Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 17
Capítulo 17: A comemoração de namoro


Notas iniciais do capítulo

Leitores queridos, este capítulo é especial.
Então, eu estou fazendo uma revisão da fanfic (ok, hoje é dia 21/04/17 e esse capítulo, originalmente, é de muito tempo atrás, uns 6 anos, acho eu) e eu mudei a música que estava nesse capítulo para a do Jason Mraz e Colbie Caillat "Lucky", porque eu acho que combina mais com o Percy e a Annabeth. Espero que não se incomodem.
Boa leitura!



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Percy’s POV

Eu não havia dormido muito bem o resto da noite, havia ficado me virando de um lado pro outro na cama pensando nos detalhes do dia seguinte. Por fim, não aguentei mais ficar na cama e me levantei às seis da manhã. 

Após fazer minha higiene matinal e tomar um banho, resolvi vestir uma camisa azul, com calça jeans e tênis preto.

Aquele era um grande dia e eu estava ansioso demais, tanto que decidi que nem iria tomar café. Preferia conferir se está tudo certo para surpreender Annabeth.

Saí do quarto e me dirigi à praia. Mentalmente agradecendo ao meu pai quando vi o que estava preso ao píer.

Lá estava um lindo iate branco com ondas azuis desenhadas nas bordas. Ninguém o tinha visto, ou ao menos, era o que eu esperava que houvesse ocorrido, já que eu era o único acordado. Só Quíron e Júniper sabiam da minha surpresa para Annie e achei melhor continuar assim.

Andei pelo píer e subi no iate. Era realmente lindo, não muito grande nem muito pequeno e cheio de detalhes azuis por toda parte.

Estava começando a arrumar as coisas quando me lembrei do terrível pesadelo com Annabeth, não só isso, mas também me lembrei que fazia um mês desde a fatídica luta contra Cronos e de todos os amigos que perdi naquela ocasião.

Eu estava começando a ficar meio triste ao lembrar de tudo o que ocorreu, mas resolvi me concentrar no que estava fazendo e deixar tais pensamentos para lá, afinal, aquele era um dia importante para mim e Annabeth e era nisso que eu precisava focar. 

Rapidamente, saí do iate para pegar o buquê de margaridas que havia pedido a Júniper, a ninfa, para fazer (já que, no Acampamento, não havia um lugar onde eu pudesse comprar flores e eu não sabia fazer um buquê). Graças aos deuses, ela já estava me esperando na praia com buquê e me desejou boa sorte com a surpresa. Agradeci-lhe e pedi que não comentasse a ninguém sobre o assunto, mas não tinha certeza se ela iria cumprir, considerando que as ninfas costumam ser um tanto quanto... hum... fofoqueiras. 

Ao voltar ao iate, coloquei as flores num jarro em cima de uma mesa posta para dois que estava localizada na parte de cima, numa espécie de segundo andar.

Eu havia arrumado tudo: comida, música e ambiente. Mas não pense você que eu cozinhei algo (quem dera eu conseguisse fazer alguma coisa na cozinha que não fosse pré-pronta); o que acontece é que encomendei algumas pizzas, waffles, biscoitos e bebidas e pedi para que fossem entregues no Acampamento pelo Serviço de Entregas Expressas de Hermes, o que acabou sendo uma decisão muito boa, já que o motoboy alado chegou rapidamente e as comidas estavam quentes e as bebidas bem geladas (algo que não era muito comum de ocorrer em New York).

Por fim, resolvi soltar o iate do píer e prendê-lo um pouco longe da costa, já que não queria que nenhum campista o visse e fizesse perguntas demais. Quando terminei de arrumar tudo, já era mais de sete horas, e resolvi voltar para a praia e ficar areia esperando a aparição de Annabeth (graças aos deuses eu era filho de Poseidon e, sendo assim, não me molhei na trajetória que tivesse que fazer no iate até a costa). Enfim, eu esperava que Annie fosse a primeira a acordar, como normalmente acontecia. 

Por sorte, foi o que ocorreu. Menos de dez minutos depois, Annabeth saiu do chalé de Atena e foi em direção ao meu, o que me deixou meio curioso e meio que me fez rir quando vi sua cara de espanto ao não me ver lá.

Fui em sua direção, ela ainda não tinha me visto, estava de costas para mim.

— Aqui, Sabidinha! – chamei-a.

Ela se virou rapidamente. Usava um lindo vestido vermelho que grudava no seu corpo até a cintura e depois caia solto até um pouco antes do joelho. Estava usando sapatilha e eu agradeci aos deuses por não estar de salto alto. Eu era mais alto que ela agora, mas seria complicado ela andar pela areia se usasse saltos. Seus cachos loiros caiam em cascata pelos ombros. Ela estava esplêndida.

