Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 79
Capítulo 79: Eu quase sou morto de novo


Notas iniciais do capítulo

Oláááá leitores que eu am... Ei, calma, vamos conversar, abaixem suas armas, por favor. Abaixem ou nada de capítulo. Hum... Bem melhor assim! O que eu dizia? Ah, sim!Olá leitores que eu amo! Tudo bem com vocês? Então aqui estou eu, exatamente um mês depois de postar o último capítulo...Pois bem, como sempre, mil desculpas pela demora, mas minha criatividade, disposição e tempo andam pééééssimos, mas calma, tudo vai melhor, minha férias começam amanhã (depois da minha prova de matemática)! :D Aliás, eu quero falar com vocês sobre isso, mas deixa para as notas finais.Nossa, eu estou tão feliz esse dias! (Beliebers sabem o por que). Falando em Beliebers... Eu devo agradecer a uma em especial, que é uma leitora muito fofa e me deixou uma linda recomendação: Giu Jackson Bieber , você sabe que estou falando de você. Realmente, muito obrigada por todo seu carinho e amor, me sinto horada por isso! Obrigada! E desculpa não ter lhe enviado uma MP de agradecimento, realmente, desculpa, mas em breve eu farei. Espero que saiba que estou extremamente feliz com suas palavras.E desculpem leitores pelas reviews não respondidas, amanhã, assim que eu entrar de férias, começo a respondê-las, ok? Eu acho que é isso...Ah, tem uma surpresa no meio do capítulo, um link, cliquem, por favor. E agradeçam ao Mysteries Fanfic! *--*E leiam as notas finais, é importante! Bem, sem mais delongas... Boa leitura!



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Percy’s POV

“Ah, mas algo vai acontecer, Perseu Jackson. E nenhum de vocês sairá vivo dessa vez.”

Coloquei-me de pé, Contracorrente já em punho. Bryan seguiu meus movimentos, ambos ficamos de forma protetora em frente à Annabeth, olhávamos para todos os lados freneticamente, até que um barulho do outro lado de onde nos encontrávamos chamou nossa atenção. E eu não conseguia acreditar no que via.

“Surpreso em me ver, Jackson?”.

De todas as criaturas que poderiam estar ali naquele momento, aquela foi, definitivamente, a que mais me surpreendeu, não só a mim, como a Bryan.

Imediatamente, abaixamos as armas.

Em estado de choque, enquanto tapava Contracorrente e guardava-a no bolso, dei um passo em direção ao unicórnio branco que se encontrava a nossa frente.

— Destemido? O que você faz aqui? – perguntei ainda incrédulo, olhando atentamente a criatura alva e de aparência delicada que se encontrava ali.

Ele deu alguns passos, acabando com a distância entre nós, uma espécie de sorriso unicorniano (isso existe?!) em sua face.

“Ah! Nada demais, apenas uma longa história que envolve eu seguindo vocês, vocês sumindo e uma estrela brilhante. Mas sério, vocês deveriam ter visto suas caras quando pensaram que eu era um monstro, principalmente a sua, otário!”— ele soltou um relincho que era uma espécie de gargalhada.

Okay, esqueça o fato de eu ter tido que Destemido parecia delicado, isso era algo que não pertencia a ele.

Após a pronunciação de suas palavras em minha mente, fiquei confuso. Mas por fim, acabei olhando para o Harpper, e notei que ele estava um milhão de vezes mais confuso do que eu, afinal, ele não fala com quadrúpedes, muito menos unicórnios. Sendo assim, contei-o o que Destemido dissera. Obviamente, enquanto eu falava, o ser mágico fez questão de não ficar calado em minha mente, dizendo coisas como: “Há! O otário virou meu tradutor, gostei disso, vamos filho do deus do mar, conte a seu amigo como eu sou incrível e te acho um idiota.”, entre outros comentários, que não convém à hora.

— Hum... Por que você nos assustou? E por que nos seguiu? – perguntou o Harpper ao fim de minha tradução, fazendo as mesmas perguntas que eu queria.

Por um segundo, tudo ficou em completo silêncio, Destemido parecia um pouco sem graça sobre o que ia dizer, tanto que abaixou um pouco sua cabeça, o que fez com que apontasse seu grande chifre mágico em nossa direção, obrigando Bryan e eu a desviarmos do mesmo, evitando assim a morte “mágica”.

— Ei, cuidado! – acabei dizendo, o que fez Destemido levantar a cabeça e quase nos acertar de novo.

