Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 42
Capítulo 42: O melhor das brigas são as reconciliações


Notas iniciais do capítulo

Hello, guys!
Esse capítulo é um pouco cute, tudo por causa dos mais de 400 reviews que eu recebi nessa história! Obrigada a todos você que fazem parte disso! Obrigada de todo coração por darem forças a um sonho meu, a continuação de uma história que eu amo de paixão!
Bem, obrigada a todos! Adoro vocês!



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Annabeth’s POV

Nos despedimos de Bryan e seguimos pelo enorme corredor. Claro que eu fiz certas questão de andar um pouco adiante, deixando Percy para trás.

Eu ainda estava intrigada pelo fato de ele ter inundado parte do que deveria ser a maior biblioteca existente na face da terra, mas esse não era ao único motivo, e também não era o principal.

Ok, você pode me chamar de teimosa, orgulhosa e cabeça dura por estar zangada com o fato de ele ter beijado a Rachel antes de ter algo comigo, mas é que, se o que estava naquele livro era realmente verdade, ele não havia simplesmente a beijado, ele havia se apaixonado por ela, o que era terrivelmente pior.

Pior, pela descrição do que li no livro, aquele beijo e a forma como ele parecia apaixonado por Rachel ocorrera um pouco antes da batalha contra Cronos, algo como uma semana antes de começarmos a namorar. Sendo assim, ficava difícil de acreditar que ele me amava naquela época.

E, vamos ser honestos "naquela época" nada mais era do que apenas há um mês. Qual é, se Percy há um mês estava apaixonada por outra garota, era basicamente impossível que ele ainda não nutrisse sentimentos por ela, sejamos honestos. Isso me fazia pensar se seus sentimentos por mim eram tão sinceros quanto eu achava que eram.

Ainda agarrada ao livro de capa dourada e branca, peguei o cartão no bolso da calça jeans e passei na fenda ao lado da porta do quarto, o que fez a mesma destrancar. 

Entrei no quarto e não ousei virar para trás, mas ouvi a porta do quarto sendo fechada e soube que Percy também estava dentro da suíte.

Eu estava exausta! Queria dormir, descansar, me esquecer daqueles livros, daquelas palavras. Eu só queria cair num sono profundo, mas ao mesmo tempo... Queria analisar cada palavra daquele livro de armas que eu havia encontrado e assim tentar descobrir algo que nos ajudasse na missão, queria também me lembrar de cada frase que li no livro de Percy, analisar cada fato que havíamos vivido e passado juntos pra ver se eu conseguia clarear a minha mente e o meu coração. No entanto, meu corpo estava exausto, eu precisava dormir e descansar, por mais que parecesse pouco provável eu conseguir uma noite sem pesadelos após aquele dia estressante.

Olhei ao redor hesitante, me lembrando por um momento que só havia aquela camisola vermelha para eu usar, e me lembrando de que Percy e eu dividíamos a mesma cama.

O que eu faria agora? Não podia colocar aquela camisola, muito menos dormir com Percy ao meu lado, pois sabia que provavelmente iria acordar abraçada com ele no dia seguinte e eu não queria isso. Maldita hora em que achei melhor dividirmos o quarto!

Estava pensando seriamente se seria muito perverso colocá-lo para dormir no tapete do quarto quando senti que Percy me olhava atentamente. Acho que foi somente aí que eu percebi que estava em pé olhando fixamente para a parede. 

— Estou muito encrencado? – perguntou Percy, eu ainda estava de costas para ele, mas pude senti-lo se aproximando de mim.

Não lhe respondi, ao invés disso virei-me para ele, lhe lançando o meu melhor olhar gélido. 

— Acho que isso quer dizer que eu estou extremamente encrencado. – disse ele baixinho, parecendo estar assustado com meu olhar.

Percy caminhou em minha direção. E mesmo ele estando com os cabelos pretos bagunçados, com a roupa rasgada, molhada e suja; pude sentir minha respiração se acelerar um pouco.

“Controle-se, Annabeth! Lembre-se que você quer explicações.”

Na verdade, eu não estava muito certa se queria explicações. Quer dizer, sobre a biblioteca sim, mas sobre ele e Rachel... Eu temia as respostas que ele podia dar as minhas perguntas, mas temia também que ele não as respondesse. Era confuso, eu sei. 

Percy segurou minha mão e meu coração ficou acelerado. Por mais que fosse maravilhosamente certo ter sua mão segurando a minha, me desvencilhei dela.

