Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 57
Capítulo 57: Vencendo os medos, ou quase isso


Notas iniciais do capítulo

Oiii leitores! Desculpa a demora, explicações na notas finais!
Então, capa nova na fic, feita pela minha BFF linda: Letícia Menezes Huguinin, comentem sobre a nova capa e façam tanto ela como eu felizes!
Esse capítulo é grande, para compensá-los pela demora!
Enfim... Espero que gostem e desculpem qualquer erro!
PS: Obrigada pelo carinho de vocês, a cada capítulo e reviews vocês me deixam mais alegre e sorrindo feito boba!
Boa leitura!
LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!



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Annabeth’s POV

As pedras voltaram a se separar, formando uma espécie de porta aberta para passarmos. Eu, que estava na frente dos garotos, sendo seguida de Percy e Bryan, fui saindo do monumento e logo dizendo:

— E Bryan, Percy tem razão, não fique comemorando, senão, os seres que começam com m acabam aparecendo e...

Como se para confirmar minhas palavras, assim que sai do monumento, vi algo que me fez ficar completamente arrepiada de medo, além de me deixar sem palavras. O que eu via me assustava, era algo que eu nunca imaginara, há não ser, talvez, em meu pior pesadelo.

O que eu via? Centenas de aranhas, de vários tamanhos; cores; peludas e não; venenosas e venenosíssimas, todas prontas para atacar, todas me encarando. E sendo assim meus joelhos estavam começando a tremer, mas me mantive firme, embora estivesse sendo uma missão quase impossível, já que interiormente eu estava pronta para desmaiar.

Logo que saiu e viu o mesmo que eu, Percy se prostrou ao meu lado, olhando para nossas inimigas e segurando minha mão firmemente, seu polegar fazendo círculos em minha pele, como se para tentar me acalmar.

— Tudo vai ficar ok! – sussurrou ele ao meu ouvido.

Assenti sem olhá-lo, não queria que ele visse o quanto eu estava com medo.

Provavelmente Bryan saiu atrás dele, mas não ousei virar para ter certeza, eu precisava ficar de olho naqueles, naqueles seres asquerosos, horríveis, detestáveis e que desejavam me matar.

Eu olhava fixamente para elas, na verdade, eu estava em estado de choque, já que elas me encaravam, e eu não consegui nem raciocinar direito, há não ser que pensar: “A-a-a-a-a-aranhas!” – seja raciocinar alguma coisa!

Mas sabe quando você tem aquela sensação de que o pior ainda não havia chegado? Era exatamente com essa sensação que eu estava naquele momento, só rezava aos deuses que estivesse errada.

No entanto, sendo uma semideusa, eu deveria saber que a sorte quase nunca está do meu lado! E para comprovar isso, de trás das centenas de aranhas que cobriam cada centímetro da praça do monumento, surgiu a maior de todas elas. Em seus quase quatro metros, a mãe delas, Aracne, surgiu, parando no meio delas.

Nesse momento, eu reparei que estava começando a ver as coisas rodarem, e me dei conta de que estava prendendo a respiração. Com muito esforço, soltei-a lentamente, mas as coisas ainda giravam um pouco, acho que nem o ar e nem o sangue circulavam em meu corpo.

— É bom encontrar vocês! – falou Aracne, sua voz soava como daquelas senhoras de filmes de terror: um pouco fraca, que parecia pertencer há alguém indefesa, mas que no final se descobria que era a principal vilã.

Eu não conseguia concentrar meus olhos nela, por isso logo desviei os olhos, mas nada adiantava, para onde quer que eu olhasse havia aranhas. Resolvi olhar para Percy, ele se mantinha firme, olhando ameaçadoramente para Aracne.

