Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 74
Capítulo 74: Flashback


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii leitores lindos, maravilhosos, que eu amo e que não estão querendo me matar! ~lê eu tentando ser bajuladora. ~Okay, eu sei que fui má, tanto pela morte da Annie, tanto pela demora dos capítulos (sim, essas aqui é a primeira postagem do ano). Mas esse início de ano tem sido uma loucura aqui para mim, e essa semana com minhas primas foi a mais doida de todas! Enfim... Tiveram reviews e recomendações que eu não pude responder ou agradecer ainda, desculpem por isso, mas eu estou meio off da internet, mas saiba que eu amei cada recomendação e review, vocês sabem que tem um lugar muito especial no meu coração, para sempre!
E, deuses, isso aqui vai ser longo (para variar), mais eu continuo boba como os números continuam crescendo, atualmente eu estou com 1333 comentários e 33 recomendações. O último capítulo teve mais de 50 reviews, e isso me deixou pulando aqui! Obrigada por isso pessoal, eu amo vocês, e saber que amam a fic, me faz definitivamente muito bem! Eu AMO VOCÊS, LEITORES!
Falando em recomendações... Eu gostaria de agradecer, muito, mas muito mesmo, todos os leitores que deixaram recomendações, obrigada por tudo, cada palavra de vocês está muito bem guardada em minha mente e em meu coração, e estes capítulo é para vocês: Bianca Victoria, Larinha Jackson, Liah Violet, Isac Antônio, Maria Clara Guimaraes, Carina Doce-amarga (amore, desculpa por ainda não ter te agradecido, farei isso em breve, mas muito obrigada, suas palavras me tocaram de uma forma incrível, obrigada!). Eu amei cada recomendação, vocês me deixaram muito feliz!
Enfim... Antes que eu faça um testamento aqui, esse capítulo é um flashback (o título é bem óbvio) da Annie, sobre como tudo ocorreu okay? E se esse capítulo saiu hoje, foi por causa da minha prima, Edilane Bittencourt, essa criança me inspirou, e sim, ela me ajudou com mais planos... hum dolorosos. Pois bem, eu amei esse capítulo !^^ É, sou sádica!
Bem, antes de deixar vocês em paz, apenas lembrando, quem quiser me ajudar na fic de ones ou na correção da momentos, só me deixar uma MP com o face okay?
PS: Nas notas finais eu vou colocar o link do meu ask, quem quiser, vai lá falar comigo okay, povo que eu amo?
Eu acho que é isso! Boa leitura! Amo vocês! E bom 2013/Carnaval! ~okay, sou a única que detesta carnaval?



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*Flashback*

Annabeth’s POV

— Aposto um dracma como ele consegue o terceiro pedaço. – eu disse enquanto Percy se lançava ao mar, em busca de mais uma peça da arma de minha mãe.

— Fechado. – disse Bryan apertando minha mão, como se aquilo fosse um grande trato – Mas eu realmente espero que você ganhe essa aposta. – ele sussurrou, a sinceridade era audível em sua voz, e eu tive que sorrir para o para-raios, definitivamente ele era um grande amigo.

Agora nos encontrávamos apenas nós dois na plataforma antiga.

— Eu sei que eu vou ganhar, eu sempre ganho! – respondi olhando o ponto onde Percy sumiu no mar. A luz verde que a estátua produzia só era suficiente para iluminá-la, qualquer coisa ao seu redor era apenas uma silhueta, assim como Percy. De qualquer forma, eu tinha certeza de que ele conseguiria encontrar a espada, mas eu ainda estava preocupada com algum ataque surpresa, ou algo do gênero.

— Como eu disse, espero que você ganhe. – sussurrou Bryan, ele parecia bastante apreensivo, e não tirava os olhos do céu, em compensação, eu não tirava os meus do mar, mas eu comecei a ficar realmente preocupada com Bryan, pois após alguns momentos, ele ainda parecia hipnotizado pelo céu.

