Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 68
Capítulo 68: Então, eu tiro férias!


Notas iniciais do capítulo

Oiii leitores lindos, pacientes, maravilhosos e que são bonzinhos! ~lê eu tentando ser bajuladora, sem sucesso. Eu sei, eu sei, 15 dias é tempo de mais para sair um capítulo, mas eu estou realmente muito confusa em relação ao colégio, e minha provas começam amanhã, são duas matérias e um livro paradidático, não estudei nenhuma matéria ainda e estou no meio do livro (meio chatinho o início do livro, mas até que agora está melhorando...). Eu não vou perturbar muito não, apenas dedicar o capítulo há alguns leitores queridos e maravilhosos! Para Annabeth Chase Filha de Athena (oiii mana!) e para KillerOfTheDark42, que deixaram recomendações lindas! Para PeterJackson, Filha de Athena e Annie Jackson (eu tenho muitas leitoras com esse nick, mas estou em referindo especificamente à que tem ID #188333) pelas lindas palavras de vocês em mensagens e reviews. E obrigada a todos os outros leitores que deixam reviews, recomendações, ou que apenas leem a fic, vocês me deram forças de não desistir! Sim, eu pensei em parar de escrever a fic após um dia muito difícil que tive, mas ai eu estava relendo recomendações reviews, mensagens, e meus deuses! Eu vi que não podia desistir disso, não podia mesmo! Então, me perdoem pelo meu pensamento de exclusão da fic, prometo que ele nunca mais irá surgir em minha mente okay? Agora vamos deixar meus problemas de lado, bom capítulo para vocês, ele está ruinzinho por causa da minha falta de tempo, mas.... melhor que nada! E Di Immortales! Obrigada pelos mais de 1000 reviews! Obrigada a todos, realmente, muito obrigada, emocionada com isso! Obrigada, do fundo do meu coração! Perdoem os erros do capítulo, presa!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142547/chapter/68

Bryan’s POV

Eu não sabia quanto tempo havia se passado desde a explosão na ponte Golden Gate, do sonho, ou mesmo quanto tempo eu permaneci inconsciente, eu não fazia ideia de onde estava, talvez estivesse mesmo morto no final das contas, e isso me apavorava, já que eu tinha um medo profundo da morte.

Resolvi arriscar, abrindo os olhos lentamente, vendo apenas um céu azul brilhante, em seguida abri os dedos, eles doíam, o que significava que eu não estava morto. Mas então, um pensamento me ocorreu: se eu não estava morto... Onde eu estava? Será que estava num lugar todo cor-de-rosa no fim do mundo, assim como Athena dissera?

Eu duvidava disso, já que o céu era azul e havia árvores acima de mim. Eu ainda podia ouvir uma fonte gorgolejando e senti um cheiro familiar, uma mistura de milhares de plantas que têm aroma adocicado. Também ouvi ondas quebrando em algum lugar. E pelo que eu me lembrava do submundo, aquilo não parecia em nada lá!

Mas a única forma de ter certeza de que eu não estava morto, era levantando da cama, o que eu não estava disposto a fazer, não digo por preguiça, e sim por prever a dor que sentiria! Se só de mexer os dedos das mãos eu já sentira dor, imagina mexendo todos os ossos e músculo do corpo?

Decidi por adiar um pouco o momento da dor por todo corpo, e por isso permaneci deitado, olhando para o céu sem nuvens, imóvel. Mas o fato de permanecer paralisado exteriormente, não quer dizer que interiormente eu não pensasse em tudo que me havia ocorrido.

Parecia que se passaram anos, e não semanas, desde que eu era apenas mais um garoto comum de Connecticut. Um simples garoto que jogava basquete no time do colégio. Eu estava no terceiro ano do ensino médio, faltando apenas um ano para me formar e cursar a faculdade de medicina, pois o que eu realmente queria era ser médico e salvar a vida das pessoas, a verdade era que eu só estava no time para conseguir uma bolsa na faculdade.