“Oh, eu poderia pedir desculpas, mas não quero, apenas preste atenção.” – como você vê, ele era um unicórnio muito educado – “Bem, onde eu estava? Ah, sim! Pois então, eu os assustei porque é divertido assustar vocês, e foi realmente muito engraçado vê-los ficando mais brancos do que eu, tive que me segurar para não rir, e assim, manter meu papel. Quanto ao fato de segui-los, eu mesmo não sei o porquê disso. Eu estava indo para o paraíso dos unicórnios, quando senti algo me incomodando, como se eu estivesse no lugar errado, então, dei meia-volta e fui para São Francisco, porque vocês tinham dito que iam para lá. Chegando a Frisco, senti o cheiro de vocês no ar e segui o rastro, que me levou até a ponte Golden Gate, no entanto, vocês não estavam lá e não havia mais rastro, pensei que o pior tivesse acontecido. Confesso, fiquei triste com isso, porque vocês até que são legais e eu gosto da loirinha.” – Destemido então, pareceu se dar conta de algo - “Aliás, cadê ela?”.

Até aquele MOMENTO, eu estava fazendo uma tradução simultânea à Bryan, não preciso dizer que estava me sentindo o Google Tradutor. Porém, quando Destemido perguntou sobre Annabeth, minha voz falhou, minha boca ficou seca e um bolo se formou em minha garganta. Automaticamente, meu olhar recaiu sobre a menina branca, fraca, cheia de ataduras e com um pano molhado sobre a testa, a mesma estava sob uma árvore, obviamente, era Annabeth.

Um segundo mais tarde, os olhares de Bryan e Destemido seguiram para o mesmo ponto que os meus.

O silêncio se seguiu, nem mesmo o vento uivou, ou as folhas se agitaram, tudo permaneceu quieto, como senão valesse mais a pena fazer qualquer coisa diante tal cena, como se o silêncio fosse a única resposta para o que era presenciado, e qualquer barulho fosse quebrar a delicadeza do momento.

Eu, que estava meio que me recuperando fisicamente da batalha contra os dragões e de todo poder que havia usado (você pode pensar que por causa da maldição de Aquiles eu era invulnerável, porém, ainda era uma maldição, então, após as batalhas, eu ficava mil vezes mais cansado que o normal), bem, eu estava um milhão de vezes pior emocionalmente. Observar Annabeth daquele jeito, como num estado terminal, me matava por dentro, me machucava, e fazia tudo doer, meu psicológico estava indo embora.

Tentei me prender a qualquer outra imagem, mesmo não querendo realmente tirar meus olhos da sabidinha, pois eu tinha um terrível medo de que se eu parasse de olhá-la, o fim chegasse. No entanto, eu precisava dar uma explicação a Destemido, ele merecia isso após ter nos seguido, e eu não conseguiria fazer isso a olhando. Tentei de todas as formas me concentrar nas mochilas e nas maçãs mordidas que se encontravam um pouco atrás de nós; nas árvores de folhas extremamente verdes que nos cercavam, formando uma pequena clareira; nos meus converses completamente sujos; e até mesmo em Destemido, com sua pelagem branca e chifre brilhante; e em Bryan, com suas roupas sujas e rasgadas, até nele eu tentei me concentrar. Mas era tarde demais, de longe, era ainda mais impossível deixar de olhar Annabeth, porque parecia que seu estado era muito mais grave do que quando estava ao seu lado, talvez a pequena distância aumentasse tudo, ou talvez, e eu não queria pensar nisso, ela tivesse mesmo piorado.

Após o que me pareceu uma eternidade, o silêncio foi quebrado pela voz preocupada, triste e quase histérica, de Destemido.

“O que houve com ela?”— então repetiu, gritando – “O que houve com ela?”.

Não foi preciso traduzir essa frase à Bryan, e se precisasse, talvez eu não conseguisse, meus olhos permaneciam presos a Annabeth. De qualquer forma, o filho de Zeus parecia ter captado a pergunta nos olhos amendoados do unicórnio, que agora se aproximava lentamente do corpo deitado na grama. Meus próprios pés estavam grudados ao chão.

— Ela se machucou gravemente, Destemido. – disse Bryan, engolindo em seco, por fim, notando que eu não conseguiria falar do assunto – Nós fizemos de tudo para salvá-la, principalmente Percy, ele ficou, ou melhor, ele está extremamente abalado, mas não desistiu dela. No entanto, ela ainda não está bem, como você pode notar, na verdade, ela está... muito mal.

Um nó formou-se em minha garganta quando Bryan disse isso, e mesmo sabendo que eu havia feito basicamente tudo por Annabeth, eu me sentia impotente, principalmente por ver que nada do que eu havia feito servira para fazê-la acordar.