— É bom encontrar principalmente uma das filhas de Athena, da qual a deusa tem muito orgulho, indo a uma missão para a mãe!- continuou Aracne, mas eu não a olhava, fiz meus olhos ficarem presos em Percy, o que não era tão difícil - Annabeth, Annabeth! Desde que sua mãe me transformou no que sou, sempre desejei me vingar dela, parece que tenho minha oportunidade agora. Imagina quando ela souber que eu, Aracne, destruí sua filha mais querida e seus amiguinhos, impedindo assim sua missão de se realizar! Fora que serei recompensada por meu superior! Mas chega de papo, minhas filhas estão com fome, e sabe, filhas de Athena são a refeição favorita delas! Ataquem!

Se ela não tivesse dito essa última palavras, eu ficaria pensando em quem seria o superior dela, no entanto, no instante que ela disse “ataquem”, eu não consegui pensar em mais nada, há não ser duas alternativas: ficar e morrer, ou correr e morrer.

Senti meus joelhos fraquejando, e acho que Percy também notou isso, já que me segurou pela cintura, justamente para me manter firme, não fosse por isso, eu teria caído de cara no chão. As aranhas se moviam lentamente, como se tivessem todo tempo do mundo para nos atacar, como se não estivessem preocupadas com a possibilidade de fugirmos, o que não estavam, já que haviam cercado todo perímetro da praça.

Percy me lançou um olhar preocupado, suas sobrancelhas juntas e franzidas, ele parecia perguntar se eu estava bem.

Meus olhos não mentiam, e eu sei que ele viu que eu não estava nada bem.

— Vamos dar um jeito! Sempre damos! Eu não vou deixar nada acontecer com você, nem com ninguém! – disse ele ao meu ouvido, e eu sabia o que ele queria dizer por trás disso: se eu não quisesse, eu não precisava lutar, ele daria um jeito. Mas eu nunca faria isso, as aranhas podiam ser um grandíssimo medo meu, porém, eu nunca deixaria Percy e Bryan lutarem sozinhos, NUNCA.

Minha garganta parecia fechar cada vez mais, estava super seca, e por isso que não pronunciei nenhuma palavra, mas pelo olhar fiz com que Percy entendesse que eu lutaria.

— Algum plano? – perguntou Bryan se aproximando e ficando do meu outro lado.

— Não! – disse Percy quando eu não respondi. – Nada! Eu até pensei em fazer alguma coisa como terremoto, furacão, tornado, mas não tenho certeza que dará certo e...

— Não! – consegui dizer, esquecendo por um momento as aranhas, eu precisava tirar da cabeça de Percy a ideia de utilizar mais poder – Você não pode fazer nada disso, ainda não se recuperou da última luta, se gastar mais os seus poderes, você pode morrer! Você ainda não está cem por cento! Nada de tornados, furacões ou terremotos! Ouviu?

— Sim! – disse Percy, e por seus olhos vi que ele não iria fazer nada daquilo, que iria me obedecer, ao menos, iria obedecer enquanto ninguém estivesse correndo perigo.

— Então, estamos sem plano não é? – disse Bryan, como se ele estivesse pensando em algo.

— Agora não temos tempo para elaborar um plano! – disse eu, minha garganta fechando novamente – As aranhas estão muito perto, temos que lutar!

Logo que eu disse isso, Percy tirou Contracorrente do bolso e destapou-a, Bryan tirou seu anel do dedo, e eu, saquei minha adaga, ou tentei, já que minhas mãos tremiam.

— Você vai ficar bem? – pergunto Percy me soltando.

— Vou! – disse forçando a voz para não gaguejar – Agora vamos lutar!

Ok, falar sempre é mais fácil que fazer, digo isso porque meu radar interno dizia que eu deveria me mandar, que ali era o lugar que eu definitivamente não deveria estar. No entanto, eu não iria deixar os meus amigos, não iria deixar Percy, eu iria lutar com eles, mas pensar naqueles seres felpudos, pequenos e também grandes se aproximando, me fez tremer novamente.

