Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 52
Capítulo 52: Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?
Boa leitura!



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Percy’s POV

E lá estávamos Bryan e eu, conversando sobre a missão, quando uma flecha passou de raspão entre nós.

Ok, devo admitir que pensei que alguém queria nos atingir, até que olhei para onde a flecha foi e vi que acertou um homem, na verdade, um deus. Depois olhei na direção de quem havia atirado a flecha e vi que viera de Thalia, no entanto, ela nem vira que eu olhava para ela, estava ocupada demais falando algo com Annabeth.

— Parece que Thalia está zangada com aquele cara. – disse Bryan, e eu apenas assenti, sem dizer nada.

Se passaram poucos minutos depois do ocorrido, Annabeth e Thalia estavam vindo em nossa direção, rindo de algo. Olhando elas assim, rindo, era como ver duas irmãs que não se viam há um bom tempo, o que não deixava de ser verdade.

Eu continuei olhando para elas, mas na verdade me concentrando em Annabeth, até que ela viu que eu a observava e nossos olhares se encontraram, o que a fez sorrir e, consequentemente, me fez sorrir também.

— Viu, trouxe Annabeth sã e salva! – disse Thalia quando elas pararam na nossa frente – E mesmo depois de você me chamar de Cara-de-Pinheiro, eu não tentei transformá-la em caçadora! Se bem que, eu acho que nunca é tarde demais para eu fazer uma oferta. Gostaria de se juntar a caçada, Annie? – o tom dela era de provocação, o que significava que ela queria se divertir às minhas custas. 

Fuzilei Thalia com o olhar enquanto Bryan parecia confuso com nossa interação. Já Thalia permaneceu séria e Annabeth rolou os olhos.

— Thalia... – Annabeth a encarou, sacudindo a cabeça, como se já estivesse cansada daquilo – Pode parar, por favor?

— Claro que posso, depois que o Percy pedir desculpas por me chamar de Cara-de-Pinheiro!

— Por que eu deveria pedir desculpas se foi você quem começou? - ok, eu estava sendo teimoso, mas Thalia conseguia causar essa reação em mim. 

— Lá vamos nós de novo! – disse Annabeth suspirando.

— Eu não comecei, eu só te chamei pelo seu apelido! Eu é que não vou te pedir desculpas! – Thalia bateu o pé, eu sabia que ela estava de implicância, no entanto, eu também podia jogar esse jogo.

— Nem eu vou te pedir desculpas, afinal, todo o Acampamento te chama assim pelas costas!

Perto de mim pude ouvir Bryan falando com Annabeth:

— Como você atura isso? – em resposta, Annie apenas deu de ombros.

— Os dois vão agora, nesse exato momento, pedir desculpas um para o outro! – Annabeth estava de braços cruzados encarando Thalia e eu.

— Eu não. – Thalia virou o rosto.

— Agora! – Annabeth apenas colocou as mãos na cintura e bateu o pé. – Andem, não temos o dia todo. Lembre-se que temos uma missão, Percy! E você tem que cuidar da sua caçada, Thalia.

Thalia e eu nos encaramos, sabíamos que tínhamos que parar com aquela idiotice. É, tínhamos que acabar, no entanto, nenhum de nós queria desistir primeiro.

— Thalia, Percy, rápido, por favor! – Annabeth lançou um olhar para Thalia – Vamos!

Ainda em duvida, Thalia deu um passo em minha direção.

— Desculpa por te chamar de Cabeça de Alga! – ela murmurou meio de má vontade, mas já era um começo.

— Está desculpada. E me desculpe por te chamar de Cara-de-Pinheiro! – estendi minha mão ao que, para minha surpresa, Thalia apertou para logo depois me puxar em um abraço.

— Está desculpado, priminho! - foi o que ela disse ao nos afastarmos. 

Sorri quando ela disse isso. Thalia e eu sempre implicávamos e brigávamos um com o outro, como verdadeiros primos.

Pelo canto de olho vi Annabeth sorrindo.

— Agora que vocês pararam de brigar. – disse Bryan – É melhor nós três irmos embora do Olimpo, temos uma missão para começar e já que, como Percy me disse, ele não pode pegar um avião, teremos que pegar um dos ônibus da Greyhound. O próximo sai daqui há uma hora, por isso é melhor corrermos.

É, Bryan tinha razão, tínhamos uma missão para começar e o tempo corria contra nós. Já estava na hora de irmos embora.

— Então vamos. – disse eu pegando minha mochila e colocando nas costas.

— Hum... - Thalia estava olhando atentamente para cada um de nós três enquanto guardávamos nossos pertences — O Percy não pode pegar um avião por causa de Zeus, mas não creio que ele vá derrubar um avião em que esteja o filho dele também. 

Bryan pareceu achar bem lógico o pensamento de Thalia, no entanto, uma troca de olhares com Annabeth me fez ver que ela achava tal ideia tão ruim quanto eu.