Quando Bryan terminou de falar, os pensamentos de Destemido encontravam-se uma bagunça completa, eu não sei o que ele tentava falar comigo, mas não conseguia formular uma frase completa para dizer a mim telepaticamente.

Somente após alguns instantes, é que ele conseguiu formular algo como:

“Não pode ser, Annabeth está tão ferida. Mas... isso explica o porquê de... Será que é por isso mesmo? Mas vai dar certo?” – eu não consegui entender nada do que Destemido pensava, aquelas frases soltas não faziam sentido algum para mim, por isso, estava prestes a perguntar o que fora aquilo, quando Destemido se deitou por um segundo ao lado de Annabeth, cheirando-a como um cachorro, para no segundo seguinte, colocar-se de pé num pulo, um olhar irado direcionado a... Adivinhe a quem? Se você apostou em mim, saiba, você acaba de acertar em cheio, na verdade, acho que até merece um prêmio.

“Otário, foi você não foi? Idiota, estúpido, babaca.” — depois dessas doces palavras, Destemido escavou o chão sob seus pés, e assim como um touro, veio com tudo para cima de mim, me derrubando no chão, por sorte, seu chifre não me mirava.

Eu não estava entendo o motivo daquilo, num segundo ele estava completamente confuso, e em seguida, me fez de seu alvo. Cheguei a pensar que ele me culpava pelo estado de Annabeth, e acredite, eu também me culpava, pois se tivesse permanecido ao seu lado, nada daquilo teria acontecido.

Mas, antes que eu pudesse pensar mais alguma coisa, ou mesmo tentar conversar e me desvencilhar de Destemido, o unicórnio, que me prensava contra o chão e me encarava com seus grandes olhos âmbar raivosos, pronunciou-se em minha mente:

Avise para seu amiguinho filho de Zeus não se aproximar, ou vai sobrar para ele.” – seu tom era de ameaça.

Veja bem, eu não duvidava da capacidade de Bryan lutar com sua espada, ele era muito bom, principalmente, se ele fosse para me ajudar, no entanto, os olhos de Destemido estavam com um brilho extremamente irritado, um aviso de perigo, quem sabe de morte. E, como eu não queria ver ninguém ferido (sim, isso me inclui), achei melhor fazer o que o ser mágico disse e evitar uma briga, pensando assim, em tentar tirá-lo de forma amigável, ou o melhor que pudesse, de cima de mim e entender o motivo daquilo, esse era o meu plano.

— Hum... Bryan, você poderia verificar a temperatura de Annabeth, - disse entredentes – por favor?

Pelo canto de olho, vi o filho de Zeus me encarando, como que em duvida do que fazer. Mas, após um pequeno movimento meu, ele entendeu que eu desejava um “tempo” com Destemido. Sendo assim, ele se endireitou e foi na direção de Annabeth. Isso fez com que eu ficasse mais tranquilo em relação aos meus amigos, e voltasse a focar minha atenção no unicórnio que, aliás, continuava sobre mim.

— Destemido, cara, você poderia sair de cima de mim? Porque isso aqui está muito estranho. E se não for muito, poderia me dizer o que eu fiz? – perguntei num tom que só permitia que ele ouvisse, mantendo a conversa entre nós. – Se é pelo estado da An-Annabeth – minha voz falhou um momento – Eu sei, pode me bater por não ter ficado ao lado dela na hora, eu te entenderia por isso, mas depois, depois eu fiz tudo que podia para salvá-la, tudo!

O unicórnio só parecia ficar mais nervoso com cada palavra que eu dizia, seus olhos brilhando, sua pata quase me pisoteando, por fim, ele soltou um relincho e me encarou.

“Eu não vou sair dessa posição tão cedo, Jackson. E.... Do que você está falando filhote de peixe? Eu não estou te culpando por não ter ficado ao lado de Annabeth, aliás, eu acredito que você fez tudo que podia com ela, tudo mesmo.”— okay, impressão minha ou o unicórnio estava usando duplo sentido? – “Agora, pare de agir como senão soubesse o real motivo de eu estar querendo te matar.”.

Fiquei ainda mais confuso, se é que isso é possível. E, confesso, eu cheguei a fazer uma pequena associação Destemido/Blackjack, e pensei se aquilo tudo não seria por alguns torrões de açúcar.

Impaciente, Destemido bufou.

“Você realmente não sabe né, otário?”

— Não... – disse baixinho, ainda desconfortável por causa de minha atual situação. Digamos que ter um unicórnio sobre você não é nada legal.

Vi o animal revirar os grandes olhos, e por um momento, quase fiquei feliz com esse movimento, mas logo ele voltou a me encarar.

