Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 30
Capítulo 30: Uma visita ao Hades


Notas iniciais do capítulo

Oi! Pela hora eu já posso desejar feliz Natal!! Para vocês meus leitores queridos desejo tudo de bom, muito amor, paz, saúde, felicidade, enfim, tudo do bom e do melhor!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142547/chapter/30

 Percy’s POV

Entramos na escuridão sem fim, indo direto para uma escadaria infinita. Assim que passamos pela fenda que se abriu entre as pedras, ela se fechou atrás de nós de forma solene. O que foi meio assustador.

— Então me explica, por que você nunca me disse que cantava? – perguntei para Annabeth.

Mesmo não sabendo ao certo onde ela estava e que aquela escuridão não me permitisse ver muita coisa, eu sabia que Annabeth estava revirando os olhos.

— Porque nunca surgiu oportunidade de o assunto vir à tona, e você nunca me perguntou. – sua voz indicava que estava em algum lugar a minha direita, além disso, eu podia ouvir o barulho dela procurando algo na mochila.

— Está me dizendo que não me contou porque eu não perguntei? Então terei que te perguntar sempre para saber sobre a sua vida?

Novamente, eu sabia que ela estava revirando os olhos.

— Não, Cabeça de Alga, só estou dizendo que era uma informação desnecessária. - ouvi o barulho de Annie fechando a mochila - Agora pare de fazer drama e vamos andando, temos um longo caminho a percorrer.

Eu ainda não tinha entendido aquilo muito bem, mas achei melhor não insistir, pois Annabeth estava certa: tínhamos um longo caminho a percorrer.

Uma luz surgiu e fez com bolinhas pretas aparecessem em minha visão. Demorou alguns segundos para que eu entendesse que essa luz vinha da lanterna que Annabeth estava segurando. Com certeza fora aquilo que ela retirara da mochila.

Começamos a descer as escadas de pedra, em silêncio por um tempo, até que Bryan resolveu dizer:

— Já que você é tão boa cantora, por que não canta na fogueira do Acampamento?

— Porque os filhos de Apolo sempre lideram as cantorias se você não reparou, e essa não é uma função para uma filha de Atena. – eu podia estar errado, mas acho que a mãe dela diria exatamente a mesma coisa.

— Está dizendo que você não canta somente por que essa função não cabe ao seu chalé? – perguntou Bryan que, ao meu ver, parecia estar enrugando as sobrancelhas enquanto andava ao meu lado, descendo as escadas. 

— Não é por isso, se eu quisesse mesmo cantar, cantaria de qualquer jeito, mas eu não quero. – mesmo estando no escuro pude senti-la corando, e eu não entendi o motivo disso. E achei melhor perguntar a ela quando estivéssemos sozinhos, o que eu esperava que fosse logo.

Após isso continuamos descendo em silêncio, parecera que se passara muito tempo até que as escadas acabaram e tivéssemos chegado ao Mundo Inferior. Na verdade, minhas pernas já estavam cansadas de tantos descer degraus. E só de imaginar que teríamos que caminhar muito mais ali embaixo...

— Chegamos ao Mundo Inferior. – disse eu sem nenhuma animação.

— É, acho que isso não é motivo para se comemorar. – Bryan olhava para todos os lados, reparando nos espíritos que passavam por nós.

— Mas será, se conseguirmos sair daqui vivos. - foi o alegre comentário que minha namorada fez.

Annabeth olhou atentamente o local onde estávamos e, ao perceber que existia certa iluminação onde estávamos, achou melhor guardar sua lanterna diante da possibilidade de que a luz chamasse atenção demais para nós.

— Bem, agora temos que ir em direção ao palácio do rei dos mortos. -disse enquanto apontava para o castelo de obsidiana que ainda estava extremamente longe de onde estávamos e que parecia pequeno dali.

Logo começamos a caminhar e percebi que aquela área me parecia meio familiar, o que me fez considerar que deveríamos estar no Campo dos Asfódelos.