— Annabeth, deixe-me explicar! – disse Percy assim que soltei sua mão.

— Explicar o quê?- disse encarando seus belos olhos verdes - A forma como você beijou a Rachel? – falei o nome dela de forma repulsiva, algo surpreendente para eu mesma. Eu realmente não estava muito racional naquele momento.

— Eu não beijei a Rachel! – disse ele de forma delicada, como se para me acalmar. Ele voltou a tentar se aproximar de mim, mas eu me afastei novamente.

Eu não queria mais brigas, não àquela hora da manhã, mas Percy parecia disposto a querer falar sobre o assunto e colocar as coisas em pratos limpos. Eu queria poder dizer que eu tentei ser racional e escutar sua versão da história, mas a verdade é que eu estava tão enciumada e me sentia tão enganada que tais sentimentos me impossibilitaram de raciocinar direito.

— Ah não? – o tom de sarcasmo na minha voz era bastante perceptível – Vamos ver se eu refresco sua memória. Uma semana antes de enfrentarmos Cronos, você e Rachel estavam no carro do Sr. Blofis olhando para o mar, milhares de quilômetros distantes de quaisquer outros seres humanos. Uma tarde perfeita, o mar parecia ter um brilho especial só para vocês dois e eis que você beija a Rachel pensando em como ela é perfeita, linda e muito mais fácil de conviver do que “outras” pessoas.

Ok, eu dramatizei um pouco fazendo aspas no ar. Porém, é o tipo de coisa que ocorre quando se estava muito zangada.

— Di Immortales! – Percy jogou as mãos para cima e depois olhou para mim de forma intensa - Eu não beijei a Rachel, Annabeth! Foi ela quem me beijou!

Semicerrei os olhos bastante incrédula do que ele dizia.

Ele estava ali, dizendo que nunca beijara Rachel, que fora ela quem o beijara. Ao dizer isso ele também insinuava que o livro que eu li estava errado ou que eu era paranoica. 

Num primeiro momento, eu senti o impulso de não acreditar numa palavra do que ele dizia e que deveria começar a falar sobre como o livro não poderia estar errado e como todos os fatos batiam.

No entanto, antes de falar qualquer coisa, respirei fundo e analisei a situação. Eu me considerava uma boa julgadora de caráter e de saber quando alguém estava dizendo a verdade, principalmente alguém que eu conhecia há tantos anos como eu conhecia Percy, então, eu sabia pelo seu tom de voz, pelos seus olhos e pela sua forma de agir que ele estava sendo honesto.

Além disso, se eu parasse pra analisar aquilo de uma forma mais racional, eu deveria admitir que era bem estranho o fato de termos falado sobre o mito de haver livros sobre a história de cada pessoa e pouco depois o Percy esbarrar numa estante que tinha o seu livro. A situação toda era muito estranha, eram coincidências demais envolvidas.

— Foi ela que te beijou? – senti minhas sobrancelhas arqueando.

O quê? Não é por que eu estava tentando ter pensamentos racionais que eu conseguia evitar certos sentimentos.

— Sim! – Percy me olhava intensamente, a honestidade de suas palavras eram claras como o verde de seus olhos.

— Mesmo? – perguntei baixinho.

Mesmo sentindo que ele falava a verdade, eu continuava um pouco insegura, precisava ouvi-lo dizer aquilo novamente, dizer que fora Rachel quem o beijara, não o contrário. Pois se fosse assim... As coisas mudavam, já que eu sempre soubera que ela tinha uma queda por ele. Nesse caso, ela ter o beijado só confirmava isso, não queria dizer que Percy a amava.

Continuei encarando Percy que ainda não havia me respondido. Ele notou que eu estava mais calma, por isso suspirou e se aproximou de mim. Dessa vez eu não recuei.

— Sim, foi Rachel quem me beijou. – a verdade ainda era audível em sua voz – E eu fiquei muito surpreso com isso.

Percy fez uma cara de desentendido. Era interessante como ele ficava realmente muito fofo quando fazia essa cara.

Eu ainda não entendia algumas coisas, e estava curiosa também, afinal, se o que ele disse era a verdade, o livro estava errado. Ou seja, isso só tornava ainda mais suspeito todas aquelas coincidências dele ter esbarrado na estante, de eu ter pegado o livro e lido justamente aquela página. Eram coincidência demais, o que me fazia pensar que poderia ter sido algo feito de propósito. Mas por quem?