Percy se afastou um pouco de mim, mas ainda parecia estar preocupado comigo, já que suas sobrancelhas estavam juntas e franzidas, e eu não pude evitar de pensar em como ele ficava tão fofo assim! Foco, aranhas, Annabeth, ara-ara-ara- aranhas!

Bryan também se afastou, disse que cuidaria das aranhas que se encontravam do outro lado do monumento, atrás de nós. E eu não conseguia parar de pensar em como era numericamente impossível vencê-las, ainda mais com Aracne no comando, ainda mais com Percy fraco, ainda mais que eu não chegaria muito perto delas. Se bem que... Talvez eu não precisasse ficar tão perto delas, talvez eu pudesse ajudar sem chegar muito perto, bem, não duraria muito tempo, mas seria alguma ajuda.

Antes que eu pudesse me mover, as aranhas menores começaram a ir em direção aos garotos, atacando-os, na verdade, acho que elas queriam vir em minha direção, mas Percy as impediu, ainda bem!

No entanto, mais se dirigiam a mim, me fazendo sair do meu estado de choque. Rapidamente, antes que elas atacassem, peguei minha mochila, nem Percy e nem Bryan reparam no que eu estava fazendo, ambos presos em suas lutas contras as aranhas. Abri minha mochila, e dela tirei o inseticida que sempre carregava, o melhor em matar aranhas, não era o suficiente para matar centenas delas, mas mataria algumas.

Assim que me virei, uma aranha preta, felpuda, mediana e horrível, apareceu pendurada em sua teia, diante os meus olhos, e eu tive que morder o lábio para não gritar de susto.

Num pequeno teste, apertei o botão do inseticida e mirei nela, que no mesmo instante caiu dura da teia.

— É, deu certo! Menos uma! – sussurrei para mim mesma.

Com um pouco mais de coragem, graças a minha nova arma, saquei minha adaga, dessa vez, minhas mãos nem tremeram tanto, no entanto, eu ainda estava com medo.

Mais aranhas, dessa vez pequeninas, vieram e minha direção, passando por entre as bandeiras do monumento. E usando o inseticida, também as matei. Ok! Menos 3 dúzias.

Pelo canto de olho, reparei em como as aranhas maiores estavam atacando Percy e Bryan, o que me fez pensar que provavelmente, aquelas pequenas que me atacavam eram as mais venenosas. Agora sim, tudo perfeito!— pensei cheia de sarcasmo.

Percy e Bryan estavam concentrados em matar aranhas de um metro, e eu ali, com as pequenas e venenosas, que mesmo comigo as matando, apareciam cada vez em maior quantidade. Eu até estava indo bem com o inseticida, graças aos deuses! Já que eu duvidava que fosse conseguir matar tantas com a adaga antes que elas me matassem. Mas como eu disse antes, sorte de semideus dura pouco, e sendo assim, logo meu inseticida acabou, e minha coragem meio que acabou junto com ele.

As aranhas pareceram notar isso, uma delas até pulou em cima, e claro que eu gritei! E isso foi o suficiente para mais uma dúzia subir em mim, eu literalmente comecei a me sacudir, pular, correr, tudo para tirar as aranhas de cima de mim. Ao mesmo tempo minhas pernas estavam começando a ficar bambas, e aqueles insetos horríveis não saiam de cima de mim!

— Annabeth! –berrou Percy, como se quisesse me ajudar, mas ele não podia, estava numa luta com uma das aranhas grandes. No entanto, ele permanecia lutando e me olhando pelo canto de olho. Porém eu não conseguia parar de tentar tirar aqueles seres asquerosos de cima de mim.

Continuei a me sacudir, no entanto, as aranhas continuavam subindo em mim, e eu já estava tremendo, meus olhos quase ficaram cheios d’água. Até que me choquei contra algo, ou melhor, alguém, um par de mãos me segurou pelo braço.

— Desculpa, talvez doa um pouco! – disse uma voz que reconheci com a de Bryan, eu não estava vendo um palmo na minha frente, tudo porque estava nervosa por conta das aranhas.

