Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 37
Capítulo 37: Os Stoll me pagam!


Notas iniciais do capítulo

Oi! Alta madrugada e eu aqui postando!
Obrigada pelos elogios! Mas nesse capítulo ainda os deixarei curiosos sobre o que Bryan encontrou. Nesse capítulo teremos POV Annabeth, o próximo será do Percy.
Boa leitura!



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Annabeth’s POV

Logo após a porta do elevador em que Bryan estava ter se fechado, virei-me e segui pelo final do corredor. Eu havia decidido que deixar Bryan dar uma volta sozinho era o melhor, ele precisava de paz e de ninguém o perturbando para poder processar toda a informação que recebera, ele merecia no mínimo isso.

Cheguei à porta do quarto onde havia uma plaquinha dourada com o número 810. É, aquele era o meu quarto. Passei o cartão pela fenda e a porta se abriu.

Para minha surpresa, o quarto era lindo! Não que o de Bryan não fosse,  na verdade, eu nem havia prestado muita atenção no quarto dele porque estava preocupada demais com o que diria, mas aquele ali... Era lindo!

Não era um quarto enorme, seu tamanho era comum para um quarto de hotel, mas todos os detalhes do local o transformavam em algo muito bonito de se apreciar. Meus olhos percorreram cada centímetro, analisando cada coisa, até que pararam na enorme cama King Size que se encontrava no centro do quarto. Meus olhos ficaram um pouco arregalados e logo eu estava colocando o cabelo atrás da orelha, o que só podia significar uma coisa: eu estava nervosa.

Nervosa por que, Annabeth? – eu me perguntava desesperadamente, tentando achar uma resposta decente.

Eu não estou nervosa. Só fiquei surpresa de ter uma cama dessas em um quarto que nem é de luxo. — eu respondia a mim mesma em minha cabeça.

Só isso? – novamente eu estava ali, me enchendo com minhas próprias perguntas, perguntas essas totalmente desnecessárias.

Sim, só isso, e não tem nada haver com o fato de que Percy vai dormir do meu lado nessa cama. Não mesmo!— tentei me convencer disso, mas logo suspirei, derrotada – A quem eu estou tentando enganar?! É claro que eu estou nervosa e é claro que é por isso.

Mas por que isso? Você já dormiu ao lado de Percy, ontem mesmo vocês dormiram juntos no chalé de Poseidon.

Sim, isso era verdade, havíamos dormido juntos no chalé de Poseidon e não acontecera nada além de uns “amassos”. Mas ali era diferente, não era um beliche de solteiro, era uma cama de casal, uma cama King Size, não queria nem pensar no que poderia acontecer ali.

Não pense então! Porque não vai acontecer nada de mais, vocês dois só têm 16 anos e só namoram há 1 mês, nada de mais vai acontecer.

Como eu queria acreditar nessas palavras, na verdade, ficava fácil pensar nelas quando Percy não estava tão perto. No entanto, eu sabia que assim que eu o visse, seria difícil me lembrar o que eu estava pensando, pois ficaria perdida em seus olhos verde mar e, muito provavelmente, nem lembraria meu nome. Sendo assim... Isso de não rolar nada, poderia ser um pouco complicado de fazer.

Eu sei, eu sei, você deve estar pensando se essa realmente sou eu, e podem acreditar, sou eu mesma, um pouco diferente talvez, mas ainda era eu. Diferente porque estava apaixonada, e acho que a maioria das pessoas ficam assim quando estão apaixonadas: perdem a razão.

Fui retirada de meus devaneios ao ouvir a porta do quarto sendo aberta. Virei-me, dando de cara com Percy, que trazia várias embalagens de lanches do Mc Donald’s nas mãos.

O Cabeça de Alga se atrapalhou todo em fechar a porta, porque estava com a mão ocupada.

Corri em sua direção, pegando um dos lanches antes que caísse no chão.

— Está difícil aí, Percy? – perguntei dando uma risadinha enquanto fechava a porta.

— Sim! – disse ele também rindo enquanto colocava tudo sobre uma mesinha perto da janela – Obrigado por não ter deixado cair nada no chão, seria uma bagunça.

— De nada, Cabeça de Alga. – disse enquanto colocava o pacote que eu segurava em cima da mesinha.

— Você sabia que o restaurante iria estar fechado, né? E que eu teria que ir até o Mc Donald’s.

Assenti, ele apenas olhou pra cima, suspirou e me abraçou.