— Tudo bem para-raios? – perguntei enquanto tocava rapidamente em seu ombro. Seus olhos azuis permaneceram fixos ao céu por mais alguns segundo, mas por fim ele olhou para mim – Tem algo errado?

Embora já imaginasse a resposta, fiz a pergunta.

— Bem, eu não sei explicar isso, é apenas um... Pressentimento, um pressentimento muito ruim. – disse ele, os olhos azuis faiscando para mim e em seguida olhando o céu – Você entende o que quero dizer?

A verdade é que eu entendia. Desde que pisara naquela plataforma eu sentia aquela estranha sensação, como arrepios seguidos de calafrios, aquilo era um forte pressentimento de que algo daria muito errado, e que isso aconteceria a qualquer momento. Quanto mais tempo ficávamos ali, corríamos mais perigo.

— Sim, entendo muito bem o que você quer dizer. – disse enquanto olhava para Bryan, e em seguida olhava para céu e mar. Olhando a expressão no rosto do Harpper, e o fato de ele encarar o céu a cada segundo, era visível que ele sentia que algo de cima viria nos atacar – Para-raios, você tem ideia do que vai nos atacar?

Ele me olhou assustado e confuso, como se fosse me perguntar como eu havia chegado àquela conclusão, mas por fim, provavelmente notando que sua expressão denunciava tudo, engoliu em seco e suspirou.

— Eu não faço a mínima ideia do que vai nos atacar, ou do que vai acontecer, eu só tenho esse estranho pressentimento em relação a algo no céu, como se eu estivesse deixando algo escapar do meu, hum... Radar?

Olhei de Bryan para o céu, girando a adaga em minhas mãos.

— Bem, ao menos temos noção de que algo vai vir e de onde vai vir, isso já é um começo. – tentei passar confiança em minha voz, mas a verdade é que, por alguma razão, eu temia o desconhecido.

— É, já é um começo. – ele repetiu minhas palavras, mas não parecia acreditar que aquilo adiantasse muita coisa, a verdade, nem eu acreditava muito nisso.

Por impulso, olhei rapidamente para o mar, a luz verde ainda brilhava, mas como disse antes, as únicas coisas visíveis eram silhuetas distantes e escuras.

— Está preocupada com ele? – perguntou Bryan, me analisando – Com Percy?

Achei estranho a repentina troca de assunto, mas acho que, da mesma forma que eu havia notado o olhar de Bryan fixo ao céu, ele havia notado meus constantes olhares ao mar. Fora que, neste mesmo segundo, notei que, com a mão que eu segurava a adaga, eu também remexia na pulseira que Percy havia me dado de presente. Assim que reparei isso, soltei-a.

— Não é bem preocupada. Como disse, eu sei que Percy vai conseguir pegar o pedaço da espada. O que me incomoda é demorar aqui, porque como você mesmo falou, algo está vindo.

No mesmo instante que eu disse isso, uma espécie de conjuntos de guincho, vindos de cima, nos alcançaram, fazendo com que Bryan e eu encarássemos mais ainda o céu, nossas armas em punhos.

— Devo supor que muito em breve descobriremos o que estava tentando fugir do seu “radar” Para-raios. – disse enquanto me posicionava ao seu lado, meu ombro encostando no seu.

Pelo canto de olho analisei Bryan, ele parecia ter engolido em seco.

— Na verdade, eu acho que consegui descobrir algo sobre o que vai nos atacar, o que estava fugindo do meu “radar”. – ele respondeu, girando a espada na mão, ele parecia nervoso, mas determinado.

Com toda certeza não era nada bom, pela fisionomia dele era visível que teríamos problemas sérios. Olhei-o mais intensamente, esperando uma resposta antes que fôssemos atacados.

Então, ele prosseguiu.

— O que está vindo exatamente eu não consigo saber, parece que eles têm uma espécie de proteção que não deixa detectá-los.

