Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 28
Capítulo 28: Bryan é mais esperto do que eu pensava


Notas iniciais do capítulo

Hello, guys! Tudo bem com vocês?
Então, esse capítulo é explicativo, para vocês entendam um pouco do que eu estou bolando.( rindo malignamente).
Boa leitura!



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Annabeth’s POV

Aqueles versos foram se fixando em minha mente um por um. Alguns não faziam sentido algum, outros pareciam esclarecer algo, e o último havia me deixado nervosa temerosa.

Os olhos de Rachel se fecharam e ela pareceu perder as foras. Estava prestes a cair no chão, não fosse Percy e eu termos a segurado antes disso. Levamos Rachel até uma cadeira da varanda e a sentamos lá.

— O que foi isso? – Bryan parecia assustado com o que vira e eu não podia culpá-lo – Do nada ela ficou estranha. Os olhos dela ficaram com uma espécie de névoa verde e... Aquela voz...

Percebi que Bryan ficou arrepiado e se estremeceu ao meu lado. Minha reação não fora diferente, só que eu ao menos conseguia disfarçar um pouco após ter experiências mais sombrias com o antigo Oráculo (que era mais uma múmia do que qualquer outra coisa). De certa forma era bom não ter que ir mais ao porão falar com aquilo, mas ver Rachel assumir o espírito de Delfos assim, do nada, era mais apavorante ainda.

Percy também estremeceu levemente e, após colocarmos Rachel sentada e Quíron tentar fazer com que acordasse, ele me olhou preocupado. Provavelmente, assim como eu, ele estava preocupado com os versos da profecia.

Cada vez que eu pensava nisso, ficava mais nervosa.

— Ela parecia possuída quando falou aquilo, tinha uma voz estranha, e aquela névoa... - algo pareceu se iluminar na cabeça de Bryan, como se ele estivesse ligando os pontos de algo — Nas histórias da mitologia, as pessoas que possuíam o espírito de Delfos faziam o mesmo. O  que quer dizer que... Ela é o oráculo atual, certo? E o que ela falou... Foi uma profecia?

Troquei olhares com Percy. 

— Sim, ela é o nosso oráculo. E sim, o que ela falou é uma profecia. – disse Quíron enquanto Rachel abria os olhos – Só precisamos saber para quem é essa missão, embora eu tenha quase certeza de que é para...

— O que houve? – perguntou Rachel já acordada – O que eu disse?

Ela não tinha noção do que dizia quando o espírito se apossava dela, o que sempre a deixava frustrada e querendo saber exatamente o que disse quando acordava.

Para minha surpresa, quem a respondeu foi Bryan.

“Três semideuses em uma busca irão/ Atrás de algo sem salvação/ Um inimigo irá escapar/ Com a ajuda daquilo que quer levantar/ Antigas profecias serão reveladas/ E no final, uma decisão mortal a ser tomada.”

Olhei para Quíron que já tinha uma ruga de preocupação na testa.

Aqueles versos eram preocupantes e se aquela missão era para achar o que estava pensando...

— Mas atrás do que nós vamos? – perguntou Percy – E como vamos atrás de algo sem salvação? Parece uma missão suicida.

— Que inimigo fugirá? –perguntou Bryan – E quem o irá ajudar?

Percy e eu ficamos trocamos olhares significativos, poderia ser qualquer um de nossos inimigos, ainda mais agora que possuíamos um que era um deus.

— Quíron, Cronos poderia se... Reerguer? – perguntou Percy, ainda alarmado pela grandiosidade de nossa última guerra.

— Não, ele foi vencido, demorará algum tempo para tentar alguma coisa. – ele não parecia totalmente convicto disso.

— No momento não importa isso, não adianta ficarmos tentando adivinhar quem é nosso inimigo se nem ao menos vocês sabem atrás de que temos que ir. – me coloquei diante de todos enquanto falava, o que fez Rachel me olhar com interesse.

— E você sabe? – perguntou Percy em dúvida.

— Sim. - respirei fundo – Temos que ir atrás da espada de minha mãe.

Percy e Rachel me olharam sem entender muito. Já Bryan ficara com os olhos arregalados e Quíron olhou para os lados.

— É melhor conversarmos sobre isso em minha sala.

Após entrarmos e sentarmos em algumas cadeiras da sala de Quíron, Percy ficou me encarando, esperando uma explicação.

— Você disse que vamos atrás da espada de Atena. A espada foi roubada? – perguntou Percy.