Pela roupa dela, dava pra ter certeza que ela se lembrava muito bem de que dia era aquele e que, com toda certeza, esperava que eu me lembrasse também e que tivesse preparado algo.

— Percy! – ela me abraçou e me beijou – O que faz acordado a essa hora?

— Nada demais... - ela me olhou desconfiada- Você está maravilhosa!- ela sorriu e corou, então, reparei que ela já não usava a tala em sua perna esquerda - Sua perna melhorou? Você não está com ela enfaixada nem nada.

Ela sorriu.

— Não fique preocupado, Percy. Eu comi um pouco de ambrósia antes de dormir e já não sinto mais nenhum incômodo na perna. Estou perfeita.

— Certeza? - franzi as sobrancelhas.

— Certeza! - seu indicador tocou de leve meu nariz.

Feliz por ela estar melhor, segurei suas mãos entre as minhas e resolvi que não faria nenhum mal provocá-la um pouco antes de surpreendê-la.

— Então o que vamos fazer hoje?

Seu sorriso desapareceu do rosto. Como eu disse, ela com certeza esperava que eu houvesse preparado algo, o que eu tinha mesmo, mas isso não tornava sua reação menos engraçada e assustadora.

— Se você não sabe, como é que eu vou saber?- disse extremamente zangada.

Me fiz de sonso, o que não era tão difícil assim.

— Não precisa falar assim Annie, eu só perguntei porque pensei que você tivesse alguma ideia, afinal, é você que tem ideias por aqui.

Ela revirou os olhos.

— Ok, acho que isso significa que dessa vez você não tem ideia alguma, certo?

— Não, não tenho ideia alguma, aparentemente, é só mais um dia comum no acampamento, porque eu teria alguma ideia sobre o que podemos fazer? Não é como se fosse um dia especial ou algo assim. - o sarcasmo era bem audível em sua voz, o que significava que eu provavelmente seria um cara morto se não tivesse feito algo para aquele dia.

Os olhos cinza dela me olhavam intensamente, então, não resisti, encostei a boca em seu ouvido e sussurrei:

— Bem, eu não acho que hoje seja um dia comum, pelo contrário. Talvez você não se lembra, Sabidinha, mas hoje nós fazemos um mês de namoro.

Ao dizer isso pude ver em seu rosto o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.

— É claro que eu lembro, Cabeça de Alga! Pensei que você tivesse esquecido. No entanto, acho que me enganei.

Ela me abraçou.

— É se enganou mesmo. E, acontece, que eu tenho uma ideia do que podemos fazer hoje. Venha, tenho uma surpresa para você.

Segurei sua mão e a guiei até a praia. Seus olhos se arregalaram ao ver o iate ao longe.

— Aquilo lá em baixo é um iate? 

Assenti.

— Presente do meu pai, vamos.

Ela parou, em choque com a informação.

— Um iate? Seu pai te deu um iate? E, Percy, não sei se você reparou, mas eu estou de vestido, não posso me molhar.

— A palavra certa é emprestar, meu pai me emprestou o iate. - então, foi minha vez de revirar os olhos — E você ficaria maravilhosa com esse vestido molhado grudando no corpo. - ela arregalou os olhos e me bateu no ombro por dizer isso — Mas é claro que não vou estragá-lo.

Assobiei o mais alto que pude e Blackjack apareceu logo em seguida.

O que manda, chefe?”— perguntou

— Que tal uma carona para mim e minha adorável namorada até aquela lancha?

“Sem problema chefe! E, uau, ela está linda!”

— Eu sei. – disse eu.

— Sabe o quê? – perguntou Annabeth

— Que Blackjack não pode demorar, por isso, vamos subindo.

Ajudei Annabeth a subir no pégasos e a coloquei sentada de lado, me sentando logo atrás, segurando sua cintura.

Em menos de um minuto chegamos ao iate. 

Desci de Blackjack e ajudei Annabeth a fazer o mesmo.

— Obrigado, Blackjack!

“Disponha, chefe, e já sabe, né? Para voltar é só assobiar.”

— Ok!

Blackjack saiu voando, deixando Annie e eu sozinhos.

                    *******************************

Mostrei todo iate para Annie, que ficou maravilhada com os detalhes azuis, com as margaridas e com a mesa posta na parte superior da embarcação.

Na verdade, ela ficou bem surpresa com a essa parte, pois o intuito era a mesa parecer com a de um piquenique, então, havia pizzas, Mc Donald's, morangos cobertos com chocolate, waffles, enfim, uma variedade de comidas.