— Eles? – perguntei, revirando nervosamente a adaga – Mais de um?

— Na verdade, são seis. – ele disse me avaliando – E a única coisa que eu sei sobre eles é que são grandes, gordos e voam.

Bryan ainda me avaliava. Eu estava olhando intensamente as nuvens brancas, esperando, e pensando.

— Então, pela sua descrição, podemos chegar à conclusão de que provavelmente são seis dragões. Isso fica melhor a cada segundo. – disse sarcasticamente, tentando passar um expressão de confiança, mas me encontrava pensando em como derrotar 6 dragões, sendo que só havia Bryan e eu, ali agora. Era basicamente uma missão impossível, mas eu não podia deixar tal pensamento transparecer.

— Dragões, tipo os de desenho animado e contos de fadas? Que cospem fogo?– ele perguntou, um misto de apreensão e surpresa em seu rosto.

— Vamos rezar para que não sejam cuspidores de fogo. Mas sim, são dragões, ao menos é o que me parece. Bem, precisamos organizar um plano antes que eles ataquem.

Olhei para Bryan, sua expressão agora era de quem pensava se conseguiríamos vencer 6 dragões. O pior é que eu me perguntava o mesmo, tentando desesperadamente criar um plano, mas tudo parecia incerto, considerando o fato de eu não saber muito sobre os supostos dragões.

— Eu acho que não vamos ter tempo para um plano elaborado. Olhe! – ele disse, seu rosto mais branco do que de costume, enquanto apontava para as nuvens no céu.

Segui a direção que seu dedo apontava, esperando ver algo, mas eu só conseguia ver as nuvens, o sol se pondo ao longe, um trecho de céu azul ao norte.

Então, eu os vi. Os seis enormes dragões surgindo dentre as nuvens, não dava para vê-los direito de tão longe, mas ele voavam devagar, como se não tivessem pressa, como se a vitória fosse certa.

Girei minha adaga na mão.

— Definitivamente são dragões. – eu podia sentir Bryan me olhando pelo canto de olho. Respirei fundo, mordendo o lábio inferior e encarando nossos inimigos enormes – Eu acho que temos melhores chances se lutarmos juntos, eu posso usar meu boné de invisibilidade e tentar distraí-los enquanto os esfaqueio, assim você terá uma brecha maior para acertá-los.

Olhei rapidamente para Bryan, depois voltei meus olhos para o céu, agora os monstros pairavam sobre nós, pareciam estar esperando para atacar, e isso estava me preocupando, talvez eles estivessem esperando Percy sair do mar, definitivamente eu não queria isso.

— Okay, então você os distrai e eu posso tentar provocar alguns raios, ou algo poderoso, nós vamos conseguir. – havia certa convicção em sua voz, um tom otimista, e isso me quase me fez sorrir, talvez tivéssemos chances, talvez. – Pronta para acabar com alguns dragões Annabeth?

Ele perguntou enquanto girava sua espada.

— Com toda certeza! – eu disse sorrindo um pouco, tirando meu boné dos shorts e segurando a adaga – Apenas, tente desviá-los do iate, não queremos perder nosso único meio de transporte.

— Pode deixar!

E com esse pouco de esperança de uma vitória, Bryan e eu assumimos nossas posições, lado a lado, armas em punho, meu boné de invisibilidade por fim em minha cabeça.

— Não se preocupe, estou ao seu lado, por enquanto. – eu disse assim que fiquei invisível, meus olhos, agora, grudados no céu, mas precisamente nas 6 figuras gigantes que nesse momento pareciam ansiosas para nos atacar.

Assim que se aproximaram mais, pude sentir o otimismo meu e de Bryan indo por água abaixo.

Não sei explicar o que era mais aterrorizante, o fato deles serem maiores e mais pesados do que baleias, de cada um ser de um tom diferente de vermelho (eles eram abomináveis até assim), ou suas caras estranhas, garras enormes e bocas gigantes.