Em seguida cada um escolheu sua própria comida, deixando separada para Bryan também. Percy avaliou a enorme cama de olhos arregalados, reparando nela pela primeira vez, mas sacudiu a cabeça e voltou ao normal. Logo depois sentamos juntos na cama segurando nossos lanches.

— Annabeth, eu encontrei Bryan no elevador quando eu estava subindo, ele estava saindo e nos vimos. – disse Percy logo após comer um enorme pedaço de hambúrguer – Parece que ele não reagiu muito bem à notícia, não foi?

Comi um pedaço do meu sanduíche antes de responder.

— É cedo para dizer, ele disse que precisava de um tempo para pensar, muita informação na cabeça, foi o que ele disse. Para ser honesta, eu até pensei em segui-lo, estava com medo que fizesse alguma besteira. Mas o melhor a fazer é deixá-lo um pouco sozinho mesmo.

— Besteira? – perguntou Percy.

— É, não sei Percy, algumas pessoas não ficam bem após descobrirem que foram meio que “enganadas”, mesmo quando é para seu próprio bem.

Continuamos a comer, na minha cabeça repassava a conversa com Bryan. Será que fora mesmo certo contar tudo para ele só agora? Será que não deveria ter contado no mesmo dia em que descobri? Me colocando no lugar dele... Eu não gostaria de que omitissem algo importante como aquilo de mim.

Havíamos terminado de comer em silêncio, sentia que Percy me avaliava.

— Ele vai pensar bem e se dar conta de que a mãe dele só o protegeu.- disse Percy se aproximando de mim, parecia ter ouvido minha mente, ou no mínimo, visto em meus olhos – Você não precisa ficar se culpando por não ter contado antes, Quíron pediu que esperasse, sua mãe pediu que esperasse, você só os obedeceu. E você também fez certo em dar um tempo para ele pensar, é o mais correto a ser feito, deixar ele refletir.

Percy segurou minha mão, era incrível como conseguíamos ler as emoções um do outro apenas pelo olhar. E era incrível também como só o fato de ele segurar minha mão já me havia acalmado; como só olhar para seus olhos tornava todo o resto secundário.

Mas eu era uma filha de Atena, e havia a missão, as ameaças de Phobos, a história de Bryan, a misteriosa profecia que dizia que a espada era amaldiçoada. Tudo!

— Eu sei, Percy, mas estou preocupada, não só com o Bryan, com tudo. Para começo de conversa: temos uma missão a qual nem sabemos por onde começar.

— Nós vamos conseguir, sempre conseguimos. Estarmos juntos é o que importa.

Olhei para Percy, estávamos frente a frete, encostei minha testa na dele.

— Isso se Phobos não nos matar ou nos separar primeiro. – disse eu, os olhos querendo ficar marejados.

Não era típico de mim querer chorar, mas eu havia chegado ao meu limite naquele dia. Não tínhamos pistas do que iríamos enfrentar pela frente, nem se iríamos conseguir completar a missão, parecia que a cada passo que dávamos estávamos sendo vigiados, tanto pelos deuses como pelo o que queria acabar conosco. Mas o que mais me aterrorizava não era a missão em si, e sim as ameaças de Phobos, parecia que ele estava fora de controle e mesmo eu sabendo que poderíamos dar um jeito, o medo ainda me perseguia.

— Essa foi a visão que ele te mostrou, não foi? De nós nos separando.- disse Percy olhando em meus olhos, os dele mesmo pareciam tristes – Nunca vamos nos separar, Annabeth Chase! Eu te amo. Ele não vai matar nenhum de nós, ok? – disse Percy enquanto colocava uma das mechas do meu cabelo atrás da orelha, entretanto, senti que ele também dizia aquilo para si mesmo.

Pensando bem, Percy tinha razão, tínhamos que dar um jeito de passar por cima de certos medo, o que iria requerer bastante tempo para que eu pudesse pensar em algo. Esfreguei meus olhos, impedindo que as lágrimas caíssem.

— Ok, Cabeça de Alga! – respondi colocando uma de minhas mãos em seu cabelo e diminuindo a distância entre nós - E eu também te amo, Perseu Jackson!

O beijo começou delicadamente, de forma que eu estava aproveitando para sentir a maciez dos seus lábios, lábios que ainda tinha o gosto da Coca-Cola que ele havia acabado de tomar e que só tornava tudo melhor.