Ao pensar nisso, foi inevitável não lembrar de pessoas e cenas que eu estava evitando há semanas! Sim, eu me lembrei da minha mãe, uma jovem professora de direito, loira dos olhos cinzas, sempre admirada por sua beleza, inteligência e pela garra, já que havia criado um filho sozinha. Me lembrei de nossas noites de domingo juntos, com nossa rotineira festa de doces. Sabe, todo domingo de noite nós jogávamos algo, como videogame, ou mesmo jogos de tabuleiro, e nos empanturrávamos de doces, os mais açucarados possíveis. Esse era sempre um dia maravilhoso, minha mãe sempre fora muito amável e legal comigo, mas ela quase não tinha tempo para diversão durante a semana, por conta do trabalho como professora de faculdade, por isso ela resolveu que o domingo a noite era reservado para jogarmos e comermos enquanto conversávamos, eu sempre achava suas ideias perfeitas, e essa não fugiu a regra.

É, eu tinha muita saudade dela, saudade da forma como ela me protegia e cuidava de mim, sempre atenciosa e carinhosa, só de pensar que eu nunca mais a veria... Dava um nó na garganta e a vontade de chorar como um bebê me dominava, mas eu não iria fazer isso ali, num lugar que eu nem sabia onde era.

Resolvi deixar as imagens de minha mãe semideusa de lado, me concentrando nos rostos aleatórios de pessoas do colégio, pensei em todos os que eu conhecia, para só então me concentrar com os quais eu realmente me importava.

Em meus pensamentos surgiu a imagem de um homem moreno, cabelos pretos e olhos azuis intensos, era o treinador do time de basquete: Peter Mason. Um bom homem, divertido e amigo, era assim que os outros garotos do time o definiam, mas eu o conhecia melhor que eles, e por isso podia dizer que ele era: engraçado, meio maluco e muito, mas muito inteligente. Eu o conhecia melhor que os outros, pois desde meus 5 anos de idade eu o via, sim, minha mãe o conhecera em Phoenix, ele morava próximo da nossa casa, cursava faculdade de Educação Física na mesma universidade que minha mãe fazia direito, e eles acabaram virando grandes amigos, um sempre ajudando o outro. Com o tempo ele foi virando um grande amigo meu também, mesmo tendo a idade para ser meu pai. Peter e minha mãe se davam tão bem, que às vezes eu pensava que se ele casasse com ela, bem, eu poderia ter o pai que nunca tive. Mas com o tempo eu entendi que eles se amavam, mas não como namorados, ou algo assim, eles se amavam como verdadeiros irmãos, eram protetores, brincalhões e viviam implicando um com o outro, e isso era incrível!

Eu lembro que tinha 10 anos quando ele recebeu uma proposta para treinar um time colegial de Connecticut, era uma proposta imperdível para ele, já que o Hillys High School era conhecido como o melhor nos esportes de toda parte nordeste do país. Claro que ele aceitou a proposta, e mesmo um pouco triste com a separação de nosso amigo, minha mãe e eu ficamos muito felizes por ele, afinal, aquela era sua grande chance de se tornar um treinador.

Então ele foi para o outro lado do país, e por dois anos ficamos separados, até que minha mãe foi convidada para lecionar na faculdade de Yale, que por incrível que pareça, era no mesmo bairro que o Hillys High School! E sendo assim, havíamos ficado todos felizes com o reencontro. É, o Peter era uma pessoa inacreditável, conseguira me convencer de tentar entrar para seu time de basquete, sendo que eu nem gostava tanto assim de esportes, e também havia me protegido daquele ataque dos... Como é o nome mesmo? Canadenses? É, acho que é isso. . Mas outra coisa nele que me surpreendia: ele sempre parecia estar tentando proteger minha mãe, e isso o fazia parecer como irmão dela. Quando ela morreu, bem, foi um período horrível para nós dois.

Meus pensamentos mudaram de foco, me lembrando dos meus dois melhores amigos, os que eu tinha antes de descobrir essa doideira de meio-sangue, ou um terço deus, tanto faz!

Assim que mudei para Connecticut eu conhecera os dois, e eles eram os melhores amigos que eu pude ter naquela época, seus nomes eram Chandler e Lucy.

O Chandler eu havia conhecido no colégio, mas ele morava há algumas casas da minha, e era, ao menos há algumas semanas atrás, um dos meus únicos amigos, já que o pessoal do time do basquete apenas me suportava. Chandler era bem parecido comigo fisicamente, tirando o fato que ele tinha os olhos castanhos e que era um pouco mais baixo do que eu. Ele era bem legal, considerado o piadista da turma, daqueles que fazem piada de tudo, mas sempre com um tom irônico ou sarcástico, ele também era um dos redatores do jornal do colégio, da parte de humor obviamente, o que o tornava um pouco popular, considerando que no nosso colégio basicamente todos os alunos liam o jornal. Mas Chandler nunca se deixou levar, por isso só usava suas roupas esportivas e normais, e na atitude, sempre o mesmo cara engraçado. O que me lembrava das nossas pegadinhas, como a vez em que fizemos a água da piscina ficar roxa, é, nós gostávamos de aprontar algumas, era divertido!