— Um piquenique? – perguntou Annabeth.

— É, espero que goste de pizzas e fast-food.

Ela sorriu e segurou minha mão.

— Amo! Não temos coisas assim nem no colégio e nem no acampamento, então, eu definitivamente amo muito todas essas comidas.

Nos sentamos lado à lado diante da mesa. Ficamos conversando, nos beijando, comendo, nos beijando, rindo, nos beijando,fazendo palhaçada e nos beijando. Acho que vocês já me entenderem, passamos a maior parte do tempo nos beijando.

De repente, me levantei.

— O que houve? – perguntou Annie.

Me aproximei do rádio.

— Não houve nada, só acho que seria bom colocar a nossa música.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Nós não temos uma música, Cabeça de Alga!

 — A partir de agora temos. – disse apertando o botão play do rádio.

Brincando, fiz um reverência e estendi a mão para Annabeth. Ela sorriu, segurou minha mão e se levantou da cadeira, assim que ela o fez, a puxei em minha direção. 

Coloquei minhas mãos na sua cintura e as dela estavam ao redor do meu pescoço. Começamos a dançar ao som da música do Jason Mraz e Colbie Caillat.

Do you hear me, I'm talking to you
        Across the water across the deep blue ocean
        Under the open sky, oh my, baby I'm trying

Boy, I hear you in my dreams
        I feel your whisper across the sea
        I keep you with me in my heart
        You make it easier when life gets hard

I'm lucky I'm in love with my best friend
        Lucky to have been where I have been
        Lucky to be coming home again
        Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh

(Você me escuta, estou falando com você
        Através da água, através do profundo oceano azul
        Debaixo do céu aberto, oh, minha querida estou tentando

Garoto, eu te escuto em meus sonhos
        Eu sinto você sussurrar através do mar
        Eu mantenho você comigo em meu coração
        Você torna mais fácil quando a vida fica difícil

Eu sou sortudo estou apaixonado pela minha melhor amiga
        Sortudo por ter estado onde estive
        Sortudo por estar voltando para casa novamente
        Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh)

Nós dançávamos e Annabeth parecia aprovar a escolha de música que fiz, eu via como seus olhos brilhavam conforme ela analisava cada parte da letra e via como ficava vermelha quando eu sussurrava partes da letra em seu ouvido. 

 They don't know how long it takes
        Waiting for a love like this
        Every time we say goodbye
        I wish we had one more kiss
        I'll wait for you, I promise you, I will

I'm lucky I'm in love with my best friend
        Lucky to have been where I have been
        Lucky to be coming home again

Lucky we're in love in every way
        Lucky to have stayed where we have stayed
        Lucky to be coming home someday

(Eles não sabem quanto tempo leva
         Esperar por um amor assim
        Todas as vezes em que dizemos adeus
        Eu desejo que tenhamos mais um beijo
        Eu esperarei por você, eu prometo a você, eu irei

Sou sortudo por estar apaixonado pela minha melhor amiga
       Sortudo por ter estado onde estive
       Sortudo por estar voltando para casa novamente

Sortudo por estarmos apaixonados de todas as maneiras
      Sortudo por termos ficado onde ficamos
      Sortudo por estar voltando para casa algum dia)

Nós continuamos dançando, dando voltas e nos beijando, perdidos no olhar um do outro. 

— Desde quando você sabe dançar tão bem, Cabeça de Alga? Se bem me lembro, da última vez que dançamos algo, você pisou no meu pé um par de vezes.

Um pouco envergonhado com a lembrança de tal cena, a girei para que não visse o rubor das minhas bochechas.

— Bem, desde que pedi pra minha mãe me ensinar.

And so I'm sailing through the sea
        To an island where we'll meet
        You'll hear the music fill the air
        I'll put a flower in your hair
        Though the breezes through the trees
        Move so pretty you're all I see
        As the world keeps spinning round
        You hold me right here right now

(E assim, estou navegando através do mar
        Para uma ilha onde vamos nos encontrar
        Você ouvirá a música preencher o ar 
        Eu colocarei uma flor em seu cabelo
        Apesar da brisa das árvores
        Se moverem tão graciosamente, você é tudo que eu vejo
        Enquanto o mundo continua girando
        Você me abraça forte aqui, nesse instante)

Nessa parte, eu me afastei um pouco de Annabeth, que me olhava sem entender nada. Rapidamente, peguei uma margarida do jarro de flores e prendi delicadamente no cabelo de Annie, que ficou maravilhada com o gesto e sorriu imensamente. Não preciso dizer que aquele sorriso era o mundo pra mim.  

