Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 40
Capítulo 40: Eu viro a isca


Notas iniciais do capítulo

Hello! Tudo bem com vocês?
Obrigada pelas lindas recomendações de Dka77 e Maah_Yu! Vocês escreveram maravilhosamente lindo, me deixaram tão feliz!!!
Boa leitura para todos!



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Percy’s POV

— Annabeth! Cuidado! – berrei para ela quando vi que o basilisco começava a se enroscar em si mesmo.

Pensei que ela não conseguiria pular a tempo, mas ela era Annabeth, então, obviamente havia conseguido tal feito. Logo depois, saiu em disparada pelos corredores, sendo seguida pela enorme cobra.

Me abaixei rapidamente para pegar o boné dos Yankees que Annabeth havia deixado cair quando estava em cima da imensa cobra. Ao me levantar olhei para Bryan, que já estava de olhos abertos, olhando a forma como o basilisco perseguia ela. Trocamos olhares, havíamos entendido o plano de Annie: ela seria a isca e nós teríamos que acabar com o monstro.

Corremos atrás do basilisco como se fôssemos maratonistas e devo admitir que me surpreendi pelo fato de Bryan conseguir manter o ritmo acelerado (considerando que ele não havia tido os mesmos 5 anos de treinamento que eu tive).

Voltando ao basilisco, bem, ele era enorme! Dava para vê-lo de longe, principalmente quando ele levantava um pouco a cabeça para sibilar, já Annabeth... Eu não conseguia vê-la, já que aquele bichão tapava toda a visão. Só rezava aos deuses para que ela conseguisse continuar sem ser pega, para que continuasse correndo.

Estávamos quase alcançando o bicho quando ouvimos um enorme estrondo, seguido disso, por algum motivo o basilisco parou de correr, ou de se rastejar, tanto faz. Parecia que algo estava em seu caminho.

— Vamos ataca-lo! – sussurrou Bryan.

— Você pela direita e eu pela esquerda. – completei.

Ele assentiu, seguindo pela direita enquanto eu ia pela esquerda. Me aproximei lentamente da serpente, reparando pela primeira vez o que a havia bloqueado seu caminho: uma das imensas estantes e centenas de livros que estavam caídos no chão. A cobra tentava insistentemente tirá-los do caminho, mas parecia que iria precisar de mais alguns minutos para conseguir sair dali, porque mesmo que ela quisesse dar a volta e seguir de volta por onde veio, seu corpo era muito grande para conseguir fazer isso no corredor sem ficar presa.

 Aquele minutos eram o que nós precisávamos.

Olhei novamente a estante caída. Tinha certeza de que fora Annabeth que a havia empurrado para poder atrapalhar a cobra. Olhei ao redor esperando ter algum sinal de Annabeth, mas isso não ocorreu. Eu só esperava que ela estivesse bem e estivesse perto.

Concentrei-me no basilisco novamente, ele estava muito próximo de mim, aproximei-me sorrateiramente. Graças ao tamanho do bicho não conseguia ver o que Bryan fazia do outro lado, talvez estivesse esperando uma oportunidade ou que eu tentasse matar a cobra primeiro.

O basilisco soltou um grunhido baixo, mas doloroso. Provavelmente, Bryan havia o esfaqueado, pensei que fosse se transformar em pó, porém, nada disso aconteceu. A reação do bicho fora se virar, no entanto, não na direção de Bryan e sim, na minha. Quando reparei isso, fechei meus olhos instantaneamente, ficando numa completa escuridão.

Mesmo não vendo nada, conseguia sentir que a enorme cobra se aproximava, o que me fez segurar Contracorrente mais forte ainda, sentia que devia aguardar o momento certo para matar o monstro. 

Contei até cinco e quando senti o enorme bicho de frente para mim, enfiei a espada com tudo.

Meu objetivo era acertar seu coração e eu realmente gostaria de dizer que minha pontaria fora certeira e que mesmo de olhos fechados eu acertara o basilisco no coração, o que o teria levado a morte. Mas estaria mentindo se dissesse isso, pois a verdade foi que minha faca acertou-o em algum outro lugar, provavelmente, um de seus olhos, já que minha espada ficara com uma gosma. Se não era o olho, eu não sei o que era, só sei que não era o coração, já que o basilisco se irritou e soltou um grunhido agudo, fazendo com seu bafo viesse em minha direção.