O local possuía pouca iluminação, mas o suficiente para que víssemos os vários espíritos que passam vagando por nós e para ver as pontudas estalactites no teto, pendendo sobre nossas cabeças prontas para cair sobre um de nós. O lugar em si parecia bem deprimente, e as cores de nossas roupas e nosso ânimo pareciam se esvair mais e mais cada vez que dávamos um passo mais adentro do Hades. 

 

 

Após muitos quilômetro de caminhada, saímos dos Campos de Asfódelos e chegamos ao palácio de Hades, com suas muralhas negras e portões de bronze de três metros de altura que, por sorte (ou azar), estavam abertos.

Tentei focar em não olhar para as gravações que havia naqueles portões, aquelas horríveis cenas de morte que eu havia olhado tão atentamente aos doze anos de idade e que ainda me atormentavam através de pesadelos.

Passando pelos portões, chegamos ao pátio, a parte mais bonita de todo o castelo: o jardim de Perséfone. Era tudo tão lindo ali, planta coloridas, luminosas, joias reluzentes, mas eu sabia como tudo era convidativo por apenas uma razão: se você comesse qualquer coisa do Mundo Inferior, nunca mais poderia sair dali.

Estava andando e olhei tão atentamente para a estátua de uma criança petrificada enquanto gritava, que teria esbarrado contra um banco se Annabeth não tivesse segurado meu braço e me feito parar.

— Cuidado, Percy. 

— Desculpe, é que aquela estátua me chamou a atenção. - sacudi a cabeça - Tenho quase certeza de que ela não estava ali da última vez que vim aqui.

— Eu também. - Annabeth sussurrou — Mas pode ser que Hades tenha comprado o restante do estoque do Empório de Anões de Jardim da Tia Eme. Quem saber?

Ela estava tentando soar esperançosa, entretanto, assim como eu, percebi o calafrio que percorreu seu corpo. Talvez Medusa já tivesse voltado a ativa no mundo mortal.

Annabeth e eu continuamos caminhando lado a lado, nossas mãos tão próximas que os dedos se tocavam levemente. O que era muito bom, considerando tudo o que passava por minha mente e a ausência significativa de outros humanos.

Bryan caminhava em algum lugar atrás de nós.

— Essas romãs são tão vermelhas, é quase irresistível não comê-las. –disse ele devorando a fruta com o olhar.

— É melhor não fazer isso Bryan, a não ser que queira ficar aqui com Hades e Perséfone eternamente. – Annabeth lançou um olhar significativo para ele que pareceu tirá-lo do transe que estava.

— Talvez não fosse tão ruim se ele ficasse aqui de uma vez. – disse num sussurro que somente Annabeth podia ouvir.

Ela me lançou um olhar mortal, mas segurou minha mão logo em seguida e a aperto.

— Longe de mim! –disse ele. – Mil vezes enfrentar monstros lá em cima do que ficar aqui eternamente.

Continuamos andando, até repararmos que as três Fúrias sobrevoavam nossas cabeças.

— Veio morrer, meu bem? – perguntou a Fúria que um dia já fora minha professora de Matemática- a Sr.ª Dodds.

— Na verdade, não! – já estava cansado desse “meu bem” – No entanto, nós viemos falar com o Senhor dos Mortos.

— O Senhor Hades não vai querer falar com vocês se não tiverem uma hora marcada. –disse a Fúria.

No exato momento Nico apareceu no jardim, usando suas típicas roupas pretas e seus símbolos de caveira.

— Nico! – dissemos Annabeth e eu.

Nico lançou um sorriso rápido ao nos ver.

— Deixe que eu resolvo isso, Alécto!- ele se virou em direção à fúria.

— Acho que isso não cabe ao senhor. – disse ela. – Essa é uma tarefa minha.

— Já disse que resolvo isso. – repetiu Nico lançando um olhar mortal à Alécto, tal olhar a fez se afastar.