— Pode ser que sim. - disse Annie — Mas é melhor não arriscarmos, certo? Nunca se sabe o que o senhor dos céus pode estar pensando.

— É, acho que Annabeth pode ter razão. Não que eu saiba como ele é, mas acho que isso é mais um motivo para não testá-lo. - Bryan parecia meio decepcionado por não ter conhecido seu pai e Annabeth colocou uma mão em seu ombro numa tentativa de confortá-lo.

Thalia assentiu.

— Bem, mas se vocês estão com presa e vão pegar um ônibus, quer dizer que  já têm alguma pista da espada, certo?

— Sim. – respondeu a Sabidinha – Parece que tem algo em Washington e precisamos ir para lá o mais rápido possível.

— Ok! – disse Thalia – Eu me ofereceria para ir com vocês, mas... A senhorita Ártemis precisará de mim, fora que vocês são uma ótima equipe. Ainda mais com meu irmão aqui!

Bryan ficou vermelho e não disse nada, mas era evidente que Thalia havia gostado dele e parece que ele ficou feliz com isso. Aliás, era impressionante ver Thalia gostar de alguém logo de cara.

— Vão para a missão de vocês! – disse ela nos empurrando – Boa sorte, e matem monstros por mim.

Thalia podia ter um gênio forte, mas era uma boa pessoa.

Sorrimos e seguimos em direção ao elevador.

— Eu só espero que tenham tirado aquelas caixas de som. – sussurrou Annabeth um pouco antes de chegarmos ao elevador – Seria terrível se eu agisse daquela forma de novo.

— Depende do ponto de vista! – eu disse baixinho só para que ela ouvisse – Para mim foi ótimo!

Ela sorriu e bateu no meu braço.

— Pare de ser bobo, Cabeça de Alga!

Nós três adentramos o elevador, uma música tocava, porém mais baixa, o que deveria significar que haviam sido retiradas as caixas de som de mais cedo.

— Bem, não parecem ser as caixas de Hécate, o som está bem mais baixo. – constatou Bryan.

— É, concordo, e a música é ótima! "Set Fire To The Rain" da Adele! – disse Annabeth.

— Você sabe bastante sobre música, Annabeth! - comentou Bryan, aparentemente impressionado.

Eu sorri, já havia falado aquilo para Annabeth uma vez, há exatos quatro anos, e sabia a resposta que ela daria.

— Sei sim, por quê? Pensa que filhos de Atena têm que ficar apenas lendo e pensando em estratégias? - ela não estava irritada, apenas mantinha os olhos semicerrados - Pois saiba que eu gosto de ouvir música como qualquer um! Fora que minha mãe é a patrona das artes!

A resposta dela poderia parecer um pouco exagerada, no entanto, após longos anos de convivência com Annabeth, eu aprendi o quão a deixava chateada que as pessoas pensassem que por ser filha de Atena ela só pensava em estudar, elaborar estratégias e ser certinha. Não que ela não fosse tudo isso, mas ela era muito mais, por isso ela sempre tentava se esforçar para quebrar os esteriótipos.

Depois de uns poucos minutos de silêncio no elevador, eu resolvi perguntar algo à Annabeth.

— Qual é o plano agora?

— Bem, vamos para rodoviária pegar um ônibus da Greyhound que nos deixará em Washington e quando chegarmos lá temos que nos direcionar ao principal monumento da cidade, então, iremos descobrir se o que tem lá é realmente algo sobre a nossa missão ou não. - respondeu Annabeth enquanto remexia no seu cabelo loiro.

— Provavelmente seremos atacados por monstros, não é? - perguntou Bryan, ao que eu e Annabeth nos entreolhamos.

— Você não deveria dizer essa palavra com m, pois pode realmente atraí-los. - eu disse.

— Só de dizer o nome eles vêm?

— Sim! - respondeu Annabeth - Isso os atrai..

Não falamos mais nada depois disso, pois o elevador chegou ao térreo. Passando pela portaria, devolvemos o cartão ao porteiro.

Já havíamos saído do Empire State, na verdade, estávamos em frente a ele, quando Annie começou a falar.

— Teremos que pegar um táxi para ir a rodoviária e... - Annabeth se calou de repente.

Olhei para ela, sem entender porque ela havia parado de falar, seus olhos, assim como os de Bryan estavam vidrados, olhando para frente. Segui seus olhares e vi algo que me deixou paralisado.

— O que é isso? - perguntei para Annabeth, mas meus olhos não se desviaram do que eu via.

 Contracorrente já estava em minha mão, assim como Annabeth já havia pegado sua adaga e Bryan tirado seu anel do dedo, transformando-o em uma espada.

— Pesadelos! - foi tudo o que ela disse enquanto encarava a cena a frente. 

Eu não havia entendido o que ela queria dizer, mas a cena perante nós era mesmo um pesadelo.


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