Estava seriamente analisando minhas possibilidades. Esfaqueá-lo até achar o coração? Não, provavelmente seria devorado se fizesse isso. Abrir os olhos? Fora de questão, eu não queria ir parar no reino de Hades tão cedo. Mas e se eu usasse o truque de Annabeth? O do livro? Assim eu poderia abrir os olhos por alguns segundos e pensar em algo melhor.

Estranhamente o basilisco parou de guinchar. Pude ouvir o som de passos, deveria ser Bryan tentando se aproximar, mas do jeito que seus tênis faziam barulho no piso, todo o elemento surpresa fora perdido.

Logo depois ouvi um som estranho, o que deduzi ser Bryan esfaqueando o bicho, pois o monstro reclamou e o senti se virando na direção de Bryan. Aproveitando a situação, abri os olhos e olhei minha espada.

Gosma de basilisco! Meu dia ficou perfeito! — pensei após confirmar que havia mesmo uma gosma transparente na minha espada. 

Voltando minha atenção para a serpente, percebi que ela havia encurralado Bryan. Ele permanecia de olhos bem fechados e espada em punho, mas eu sabia que a cobra não iria ficar muito tempo naquele joguinho com ele, por isso decidi pegar um enorme livro, que se encontrava na estante mais próxima e atirá-lo o mais distante possível.

E novamente o truque funcionou. O basilisco deixou Bryan em paz e saiu em direção ao livro, por sorte (e graças aos meus anos de treinamento no acampamento), eu havia conseguido arremessar o livro há uns bons 20 metros de distância. No entanto, eu sabia que o basilisco voltaria quando percebesse que fora enganado.

Fui para o lado de Bryan quando o basilisco se afastou o suficiente.

— Obrigado! – disse ele baixinho.

— Eu que agradeço! Se você não tivesse o esfaqueado eu seria ração de cobra nesse exato minuto. – ao que eu disse isso, o Harpper sorriu.

— Eu não o esfaqueei Percy. Eu o eletrocutei.

Olhei-o descrente. 

— Você o eletrocutou? E ele não morreu?

Bryan deu de ombros.

— Aquela couraça dele impede que ele sentisse muita dor e não é como se eu realmente pudesse convocar algum raio de dentro dessa biblioteca que fica no subterrâneo, mas ao menos, o choque fez com que ele se irritasse.

Pensei em dizer alguma coisa sobre isso, mas resolvi deixar para lá. Ainda mais porque estava preocupado. Annabeth não havia dado sinal de vida. Eu sabia que ela estava zangada comigo, mas sumir no meio de uma luta não fazia o feitio dela.

— Annabeth não apareceu. – disse Bryan, como se pudesse ler meu pensamento — Acha que está bem?

— Ela é Annabeth, sempre sabe o que fazer. – eu tentava acreditar completamente em minhas palavras. Embora eu quisesse procura-la, sabia que precisava matar o basilisco – Já nós... Precisamos de um plano!

— Alguma ideia? – perguntou Bryan.

Olhei-o interrogativamente.

— Você não é neto de Atena? Era para você fazer os planos, não eu!

— Pode parar com isso? Eu não sou Annabeth. – ele disse sério, acho que ainda não havia aceitado a ideia de ser neto da deusa.

— Definitivamente você não é a Annabeth. Diferentemente de você, ela é linda e inteligente

— Concordo! – ouvi ele sussurrar e o fuzilei com o olhar – O quê? Ela é inteligente!

Estava pensando em lhe dar um soco, mas eu não costumo fazer isso com semideuses que estavam na mesma missão que eu, então resolvi deixar passar. Por enquanto...

— Tem uma ideia ou não, Harpper? – minha voz assumindo um tom frio sem que eu percebesse.

Ele pensou um pouco, olhando na direção em que o basilisco deveria estar.

— Acho que sim. Pelo que eu reparei vai ser difícil acertarmos o coração dela, ainda mais com aquela couraça a protegendo. – ele fez uma pausa — Mas podemos tentar acertar lugares mais sensível. Por exemplo, você acabou acertando o olho dele com a espada, o que o deixou ainda pior da visão e pode nos auxiliar de alguma forma.