Com certeza não era nenhum dos dados acima o mais aterrorizantes, e sim o deles cuspirem fogo pela boca, algo que só os mais poderosos dragões fazem.

— Cuspir fogo não é nada legal. – disse Bryan, em seguida olhando para onde eu deveria estar se não estivesse invisível – Estamos perdidos não?

— Mantenha o plano. – me esquivei de sua pergunta, não queria mentir, mas também não queria dizer a verdade, pois ela era muito triste.

A verdade é que nós poderíamos vencer se fosse apenas 1 dragão cuspidor de fogo, 2 talvez, e com um pouco de sorte, até 3, mas 6? Como eu disse antes, missão impossível, uma vitória sem feridos ou mortos, seria impossível nessas condições, porém, eu não podia dizer isso a Bryan, ele merecia ter esperança, com seus poderes, talvez ele conseguisse não ser morto.

Lancei um olhar ao mar, feliz por Percy não estar ali, ele precisava ficar bem. Eu digo isso, pois, conhecendo-o como conheço, ele faria de tudo para ajudar Bryan e eu, e sendo assim, seria mais fácil de se ferir.

Respirei fundo uma última vez, e então, eles vieram, os seis de uma vez, dando rasantes por cima de Bryan e de mim (embora eles não me vissem), Harpper tentou os acertar com sua espada, mas eles ainda estavam um pouco acima, afinal, eles não precisavam descer, bastava lançar fogo por suas bocas, e era o que estavam fazendo. Bryan e eu tentávamos nos proteger, desviando, mas isso não durou muito, logo estávamos tostados.

— Tente fazer um redemoinho de vento. – eu disse – Talvez isso os assuste por alguns segundos.

— Fique ao meu lado. – ele falou.

Bryan se concentrou, mas no final, fez algo muito melhor, ele fez um funil de vento ao nosso redor, nos erguendo do chão, e fazendo os dragões contorcerem suas horríveis caras, fazendo-as ficarem piores ainda. Logo, estávamos voando sobre os mesmos, mas eu sabia que a confusão deles logo passaria, e em breve eles voltariam a nos atacar, fora que Bryan não iria conseguir ficar muito tempo no ar, era algo novo para ele, e algo que usava muita energia, então, eu tinha que distrair os dragões, aproveitando o fato de que eles não conseguiam me ver.

— Bryan. – eu sussurrei ao seu lado enquanto voávamos – Nos leve para o outro lado da plataforma, mas não pouse, continue em cima, pode fazer isso?

— Acho que sim. – respondeu, seus cabelos loiros sacudindo – Por quê?

— Apenas um plano. – ele fez uma cara desconfiada, mas nada disse.

Era uma ideia louca, eu sabia disso, e sabia que as chances de eu me ferir gravemente eram extremamente altas, mas se eu não arriscasse, as coisas poderiam ficar piores, eu sabia que 6 dragões não iriam se cansar tão rápido de nos perseguir, então, era minha única chance.

Nós já estávamos voando sobre o outro lado da plataforma, os dragões se encaminhavam para nós, seus olhos, todos da mesma cor que suas peles escamosas. Mas foi ai, enquanto eles voavam, que notei algo importante, eles voavam em formação, um atrás do outro, na frente o mais escuro (um tom de vermelho quase preto) e por último o mais claro, talvez fosse a ordem do mais velho para o mais novo, do com maior liderança para o com menor.

— Consegue voar um pouco mais alto? – perguntei, e em seguida, Bryan subiu. Os dragões já estavam ficando próximos o suficiente para eu fazer o que queria. Guardei minha adaga no bolso – Harpper, assim que eu dizer já você desce e se algum for atrás de você, os esfaqueie, okay?

— O que você vai...? – ele começou a perguntar, mas eu o interrompi.

— Já! – eu não tive tempo de ver o que ele fez em seguida, porque eu já havia pulado do funil de vento.