Meus dedos entrelaçavam-se no cabelo de Percy, enquanto as mãos dele seguravam meu rosto. Logo o beijo foi se aprofundando, ficando mais rápido e urgente, de forma que as mãos de Percy foram para a minha cintura e a minhas percorreram sua nuca. Sua boca seguiu para meu pescoço, fazendo um caminho de ida e volta até os meus lábios, deixando um rastro de fogo por onde passava, isso só fez com que meu coração batesse mais rápido dentro do peito.

Naquele momento eu só queria ficar com Percy, só queria tê-lo o mais perto possível, eu precisava dele, precisava para sempre, eu queria ele.

Por impulso, subi para o colo de Percy, que ainda percorria com os lábios o caminho da minha boca até o meu pescoço, enquanto eu o puxava pela gola da camisa para mais perto de mim. Seus braços apertaram ainda mais minha cintura.

Ainda levada pelo momento, passei minhas mãos por sob sua camisa, meu coração martelando ao sentir o calor de seu corpo se espalhando pelas minhas mãos. Os lábios de Percy voltaram a encontrar os meus e durante o beijo intenso, mordisquei seu lábio inferior. A mão de Percy passou por debaixo da minha blusa, me puxando mais para si, e isso fez com que perdêssemos o equilíbrio, Percy caiu de costas na cama e eu fiquei por cima dele.

Nossos lábios se separam para que pudêssemos respirar, mas não só para isso. Eu... Eu não tinha certeza de que estava pronta para dar um passo daqueles, ainda não.

— Percy! – eu disse ao mesmo tempo em que ele falava: “Annabeth”.

Sorrimos juntos, nossas testas se tocando, para logo depois olharmos um para o outro, tão intensamente que até esqueci do fato de estar por cima de Percy.

— Acho melhor esperarmos. –disse Percy – Não que eu não queira... Você sabe, fazer amor com você, mas...

Percy ficou vermelho, e pude me sentir da mesma forma.

— Mas precisamos pensar mais sobre isso. – disse eu – É um passo muito importante, fora que precisa de... Proteção. E somos muito jovens.

Ele assentiu, sabíamos que não envolvia apenas isso, havia mais: nossos pais, a situação em que nos encontrávamos e o lugar. Não que o hotel fosse feio, como eu disse antes, era lindo, mas eu sempre imaginara algo mágico, especial. Pode parecer bobo, mas era algo único e eu queria lembrar para sempre, só não queria ficar lembrando daquilo para sempre se fosse ali, naquele quarto, num dia em que havíamos levado avisos de minha mãe e ameaças. Por mais que eu amasse Percy e soubesse que ele era a pessoa certa, eu ainda era a filha da deusa da sabedoria, sabia que todas as ações tinham consequências, ainda mais quando essas ações não eram planejadas.

Sai de cima de Percy, que voltou a sentar na cama. Me olhando, ele não parecia desapontado com o fato de termos parado, algo que os garotos de sua idade com certeza estariam, ele parecia realmente pensar o mesmo que eu.

Perseu Jackson é um cavalheiro, quem diria!— disse minha consciência – Um cavalheiro com pegada, mas mesmo assim, cavalheiro.

Sacudi a cabeça e saltei da cama, ficando de pé.

— O que vai fazer? – perguntou Percy quando viu que peguei minha mochila – Vai sair?

Revirei os olhos.

— Não, Cabeça de Alga, vou apenas tomar um banho. – disse eu entrando no banheiro e fechando a porta atrás de mim.

************************************************************************

Sai do banho frio enrolada numa toalha. O banho frio não tinha sido tanto pelo clima, já que o quarto tinha ar condicionado, fora mais por causa de outro tipo de calor.

Era engraçado como um bom banho era capaz de relaxar e fazer você esquecer dos problemas, pena que essa sensação não continua quando você sai do banho.

Após vestir a parte debaixo da minha lingerie, fui em direção a minha mochila, procurar meu baby doll que estava perdido em algum canto dela. Enquanto isso fiquei pensando em onde Bryan poderia estar. Enquanto uma parte de mim questionava o estado do meu amigo e sua localidade, outra parte pensava em Percy.

Comecei a ficar estressada, havia mexido na mochila inteira e nada de achar minha roupa de dormir. Resolvi tirar tudo dela para achar meu objetivo e mesmo assim eu não a encontrei, mas eu tinha certeza que tê-la colocado ali.

Em seu lugar achei uma camisola vermelha de renda, com uma abertura na perna.

— O que é isso? – me perguntei.