Não dão mais aulas de mitologia grega no acampamento não, heim? Pois bem, talvez eu deva te lembrar.”— ele fez uma pausa, e no segundo seguinte, ele soava como quando Quíron dava aulas – “Unicórnios são ilustríssimos seres com grandes poderes mágicos, além de enorme esperteza e incomparável beleza. Estes representam a pureza e a força, são seres indomáveis, selvagens, por isso, entre outros motivos, os mesmos sempre foram objetos de ambição dos humanos, e até alguns séculos atrás, numa época em que não havia névoa, também eram caçados, e essas coisas. Porém, os unicórnios, como seres indomáveis que são, não se deixavam ser pegos, e isso os fazia viver nas florestas, ou então, eles corriam por aí, tendo como objetivo nunca serem capturados. No entanto, os unicórnios também gostavam de carinho e atenção, principalmente por serem símbolos da pureza, por este motivo, estes seres eram atraídos apenas por dois outros tipos de seres humanos, tipos inocentes de seres humanos que eram capazes de domá-los: eram as crianças e as... as...”— ele se interrompeu, em seguida, voltando assumir o tom irritado – “Vamos, gênio, adivinhe qual é o outro tipo. Uma pista: algo que Annabeth era quando a conheci e não é mais.”.

Pensei um pouco, lembrando os contos sobre unicórnios e tentando relacionar a algo sobre Annabeth.

Annabeth... Algo que ela era e não era mais... Tipos inocentes e puros de seres humanos... Destemido querendo me matar...

A resposta só me ocorreu instantes depois, e quando isso aconteceu, pude sentir-me corando. Definitivamente, era ótimo o fato de ali eu ser o único capaz de ouvir Destemido.

O ser bufou em meu rosto.

Vamos, diga, Jackson, diga o outro tipo de seres humanos que atraem unicórnios, eu sei que você já descobriu.”.

— Donzelas. – disse baixinho, sem encará-lo. – Elas atraem os unicórnios.

O unicórnio ergueu-se sobre duas patas, relinchando, eu pensei que fosse me matar, e estava pronto para me livrar dele, mas ele apenas voltou a me encurralar contra o chão e a me encarar, embora eu procurasse não olhá-lo.

“O Einstein em pessoa, vejam só! É CLARO QUE SÃO AS DONZELAS, IDIOTA! E Annabeth era uma, se dei carona para vocês até a Califórnia, foi principalmente por causa dela, eu a adorei, e isso sempre acontece quando unicórnios veem crianças e jovens moças, é uma espécie de atração, um amor, algo sobre proteger a inocência, mantê-la viva, além do que, são esses seres que nos mantém calmos, e até mesmo obedientes. Mas como eu disse: Annabeth ERA, passado, e sendo você o namorado dela, acho que é a maior prova de acusação.”.

Com toda certeza, eu estava como um pimentão naquele momento, e eu também tinha certeza de que não conseguiria pronunciar uma palavra sequer.

“Pois bem, sabe, unicórnios ficam muito irritados quando as donzelas perdem sua inocência, se você não notou, otário, principalmente se eles conhecem quem fez isso. Agora você já sabe o porquê da minha reação. Mas não pense que eu deixei de gostar de Annabeth, apenas passei a te odiar, e meu real desejo é te matar, nesse mesmo instante.”— sem que eu me pronuncia-se, Destemido completou “Não vai dizer nada, panaca?”.

A verdade, eu não conseguia pensar direito, quanto mais falar, eu estava extremamente envergonhado, eu não sabia onde enfiar a cabeça. Eu nunca pensara que teria uma conversa do gênero com Destemido, já com meu pai, minha mãe e Athena, sim, eu até esperava ser incinerado pela deusa da sabedoria, mas Destemido? Nunca! Então, por não esperar aquilo, e por ser constrangedor, eu não sabia o que fazer, como agir, só conseguia ficar cada vez mais vermelho enquanto a criatura alva desejava minha morte com seu olhar raivoso.

Eu não sei o que teria se seguido, talvez Destemido fosse tentar me matar e eu me defendesse, ou então, eu tivesse tentado conversar com ele, não sei como conseguiria, mas, quem sabe?

No entanto, fomos interrompidos por uma voz alta e um pouco desesperada, para ser mais exato, fomos interrompidos por Bryan.

— Pessoal, eu não sei o que vocês estão fazendo, se vão se matar ou não, mas, por favor, venham aqui, agora! A temperatura de Annabeth não para de subir!