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Sim, pode parecer suicídio, mas eu me lancei dali, caindo em queda livre, a quilômetros por hora em direção à água, e a única coisa que eu conseguia fazer era segurar meu boné na cabeça e torcer para que meu plano funcionasse, se não... Bem, eu morreria. Mas então, antes que eu pudesse ficar mais nervosa por conta da velocidade com que eu me aproximava da água (algo mais rápido que um carro de Fórmula 1), meu plano deu certo!

Okay, talvez eu deva explicar qual era o plano, então, vamos lá!

O meu plano, o melhor que consegui pensar naqueles segundos dentro do funil de vento, era fazer Bryan atrair os dragões para nós, e então, subir mais alto que eles, o que realmente aconteceu. Naquele momento meu plano era apenas me jogar em cima de um dos dragões e tentar desviá-los, dando assim a chance de Bryan atacar alguns deles. Mas depois, eu havia reparado algo: as cores dos dragões, os diversos tons de vermelho, a forma como se posicionavam, era claro que havia um líder ali, uma ordem, e tudo mostrava que o chefe era o dragão vermelho-quase-preto. Foi ai que meu plano mudou um pouco. Sim, eu ainda pularia sobre um dragão, mas não qualquer dragão, sobre o líder, e iria tentar atrapalhá-lo, tentando leva-lo para longe da plataforma, porque se ele fosse embora, os outros o seguiriam, e Percy e Bryan não seriam atacados, eu por outro lado, correria sérios riscos, mas aquela ainda era a melhor chance de todos nós.

Naquele momento eu me encontrava segurando meu boné dos Yankees (para que ele não voasse) e tentando ficar sentada sobre o enorme dragão líder. Cair sobre ele não foi muito bom (sabe como é, cair sobre um enorme dragão com o corpo cheio de escamas não é lá tão macio ou confortável), nem um pouco devo dizer. Só de cair em cima dele, na velocidade que cai, eu sabia que, na melhor das hipóteses, alguns ossos meus haviam sido fraturados. De qualquer forma, cair em cima de um dragão não é muito fácil, não só pela dor ao atingi-lo, mas também por ter que tentar se manter sobre o mesmo, é, os filmes não mostram isso. E no Acampamento não tivemos nenhum treinamento de: como-cair-num-dragão-a-centenas-de-quilômetros-por-hora. Enfim... Manter-me encima do dragão não foi legal. Primeiro porque ele estava voando rápido quando cai em cima dele, e isso quase me desequilibrou milhares de vezes. Segundo, não havia exatamente onde eu pudesse me segurar, a não ser algumas de suas escamas estranhas e duras, que foi o que eu fiz, porém, não é fácil segurá-las, ainda mais com apenas uma mão disponível.

No entanto, a pior coisa ainda estava para acontecer, segundos depois ele pareceu interessado em saber o que estava se remexendo sobre si, então, ele virou a grande cara feia e estranha para mim (não me pergunte como, eu acho que dragões tem certa flexibilidade no pescoço, no mínimo), seus olhos enormes pareciam enraivecidos e depois se tornaram confusos porque ele não via nada, nem ninguém ali, eu estava invisível ainda, e essa era uma ótima carta na manga. Ele permaneceu olhando mais um pouco em minha direção enquanto voava para baixo, seus olhos olhando justamente para mim, mas não me viam, eu tive que controlar minha respiração para que ele não notasse nada diferente, e só consegui torcer para que ele tivesse uma péssima audição e para que sua carapaça fosse tão dura que ele não sentisse que eu segurava em uma de suas escamas, nem que eu estava sentada sobre ele. Por fim, após intermináveis segundos, ele pareceu ignorar o que havia sentido, e resolveu voltar a se focar na plataforma.