Fiquei ligeiramente surpreso de constatar que eu realmente havia acertado o olho do  basilisco. Ao menos agora ele enxergava menos, o que deveria facilitar um pouco as coisas.

Bryan continuou.

— Bem, além disso, você disse que enfrentou a Medusa, certo?

— Sim. Eu, Annabeth e um amigo - o Grover.

— Então... Como a mataram?

— Cortando a cabeça. Por quê? Acha que cortar a cabeça desse bicho vai funcionar? Pois eu acho que não. É bem provável que ele continue vivo depois que cortarmos sua cabeça, acontece com a maioria das cobras. - no entanto, me ocorreu uma ideia muito boa - Mas se o basilisco mata apenas de olhar para pessoa... O que aconteceria se ele olhasse o próprio reflexo num espelho?

Bryan me olhou como de forma estranha.

— Uma boa ideia Percy, mas há duas falhas nela. – olhei-o de forma confusa – Primeiro, os basiliscos não morrem se olhar o próprio reflexo, eles são petrificados. Segundo, se reparar bem, verá que não temos um espelho.

Ele estava certo, não tínhamos um espelho, então o que eu poderia usar para que o monstro visse o próprio reflexo?

Minha linha de raciocínio fora interrompida por um barulho.

— Ele está voltando. – Bryan anunciou o que eu já sabia – E não deve ter gostado nada de ter sido enganado. Já que não temos espelho, que tal nós o distrairmos até acharmos seu ponto fraco?

Olhei para o piso, depois para o teto e então para o boné de Annabeth que estava em minhas mãos. Havia tido uma ideia.

— Você o distrai. Eu tive uma ideia. – disse eu dando tapinhas nas costas do Bryan enquanto colocava o boné de Annabeth na cabeça.

— Que ideia? – perguntou Bryan - Oh, Percy? – mas eu já estava invisível – Espero que esteja fazendo isso para ataca-lo de surpresa, ouviu Jackson?

Não o respondi, tinha algo mais importante para fazer.

Olhei para cima. Provavelmente o encanamento do hotel estava acima das nossas cabeças. Me concentrei nele, tentando fazer com a pressão da água fosse tanta que chegasse ao ponto de romper os canos.

Você deve estar achando que eu sou louco, mas não, não sou, não muito ao menos. Eu queria que os canos explodissem com apenas um propósito: criar uma fina camada de água sobre o piso da biblioteca, que graças as lâmpadas fluorescentes, faria com que refletisse tudo, inclusive a imagem do basilisco.

Fechei os olhos e me concentrei. Ou tentei, já que a enorme cobra já se encontrava numa luta com Bryan. Eu queria poder ajudá-lo, já que o cara estava de olhos fechados, entretanto, eu precisava de todo a concentração possível para o que eu queria fazer.  sabia que Bryan estava de olhos fechados.

Reunindo todas as minhas forças, pude sentir um repuxo no estômago, e acima de minha cabeça um dos canos estourou. O estrondo foi imenso, onde quer que Annabeth estivesse, sabia que ela iria ouvir e provavelmente ver também, já que começou a cair uma imensa quantidade de água naquela parte da biblioteca. 

Abri meus olhos e olhei ao redor, sem olhar para o basilisco. Consegui reparar em como Bryan estava encharcado e em como ele utilizava o seu poder de filho de Zeus para eletrocutar o basilisco. O bicho, no entanto, não morria, só se irritava cada vez mais.

Deixei de olhar para Bryan e olhei para as estantes de livros. Se Dédalo estivesse vivo, me mataria pelo que eu havia feito com aquela parte da biblioteca. 

Aqui vai um conselho: NUNCA, jamais exploda um cano de água numa biblioteca, ainda mais quando ela é a maior do mundo, ainda mais quando sua namorada é filha da deusa da sabedoria, ainda mais quando ela já queria te mandar para o Hades antes. Eu tinha certeza de que agora eu viraria espetinho de Percy.

Voltando ao meu plano, olhei para o chão. Como eu pensara, a água refletia perfeitamente a minha imagem, sendo assim, eu esperava que a do basilisco também. Tudo o que eu tinha que fazer era arranjar uma forma de fazê-lo olhar para baixo.