Essas palavras foram o suficiente para tirar Destemido de cima de mim e fazê-lo assumir uma feição mais preocupada e menos raivosa. No mesmo instante que ele saiu, eu fiquei de pé, ambos fomos correndo em direção a Annabeth. Ela era mais importante do que qualquer outra coisa.

Eu me sentei ao lado de Bryan, já Destemido se prostrou do outro lado de Annabeth. Ele nem se preocupava em me lançar olhares de ameaça, a preocupação era visível em seus olhos, ele se importava com ela tanto quanto eu, e o mesmo valia para Bryan.

Por um segundo, avaliei Annabeth e cheguei seu pulso. Ela estava ainda mais branca, se é que isso era possível, suas ataduras já estavam cheias de sangue novamente, sua respiração era fraca, e as batidas de seu coração falhadas. Era como se a vida dela estivesse por um fio, tal pensamento me causou calafrios, eu não suportaria de novo, eu não suportaria sua morte permanente, não podia deixar isso acontecer.

Antes que me desesperasse, tratei de verificar sua temperatura. Tirei o pano úmido de sua testa, ele ardia, mas não como Annabeth, a temperatura dela estava extremamente elevada, e agora, eu notava como ela tremia.

— A febre está muito alta, ela está tremendo. – eu estava voltando ao desespero, minha voz alterada, mas procurei me concentrar no que fazer. Então, peguei alguns casacos em minha mochila, Bryan, notando o que eu fazia, também pegou uns seus, por fim, os usamos para cobrir Annabeth e acabar com seus calafrios.

Eu sabia que isso não era bom, pois segundo os filhos de Apolo (sim, eu presto atenção no que eles dizem), uma pessoa com febre deve ficar os mais fresca possível, mas ela estava tremendo, não podíamos lhe dar mais néctar e ambrosia, além do que, não tínhamos remédios. O que me fez pensar...

— Bryan, você poderia ficar de olho nela? Vou ver se acho alguma farmácia para comprar remédios, e ver se acho alguma coisa para fazer um arco-íris, sei lá.

Eu não queria me afastar de Annabeth, mas eu sabia que tinha de fazer algo, eu não poderia ficar ali, vendo-a piorar sem fazer nada, eu precisava agir.

— Percy, nem o néctar, nem a ambrósia fizeram algo cara, eu sei que você está desesperado, eu também estou, mas perceba, o remédio não vai ter efeito algum sobre Annabeth, não se os remédios divinos não tiveram. Fora que, você não pode esquecer que isso é porque o organismo dela está reagindo aos ferimentos que os dragões fizeram, ou seja, de nada vai adiantar o remédio. – disse Bryan, tentando me fazer ver a razão.

Eu sabia que ele estava certo, mesmo assim...

— Eu sei Bryan, eu sei, mas, eu não posso ficar aqui sem tentar nada, entende?

Durante toda aquela conversa, Destemido permanecera calado, ele parecia não nos ouvir, tudo que fazia era ficar deitado ao lado de Annabeth, seu olhar tristonho e sem vida. No entanto, ele captara algo do que Bryan dissera, porque me olhou num estado de alerta, e sem nem me ameaçar ou me xingar, disse:

“Dragões? Como assim? Foram eles que fizeram isso com ela? Como?”.

Traduzi a pergunta para Bryan, um pouco aliviado por Destemido estar mais calmo comigo, afinal, era menos uma coisa para me preocupar.

Então, Bryan e eu começamos a contar a história enquanto tirávamos alguns casacos de Annabeth para podermos trocar suas ataduras. Assim, quando já havíamos trocado todos os curativos de Annie, inclusive o pano úmido, apertado de novo o torniquete/cinto e a coberto com todos os casacos novamente, também já havíamos terminado de contar a história. Destemido não pronunciara uma palavra em minha mente, nem se preocupara em ameaçar dragões ou algo do gênero, acho que até aquele momento, ele não havia se tocado de quão gravemente ferida Annabeth estava. Após nossa explicação, o unicórnio parecia mais desolado, exatamente como nós estávamos, no entanto, ele também parecia pensativo.

Eu estava pronto para me levantar e ir procurar uma farmácia, quando um pensamento que Destemido disse em minha mente, chamou-me a atenção.

“Percy, ela está quase morrendo não é?”.

Com a cabeça baixa, e embora quisesse veementemente pensar o contrário, assenti levemente, meu corpo inteiro tremendo, porque lentamente, começava cair a ficha de que de nada adiantara salvá-la, os ferimentos eram graves demais, ela estava fraca, não tínhamos médicos ali. Só de pensar em perdê-la de novo, em não ouví-la, vê-la, só de pensar nisso eu me sentia desmoronando, porque, na verdade, eu era dependente dela, eu precisava dela, nós éramos como um, minha vida havia se resumido a ela, e eu a amava mais do que pensara que um dia poderia amar alguém. Pensar em perdê-la definitivamente me fazia querer chorar feito um bebê, nada mais faria sentido sem Annabeth, eu sabia disso. Mas eu também sabia que as chances dela se salvar estavam contra mim, não tínhamos nada que pudesse melhorar seu estado, nada! Ao menos... Até aquele momento.