Encima no enorme monstro, um pouco aliviada por não ter sido pega, olhei rapidamente para Bryan, que já havia descido com seu funil de vento em direção a plataforma, ele parecia procurar por mim, acho que se esqueceu do fato que eu usava meu boné de invisibilidade, mas ele também parecia assustado com os 6 dragões que iam em sua direção, e ao mesmo tempo, determinado. No entanto, eu estava extremamente preocupada. O dragão que eu estava, o líder, agora descia velozmente em direção ao para-raios, os seus outros 5 “irmãos” em sua cola. Eu precisava colocar a continuação do plano em prática, e agora! Mas como?

Okay, eu deveria tentar levar o dragão para o outro lado, mas como eu faria isso não tendo nada para o guiar na direção contrária? Eu estava tentando pensar em algo para fazer, mas nada vinha em minha mente, e isso não era comum, eu estava sem ideias de como guiar o dragão, e enquanto isso, o mesmo já começa a voar baixo, ao redor de Bryan, seus irmãos que chegavam também faziam o mesmo, e pelo rosto de Harpper, eu sabia que ele se preparava para um novo redemoinho de vento, da mesma forma que eu sabia que os dragões estavam preparados para cuspir chamas e mais chamas. Eu tinha que pensar em algo, mas o que?

Aproveitando os segundos antes do ataque, tentei prender minhas pernas mais firmemente no dragão (o que não era fácil), para então continuar segurando meus boné e sacar minha adaga do bolso. Rapidamente procurei alguma brecha no corpo do dragão, não parecia haver nada, até que avistei, a alguns centímetros de mim, um pequeno ferimento não cicatrizado na carapaça, provavelmente algum dano de alguma outra luta. Talvez, se eu o acertasse ali...

Enfiei minha adaga com tudo no local, tirando-a em seguida. O dragão mestre deu uma espécie de grito de dor, e ergueu-se e sacudiu-se, como um cavalo faz quando está irritado, só que ele era gigante, e eu estava em cima dele, tive que colocar a adaga entre os dentes para me segurar firmemente com uma das mãos, afim de não cair.

O grito do meu “amigo” dragão, acompanhado se seu pouso na plataforma, fez seus companheiros ficarem estranhamente confusos e desnorteados, como se a dor do líder fosse algo insuportável para eles, principalmente os mais jovens, de tons de vermelhos mais claros. Eles estavam tão confusos que chegaram a pousar na plataforma como seu líder, meio que cambaleando. No entanto, todo peso dos dragões estava forçando a base da velha plataforma, alguns pedaços começar a rachar, era evidente que aquilo iria desmoronar dali a alguns minutos, tínhamos menos tempo do que eu pensava, ter Percy aqui me parecia uma boa ideia agora.

Bryan, notando a forma como os dragões estavam desnorteados, tentou se concentrar para provocar um raio, mas a tarde estava muito clara e com poucas nuvens para isso, eu duvidava que ele fosse conseguir.

Naquele meio tempo, o dragão que eu estava continuou chiando de dor, reclamando e se sacudindo, mesmo assim ele tentou levantar voo, como se tentasse ignorar a dor para voltar ao comando de seus “irmãos”, mas eu não podia deixa-lo subir, tinha que aproveitar a confusão dos outros para armar algo. Então, resolvi sacar minha adaga e esfaqueá-lo no ferimento de novo, mas definitivamente, isso foi um erro. Porque quando fiz isso, o monstro no qual eu estava já havia se levantado um pouco do chão, e quando eu o acertei, ele se ergueu de uma forma que me soltei dele e cai alguns metros para trás até conseguir me segurar novamente, mas eu sabia que cairia dali a qualquer segundo, ainda mais que eu seguravam a adaga em uma das mãos. Eu estava a um passo da morte.

Então, tudo piorou, fora tudo tão rápido que eu quase não consegui raciocinar. Num segundo eu estava me segurado num dragão, e no segundo seguinte, eu estava sendo levada por outro.