A água limpa ainda caia sobre nós, só que com menos intensidade, mas já havia o suficiente no chão para cobrir metade dos meus tênis. Eu sabia que Bryan continuava a lutar com a cobra, tanto utilizando-se da espada como dos choques elétricos.

Pensei em tirar o boné de Annabeth, mas resolvi permanecer invisível enquanto fechava os olhos e andava em direção ao basilisco.

— Percy, suba em uma das estantes! – berrou Bryan.

— O quê? – perguntei de olhos fechados.

— Não adiante você estar invisível se dá para ver seus passos na água. Além disso, quero fazer uma coisa, então, por favor, suba numa estante agora.

Não sabia o que ele estava aprontando, mas resolvi que era melhor fazer o que ele havia dito. Virei-me de costas, abri os olhos e subi em das escadas que estava apoiada em uma das estantes, rezando para que o basilisco não reparasse na água que pingava dos meus sapatos e descobrisse onde eu estava.

Com certeza ele deve ter prestado atenção no barulho de água pingando, pois o basilisco veio rastejando em minha direção. Então, ouvi um forte chiado e o basilisco parou de se mexer. Tirei o boné.

— Pode abrir os olhos Percy. Temos alguns segundos antes de ele acordar novamente.

Fiz como ele disse. Eu estava no topo de uma das estantes enorme quando olhei para baixo e vi que cobra encontrava-se inconsciente, caída no chão cheio d’água da biblioteca. Me virei para Bryan, que estava todo molhado enquanto começava a subir a escada de madeira que levava até onde eu estava. Eu nem havia notado que ele estava nela.

— O que você fez? – perguntei olhando o basilisco paralisado.

— Eu? Só lancei um pequeno choque na água, o que fez com que o basilisco desse um “curto circuito”.

Hum, ele havia tentado fazer o mesmo que havia feito com Clarisse então. Antes ele estava tentando dar choques elétricos tocando em um basilisco encharcado. Mas se ele havia lançado um choque na água, água essa que envolvia o corpo da serpente, a intensidade do choque fora ampliada milhares de vezes. Isso explicava porque ele queria que eu subisse na estante, senão, o basilisco não seria a única coisa que teria levado um mega choque.

— Mas só deu certo porque você encharcou a biblioteca! – disse Bryan – A propósito, por que estourou aquele cano?

Eu já ia saltando da estante antes de contar à Bryan me plano.

— Não faça isso! – disse ele, olhei-o de forma interrogativa – A água ainda deve estar com energia, é melhor ficar aí em cima, a não ser que queira virar churrasco.

— O.K.! – respondi voltando a me sentar num canto da imensa estante. – Bem, eu fiz o cano estourar para que a água criasse uma espécie de espelho,  assim quando o basilisco olhar para o chão, ficara paralisado.

Bryan pensou um pouco.

— Ótima ideia, mas já que ele está caído no chão... Não seria melhor acertar-lhe o coração?

— Você sabe onde fica o coração de um basilisco? – perguntei.

— Bem, Annabeth disse que é a uns quinze metros abaixo da cabeça. 

— Certo, ela disse isso. Mas você sabe onde é exatamente quinze metros abaixo da cabeça desse bicho?

— Er... Não.

— Então, já que Annabeth não está aqui, é melhor arrumarmos uma forma de fazê-lo olhar o próprio reflexo.

Como se soubesse que falávamos dele, o basilisco começou a se mover, meio tonto ao que parecia, um dos olhos feridos por minha causa. Aquela era a hora perfeita para ataca-lo.

— Tenho um plano! – disse para Bryan, lhe passei o boné dos Yankees – Coloque-o na cabeça, você ficará invisível, use isso para distraí-lo, esfaqueio o máximo que puder, ok?

— Ok! – disse Bryan.

— Já podemos pisar no chão?

— Acho que sim. – disse ele mais não me parecia muito seguro ao dizer isso.

Pulamos da estante, nada aconteceu conosco, então Bryan colocou o boné de invisibilidade e eu segui com meu plano.