Junta com a mesma achei um bilhete:

Querida Annabeth,

Você deve estar se perguntando como essa linda camisola foi para aí, né? Sabemos que quer muito nos agradecer por tirar aquela coisinha que você chama de pijama da sua mochila, mas não se preocupe, fizemos isso por puro prazer de ajudar, ou atrapalhar, como preferir.

Esperamos que use.

Com todo carinho e amizade

Connor e Travis Stoll.

PS: Tivemos ajuda do chalé de Afrodite.

PS do PS: Não queira nos matar.

Pude sentir a raiva me dominando. Aqueles dois seres haviam entrado no MEU chalé, mexido nas MINHAS coisas e ainda queriam que eu não os matasse. Até parece, eles iriam ver só! Quando eu voltasse para o acampamento eles iriam aprender no que resultava ficar mexendo com uma filha de Atena.

Mentalmente xinguei-os até não poder mais, lançando pragas em grego antigo de todos os tipos.

— Está tudo bem aí, Annabeth? – perguntou Percy depois de ouvir alguns de meus xingamentos – Quer ajuda?

— Não! – gritei rapidamente – Não precisa!

Envergonhada olhei novamente para a camisola. Eu não vou usar isso, não mesmo.

Revirei tudo na minha mochila e, há não ser que eu quisesse dormir de calcinha e sutiã, a melhor coisa era a camisola de renda. 

Argh! Esses irmãos Stoll vão me pagar. Ah, se vão.

Com um pouco de muita raiva vesti a camisola, me olhando no espelho logo em seguida.

Ok! Tenho que admitir, ela era bonita e não era transparente, o que já era um começo. Mas aquela abertura do lado da perna esquerda... Bem, me entenda, eu sou namorada de Percy, eu o amo, no entanto, usar aquela camisola que as filhas de Afrodite escolheram para mim, sendo que ele veria, me deixava sem graça.

Protelei mais um pouco dentro do banheiro, verificando se não poderia vestir outra coisa. Olhei meu relógio, eu estava ali há quase 20 minutos, tinha que sair do banheiro antes que Percy decidisse entrar para saber o que estava acontecendo.

Por um momento, antes de abrir a porta, desejei que ele estivesse dormindo, mas assim que a abri, reparei que Percy estava muito acordado, sentado na cama girando a caneta que virava Contracorrente na mão.

Meu plano era ir silenciosamente para seu lado e me envolver o mais rápido que pudesse com a colcha, porém a porta do banheiro fez barulho quando eu a encostei, o que fez Percy olhar diretamente para mim.

Ao me olhar, Percy, que estava na beirada da cama, caiu.

Joguei minha mochila de lado e fui ajudá-lo a se levantar.

— Tudo bem, Percy? – perguntei, por um momento me esquecendo de meus trajes.

— A-A-A-Annabeth! – ele gaguejou, seus olhos arregalados – O que você está vestindo?

— Uma camisola. Nunca ouviu falar. - segurei seu braço e o ajudei a voltar a sentar na cama, já que ele parecia concentrado demais em olhar para onde não devia para conseguir se levantar sozinho.

— Sim, já, mas é que você está muito... muito...

— Indecente? – sugeri enquanto me sentava ao seu lado na cama.

— Linda! – seus olhos verdes vagavam por meu corpo embora ele parecesse tentar não fazer isso – Mas eu não sabia que você tinha roupas de dormir tão... Hum... Assim.

Ele disse 'assim', como quem diz 'sexy'.

— E eu não tenho, mas esse foi um presentinho dos irmãos Stoll, ou melhor, pegadinha.

Ele me olhou dos pés a cabeça, parecia não ter ouvido uma palavra do que eu disse, estava com a boca escancarada.

— Feche a boca, Cabeça de Alga! E saiba que meus olhos ficam bem mais acima do que para onde você está olhando.

Ele corou violentamente ao perceber que havia sido pego em flagrante.

— Desculpa.

Resolvi provoca-lo um pouco, afinal, eu já estava naquela situação mesmo, poderia aproveitar um pouco. Me aproximei lentamente dele e disse em seu ouvido:

— Quer dizer que agora você também baba quando está acordado, Cabeça de Alga? 

Ele me olhou novamente, assentindo com a cabeça, parecia nem conseguir falar.

— Acho melhor eu tomar um banho bem, mas bem frio!- disse ele ao olhar mais uma vez para a abertura da camisola na minha perna — É melhor eu ir logo, antes que acabe fazendo alguma loucura.