O dragão cor de vinho, provavelmente o segundo na linha de liderança, veio para cima do dragão em que eu estava, ao menos, foi o que eu tinha pensado. A verdade era que ele veio para mim! Ele passou acima de minha cabeça, e por fim, me segurou com duas de suas patas, cravando suas unhas enormemente pontiagudas em meu tórax e pernas, a dor fora indescritível, eu me sentia como se estivesse sendo rasgada ao meio, e para piorar, eu sabia que estava perdendo uma grande quantidade de sangue.

Minha cabeça girava, eu tentava pensar, mas eu estava sendo carregada pelas patas de um dragão, suas unhas me perfurando e me fazendo perder mais sangue a cada segundo, essas coisas não me deixavam pensar muito. Uma parte de mim só rezava para que Bryan e Percy se salvassem, pois eu não tinha muita certeza que eu conseguiria sair dali, quanto mais ajuda-los em algo que fossem precisar.

Eu estava sendo carregada, mas eu não posso dizer quanto tempo, poderiam ter sido segundos ou milênios, a dor era muito intensa para eu saber, e a inconsciência queria me dominar, eu tentava lutar contra ela e contra a dor ao mesmo tempo, pois eu sabia que se fechasse os olhos, provavelmente, eu nunca mais os abriria.

Com o pouco de força e concentração que eu tinha, tentei pensar em algum plano para sair dali. Eu ainda tinha minha adaga em alguma de minhas mãos, mas em meio a dor, era difícil saber qual mão era, quanto mais acertar o dragão. Tentei então enxergar algo, eu precisava me concentrar, mas tudo que eu via eram pontinhos multicoloridos, que assim como o céu, giravam, eu sabia que isso era por causa da perda de sangue, e uma minúscula parte de meu cérebro se perguntava o quanto eu havia perdido, mas eu ignorei tal pergunta, eu não queria descobrir isso agora. Tentei então pensar em como o dragão conseguira me pegar, mas até isso era difícil. Eu lembrava de que estava nas costas do líder, eu havia o esfaqueado, e ele se ergueu de uma forma estranha, como os cavalos fazem, nisso eu fui jogada para trás, e consegui me segurar novamente no dragão, então eu fui pega por um de seus irmãos. Mas havia algo mais... Ah, sim! Quando fui jogada para trás, pare de segurar meu boné de invisibilidade, e o mesmo caiu em algum lugar, então fiquei visível ao vice-líder, por isso ele me pegou, ele descobriu que era eu que havia ferido seu líder, e agora, iria me matar. O pior, algo no meu subconsciente me dizia que Bryan não havia visto isso, ele ainda deveria estar de olhos fechados, tentando se concentrar, ele não sabia onde eu estava, ele não vira nada. Eu poderia gritar para que ele me visse e me ajudasse, mas a dor era insuportável demais até para isso.

Senti o dragão apertando suas patas ao meu redor mais fortemente, alguns ossos da minha costela estavam fraturados, eu tinha certeza disso. E agora minha respiração estava fraca, meus olhos pareciam mais pesados, querendo fechar por conta própria, eu não podia deixar isso acontecer, eu tinha que me concentrar em algo.

Enquanto via uma parte do corpo do dragão e uma do céu girando ao meu redor cheios de pontinhos coloridos, eu tentava me prender a alguma coisa, algum pensamento, me segurar em algo para não apagar. Então várias coisas vieram a minha mente: o Acampamento, Quíron, meu chalé, Athena, meu pai, meus irmãos, minha madrasta, Bryan, mas nada se fixava muito em minha mente, nenhuma imagem surgia, eu estava quase enlouquecendo porque, por algum motivo, talvez a dor, eu não conseguia lembrar o rosto ou qualquer outra coisa deles.

Eu estava entrando em desespero, quando um nome veio a minha mente: Percy!

Assim que pensei no nome dele, seu rosto surgiu para mim: os olhos verdes brincalhões, o sorriso sarcástico, a pele bronzeada, mas mais que isso, eu lembrei de momentos que tivemos juntos, coisas pelas quais passamos. Eu o amava, e eu precisava dele, eu não podia deixa-lo, eu tinha que ter forças para manter os olhos abertos, ao menos por enquanto. Esses pensamentos serviram para me manter consciente, e tentar aguentar a dor.