“ Então... Eu acho que posso salvá-la, Percy, acho que é para isso que estou aqui.”

Meu coração começou a fazer polichinelos em meu peito, eu não queria me precipitar, mas a fala de Destemido já me dava esperanças. Automaticamente, olhei para o unicórnio, concentrando toda minha atenção nele.

Bryan, notando minha reação, também encarou o unicórnio.

— Como? Como assim? Você pode salvar Annabeth? Pode? – eu estava quase gritando, mas era impossível não me exaltar diante a possibilidade de Annabeth continuar viva.

Num pulo me pus de pé, e logo, estava sentado ao lado de Destemido, ignorando completamente que há alguns instantes atrás ele queria me matar, isso não me importava mais, a chance de ter Annabeth bem era o que realmente contava.

— Pode salvá-la? – perguntei desesperado, tenho certeza de que era audível em minha voz, mas não me importava em disfarçar, não agora.

— Destemido pode salvá-la? – perguntou Bryan, também se levantando e colocando-se ao lado do unicórnio.

O ser de pele alva parecia perdido em seus próprios pensamentos, em dado momento, inclinou um pouco a cabeça, os olhos tristes, por fim, olhou para nós de forma confiante.

“Sim, eu posso! Na verdade, tenho quase certeza de que é para isso que estou aqui. Aquela sensação de que vocês precisariam de mim, que me fez segui-los até São Francisco, e depois, a estrela que apareceu e me guiou até aqui, era para esse propósito, para salvar Annabeth.”— sua voz estava doce e calma em minha mente, o que era realmente surpreendente, vindo daquele unicórnio.

Rapidamente, traduzi o que ele disse à Bryan, ao que o mesmo perguntou:

— Mas como você pode salvá-la?

Pude sentir que Destemido quase revirou os olhos, mas essa também era minha próxima pergunta.

“Vejo que a qualidade do Acampamento vem caindo com o passar dos tempos. Não ensinam mais mitologia? Ou vocês que são burros?”— é, ele estava calmo demais para ser verdade, mas nem seus xingamentos tirariam minha esperança e alegria - “Em todo caso, meus caros, explicando resumidamente, unicórnios, como eu disse para Percy mais cedo, são seres poderosos. Nós representamos a pureza, somos extremamente rápidos, mas, acima de tudo, temos poderes curativos, um dos fatores que nos levou a ser caçados. Vê o chifre reluzente e espiralado acima de minha cabeça? Não é apenas um enfeite embelezador, se é o que pensavam. Não, de forma alguma! Ele é a fonte de poder, pode-se assim dizer, dos unicórnios, ele traz a cura.”.

Após meu momento Google Tradutor, voltei-me a Destemido, já não conseguindo parar de pensar na probabilidade de ver Annabeth acordada e bem.

— Então, hum... Está dizendo que basta você encostar seu chifre em Annabeth, e ela fica bem?

“Tirando o fato do enorme poder que eu vou ter de utilizar para poder transferir as propriedades curativas para Annabeth, além de é claro, concentração para tudo correr bem, e que ficarei extremamente cansado. Bem, tirando toda magia e simbologia do meu ato, é, basicamente, só preciso encostar meu chifre nela, Einstein.”.

Tentei traduzir rapidamente as falas para Bryan, mas várias vezes tropecei em minhas palavras, porque a ansiedade e esperança faziam isso em mim, eu estava feliz por saber que não estava tudo acabado, que não havíamos feito de tudo, ainda restava uma coisa a fazer.

Enquanto os pensamentos e probabilidades rodavam minha mente, impossibilitando-me de falar, Bryan pronunciou-se.

— Hum... Bem, se essa parte do mito é verdade... Então é verdade também que o sangue dos unicórnios pode tornar uma pessoa viva, mesmo que ela esteja à beira da morte?

