mesa.

Passamos o fim de domingo assistindo filmes, vendo vídeos para o iCarly, brigando - no caso eu e Sam - e segunda chegou forçando-nos a ir para escola fazer as provas finais.

— Hey, Freddie. — Will se aproximou do meu armário, ficando de frente para mim e as meninas.

Will era a garota mais popular e gata do colégio (ponto de vista de alguns, para mim as mais gatas era Sam e Carly). Sam guardava seus livros sem dar importância a sua presença, Carly forçou um sorriso e depois voltou para sua conversa com Gibby.

— Oh. Hey, Will. O que quer? — perguntei, agachado para guardar uns livros.

— Então, Freddie, daqui há um mês acontece o grande baile dos formandos e todo mundo parece estar enlouquecendo com isso... E, bom, eu fiquei sabendo que você ainda não tem um par, eu também não tenho, então eu pensei que poderíamos ir juntos. Você aceita ir comigo?

Levantei-me de uma vez, batendo minha cabeça no armário de Sam. Carly e Gibby pararam a conversa e olharam para nós chocados. Sam tinha a mesma expressão. Ela parecia pacífica e até mesmo indiferente, mas eu sabia que Sam lutava para não perder as estribeiras.

— Você está me chamando para ir ao baile com você? — indaguei surpreso. Ela nunca havia demonstrado qualquer interesse em mim.

— Então você aceita? — abri e fechei a boca sem dar uma resposta, atônito.

— Desculpe... — intrometeu-se Carly. — Mas o Fredie já tem um par.

— Corre o boato de que ele não convidou ninguém. — Will insistiu.

— Bom, agora você já pode atualizar os boatos e dizer que o nub vai comigo. — Sam se pronunciou, com fogo nos olhos. — Eu convidei o meu namorado, ok?! Agora desinfeta, seu perfume vencido me dá náusea.

— É claro, inseto. — Will retorquiu com tom de desprezo.

Sam avançou quando ela virou as costas, Gibby e Carly seguraram seu ombro a impedindo de alcançá-la. Quando Will estava numa distância segura eles a soltaram. Sam se virou de volta ao armário, bufando.

— Namorado? — zombei com um sorriso de lado e as mãos cruzadas no meu peito.

— Cala a boca, nerd! — disse ríspida.

— Embora, Sam, há um detalhe importante que talvez você tenha esquecido. Eu não me lembro de ter sido convidado para o baile por você.

— Porque eu não te convidei! — ela balbuciou, fitando minha boca e depois meus olhos.

— Sim, eu aceito ir com você. — eu disse dando a ela o que tanto queria, um beijo.

— Carly e eu vamos ao shopping, quer ir também? — Sam me chamou, carinhosamente. Ela segurava o meu pescoço e eu segurava sua cintura.

— É claro! — Eu ia beijá-la novamente, quando o Sr. Howard entrou no corredor dos armários.

Recebi uma mensagem da Sam avisando o horário. Como me atrasei no Club AV me encontraria com elas por lá. Íamos pegar um cineminha e depois lanchar. Comecei a andar pelo prédio apressado, procurando as meninas. O primeiro lugar foi na lanchonete, depois fui a sala de jogos, bilheteria, e elas não estavam em lugar nenhum.

Até que eu avistei Sam um pouco longe... E nossa, ela estava muito diferente!

Sam usava saia acima do joelho com uma blusinha de alça azul e saltos de 5cm. Seus cabelos estavam presos numa trança que pegava da raiz até à ponta, com alguns fios frouxos. Ela havia se arrumado toda para mim.

Me aproximei e a abracei por trás, beijando suas bochechas.

— Humm... Perfume novo. — notei.

A única coisa que Sam fez foi olhar assustada, lutando para sair do abraço.

— Freddie? — olhei na direção de quem chamava e...

— Sam?! — perguntei surpreso, soltando imediatamente a garota que abraçava.

Confusamente, olhei da imagem de uma Sam arrumada para outra despojada, realmente perdido no que estava acontecendo.

OH Deus, duas Sam!