Puxei novamente para meus braços enquanto a música chegava ao fim.

I'm lucky I'm in love with my best friend
        Lucky to have been where I have been
        Lucky to be coming home again

Lucky we're in love in every way
        Lucky to have stayed where we have stayed
        Lucky to be coming home someday
        Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh

(Sortudo por estar apaixonado pela minha melhor amiga
        Sortudo por ter estado onde estive
        Sortudo por estar voltando para casa novamente

Sortudo pôr estarmos apaixonados de todas as maneiras
        Sortudo por termos ficado onde ficamos
        Sortudo por está voltando para casa algum dia
        Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh)

A faixa chegou ao final, mas Annabeth não fez nenhum movimento para sair dos meus braços, muito menos eu fiz algo para afastá-la.

— Por sorte, eu estou apaixonado pela minha melhor amiga. - eu sussurrei em seu ouvido enquanto a brisa do mar fazia seu cabelo roçar contra o meu rosto.

— É bom saber que dividimos a mesma sorte então. - suas mãos acariciavam a minha nuca - Porque eu também estou apaixonada pelo meu melhor amigo.

Surpreendentemente, ela me beijou fervorosamente, de um jeito que me fez esquecer totalmente onde estávamos e o que estávamos fazendo.

— Eu amei a nossa música. - foi o que ela disse enquanto sua boca ficava a poucos metros da minha.

 — Que bom, porque essa música me faz pensar em tudo que eu sinto por você.

Quando segurei o rosto de Annabeth e afastei-a um pouco, percebi que ela tinha lágrimas nos olhos.

— O que foi? Você está triste? – era preocupante ver Annie assim, foram raras as vezes em que pude ver lágrimas surgindo em seu olhos.

— Não, seu bobo, eu estou muito feliz! Nunca ninguém fez nada assim para mim. Isso foi... Lindo! – ela me roubou um selinho e se afastou novamente.

Aliviado por ela ter gostado tanto de surpresa, sequei a pequena lágrima que havia escapado de seus olhos e começava a descer por sua bochecha. 

— Então, você precisa se acostumar comigo fazendo coisas assim para você. E só pra sua informação, ainda não acabou. Venha!

Peguei sua mão e descemos as escadas até a parte do iate onde havia a proa, conduzi Annabeth até a grade de proteção, parando diante de uma pequena porta que, se aberta, permitia que a pessoa fosse para o mar.

— O que você vai fazer, Percy?

— Confia em mim?

Annabeth piscou.

— Confio!

— Então, só continue segurando minha mão.

Concentrei-me e fiz a água ficar sólida, de forma que nós dois continuamos dançando sobre as águas. Mas dessa vez, não havia música de fundo, então, nós dois ficamos cantando baixinho enquanto inventávamos passos de dança.

Estava tudo indo bem, até que Annabeth me beijou, seu beijo fez com que eu me desconcentrasse e, sendo assim,nós dois caímos no mar.

Pensei que Annie fosse ficar chateada comigo por ter molhado seu vestido (não só o vestido como ela inteira), considerando que havíamos nos deslocado até ali no Blackjack justamente para que ela não se molhasse, então, foi um alívio vê-la rindo. E vendo tal cena, foi impossível não rir também.

— Você disse para eu confiar em você! – ela ria – E olha no que deu.

— Mas isso não valeu! Não foi minha culpa, você me beijou! Não tem como eu continuar concentrado se seus beijos fazem meu cérebro parecer gelatina.

Ela riu de novo e começou a subir pela escadinha do iate.

— Eu estava certo. – disse quando cheguei ao topo da escada, já dentro da embarcação.

Annabeth estava completamente encharcada, enquanto eu estava completamente seco (uma das bençãos de ser filho de Poseidon: eu só me molhava quando queria). 

Eu a analisava de cima a baixo, mesmo molhada, ela estava linda.

— Ahn? – Annie me olhou confusa.

— Você ficou maravilhosa com o vestido grudado no corpo. 

Ela ficou tão vermelha quanto o vestido, e vendo-a daquele jeito, foi impossível não segurá-la em meus braços e lhe dar um beijo feroz. Rapidamente, as mãos dela estavam em minha nuca e as minhas em sua cintura.

Então, ouvimos alguém pigarreando extremamente alto a nossa direita. Algo que fez com que parássemos de nos beijar e olhássemos naquela direção.

Quando eu virei e vi quem era, só pensei uma coisa: "Meus deuses, eu estou ferrado!"


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Beijos!