Já a Lucy, ela era diferente, mais comportada, embora adorasse bancar a detetive. Ela era morena, dos olhos cor de chocolate e cabelos de mesma cor. Eu a conhecera em meu primeiro dia na cidade, afinal de contas, ela era minha vizinha. No início não nos dávamos muito bem, na verdade, vivíamos implicando um com o outro. E ficamos assim por um tempo, até que Chandler, que já era amigo dela há anos, fez com que visemos o que temos em comum, e, bem, com o tempo, acabamos nos tornando grandes amigos.

Talvez eu deva definir melhor a Lucy. Bem, como explicar?

A primeira impressão que se tem sobre ela é que ela é muito “princesinha”, talvez essa impressão se deva aos seus vestidos, sapatilhas, saias e shorts sempre na cintura, cabelos cacheados sempre bem penteados, às vezes com tiaras, mas era raro, enfim, ela usava coisas... Como posso dizer? Fofas em geral. É, acho que é isso. Quando eu a vi pela primeira vez, me perguntava de onde ela saíra, do mundo das bonecas e reinados talvez? É, esse fora um dos motivos para eu não gostar dela de cara, ela era muito menininha, até mesmo para uma garota de 12 anos de idade!

Bem, essa era a primeira impressão que se tinha sobre ela, mas no colégio... A coisa mudava completamente! Esqueça o princesinha, ou qualquer coisa do gênero, lá ela era conhecida como nerd, sim, ela era fera nos estudos, na verdade, éramos os melhores da classe, o que acabou gerando uma espécie de competição no início, mas que depois ficou para trás. Ela ganhava basicamente todos os campeonatos de matemática e de literatura, aproposito, fora minha mãe e ela que me fizeram entender algo da mitologia grega.

Lucy sempre fora elogiada pelos professores, com o passar dos anos ela foi ficando mais bonita, e sendo assim, não eram mais apenas os professores que a elogiavam.

No entanto, a Lucy era mais do que eu falei acima, muito mais! Ela era fissurada por livros de fantasia e romances, amava música, principalmente pop, o que gerava algumas implicâncias por parte de Chandler e eu, que vivíamos zoando com os ídolos que ela gostava, ela odiava isso, gritava tanto conosco que era audível há duas ruas de distância, e quando ela fazia isso, nem parecia a garota comportadinha do colégio. Lucy também sabia cantar e tocar instrumentos, a verdade é que ela também era doida e maluca, mas apenas com as pessoas que ela confiava, e era bem divertida, mesmo que permanecesse usando suas roupas de bonequinha, mas agora, as usava com mais estilo, talvez elegância. Bem, ela era o toque feminino do trio, afinal, alguém tinha que ser elegante para compensar Chandler e eu.

Ainda olhando para o céu brilhante, sorri com os meus pensamentos. E isso não foi muito bom, já que senti uma pontada de dor apenas ao sorrir.

Então, a dor me fez lembrar de tudo, de que eu não estava mais em Connecticut, de que parecia muito improvável que eu fosse ver quaisquer daquelas pessoas de lá, considerando o fato de eu nem saber onde estou, de minha vida ter virado de ponta cabeça em apenas um mês. Agora eu não podia me concentrar nos meus amigos “mortais”, pois eu tinha que ajudar a encontrar meus amigos filhos de deuses, falar algo para eles que vi no sonho, mas que não conseguia lembrar o que era... E eu ainda tinha que ajudar a recuperar a espada de uma deusa que no final das contas era minha avó.

Ao pensar nisso, senti o nó se formando em minha mente, era a primeira vez que eu me permitia pensar realmente sobre o assunto, pensar que Athena era mãe de minha mãe, e pensar que eu era filho de Zeus e da filha da deusa da sabedoria, e que a mesma deusa também era filha de Zeus. Me perguntava freneticamente como Zeus e minha mãe se conheceram, como se apaixonaram, e me perguntava também como Athena havia ficado quando descobrira.