Não havia entendido o porquê de ele ter dito isso, até que senti um choque elétrico percorrer todo meu corpo.

— O que você fez? – perguntei após o choque, eu olhava no fundo dos olhos azuis de Bryan, e pelo canto de olho vi que Percy nos olhava enquanto matava a aranha de um metro.

— Tirei as aranhas de você. Viu? Todas estão torradas agora! – disse ele com simplicidade, voltando a lutar, dessa vez mais próximo de onde Percy e eu estávamos.

Olhei para mim, eu estava arrepiada, talvez por causa do choque, e depois olhei ao meu redor, as pequenas arranhas tostadas, mas haviam muitas mais ao nosso redor, e mais que vinham em minha direção, agora maiores. Essas eu matei com minha adaga, o que não foi nada fácil, já que minhas mãos tremiam e eu queria correr dali. Esfaqueei cada uma delas, me deixando ser elevada pelo impulso, tentando esquecer o quanto elas queriam me matar, o que foi quase impossível!

Agora já não estávamos mais entre as bandeiras do monumento, nós nos encontrávamos na grama do parque, ainda lutando.

— Acho que tenho um plano! – berrou Percy em algum lugar perto de mim, e na mesma hora eu me abaixei, desviando de uma teia de aranha, girei a faca na mão e acertei-a, fazendo-a virar pó.

Argh! Que nojo!—pensei, eu ainda estava arrepiada, eu ainda estava com medo, mas mesmo assim, eu tentava as matar.

Num golpe com a adaga, consegui matar três aranhas que me cercaram, e dessa forma me dirigi para onde Percy estava, ele se encontrava numa situação ruim, cercado por cinco aranhas, nada que ele não tivesse dado um jeito. Bryan também estava lutando, e se saia bem, ele dava alguns choques em aranhas grandes que pulavam em cima dele. O problema era, quanto mais matávamos, mais surgiam.

— Qual é o plano? – perguntei enquanto ficava ao lado de Percy, Bryan também se encontrava próximo de nós.

As aranhas ainda atacavam, o que nos obrigou a ficar de costas um para os outros, formando uma espécie de triângulo.

— Bem, eu não sei se vai dar certo, e podemos no machucar seriamente, mas, vamos precisar de você Para-raios! – disse Percy enquanto a lamina de Contracorrente acertava em cheio um das aranhas que nos atacavam.

Eu, assim como Bryan, matei umas aranhas, já que agora eu estava um pouco mais confiante.

— O que eu tenho que fazer? – perguntou Bryan girando a lamina na mão.

— Tem que provocar um raio! – disse Percy enquanto eu esfaqueava e desviava de uma aranha que lançou uma teia pegajosa em minha direção.

Eu já disse o quanto eu odeio aranhas? O quanto tenho medo delas? Bom, eu ainda sinto esses “sentimentos” por elas, no entanto, estava conseguindo vencer um pouco do meu medo.

— Para que ele tem que provocar um raio? – perguntei enquanto olhava para o Constitution Gardens, o parque em que o monumento ficava, que estava infestado de aranhas, por sorte nenhum mortal estava por perto!

— Bem, o Monumento a Washington funcionaria com uma espécie de para-raios, só que atraindo o raio. Se a descarga de energia do raio for muito forte, e muito forte mesmo, o monumento aumentaria sua potência, e faria o raio atingir o chão, tostando assim as aranhas. – disse Percy, e por um momento me fazendo ficar de boca aberta.

É, não só eu como Bryan, ambos ficamos surpreso, e isso fez Percy nos olhar rapidamente antes de matar uma aranha e logo depois sorrir.

— Passei 4 anos convivendo com você sabidinha, eu tinha que aprender alguma coisa não acha? – disse ele piscando, o que me fez rir.

Eu nem reparei que uma aranha de um metro e meio vinha para cima de mim, tudo porque continuei olhando Percy, até que ele girou a lamina no ar, e impediu a aranha de chegar perto de mim.