— Ficou surpreso por Rachel ter te beijado? – perguntei a ele. Será que ele realmente nunca notara a forma como ela o olhava? – Nunca reparou em como ela ficava quando estava perto de você? Digo, quando estava bem perto?

Esse “bem perto” saiu com um pouco mais de ênfase do que o necessário. Mas também, depois de me lembrar de como ela ficava perto dele, de como eles eram próximos, desafio qualquer um a não ficar com ciúmes depois de se lembrar disso. Ela podia ser minha amiga agora, só que certos fatos voltavam a minha mente de vez em quando, muitos fatos, para dizer a verdade...

— Como ela ficava quando estava perto de mim? – perguntou Percy enrugando a testa.

Olhei-o para ver se ele não estava fingindo, mas Percy parecia realmente falar sério. Me sentei na cama e me permiti cair na gargalhada depois de todos aqueles sentimentos negativos que haviam tomado conta de mim. Ao me ver assim, Percy sorriu e também sentou-se na cama.

— Só você mesmo para não reparar em algo assim, Cabeça de Alga!- bati gentilmente em sua cabeça, mas ainda sim, cai na gargalhada.

Eu estava tão aliviada por saber que Percy não havia beijado Rachel, por saber que fora o contrário, que era tudo mentira daquele livro, que aquilo só me fazia querer sorrir. E saber que ele não reparava na forma como Rachel ficava vermelha perto dele (ou no porquê de ela ficar assim), só me fazia querer rir e sorrir mais.

— No livro estava escrito que eu beijei ela? – perguntou Percy.

— Sim! – respondi enquanto me deitava e colocava o cotovelo sobre o colchão para que assim pudesse apoiar minha cabeça com minha mão – No entanto, não foi só isso, dizia também que você era apaixonado por ela.

Percy me olhou incrédulo.

— E você acreditou? Como pode acreditar nisso? Eu nunca amei a Rachel! Confesso que eu até gosto dela, mas como amiga. Não é da mesma forma como me sinto quando estou perto de você, nunca foi, na verdade. É, diferente a forma como me sinto em relação a você, é como se...

— Como se o que tivéssemos fosse completamente certo, ideal, eterno e único?

— Exato. – ele se aproximou de mim e tocou no meu nariz com seu dedo indicador – Quando estou com você é como se não existisse...

— Como se não existisse nada além de nós dois? – completei.

Ele assentiu e sorrimos juntos.

— Então, alguém deve ter sabotado aquele livro. Colocado lá de propósito, só me pergunto, quem será que fez isso? – eu não conseguia tirar isso da minha mente.

Percy deu de ombros e deitou ao meu lado na cama fazendo a mesma pose que eu.

— O que não nos falta são inimigos. Mas não vamos nos preocupar com isso agora, temos outras coisas com que nos ocupar, como a missão. Porém, saiba, quando eu descobrir quem é, essa pessoa irá se arrepender.

— Com certeza! – disse sorrindo levemente- Pois terá que lidar com nós dois.

Rimos novamente, mas eu voltei há ficar um pouco pensativa.

— Então eu não estou mais encrencado, estou? – perguntou Percy, nossos rostos tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração contra minha pele.

Eu sorri.

— Depende.- me distanciei um pouco, fazendo uma pausa que deixou Percy um pouco preocupado – Você tem um bom motivo para ter alagado a biblioteca de Dédalo?

A cara de assustado que Percy fez só me deixou com mais vontade de rir, mas contive a risada, queria ouvir suas explicações. Na verdade, eu já deduzira que ele alagara a biblioteca para criar uma espécie de espelho e assim petrificar o basilisco, mas ver Percy preocupado com o que iria dizer e preocupado com a minha reação... Estava muito divertido. Não iria fazer mal judiar dele mais um pouquinho. 

Esperei que ele começasse a falar.

— Tem alguma coisa a dizer em sua defesa? – perguntei olhando-o seriamente.

Percy engoliu em seco.

— Bem... Eu sei que ter inundado a maior biblioteca do mundo foi uma coisa muito estúpida, mas garanto que tem uma ótima explicação. Além disso, vale lembrar que foi só uma seção da biblioteca. 

— Uma seção que provavelmente tinha uns mil e quinhentos livros. Mas continue, que tipo de explicação? – perguntei franzindo as sobrancelhas, como se estivesse preocupada com o que ele iria dizer.