Então, ainda olhando para o teto, mas agora com expressão de fúria, comecei a culpar Zeus por tudo. Sendo ele um deus o mínimo que podia ter feito era ter mandado um porcaria de uma pensão alimentícia! Não, eu não ligava mais para a falta de um pai na minha vida, não, minha mãe e Alex me deram amor o suficiente, mas ligava pelos 8 anos de dificuldade que minha mãe e eu passamos. Afinal, ela me teve com quase 18 anos, estava começando o terceiro ano do colégio e durante toda gravidez ficou trabalhando, juntando dinheiro, havia perdido o pai: Gregory Harpper dois anos antes, não tinha mais ninguém com quem contar! Então, teve que se afastar do colégio por um ano, para poder cuidar de mim, claro, nesse período teve que se virar com o dinheiro que havia juntado e mais uma quantia que meu avô havia deixado após sua morte, mesmo assim, só fora suficiente por um pequeno tempo. Então, minha mãe voltou a estudar e a trabalhar meio período, conseguiu uma jovem babá para mim, e diferentemente das anteriores, com quem sempre algo dava errado, essa, segundo minha mãe, fora a única que conseguira me manter fora de problemas, que cuidara bem de mim. Tão bem que permaneceu sendo minha babá pelos próximos 10 anos, era ridículo eu ter babá aos 10 anos, mas eu tinha. Enfim... Se Zeus tivesse mandado pelo menos um certo valor por mês, minha mãe não teria que ter ficado trabalhando direto, inclusive nos fins de semana, não teríamos que ter quase passado fome. Mas parecia que Zeus nunca havia nem se abalado com isso, nem mesmo Athena havia ligado para a filha. Que deuses eram esses?

Sacudi a cabeça, o que fez minha testa latejar, não queria mais pensar naquilo, em nada, só queria saber onde estava, e era isso que eu ia fazer.

Ignorando a dor em meu corpo, dei impulso e me sentei, meus músculos reclamaram um pouco, mas fiz questão de ignorar a dor, eu precisava saber onde estava, precisava achar meus amigos, eu precisava dizer-lhes algo, que eu não lembrava o que era, mas sabia que era importante. Já sentado, acabei reparando que antes estava deitado na grama verde.

Olhei ao redor, eu estava numa imensa campina, onde quatro fontes gorgolejavam, mas adiante eu podia ver que o gramado descia em direção à uma praia rochosa, ao meu redor havia um imenso jardim florido. O sol cintilava na água, o céu permanecia brilhante.

Aquilo parecia a perfeição, o que me fez ficar nervoso, a última vez que eu havia achado um lugar perfeito, era na verdade um clube que pertencia a uma deusa não muito legal, que tentou matar meus amigos e eu.

— Você não deveria fazer isso! – disse uma voz de uma garota que surgia entre as flores – Não está totalmente forte.

Olhei atentamente enquanto ela vinha em minha direção.

Os olhos eram amendoados, e possuía um cabelo caramelo em uma trança que caía sobre um dos ombros. Usava um vestido sem mangas no estilo grego com um decote redondo baixo debruado em ouro. Mesmo olhando-a atentamente, era difícil dizer sua idade, ela poderia ter 15, ou mesmo, mais de 20 anos.

— Quem é você? – perguntei, ignorando seu aviso de como deveria voltar a me deitar.

Ela carregava uma colher e um pequeno vidro consigo, e acabou por sentar-se ao meu lado na grama.

— Não precisa temer, não irei te fazer mal, quero apenas te ajudar a ficar melhor. – disse ela docemente, enchendo a colher do líquido do vidro e colocando em frente a minha boca, e assim pude reparar que era néctar do deuses, então... Abri a boca sem hesitar – A propósito, meu nome é Calipso.

Ao ouvir o seu nome, foi impossível eu não lembrar de todas as aulas que Lucy e minha mãe me deram, contando sobre a filha de Atlas, que o apoiara na guerra contra os deuses e fora “presa” em uma ilha paradisíaca, sim, sua punição era essa.

Em seguida, me lembrei de uma tarde em que Lucy me explicava o assunto...

“- Então está me dizendo que segundo a mitologia, a punição de Calipso era ficar numa ilha paradisíaca? Queria eu ter uma punição assim!” – eu havia dito a Lucy enquanto estudávamos em sua varanda, ela teimava em me explicar sobre mitologia grega.

“- Não caçoe!” – respondeu ela me batendo com o livro, ela tratava as histórias como se fossem realmente reais - “ Não é só isso a punição! Imagine ficar a eternidade numa ilha, sozinho, sem ninguém que morasse com você? Apenas alguns visitantes temporários que sempre, sempre vão embora, consegue ver como é triste?”.