— Não. –disse Quíron antes de mim – Na verdade, ela foi... Jogada fora, por assim dizer. Foi uma decisão dos deuses.

É, parece que minha mãe já tinha contado aquilo a Quíron.

Bryan não parecia prestar muita atenção ao que dizíamos.

— Como alguém joga uma espada fora? – perguntou Rachel – Ainda mais a deusa da Sabedoria.

— Você não ouviu? Não foi minha mãe que decidiu jogá-la fora, foi uma  votação do conselho olimpiano que decidiu isso. – disse começando a ficar irritada com a insinuação de Rachel, de que aquela atitude de minha mãe não fora nada inteligente. Quando na verdade, nem fora ela quem decidiu isso.

— Tipo... Atena a jogou onde? No lixão olimpiano? – perguntou o Cabeça de Alga.

Eu já ia começar a me zangar com ele por ser tão bobo e lerdo. Mas parece que Bryan perdeu a paciência antes de mim.

— Obviamente não foi isso que aconteceu, Jackson. – disse Bryan rolando os olhos – Como pode achar que foi isso? – então se virou para Quíron – Tem certeza de que deu aulas sobre mitologia grega para ele?

Quíron sorriu e Percy olhou para a cena irritado.

— Se sabe tanto, espertinho, me diz: onde a espada foi jogada?– perguntou Percy cruzando os braços sobre o peito.

Bryan revirou os olhos novamente. Aquilo seria interessante.

— Provavelmente no rio Estige, em vários mitos gregos é lá que jogam tudo que não serve. E tenho certeza de que não foi Atena que a jogou lá, já que, se os contos estão certos, deuses não podem entrar no território de outros sem receber um convite. Também duvido que o próprio Hades a tenha jogado fora, ele deve ter mandado algum servo fazê-lo. Estou certo, Annabeth? – ele olhou para mim.

Arqueei uma sobrancelha. Ele sabia muito sobre mitologia, mais do que eu esperava. A mãe havia investido bastante em ensiná-lo as histórias gregas, o que me agradava bastante.

— Sim, está certíssimo. – analisei-o melhor, seus olhos azuis elétricos ainda me olhavam intensamente.

— Ok! – disse Rachel – A espada foi jogada no Estige, mas... Por quê?

— Como Quíron disse, foi uma decisão do conselho olimpiano, algo a ver com alguma profecia.

Me irritava não saber muito sobre aquela parte da história: uma profecia perigosa, que fizera até os deuses concordarem em jogar fora a espada de Atena. Fora que eu ainda tinha que me preocupar coma atual profecia.

— Então uma profecia fez os deuses votarem a favor de acabar com a espada de Atena. Deve ser uma profecia bem ruim. – disse Percy franzindo as sobrancelhas.

Era isso que me preocupava: a profecia era parte essencial da missão, era necessário saber dela para resolver todo o quebra-cabeça que estava por vir. E eu nem ao menos imaginava sobre o que ela se tratava.

— Provável. Mas eu não sei o que fala essa profecia Percy, Atena não me contou, vamos ter que descobrir sozinhos. Além disso, o que minha mãe pediu foi para averiguarmos se a espada realmente não existe mais. 

Percy me avaliou, ele sabia que essa missão estava ficando cada vez mais preocupante.

— Não sei. – disse Bryan – Sinto que essa profecia é fundamental para tudo, para não nos enganarmos. Porque, suponhamos que a espada ainda exista, mesmo que talvez não nos deem um prazo pra encontrá-la, temos que nos preocupar com um inimigo que, possivelmente, também a queira. Afinal, tenho certeza que se mais alguém souber disso, irá querer ir em busca dessa arma.

Aquilo eu também pensava, qualquer erro, e a espada pararia nas mãos de algum de nossos inimigos, o que poderia ser fatal para nós e para os deuses.

— Esperem. – disse eu – Nós nem sabemos se a espada ainda existe mesmo, pode ser que ela tenha sido mesmo jogada fora. – eu queria acreditar nisso, pois se a espada não tivesse sido jogada fora, iriar gerar muitos problemas, não só na missão, mas também aos olimpianos, já que uma ordem não fora obedecida —Minha mãe quer que saibamos se ela ainda existe ou não, porque ela ouviu uma conversa entre alguns deuses, como se insinuassem que a espada existe até agora, como se alguém não tivesse obedecido as regras dos deuses de jogá-la no Estige.