— Olha, Annabeth, - ele respirou fundo para depois soltar um turbilhão de palavras- Eu só fiz aquilo para que o basilisco olhasse para a água, visse sua própria imagem refletida e assim ficasse petrificado, a água funcionaria como um espelho, só que acabei me esquecendo que aquilo era uma biblioteca e que por isso os livros iriam ficar molhados. Foi isso. Por favor, não me mate!

A última frase Percy disse como brincadeira, eu acho. Enquanto ele explicava tudo, meu rosto começara a assumir feições de alegria e não pude evitar sorrir.

— Eu não vou te matar, Cabeça de Alga. – voltei a me aproximar dele – E eu já imaginava que foi por esse motivo que você alagou a biblioteca, seu bobo.

Percy suspirou aliviado e deitou-se sobre suas costas, sua cabeça encostada no travesseiro. Ele olhou para mim e me puxou gentilmente em sua direção, fazendo com que minha cabeça repousasse contra seu peito e me permitisse ouvir a batida acelerada do seu coração enquanto seu braço permanecia ao meu redor.

Como era bom ficar daquele jeito, mesmo com as roupas dele estando molhadas e nós estamos completamente sujos, aquilo era bom! Ainda mais depois de achar que ele gostava da Rachel e que preferia ela do que a mim, por mais que eu tivesse pensado isso por um pouco menos que uma hora, fora a um dos piores sentimentos que eu já havia sentido, fora horrível! Mas agora, ouvir seu batimento cardíaco começando a estabilizar enquanto seu polegar fazia movimentos circulares no meu braço, provando que ele ainda era meu e que eu era dele, era tão sensacional, tão certo, que fazia eu me sentir uma estúpida por ter acreditado nas palavras daquele livro.

— Mas se você sabia do motivo pelo qual eu estourei o encanamento, então por que me pergun... – começou a dizer Percy, logo depois suas sobrancelhas se arquearam - Então estava me enganando é, Sabidinha?

Sorri.

— Não estava te enganando, mas ver você fazendo aquela cara de “estou ferrado” é tão engraçado. Foi irresistível para mim não me aproveitar um pouquinho.

Virei minha cabeça de forma que pudesse olhar para Percy e assim permitir que ele visse meu sorriso.

— Então você não está zangada comigo? – perguntou ele.

Fiz uma careta antes de responder. 

— Zangada, zangada não, mas acho que ainda estou meio incomodada.

Percy me olhou em dúvida.

— Incomodada com o quê? 

— Por você não ter me contado antes que a Rachel te beijou. – disse eu desviando os olhos para a parede – E descobrir isso agora, só me faz pensar se algum dia você teria me contado ou guardaria isso para si mesmo para sempre.

Com a mão que estava livre, Percy segurou meu rosto delicadamente, me obrigando a olhar nos seus olhos.

— Eu não te contei isso por que não achei necessário, porque para mim o beijo de Rachel não significou nada. Além do mais, eu não pensava que você fosse querer saber isso, pensava que o que realmente importava era estarmos juntos.

Aquelas palavras aliviaram meu coração, mas como já disse, sou um pouco teimosa.

— Bem.. É só que... como eu e ela víramos amigas... – eu comecei a falar, mas me lembrei que ele disse que o beijo não significou nada. – Você disse que o beijo não significou nada? – perguntei olhando-o intensamente.

— Nada! Absolutamente nada. – disse ele, seus lábios tão próximos dos meus que uma vontade louca de beijá-los surgiu dentro de mim – E para dizer a verdade, ela nem beija bem. – Percy fez uma careta, mas eu sabia que ele estava fazendo aquilo pra me agradar– Já você, por outro lado, beija maravilhosamente bem.

Sorri.

—  Obrigada! – disse me desvencilhando dos seus braços e me levantando da cama - Mas não pense que isso irá livrar a sua cara.

Percy também ficou de pé e parou de frente para mim.

—  Eu não queria livrar minha cara, só disse a verdade! Ainda está incomodada?

Assenti com a cabeça.

Percy sorriu de forma travessa.

— O que você vai fazer? – perguntei quando notei que ele se afastou um pouco para me avaliar dos pés a cabeça, o sorriso travesso permanecia no seu rosto – Percy, o que você vai aprontar? São seis da manhã e...

Porém eu não pude continuar a falar, pois Percy agora se encontrava atrás de mim, suas mãos posicionadas em minha cintura, sua respiração leve em meu pescoço fazendo com meu coração ficasse acelerado.

—  O que está fazendo? – eu sei, pergunta imbecil a minha, mas eu não estava conseguindo pensar coerentemente com as mãos de Percy se movendo sob minha blusa.