“- Sim, parece triste, mas... Se ninguém nunca quis ficar com ela na ilha, vai ver que ela é estranha, ou feia, ou ambos.” – eu disse zoando, o que me fez receber outra livrada.

“- Você é chato heim? Só sabe fazer graça” – respondeu Lucy chateada, mas dando um risinho no final - “Mas saiba, todos os livros tratam Calipso como encantadora, todos os seus visitantes babam por ela, só que, em geral, eles já têm outros amores.”.

Acabei dando de ombros.

“-Se eu fosse parar lá poderia acabar ficando, afinal se ela é tão encantadora, se a ilha é perfeita e eu não tenho nenhum amor, bem, seria uma ótima forma de passar a vida” – eu completei.

Lembro de Lucy dando o sorriso sem graça, olhando para baixo e dizendo que eu deveria ir embora, pois ela tinha que jantar, eu achei muito estranho, pois em geral ela só jantava quando os pais chegavam, e isso era às 19 horas, não às 17! Mesmo assim, acabei indo embora.

Sacudi a cabeça e sai de meus devaneios.

— Obrigado. – disse após engolir o remédio - Tipo, você é mesmo Calipso? – perguntei coçando a cabeça – A filha de Atlas?

— Sim, eu sou. – disse ela num sorriso meio sem graça enquanto deixava de lado a colher e o vidro com néctar – E parece que diferentemente dos meus visitantes anteriores, você sabe quem eu sou, então... Sabe que estou apenas te ajudando a ficar melhor.

Semicerrei os olhos, é, pelo que eu lembrava, ela era boa, não um monstro horrível, na verdade, ela não parecia em nada com um mostro, que dirá horrível.

— É, você parece legal. – eu disse dando de ombros, o que fez uma minúscula onda de dor percorrer meu corpo.

— E você deveria deitar e descansar. – ela disse me analisando, segui seu olhar, reparando que eu não tinha quase machucados, apenas os mesmo de antes sido mandado pelos ares.

— Não, eu estou bem. – disse simplesmente – São apenas os mesmos machucados de antes, e eu realmente e não tenho tempo para descansar, tenho que achar meus amigos. Bem, conhecendo sua história como conheço, duvido que tenha visto por aqui um outro garoto e uma garota, certo?

Ela inclinou a cabeça.

— Não, ninguém fora você veio parar aqui. – ela disse ainda me analisando.

— Que ótimo. – disse sarcasticamente enquanto me levantava da grama, Calipso me ajudando a ficar de pé – Sem nenhuma pista daqueles dois.

Comecei a me perguntar desesperadamente se eles ainda estariam vivos, e onde estariam, mas eu não pude pensar nisso por muito tempo, pois peguei Calipso me olhando, e foi impossível não olhá-la também, me lembrando que ela se apaixonava pelos seus visitantes, mas que nunca poderia ficar com eles, tudo por conta das Parcas e dos deuses.

— Você é diferente dos meus outros visitantes. – ela disse por fim.

— Hum?

Ela sorriu.

— Sim, em geral, eles sempre querem procurar seus amigos, mas como não estão em boas condições físicas, digo para ficarem, afinal, do que adianta ajudar estando doente? Todos eles acabam ficando, descansando mais, dormindo, e eu cuido deles, e assim eles podem voltar para casa perfeitamente bem. – ela olha para o céu, e tenho certeza de que está pensando em como eles sempre vão embora, meu coração ficou apertado no peito, Lucy tinha razão, aquilo deveria ser muito triste – Mas você não, você quer ir procurar seus amigos por mais que esteja mal, pois você quer acha-los, apenas isso.

— Eu não estou tão mal, só isso. – eu digo enquanto ela, ao meu lado, me avalia.

— Pode ser que seja isto então. – ela diz nenhum pouco convincente de que acredita em minhas palavras- Mas ainda sim, você é diferente dos outros, você é um mistério.

— Como assim? – perguntei em dúvida, enquanto ela passava delicadamente as mãos sobre meu cabelo.

Recuei um pouco.

— Desculpa. – disse vermelha – É que estive cuidando de você, por pouco tempo, mas estive.

— Não foi nada. – disse voltando a ficar normal – É que apenas não estou acostumado que as pessoas mexam no meu cabelo, mas tudo bem! Porém, me explique, como assim eu sou um mistério?