— Ainda temos esperança então de que ela não exista, de que a regras foram seguidas. – disse Percy ao que assenti – Mas se for assim, atrás de que nós iremos?

— Eu não sei. Talvez a parte do "atrás de algo sem salvação" seja sobre isso, se a espada não existir mais, justificaria esse verso. Nós estaríamos indo procurar algo inexistente.

— Espera. – disse Bryan olhando de Percy para mim – Vocês disseram: nós? Tipo, que nós iremos? – Bryan apontou para Percy, ele e eu.

— Bem, essa missão é importante e é da Annabeth, sendo assim, - disse sorrindo – Eu vou.

— Percy, você falou uma coisa certa. – disse Rachel. – Está missão é da Annabeth, sendo assim, ela tem que escolher os outros dois semideuses que irão acompanhá-la, não você.

Quíron parecia concordar plenamente com Rachel. Mas Percy se a olhou como se quisesse que ela calasse a boca.

Olhei para o Percy, sorrindo de lado.

— É claro que vou escolher o Percy como um dos integrantes. – o meu namorado sorriu como se eu estivesse o convocando para um passeio no parque e não para uma missão suicida até o Hades – E claro, também gostaria que o outro integrante fosse o Bryan, se ele concordar.

Foi a vez de Bryan sorrir e Percy rolar os olhos.

Garotos, vá entender.

— Eu concordo.

— Mas você tem que ter ciência de que uma missão é algo extremamente perigoso e que muitos semideuses jamais voltam de uma. - senti a obrigação de contar-lhe isso — Fora que você não teve um treinamento realmente adequado para ir em uma missão.

Ele pareceu levemente abalado com essa informação.

— Quantas missões você já fez parte?

— Cinco. - não entendi direito onde ele queria chegar.

— Se você sobrevivei a cinco, acho que posso tentar sobreviver a uma. 

Assenti, embora me sentisse meio culpada por metê-lo no meio daquilo. Entretanto, eu precisava dos semideuses mais poderosos ao meu lado e ele já havia demonstrado ser bom na esgrima.

 

— Bem, agora que a equipe já foi decidida... – Quíron galopava pela sala – Vocês sairão depois do almoço, pois considero que a missão requer certa urgência. Argos os levará até a rodoviária, como de costume.

Nós três assentimos.

Quíron se retirou da sala e foi dar sua aula de arco e flecha para os campistas integrais. Os rapazes e eu saímos da sala, mas Rachel disse que gostaria de ficar ali mais um tempo, tinha algo a ver com o planejamento de sua caverna.

Os rapazes e eu fomos para a varanda. Ficamos ali, nos olhando sem dizer nada. Sabíamos que aquela missão seria complicada, já que não tínhamos certeza de nada, tudo o que tínhamos eram suposições.

— Essa missão parece difícil. –disse Bryan. – Será que vamos conseguir?

Percy olhou para mim, ele sabia ler meus olhos assim como eu sabia ler os seus verde mar, e nisso captei que ele pensava o mesmo que Bryan: aquilo seria difícil.

— Não vamos nos preocupar com isso. – disse Percy entrelaçando nossos dedos, tentando abafar seus próprios temores – Annabeth e eu já passamos por outras missões, conseguiremos resolver essa também.

Olhei em seus olhos e, por um momento, me esqueci de que Bryan estava perto, de que iríamos em uma missão, só o que me importava era estar assim com o Percy, isso tornava aquele momento perfeito.

— Por onde vamos começar? – perguntou ele, estragando meus devaneios.

Só mesmo o Cabeça de Alga para fazer uma pergunta dessas.

— Temos que ir ao Mundo Inferior. 

— Fazer o quê?- perguntou ele.

Ai, meus deuses! O Percy só pode estar fazendo isso para me provocar!

— Pelo o que eu entendi, temos que conversar com Hades. – disse Bryan – Saber o que houve com a espada. Tentar entender melhor o que aconteceu.

Assim que ele mencionou o nome de Hades, fiquei esperando que uma cratera abrisse ali mesmo e nos levasse para o Mundo Inferior da maneira tradicional. 

— Hum... Bryan, por favor, evite mencionar o nome dos deuses, principalmente daqueles que não costumam ser nossos amigos, isso os atraí. — ele pareceu entender o recado, então, continuei — Mas você tem razão, precisamos falar com o Senhor dos mortos. 




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Notas finais do capítulo

Beijinhos!