—  Sabe, as pessoas dizem que o melhor das brigas são as reconciliações. E estava pensando: já que essa é nossa situação, queria saber se é verdade. Então me responda, ainda está incomodada?

— Sim. – respondi com certa firmeza, entrando um pouco no jogo.

— Hum... – murmurou Percy, agora seus lábios percorriam meu pescoço, durante um tempo ele ficou dando beijinhos nessa área e não pude evitar ficar arrepiada – Ainda incomodada?

—  Ainda. – respondi num sussurro.

Pude sentir Percy sorrir contra meu pescoço, suas mãos deixaram de percorrer minha cintura por sob minha blusa, seus lábios deixaram minha pele e por um momento terrível pensei que ele fosse parar. Mas Percy voltou a segurar minha cintura e num movimento rápido me girou, fazendo com que nossos rostos ficassem frente à frente.

Seus olhos verde mar me hipnotizavam e eu até esqueci-me do porquê de estar incomodada. Porém, o jogo estava interessante demais para que acabasse agora.

— Certeza de que ainda tem algo te incomodando? – perguntou ele com o rosto tão próximo ao meu que eu podia sentir o frescor que vinha de sua boca.

Eu estava tão apaixonada e tão fascinada, que não tinha mais forças para falar, por isso, acenei com a cabeça. Sorrindo, Percy segurou meu rosto delicadamente enquanto seus lábios se aproximavam lentamente dos meus.

Quando os nossos lábios se juntaram e a língua de Percy pediu passagem para entrar em minha boca, era como se não existisse um mundo lá fora. Era como se monstros e missões significassem nada, pois a única coisa que realmente importava, era estarmos juntos, era sentir o gosto de mar, sol e paixão que vinha da boca dele.

Minhas mãos percorreram os cabelos negros de Percy, desgrenhando-os ainda mais.

O beijo intenso teve de acabar antes do que eu deseja, porque ambos estávamos com falta de ar. Mas isso não nos impediu de ficarmos com as nossas testas grudadas uma na outra e que sorrisos enormes ficassem estampados em nossos rostos. 

—  Então, depois desse lindo sorriso, devo imaginar que não tem nada mais te incomodando.

Sacudi a cabeça.

—  Não, não estou mais incomodada com nada, Cabeça de Alga. - segurei a mão de Percy, continuava sorrindo feito uma boba apaixonada – Sabe, Percy, acho que as pessoas tem razão, o lado bom das brigas é a reconciliação.

—  Não são só os outros que têm razão, eu também tenho. – disse ele sorrindo – Como eu disse antes, seu beijo é maravilhoso.

Percy continuou sorrindo e mesmo sendo seis da manhã, e mesmo estando cansada, sorri junto.

No entanto, meus olhos acabaram vagando pelo quarto, olhando para o laptop e o livro de Dédalo, e me fazendo lembrar da missão.

Suspirei enquanto me afastava dele.

—  É melhor irmos dormir, Percy, amanhã, ou melhor, hoje será um longo dia.

O sorriso de Percy se desmanchou um pouco, mas logo depois ele me olhou em duvida.

—  Vai trocar de roupa?- perguntou.

Num gesto mecânico, assenti, o que fez Percy sorrir e ficar vermelho. Só quando vi suas bochechas corarem intensamente é que me toquei de que o que ele realmente queria saber era se eu iria colocar a camisola. Ao notar isso, fiquei mais vermelha do que a camisola rendada que eu teria que usar.

— Você será solidário? – perguntei a Percy, reunindo um pouco da coragem que eu tinha e lembrando de como ele fora “solidário” algumas horas atrás.

Percy assumiu um tom leve de vermelho, mas assentiu.

Me sentindo um pouco menos envergonhada, peguei minha roupa de dormir e pensando em quem seria o culpado de ter sabotado aquele livro, fui em direção ao banheiro. Mas quando fiz isso notei que Percy saiu da beirada da cama e se sentou no meio dela.

Intrigada, resolvi fazer uma pergunta:

—  Por que mudou de lugar?

Percy olhou para mim e logo depois respondeu:

—  Para não cair de novo no chão quando você sair do banheiro.

Olhando para baixo, entrei sorrindo no banheiro.

Só você mesmo, Cabeça de Alga! — pensei comigo mesma – Se bem que... É melhor eu fazer a mesma coisa, senão, serei eu que vou cair da cama quando você sair do banheiro.


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Notas finais do capítulo

Então.. Espero que tenham gostado.