Ela me avaliou rapidamente, sorrindo.

— Eu não sei nada sobre você. Nada! Os outros, bem, eles sempre falam enquanto dormem, mas você não, você parecia um anjo deitado, apenas dormindo, sem palavras saindo de sua boca.

Ela realmente parecia curiosa a meu respeito.

— Bem, eu sou Bryan Harpper, um adolescente de 17 anos que é um semideus e descobriu isso há pouco tempo. Mas... Como eu vim parar aqui?

— Pelo céu. –ela disse enquanto apontava para cima de nossas cabeças – Você caiu do céu, bem aqui, talvez cair não seja a palavra, era mais como se você estivesse flutuando, então pousou suavemente na campina. Não me parece que tenha passado muito tempo desde sua queda, mas o tempo é um assunto delicado aqui. Eu não quis te tirar da campina, pois fiquei com medo que estivesse com machucados internos e eu acabasse por piorá-los.

Eu não fazia ideia de como havia flutuado, mesmo assim...

— Obrigado por cuidar de mim. – eu disse sem graça- Realmente, muito obrigada Calipso.

— De nada, é minha função cuidar dos meus visitantes.

Sacudi a cabeça.

— Não, não é sua função, você tem um dom, e cuida de quem aparece aqui por que gosta, é uma qualidade sua, não uma obrigação.

Ela inclinou a cabeça.

— Você acha que é meu dom?

— Com certeza! Ajudar o próximo é seu dom, você pareceu feliz quando falou que me ajudou, quase ninguém é assim.

Ela sorriu.

—Tem razão, Bryan Harpper. Eu faço porque gosto. – ela abriu um sorriso maior ainda, dessa vez admirada – É tão bom sorrir!

Achei estranho o comentário, parecia que ela não ria há algum tempo.

— Faz muito tempo que não sorri? – pergunto.

— Algum tempo, desde que... Meu último visitante foi embora. – de repente ela assumiu um tom triste, e não pude deixar de notar que ela olhou rapidamente para a praia, e não sei por que razão, mas fiquei zangado pela pessoa que a deixou triste daquela forma.

A conversa havia mudado de rumo tão completamente que naquele momento eu deixei o assunto dos meus amigos de lado, porque eu precisava saber mais sobre Calipso.

— Ele deve ser um idiota, não sabe a maravilhosa companhia que esta perdendo. – disse com intuito de fazê-la sorrir, não deu muito certo.

— Ele não era um idiota, apenas... Tinha prioridades maiores, todos que vem aqui sempre têm, você também Bryan, ninguém pode ficar aqui comigo, eu acabo criando esperanças, sempre é assim, mas ninguém pode ficar, nunca. E eu tento não me apegar a eles, mas é difícil, ainda mais quando se cuida deles. – ela suspirou, voltando a me olhar – Você irá embora em breve, eu sei, e eu vou voltar a ficar aqui, sozinha.

Eu queria poder negar essa afirmação dela, pois, por mais que estivéssemos conversando há poucos minutos, eu sentia a necessidade de vê-la feliz, e isso era estranho. Mas eu não podia mentir para ela, eu tinha que ir atrás dos meus amigos ajuda-los, conta-los algo importante que eu não lembrava o que era... Eu não podia mentir para Calipso, não podia lhe dar esperanças vãs.

— Eu não posso mentir para você, eu tenho que achar meus amigos, temos uma missão importante...

Ela assentiu levemente, eu podia ver que ela estava quase chorando, e eu senti uma imensa vontade de me socar, eu deveria ter falado aqui de uma forma mais calma.

— Desculpa.- eu disse.

— Não tudo bem, é só que, às vezes é solitário aqui. – ela disse olhando para cima – Ao menos você está sendo honesto, e eu gosto de honestidade.

Um momento de silêncio se seguiu.

— Só não sei quando você poderá acha-los. – ela disse, e parecia realmente triste por não saber – A única forma de sair daqui é com a ajuda de algum deus, principalmente Hermes, que vem me ver de vez em quando, mas não tem como saber quando ele virá de novo.

Okay, eu havia me esquecido que segundo os mitos a única forma de sair era com um deus, mas quer saber, talvez aquilo fosse bom, talvez eu pudesse saber mais sobre Calipso.

— Bem, não tem problema, pois eu adoraria ficar aqui mais um tempo e saber mais sobre você. – assim que proferi as palavras ela sorriu um pouco – E saber mais sobre sua ilha, Ogígia certo?