— Ok... – disse Bryan enquanto lutava – Eu acho que posso fazer um raio forte atingir o monumento, mas, isso não nos tostaria também? Já que estamos no chão.

É, ele tinha razão.

— Eu não tinha pensado nisso mas... – começou Percy, olhando para o chão – Aqui tem sistema de sprinklers não?

— Sim! – disse eu – É necessário para molhar a grama do parque e...

— Então tudo bem, tenho uma solução! Só faça o raio atingir o monumento, a maior potência que conseguir. Nenhum dos dois saia de perto de mim, e não deixem nenhuma aranha ficar muito perto de nós!

Bryan me lançou um olhar cauteloso, como se para saber se era para fazer o que Percy dizia. Assenti, eu havia convivido o suficiente com o Cabeça de Alga para saber que ele nunca deixaria nada machucar um amigo, ou alguém que fosse do bem.

As aranhas continuavam aparecendo e eu só rezava para que o plano desse certo. Eu estava morrendo de medo que alguma delas me envenenasse, mas por um estranho motivo elas preferiam atacar Percy e Bryan do que a mim, era como estivessem deixando o “melhor” para o final. E isso me fez pensar: onde estaria Aracne?

Mas não pude me concentrar nesse pensamento, já que Bryan, que estava ao meu lado, havia fechado os olhos se concentrando, e isso me obrigou a impedir que as aranhas atacassem-no. No entanto, eu ainda achava estranho elas terem parado de tentar me atacar e só estarem partindo para cima dos garotos.

Eu enfiei minha adaga na aranha que iria atacar o Bryan, porém, no mesmo instante, ela tentou me picar, não fosse eu ter tirado minha adaga dela e usado para bloquear suas pinças, eu teria morrido, já que aquela era venenosa.

Um estrondo sacudiu o lugar, o que me fez olhar para cima, nuvens negras haviam se formado sobre nossa cabeças. Olhei para Bryan, ele permanecia de olhos fechados, se concentrando. Percy também parecia se concentrar em algo. Perfeito! Agora eu tinha que ficar cuidando das aranhas enquanto os dois tentavam usar seus poderes, maravilha! Eu que tenho medo delas e sou eu que tenho que enfrenta-las sozinha! E nisso eu me lembrei que Percy não podia usar os poderes, ele ainda estava fraco, e isso me preocupava, eu queria impedi-lo de fazer o que quer que fosse fazer, no entanto, as aranhas não deixavam.

Assim que ouviu o estrondo, numa fração de segundos, Percy abriu os olhos, as mãos se contraindo, logo depois os sprinklers ligaram, água saindo deles em todas as direções. Percy voltou a fechar os olhos, a água dos sprinklers vindo em nossa direção, como se o Cabeça de Alga estivesse a guiando até nós. Logo aquela água formou uma espécie de círculo em volta de nós, como uma barreira de água, que nos separava das aranhas. Essa barreira nos separava de tudo a nossa volta, dentro dela apenas nós três, e eu podia ver que Percy estava fazendo força para mantê-la.

No instante seguinte, um raio cortou o céu, ele era tão intenso que sua luz, por um momento, fez parecer que era dia, as aranhas pararam, ficaram quietas. Mesmo dentro daquela espécie de parede de água, eu pude ver o que aconteceu a seguir.

O raio atingiu em cheio o Monumento, com tanta força que eu pensei que fosse rachá-lo. Graças a sua potência, a descarga elétrica logo atingiu o chão, e num raio de 15 metros, todas as aranhas que estavam ao nosso redor viraram pó. Nós também teríamos virado pó, não fosse a barreira que Percy havia criado, ela impediu de a descarga de energia nos atingir, isso porque a absorveu.

As aranhas estavam tostadas, e eu aliviada, até que olhei para Bryan, e reparei em como ele estava ficando pálido, e me lembrei de que para fazer algo daquele porte, gastava se muita energia, o que me fez olhar automaticamente para Percy, ele não estava muito melhor, isso porque ainda estava se recuperando da última luta.