Soltei uma risadinha enquanto Percy pegava suas coisas e ia para o banho. Assim que ele fechou a porta, peguei o laptop de Dédalo, me cobri com uma colcha e comecei a pesquisar sobre a espada de Atena, pensando em como havia sido interessante ver a reação de Percy ao me ver um pouco mais sexy. 

Se passaram alguns minutos desde que começara minha pesquisa. Eu bebia um copo d’água enquanto olhava para a tela do laptop, não achara nada sobre a espada até aquele momento. Estava pensando em desligar o aparelho quando Percy saiu pela porta do banheiro.

Engasguei com a água ao visualizar Percy, vestido apenas com uma cueca boxer branca.

Meus olhos, sem minha permissão, percorreram seu tórax, descendo em direção ao abdômen e seguindo para um volume no meio das pernas...

Voltei a olhar para cima quando cheguei nessa área. Podia-me sentir vermelha feito um tomate.

— Engasgou? – perguntou Percy se sentando ao meu lado e puxando a colcha para si.

Olhei meio assustada para ele.

— Cadê o resto das suas roupas? –perguntei – Não vai me dizer que os Stoll também fizeram uma pegadinha com você.

Eu não estava reclamando da visão que eu estava vendo. Estava maravilhada,  na verdade, embora bastante surpresa e envergonhada.

— Não fizeram nada disso, só quis ser solidário a você. – disse ele se aproximando e olhando a tela do laptop.

Eu sorri.

— Só você mesmo, Jackson! – e cochichei em seu ouvido: – E saiba, você também está muito lindo!

Eu corei ao dizer isso, mas sorri.

— Você é que é linda! – disse ele me dando um selinho.

— O que seria de você sem mim, heim, Jackson?- disse eu sorrindo e brincando com ele.

— Na verdade, eu não seria nada. – disse ele – Pois, tenho impressão que sem você, eu já estaria morto.

— Disso eu tenho certeza! Sem mim você não estaria vivo, Jackson, os monstros já teriam acabado com você há muito tempo.

Ele riu.

— Ah! Mas você também estaria morta se eu não existisse. – disse ele se sentando mais próximo de mim.

— Se está se referindo ao episódio de Atlas, pode saber que se você não existisse, eu nem estaria lá para começo de conversa. – disse eu fingindo estar brava.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Quem disse que eu estava falando disso? O que eu quero dizer é que sem a minha ilustre pessoa você estaria sem chão.

— Vai sonhando. – disse eu revirando os olhos.

— Ah é? – Percy aproximou sorrateiramente de mim, fechou a tela do laptop e o colocou sobre a mesinha de cabeceira.

— Ei! Meu laptop, Percy! O que você vai fazer? – perguntei com uma pontada de desespero,  eu conhecia aquele olhar travesso.

Ele se aproximou, começando a fazer cócegas em minha barriga. Eu não conseguia para de rir.

— Pa-Pa-Pare! – eu disse em meio as gargalhadas.

— Não, não, não! – disse ele.

Eu sabia que ele ia continuar me fazendo rir, eu podia pará-lo, mas eu não queria, estava me divertindo muito.

Mas Percy parou, não porque quisesse, e sim porque alguém estava batendo na porta do quarto.

— Quem será? – perguntou Percy.

Revirei os olhos.

— Deve ser Bryan querendo comer, Percy!

Ele assentiu, levantou da cama, vestiu suas calças jeans e abriu a porta. Já eu me cobri totalmente com a colcha, não queria que Bryan me visse daquele jeito.

Era o próprio filho de Zeus que estava na porta.

— Quer seu lanche, Bryan? Se quiser é só...

— Não, não. Não é nada disso! Vocês precisam vir comigo! – disse o Bryan, o que quer que fosse, deveria ser importante, pois seu tom era urgente.

— Fazer o que, Bryan? – perguntou Percy – São cinco e meia da manhã.

— É importante, acho que descobri algo que pode nos ajudar na missão, está no porão do hotel.

— O que é? – perguntei sem sair debaixo da colcha.

— Não tem como eu explicar! – disse ele, os olhos azuis pediam para que fossemos com ele – Vocês têm que vir comigo.

Percy e eu trocamos olhares, assenti.

— Bryan, nós já vamos, nos espere no corredor. – disse eu.

Bryan assentiu e Percy fechou a porta.

Peguei minha mochila, entrei no banheiro e coloquei uma muda de roupas limpas.

Estava ansiosa para saber o que Bryan iria nos mostrar. Será que era realmente algo que nos ajudaria na missão? Eu rezava aos deuses para que sim. 


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