— O senhor é quem sabe. – disse Alécto de má vontade desaparecendo junto com suas outras duas irmãs.

— Você aqui, Nico? – perguntei me aproximando dele e o cumprimentando.

— É, eu ainda venho muito aqui, Percy. –disse ele enquanto abraçava Annabeth.

Isso era engraçado, eu já ficara meio confuso em relação à amizade de Nico e Annabeth antes, quando eu também era apenas amigo de Annie. E agora, já não sentia mais isso, sabia que eram só amigos, já em relação ao Harpper...

— Esse é quem eu acho que é? –perguntou Nico para Annabeth enquanto olhava para Bryan.

Annabeth assentiu.

Nico se dirigiu à Bryan com a mão estendida, a qual Bryan apertou num gesto amigável.

— Prazer, Bryan! Eu me chamo Nico Di Angelo, sou um filho de Hades.

Eu não sei dizer se Bryan estava: confuso, espantado, nervoso ou apavorado. Provavelmente, tudo isso junto.

— Como você... – Bryan iria começar a perguntar, mas eu me intrometi.

— Você sabe quem ele é? – perguntei

— As notícias correm rápido, Percy, ainda mais quando se trata de um filho de Zeus. Falando em notícias que correm rápido... – falou Nico lançando um olhar divertido para Annabeth e eu - Fiquei sabendo que quebraram as regras do acampamento ao dormirem juntos no chalé de Poseidon.

Annabeth e eu coramos violentamente e Bryan não estava entendendo nada.

— Isso não é da sua conta, Nico! – disse Annabeth lançando um olhar ameaçador para ele enquanto voltava a caminhar.

Nico desenhou as palavras Ok com seus lábios.

Mesmo estando extremamente vermelho, resolvi perguntar a ele.

— Apolo falou para todo mundo não foi?

Nico deu de ombros.

— Não sei nada do Apolo, na verdade, eu fiquei sabendo por meio de alguns espíritos da natureza. Parece que as náiades espalharam para todo o acampamento que vocês dormiram no chalé de Poseidon depois que vocês saíram em missão. Mas eu não entendi o que Apolo tem a ver com...

Annabeth, que estava na frente com Bryan, se virou e nos olhou ameaçadoramente, um olhar tão perigoso que nos fez engolir em seco.

— Calem essas bocas! – disse ela vagarosamente, seus olhos cinzas parecendo um furacão.

Nico e eu assentimos rapidamente.

— Havia me esquecido do quanto Annabeth podia ser ameaçadora. –sussurrou Nico antes de passar a nossa frente e voltar a ser nosso... “guia”.

— Por favor, devagar, aproveitem que meu pai está de bom humor.

— Bom humor? -perguntei - Para mim ele sempre foi um mal-humorado que nunca riu.

Todos deram um sorrisinho, inclusive Nico, que logo disse:

— Sem piadinhas, Percy. Se vocês querem falar com meu pai sem serem mortos, é melhor não fazerem palhaçada.

Nico se voltou para a porta da sala do trono de Hades, a mesma era guardada por esqueletos vestidos de trajes militares.

A porta se abriu de uma vez só sem que nenhum guarda tentasse nada contra nós e sem Nico sequer a tocar. Acho que isso acontecia quando você estava acompanhado do filho do senhor do palácio.

— Entrem! – berrou Hades de seu trono negro. Se aquilo era bom humor...

Nós quatro entramos na sala do trono lado a lado.

— Vejam se não é meu filho e seus amigos semideuses. – disse Hades revirando os olhos- E que maravilha! Dois deles são filhos de meus irmãos queridos e a outra da adorável Atena. Meu dia acaba de ficar perfeito! – a voz de Hades estava cheia de sarcasmo.

É, pelo visto, aquela seria uma longa visita.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Já disse que amo o Nico? Pois é, acho ele um fofo, e adoro o mau-humor do tio Hades.
Repetindo: Feliz Natal para todos vocês!!
Beijos!