Sinceramente, nunca se sucederam tantos xingamentos em minha mente. Mas, tirando os palavrões, Destemido disse algo como:

“Panaca, quer dizer ao filhote de Zeus que estamos falando de mitologia grega e não de Harry Potter? Quero dizer, J.K. Rowling criou uma das melhores sagas mundiais, e é realmente incrível a forma como escreve, mas a parte sobre os unicórnios é totalmente falsa, e confesso, fiquei triste com isso. Cara, você imagina quantos seres mágicos que viram o filme ou leram os livros, e que são burros o suficiente para não conhecer a própria mitologia, acreditaram nisso e começaram a caçar nossa espécie? Entenda, só podemos curar quem quisermos, porque o poder de cura está em nosso chifre, e mesmo que algum idiota decidisse arrancar o chifre de um unicórnio, o poder não duraria quase nada e seria pouco eficiente. E, por favor, não me pergunte se nascemos dourados, na adolescência ficamos prateados e depois brancos, porque somos brancos a vida inteira, entendem?”.

Após sua explicação, notei o quanto Destemido ficava irritado quando alguém não sabia sobre sua espécie. Por fim, traduzi a longa fala do unicórnio (lembre-me de comprar um aparelho tradutor, sim?), mas de minha cabeça não saia à ideia de que ele podia curar Annabeth. Por isso, não consegui controlar-me, tive que trazer Destemido de volta ao assunto principal e impedir que Bryan fizesse mais alguma pergunta.

— Você pode fazer isso agora? – perguntei, quase que euforicamente – Curá-la?

Destemido revirou os olhos, o que era quase cômico.

“Não, imagina, vou fazer semana que vem, quando ela estiver no Hades. É claro que é agora! Aliás, poderiam se afastar de mim, por favor? Sabe, não devem ficar muito perto, eu preciso me concentrar, e algumas coisas vão acontecer. Então... Levantem logo!”— mal ele disse isso, coloquei-me de pé e Bryan me imitou, expliquei-o a situação, e ele estava feliz com as probabilidades tanto quanto eu, no entanto, enquanto nos afastávamos, ele levantou um ponto interessante:

— Eu espero que Annie fique bem, mas... Percy, como será que Destemido ficará depois? Digo, se ele vai usar tanto poder, teoricamente, quer dizer que ele ficará exausto, até mesmo acabado, temos que nos preparar para cuidar dele em seguida.

— Eu não tinha pensado nisso... – naquele instante, cheguei a sentir-me mal por não ter pensado no quão cansado e até mesmo no péssimo estado que Destemido poderia ficar após salvar a Sabidinha, e sendo assim, comecei a temer também pelo unicórnio

Nós paramos a 5 metros de distância de Annabeth, e vendo que eu começava a pensar no que ele tinha dito, Bryan deus alguns tapinhas amigáveis em minhas costas.

— Ei, esqueça, nós vamos dar um jeito cara, e o mais importante, Annabeth ficará bem.

Apenas assenti, meus olhos fixos sobre o unicórnio, que fazia uma leve reverência ao corpo inerte de Annabeth.

Naquele instante, peguei-me rezando a todos os deuses, todos mesmo (isso inclui Ares), para que aquilo funcionasse, para que desse certo e tudo corresse bem. Então, Destemido fechou seus olhos, parecendo concentrar-se, seu chifre brilhando num tom branco, cada segundo mais forte. Ele continuava se concentrando, até que, por fim, encostou seu chifre sobre o corpo de Annabeth, uma luz extremamente forte surgiu dali, extremamente branca, quase como uma explosão de luz, e tive de resistir ao impulso de virar a cabeça. Assim, pude presenciar que a mesma envolvia completamente Annabeth, e Destemido parecia estar conectado a ela, mas isso era apenas uma dedução lógica, porque a verdade era que: enxergar através da luz era impossível.

Os segundos se passaram, mas para mim, eles pareciam uma eternidade. A minha mente se encontrava num perfeito caos, assim como minhas emoções, porém, todo esse caos girava em torno de uma coisa: a chance de Annabeth ficar perfeitamente bem. Meu coração martelava no peito, os segundos passando, e a luz ainda permanecia ali, bloqueando qualquer visão.

Acho que foi mais ou menos nessa hora que comecei a me perguntar se algo estava dando errado, e o desespero quase tomou conta de mim. Eu digo quase porque o que se sucedeu, impediu que isso ocorresse.

Num segundo, Bryan e eu estávamos a cinco metros de distância de Destemido e Annabeth, enquanto o unicórnio de conectava a ela, tentando curá-la, uma luz branca brilhante emanava de seu chifre e impedia qualquer visão. No outro, a luz havia sumido, e dela surgiram: uma menina deitada debaixo de uma árvore, ainda pálida e cheia de ataduras, e um unicórnio alvo, imponente, que encontrava-se de pé ao seu lado; até que o mesmo desabou na grama da clareira, o cansaço visível em sua face.