— Certo espertinho. – ela disse – Mas eu ainda acho que você deveria ficar descansando, pois faz pouco tempo que caiu e ainda não se recuperou...

Revirei os olhos.

— Os mitos diziam que você era encantadora, não que era extremamente cismada com recuperações. – disse lembrando de como Lucy a descreveu.

Mas então reparei em como ela corou.

— Encantadora?

— Sim, nos contos tratam você como uma garota encantadora, vai me dizer que nunca ninguém te disse isso? – perguntei – Pois saiba, você é encantadora.

— Você acha isso? – ela perguntou ainda corada.

— Óbvio que sim! – mas dessa vez quem corou fui eu, no entanto, era a mais pura verdade.

Segundo de silêncio constrangedor, ambos desviamos os olhares.

— Já que você não vai mesmo voltar a descansar, acho melhor te apresentar minha ilha e levar o néctar e a ambrosia para qualquer emergência. – disse ela quebrando o gelo e voltando a me olhar. – Está pronto para conhecer Ogígia?

— Claro, estou sempre pronto! – disse.

Então Calipso começou a me guiar pela ilha, íamos lentamente, já que alguns músculos meus ainda estavam um pouco doloridos, ela foi me mostrando cada canto, me contando mais detalhadamente sua história, sobre como vivera ali nos últimos tempos.

Conforme ela me guiava por meio das flores, da floresta de cedros e próximo aos pequenos montes, a dor aumentava, mas eu tentava ignora-la, pois as paisagens eram lindas demais para que eu tivesse que ficar deitado, e a companhia de Calipso era muito boa, fora que ouví-la contanto sobre como era antes, quando ela era livre, era algo simplesmente viciante. E o jeito que ela cuidava de sua ilha, das plantas, dos animais, era algo mágico!

— Ai. – disse enquanto andava, a dor em já estava virando insuportável.

— O que houve? – perguntou Calipso preocupada – Onde está doendo?

— Os músculos da minha perna, mas acho que isso é apenas porque andamos muito.

— E eu acho que está na hora de você descansar. – ela disse por fim.

— Não, eu posso aguentar mais um pouco. – disse dando mais alguns passos, mas reparei em como ela avaliava.

— Você é sempre teimoso assim? Será que realmente não pode parar e descansar? Só um pouco?- ela perguntou docemente.

Suspirei derrotado, a dor estava ficando insuportável.

— Talvez eu possa parar por alguns minutos.

Ela sorriu, me ajudando a sentar. Em seguida me deu uma colher de néctar e um pouco de ambrosia, automaticamente senti-me melhor, mas agora que estava sentado... Bem, era melhor descansar um pouco.

— Eu estou curiosa. – disse ela sentada ao meu lado, me avaliando – Você disse que tem que encontrar seus amigos, por causa de uma missão...

Eu sabia que não devia dar informações sobre a missão, mas Calipso me parecia muito confiável, então, achei que ela merecia uma explicação, afinal, eu era um intruso em sua ilha.

— Ah sim! – eu disse – Nós temos que recuperar uma espada que deveria ter sido destruída, mas que no final das contas só foi destroçada. – disse resumidamente, eu sabia que tinha mais alguma informação crucial, que eu havia recebido em meu sonho, mas não lembrava do que... – Nós já achamos 2 pedaços, parece que faltam 1 ou 2, os pedaços estavam em uma das nossas mochilas...

— Você caiu aqui junto com três mochilas. – ela disse me olhando – Deve estar em uma delas.

— Cai com as três? – perguntei surpreso – Ah! Era por que eu estava segurando as mochilas na hora que fomos mandados pelos ares na ponte Golden Gate, bem, menos mal.

Ela parecia mais curiosa.

— Ponte Golden Gate? – ela perguntou – Desculpa, mas é que eu não sei muito sobre o seu mundo.

Sorri, olhando seu rosto de traços delicados, sua pele branca e seus fios caramelos presos numa trança, alguns fiapos soltos balançavam por causa do farfalhar das folhas dos cedros.

— É, uma enorme ponte que liga duas importantes cidades dos Estados Unidos. – respondi – Gostaria de poder lhe dar mais detalhes sobre ela, mas não sou que nem Annabeth, que sabe tudo sobre arquitetura.

Assim que pronunciei o nome Annabeth, Calipso ficou sem reação, os olhos um pouco mais abertos que o normal, a expressão surpresa.