— Ei, monstro! Parece que eu fiz um estrago e tanto no seu olho, né? – disse andando ao seu lado, ele se virou para mim e fechei meus olhos – E meu amigo também fez você sofrer um pouco, mas acho que já está na hora de acabarmos com esse sofrimento todo e você morrer.

Eu não sabia onde Bryan estava, porém não me preocupava com isso, eu sabia que ele estava bem. Tão pouco sabia onde Annabeth estava, mesmo preocupado, sabia que ela deveria estar bem. Então, resolvi provocar a fera ainda mais, se é que se dá para provocar algo que não se pode olhar.

— Sabe, já enfrentei grandalhões bem piores que você, por isso eu sei que já, já você se juntará a eles.

Foi o necessário para eu sentir o basilisco se preparando para o bote. Ok! Eu não sabia que ele ia fazer isso, acho que aquela era uma ótima hora para correr. No caso, seria uma ótima hora para correr, se eu pudesse abrir os olhos e o chão não estivesse cheio d'água!

Algo começou a me sufocar, o basilisco estava começando a me envolver com seu enorme corpo, e, digamos assim, com o corpo dele, ele enrolava 100 ou mais de mim. Eu quase não conseguia mexer o braço, mas tinha que arrumar um jeito para que Contracorrente o acertasse.

Senti algo passando de raspão em mim, acertando a enorme serpente.

— Eu não posso sair de perto de vocês por uns minutos que já são pegos pelo basilisco. – disse a pessoa que eu mais queria ouvir naquele momento – Annabeth. Pena que eu não podia abrir os olhos para vê-la.

Pude sentir a serpente se virando para a direção de onde vinha a voz de Annabeth, só rezava para que Annie estivesse de olhos fechados. A serpente me soltou, parecia que ela encontrara um novo “brinquedo”, no caso, Annabeth.

— Pode abrir os olhos. – sussurrou Annie ao meu lado.

Ao abri-los me deparei com ninguém, apenas centenas de estantes lotadas de livros e um basilisco à minha direita.

— Annabeth?

— Shhhh! – disse ela ao meu lado – Fique calado, eu tenho um plano.

— Como você ficou invisível? – perguntei confuso e a desobedecendo.

— Que parte do calado você não entendeu? – eu sabia que ela estava revirando os olhos – Eu só peguei o meu boné de volta com o Bryan! E por que você inundou a biblioteca?

Eu sabia que ela ia falar isso!

— Depois conversamos, fale sobre o plano.

Ela ficou calada por uns segundos.

— É muito simples e prático, basta alguém ser a isca.

Olhei para o nada atônito.

— Sabe que estamos cismados com esse negócio de isca, né?

Ela tirou o boné e pude ver seus cachos loiros bagunçados. E, devo admitir, era assustador a forma como seus olhos estavam mais escuros que a pior tempestade que você já viu.

— Apenas obedeça, Jackson! Você será a isca, por isso quando eu disser já, corra. Só saia do caminho no último segundo.

Não entendi sobre o último segundo, mas deixei para lá.

— O quê? De novo? Por que não pode simplesmente me dizer onde fica o coração e...

Vi que Bryan se encontrava atrás de nós, ele me olhou e lançou a espada na serpente, logo depois se escondeu e Annie colocou o boné de invisibilidade. O basilisco soltou um grunhido e se voltou para mim, de novo.

Ótimo! Perfeito! Ele acha que fui que lancei a espada! Certeza que Annabeth havia combinado aquilo com o Bryan. 

— Já! – ouvi Annabeth sussurrar em meu ouvido. Obviamente, corri.

Bem, eu estava de olhos abertos, arregalados, enquanto corria. E eu podia fazer isso, já que o basilisco estava atrás de mim.

O plano era sair correndo, mas o basilisco estava vindo muito rápido e quando eu reparei, alguém havia me empurrado no chão cheio d’água. Antes que eu pudesse levantar, tive que fechar os olhos, pois senti a presença do basilisco sobre mim, senti seus olhos em mim.

Nessa hora eu percebi o plano de Annabeth, reparei que esse era o último segundo. Girei para o lado na exata hora que o basilisco iria dar o bote e me engolir inteiro.

Silêncio mortal. Não ousei abrir os olhos.

— Vamos, Percy, abra os olhos, o basilisco já está paralisado.


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