Bryan e eu corremos na direção deles, parando perto dos dois. Primeiro, olhei rapidamente Annabeth, verificando-a, no entanto, ela permanecia basicamente na mesma, o que me deixava extremamente frustrado, com raiva de todos os deuses e monstros. No entanto, não me dei ao luxo de permitir isso, dirigi-me a Destemido, depois de todo o esforço que ele fizera, o que mínimo que eu podia fazer era ajudá-lo, e eu estava realmente grato pela atitude do unicórnio. Sendo assim, parei ao lado de Bryan, que parecia ter-lhe feito alguma pergunta, ao que o ser mágico respondera fraco e sonolento em minha mente.

“Ela vai ficar bem, tenho quase certeza, apenas dê um tempo para que ela descanse, durma. Aliás, vocês deveriam fazer o mesmo.” – disse, meio que bocejando – “E não se preocupem comigo, a energia que eu gastei apenas me deixa com sono, nada que uma boa soneca não resolva. Por isso, se eu não responder, vocês já sabem o motivo. E Jackson, eu não esqueci que quero te ma...”

Então, ele fechou os olhos, se acomodou mais, e caiu no sono, sem nem ao menos terminar a frase. Eu fui obrigado a sorrir perante tal cena, Destemido podia ser bem legal quando queria, e ele era um bom unicórnio, embora meio rabugento.

— O que houve com ele? – perguntou Bryan, visivelmente preocupado.

— Nada, apenas caiu no sono. – disse lhe dando tapinhas nas costas – E disse que Annabeth só precisa dormir para ficar totalmente bem, ele acha que tudo deu certo.

Bryan bocejou, assentindo.

— Acho que eles não são os únicos que precisam de uma soneca. – eu disse por fim, pensando em organizar os turnos de guarda, enquanto Bryan caminhava em direção a nossas mochilas, mas algo me impediu de prosseguir com tal pensamento.

— Percy... – sussurrara a voz que eu tanto queria ouvir, meu coração falhando e então acelerando.

O mundo parou para mim naquele instante. Era a voz de Annabeth.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Eu sei que gostaram! hahaha Por isso, espero reviews, viu? Ah, e gostaram do trailer?Mas então, além da opinião de vocês sobre o capítulo (todos imaginavam que era Phobos), quero muito perguntar uma coisa.Bem, eu vou entrar de férias, e eu tenho duas propostas para fazer, no entanto, quero que vocês escolham uma:1) Durante as férias, eu posto um capítulo enorme (16 páginas, mais ou menos) por semana.2) De dois em dois dias eu posto um capítulo pequeno (3 ou 4 páginas).Me digam o que querem, e eu prometo que farei!Outra coisa... A VENDA ABERTA DOS INGRESSOS DO SHOW DO MEU AMOR COMEÇA DIA 15/07, 00:01 h, MEUS DEUSES! COM MEDO, E SE ACABAREM OS INGRESSOS? E SE MINHA NET CAIR? E SE O SITE TRAVAR? AI, MEU CORAÇÃO! MUITO FELIZ E ANSIOSA!Bem, vocês devem estar pensando: "E o que nós temos a ver com isso?". Pois bem, meus caros, outra proposta. Se eu conseguir os ingressos dia 15, como vou estar muito feliz, e disposta a escrever... Bem, se eu conseguir, quero postar algo especial dia 16/07, mas vocês escolhem o que querem...1) Capítulo bônus (POV Annabeth)2) Alguma songfic separada da Momentos.3) Capítulo bônus (POV Olimpo)Então, decidam isso também, mas nada de colocar os números ok? Especifiquem o que querem senão fico louca!Eu acho que é isso, mas antes... PS's!PS: Viram o novo trailer de MdM? Tão dizendo que realmente vai ter o Grover de noiva! *-*PS2: Swifties, viram o clipe de "Red"? Perfeito né? Taylor diva!PS3: Beliebers, só que quero matar o JB por causa do mistério de Heartbreaker?PS4: Ainda Beliebers, quem vai no show? SÉRIO, TÃO ANSIOSA, EU SÓ SEI FALAR DISSO ESSES DIAS! DIA 3 DE NOVEMBRO, CHEGA LOGO!PS5: Semideuses, quase 1 mês para MdM! *--*PS6: Tributos, 4 meses para Em Chamas. *-* E para o meu níver e para a BT!PS7: Leitores, amo vocês! Desculpa a demora em respondê-los e em postar, mas saibam, eu os amo! E só para lembrar, o capítulo de aviso será apagado. Mas bem, eu os amo meus amores, apenas, não me deixem, ok?Beijos com sabor de néctar e ambrosia! *--*Com todo amor e carinho!Nikki