— O que houve? – eu perguntei.

Ela sacudiu a cabeça.

— Você disse Annabeth? – ela perguntou em avaliando, a expressão ainda surpresa.

— Sim, ela é minha amiga, e está na missão comigo, ela e o namorado, Percy.

Quando disse Percy, a expressão de Calipso ficou quase quebrável, então, ela piscou os olhos incessantemente, como se para recompor-se.

— Eles estão namorando então. – ela disse baixinho – Que bom, espero que estejam felizes, pois eu desejava isso.

— O que? – eu perguntei.

Ela sacudiu a cabeça.

— É só que... – ela respirou fundo, mas não continuou, eu vi que seus olhos estavam perdidos em pensamentos, e em seguida pareciam prestes a se encher de lágrimas. – Algumas lembranças, nada de mais.

Eu pensei em perguntar mais coisas para ela, tentar entender sua reação, mas eu sabia que se perguntasse, ela iria acabar chorando.

— Ei, ei, não fique assim okay? Eu não sei o que houve, mas não fique assim. – disse me aproximando dela e abraçando-a delicadamente, ela retribuiu o abraço, não parecia mais que iria chorar.

— É só que, algumas cenas voltaram em minha mente, e... – ela não completou, mas me abraçou mais forte.

Eu deveria estar corando aquela hora, mas não ligava para isso, e sim para o motivo de Calipso estar triste. Então, eu liguei os pontos.

Quando falei de Annabeth, ela ficou surpresa, mas quando mencionei que Annabeth tinha um namorado, chamado Percy, e que ele estava na missão, Calipso ficou um pouco abalada, triste, como se lembrasse de algo. Bem, era uma tristeza que ao meu ver era diferente, nostálgica talvez?

Então, também tinha o fato de que mais cedo havia olhado para o mar de forma triste, e ela já havia me mostrado quase toda ilha, mas sempre desviava o caminho da praia...

Espera, seus visitantes sempre iam embora, ela olhara tristemente para o mar, ficara nostálgica quando eu falara de Percy, e disse que queria que os ele e Annabeth namorassem...

Era como se eu pudesse ouvir um sonoro click em minha cabeça, uma lâmpada se acendendo.

O último visitante de Calipso, o que havia lhe deixado e que eu havia chamado de idiota. Eu conhecia ele, ele era meu amigo, namorado de Annabeth, filho do deus do mar, herói do Olimpo e do Acampamento, ele era: Percy Jackson.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então pessoal, bem mais ou menos né? Mas fazer o que, foi a única coisa que consegui digitar! Ah, um aviso, ou melhor, quatro:1º - Eu apaguei um capítulo da fic, era um capítulo de aviso, não se preocupem, eu só fiz isso com medo de tomar uma advertência. É só um aviso para quem se guia pelo número do capítulo, okay?2º - Eu estou atrasada para responder reviews, eu sei, mas é que eu quase não estou entrando no computador, tenho duas semanas de prova que começam amanhã, então, está difícil para mim.... Mesmo assim, responderei aos poucos!3º - A partir de agora capítulos serão postados 5ª feira e Domingo, mas acho que isso só vai funcionar mesmo a partir do dia 05/10, que é quando minhas provas acabam.4º - A fanfic hot: Moments, ela não terá continução, sim, eu sei, triste, mas é que eu estou sem tempo, não sou boa em coisas hot, e outro: eu quero focar na missão deles agora, pois meu objetivo é terminara fic até dezembro, mas todos sabem que não sou boa em prazos... Enfim, acho que é isso... Ah não, tem mais uma coisa, algumas pessoas me pediram mais ação, lutas e tals. Gente, calma, eu só precisa de um pouco de romance na fic, porque agora, bem, agora a missão será ininterrupta, muitas coisas acontecerão, alguns momentos cutes obviamente aparecerão, e brigas e coisas engraçadas, mas a missão é o foco,e teremos, bem situações muito aventureiras futuramente. ~lê sorriso diabólico. ~ Sim, vou virar troller que nem Tio Rick (I'm Mean!), então, se preparem! Só mais uma coisa, próximo capítulo tem mais POV Bryan, e no mesmo capítulo terá POV Annabeth, ou Percy, ou ambos. Ah, tanto faz, você estenderam o que eu quis dizer! Beijos com sabor de néctar e ambrosia, me desejem sorte nas minhas provas!