Todo o ocorrido parecia ter acontecido durante um milênio, a dor insuportável, o cheiro de sangue, mar e dragão misturado, tudo fazia parecer que eu estava ali há horas, mas, num vislumbre rápido, quando consegui olhar pelo canto do olho para o lado, vi Bryan um pouco mais abaixo, começando a fazer um redemoinho enorme e poderoso ao seu redor, os olhos ainda fechados, enquanto os 6 dragões (incluindo o que me segurava) se preparavam para atacá-lo. Eu esperava que ele conseguisse se salvar, eu rezava para isso.

Naquele mesmo momento, num ímpeto de lucidez gerado por minhas lembranças de Percy, consegui de alguma forma descobrir que minha adaga estava em minha mão esquerda, eu sabia que logo não teria mais forças, eu já as estava perdendo. Eu também sabia que se acertasse o dragão iria cair: ou no mar ou na plataforma, de uma forma ou outra eu morreria, se bem que, sendo carregada por aquele dragão como eu estava sendo, o destino continuaria sendo a morte. E eu preferia morrer tentando matar meu inimigo do que sendo massacrada por ele, mesmo que eu tivesse que usar todas as minhas forças para isso.

Pensei uma última vez em Percy, usando minhas forças para cravar minha adaga na pata do dragão, que diferentemente do resto do seu corpo, não era envolvida por nenhuma espécie de carapaça.

Então, o monstro que me carregava, guincha de dor, puxo minha adaga de volta, segurando-a firmemente. No entanto, o dragão não me largou completamente, de forma que suas garras se arrastaram por minha pele, rasgando-a mais um pouco, para em seguida sim me soltar.

Eu permanecia de olhos abertos, mas eu não conseguia processar as imagens, a dor era insuportável, e a morte estava próxima. Eu estava a ponto de desmaiar enquanto caia, e naquele milésimo de segundo, só pude pensar em como Percy e Bryan se salvariam, e em como nada poderia ficar pior que isso.

Até que, quando pensei que atingiria a plataforma, e alcaçaria o Hades, algo ocorreu. Não sei dizer o que era, mas sentia que deveria saber, apenas senti o meu corpo ferido começar a girar, como se estivesse sendo carregado por um vendaval, eu tentei processar o que poderia ser, porém, aquele não era o momento ideal para se pensar, eu não conseguiria mesmo que quisesse, porque eu estava extremamente ferida, e definitivamente, não haveria salvação para mim.

Enquanto girava, senti meu corpo batendo em... Em... Não sei explicar, objetos que também giravam talvez? Ou algo mais pesado? Bem, só sei dizer que em dado momento, o vendaval foi diminuindo, e senti por meu corpo ondas de dor excruciantes, tão fortes que tenho certeza que larguei minha adaga.

Antes que qualquer pensamento pudesse me ocorrer, senti minha cabeça se chocando contra uma parede. Ou seria uma barreira?

E aquele foi o golpe fatal, era a última coisa que eu conseguia aguentar: uma pancada na cabeça. Então, eu tive aquela mesma sensação de quando se vai dormir, com a pequena diferença que meus olhos estavam abertos, e que a sensação era multiplicada por mil, mesmo assim, era a mesma situação, de forma que os sons iam sumindo, a luz se apagando, a escuridão prestes a me levar para um sono, só que desse eu nunca poderia acordar. O mundo ao meu redor parecia não existir, no entanto, era eu que não existia mais.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ganho reviews? Muitos? Poucos? O que acharam?
Ah, meu ask: http://ask.fm/NickMeiraB
Comentem, recomendem, favoritem a fic! Nossa, faz tempo que eu não falo isso! hihihihihi
Bem, obrigada a todos por tudo! Mesmo!
Amo vocês!
Beijos! Até logo!
Nikki! ^^