— Pronto! Percy pode acabar com a barreira, toda descarga elétrica já passou! – disse eu tocando-o, e isso o fez relaxar, e ao mesmo tempo, ele quase desabou no chão, a água molhando a grama aos nossos pés..

Lentamente, sentei-o no chão.

— Você vai ficar bem Cabeça de Alga! – disse lhe dando um beijo na bochecha, e logo Percy meio que caiu de lado, deitando.

Fui em direção a Bryan, que estava sentado, aparentemente pior que Percy, mas parecia ter forças para ficar sentado.

— Você também ficará ok Para-raios! Aliás, vocês dois trabalharam maravilhosamente bem juntos, uma ótima dupla! – disse rindo, aliviada com o fato de as aranhas terem morrido, mas preocupada com aqueles dois.

— Uma ótima dupla! – sussurrou Percy, fechando os olhos, e isso quase me fez rir de novo, agora ele estava deitado de costa, os olhos fechados.

Bryan sorriu, e logo assumiu a mesma posição que Percy.

— Acho melhor pegar néctar e ambrosia para vocês, foi uma batalha e tanto...

Me virei e tirei minha mochila das costas, a abrindo. Peguei o néctar e ambrosia, e aproveitei para checar a parte da espada que ainda permanecia lá. Estava pensando no fato de como eu havia perdido um pouco do meu medo durante a luta, não que eu tivesse o perdido completamente, e embora eu achasse que ainda gritaria se visse um daqueles bichinhos peludos e horríveis, realmente havia gostado de ter conseguido enfrenta-las, de ter lutado com meus amigos, de não ter deixado meu medo me vencer.

— Aqui garotos, néctar e ambrosia...

Ao me virar me surpreendi, os garotos estavam deitados, no entanto a única parte do corpo deles que eu via eram seus rostos, o resto de seus corpos estavam envolvidos por teias brancas, e suas bocas também... Imediatamente corri em direção a eles, olhando ao redor.

— O que houve com vocês? – mas eles, que antes estavam quase desmaiando, nada responderam, em parte por parecerem fracos, e por outra, por estarem com suas bocas cobertas.

— O que houve com eles? – perguntou a voz de velhinha que eu já sabia a quem pertencia, a voz fez meu corpo inteiro arrepiar – Nada, apenas uma vingancinha de minha parte, eles merecem isso e coisas piores por terem matado minhas filhas.

Me virei, e vi Aracne, engoli em seco. Minha garganta se fechou, minhas pernas tremeram, Aracne estava bem atrás de mim, com seus três metros e meio, suas pinças grandes quase encostando em mim, e eu podia sentir quanto o perigo estava próximo, podia sentir que o veneno que ela possuía em suas pinças me mataria em dois segundos.

Eu deveria ter imaginado que ela estava viva, que estava apenas esperando para atacar.

— Não se preocupe, a morte deles será rápida e o menos dolorosa possível, no entanto, não posso dizer o mesmo da sua! Já que será dolorosa e vagarosa, acho que sua mãe merece isso!

— Você não vai fazer nada com eles! – obriguei as palavras a saírem de minha boca.

— Veremos!- disse Aracne, seus olhos pretos me encarando.

Ela começou a vir em minha direção, eu permanecia na frente dos garotos.

— Você não encostará neles! – disse, mas minha voz saiu tremida.

— Alguém está com medo?

Não respondi, ao invés disso saquei minha adaga, e acertei Aracne, no entanto, por ser maior que as outras aranhas, tudo que eu fiz foi apenas um corte em seu corpo peludo preto.

— Bem, eu iria começar por seus amiguinhos, mas vejo que quer ser a primeira Annabeth Chase! – ela disse meu nome com desprezo.

Aracne veio para cima de mim, eu voltei a esfaqueá-la, e nada. Ela conseguiu atingir sua teia em mim, me prendendo numa árvore próxima, mas por sorte me livrei da teia antes que Aracne se aproximasse mais de mim.

Após isso, graças ao fato de eu estar cansada da outra luta e estar com um pouco de medo, Aracne conseguiu tirar vantagem, me picando algumas vezes, mas por algum motivo quando ela me picava ela não usava veneno, apenas me furava, me fazendo gritar, acho que ela queria se divertir com minha dor. Claro que eu a esfaqueava, mas ela só recebia os aranhões que, aliás, só a deixavam mais zangada.

Até que, por um descuido de minha parte, e num ato de tentar proteger os garotos (que permaneciam enrolados na teia), ela acabou me pegando.

Como isso aconteceu? Bem, Aracne havia me jogado de lado, e eu demorei um pouco para levantar, isso foi o suficiente para ela se dirigir aos garotos. Ao ver isso eu me levantei imediatamente, pois eu sabia que com eles ela não continuaria o jogo, seria rápida, os mataria logo, sendo assim, eu precisava protege-los, já que ambos não conseguiam se mexer, e já que também estavam muitos fracos para sequer conseguirem abrir os olhos por muito tempo.

Corri e me interpus entre Aracne e eles. Claro que se aproveitando disso, a enorme aranha me segurou entre suas pinças, me apertando e espremendo, e eu simplesmente não conseguia sair daquela situação, fora que uma tontura tomava conta de mim, como se eu fosse desmaiar por estar tão próxima daquele ser que eu tanto odiava e tinha medo.

Aracne começou a me apertar, e meu ato em resposta era gritar. E de tanto quem ela me furou com suas pinças e me esmagou, meus gritos começaram a sair mais agudos, e pelo canto de olho eu reparava em como Percy havia conseguido abrir os olhos, e em como ele tentava a todo custo se soltar, Bryan permanecia em seu estado de “desmaio”.

Eu estava ficando sem forças, sabia que só iria conseguir dar mais um golpe em Aracne, e com o resto de minhas forças consegui segurar firmemente minha adaga, eu sabia que conseguia mexer as mãos, só não sabia como iria acertá-la, nem onde acertá-la.

— A arquiteta oficial do Olimpo, orgulho de Athena, a semideusa que ajudou a salvar a Era dos deuses. – disse Aracne me apertando mais – Nada disso adiantou Annabeth, eu ainda sim estou aqui, prestes a mata-la, matar seus amigos, e ser recompensada por meu superior!

Eu queria perguntar para ela quem era esse superior, mas eu não tinha tempo para papo, aquele era o momento perfeito para acertá-la, ela havia me erguido, e por isso seus olhos estavam na direção das minhas mãos.

Com a força que me sobrava, enfiei minha adaga entre seus olhos pretos, o que vi a seguir foi a aranha mãe me soltando no chão, gritando algo e virando pó.

A última coisa que lembro é de me chocar contra a grama verde do parque, enquanto via que Percy e Bryan tentavam se soltar das teias. Logo depois, apaguei.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Querem mais?
Então, minha demora na postagem se deve a uma série de fatores, entre eles o fato de sem querer o meu Word ter parado de funcionar, e eu ter ficado um tempão procurando a solução. Outro fator são os mais de 8 trabalhos em grupo que eu tenho, e todos para serem entregues nas próximas duas semanas, por isso eu me atrasei toda!
Enfim...
Deixa eu agora fazer uma pergunta para vocês, eu gostaria de saber como cada um de vocês ficou conhecendo essa história, e gostaria de saber também o que fez vocês lerem e continuarem lendo.
PS: Ai, tão ansiosa por The Mark Of Athena, acabei de ler o primeiro capítulo e fiquei tão ansiosa. Meus deuses! Por que outubro não chega logo? Já viram a capa? Está PER-FEI-TA!
Bem, vou indo! Aguardo os reviews de vocês, e vou responder os antigos!
Beijos!