Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 18
Capítulo 18: Sou ameaçado pela deusa da sabedoria


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar! Esse capítulo seria maior, mas eu estou com pressa.
Bem, não quero amolar vocês.



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Percy’s POV

Aquilo não iria terminar bem.

Assim que vimos quem era, Annie e eu nos afastamos automaticamente um do outro, como se fossemos imãs de polaridades iguais que estivessem se repelindo (sim, eu presto atenção nas aulas de física).

Atena estava a nossa direita, encostada contra o interior do iate usando roupas bastante comuns para uma deusa: calça jeans, blusa branca e sapatilhas douradas.

— Mãe! – mesmo completamente molhada, Annabeth fez o melhor que pode para parecer séria, assim, ela abaixou-se diante de Atena, fazendo uma referência à deusa.

Não pude deixar de olhá-la e admirá-la. A minha namorada era a garota mais linda do mundo (tomara que Afrodite não saiba que pensei isso, senão, estarei morto), e aquele vestido encharcado só realçava isso.

Atena pareceu perceber como eu olhava para Annabeth. Então, antes que ela me fulminasse, também fiz uma referência.

— Levantem-se! – a deusa se afastou de onde estava e caminho em nossa direção – E pare de olhar para minha filha desse jeito, Jackson!

Annabeth olhou para mim de forma repreensiva, igualmente a sua mãe, nessa hora eu já devia estar parecendo um pimentão de tão vermelho.

— Quero falar com vocês. – disse a deusa, mas depois pareceu lembrar que sua filha estava molhada – Mas primeiro, você pode, por favor, se secar?

Percebendo que Atena falava com ela, Annie começou olhar ao redor em busca de uma toalha, o negócio é que, não havia nada disso ali. Sendo assim, resolvi intervir.

— Ahn... Não temos toalhas aqui, senhora.

Atena revirou os olhos.

— Já era de esperar, vindo de um filho de Poseidon. – ela estalou os dedos e como mágica, fez com que algumas toalhas e roupas aparecessem numa cadeira próxima dali - Pronto! Agora vocês têm roupas e toalhas. Vamos se troquem.

Só quando a deusa usou o verbo no plural foi que eu percebi que minha roupas estavam um pouco molhadas, provavelmente porque eu tinha agarrado Annabeth que estava completamente molhada. Eu poderia muito bem ter usado meus poderes para me secar, mas o olhar fuzilante de Atena parecia muito intenso sobre mim, então, resolvi aproveitar a oportunidade para fugir um pouco da mira da deusa. 

Bem, ao menos esse era o plano, até que Annabeth e eu chegamos até as roupas que Atena havia separado para nós e eu vi que as minhas consistiam em um terno completo.

Sem entender nada, olhei para Atena.

— Um terno, sério? – perguntei à deusa, e seu olhar me dizia que meu tom havia lhe irritado.

— É a única forma de você ficar apresentável. - foi sua resposta.

Annabeth suspirou. 

— Mãe, você não podia simplesmente fazer com que nossas roupas secassem? – disse Annabeth – Por favor?

Não que eu realmente precisasse de Atena para me secar, mas, evitando a possibilidade de um conflito maior, não fiz nenhum comentário. A deusa apenas suspirou e estalou os dedos, deixando Annabeth e eu seco automaticamente.

— Obrigada! – agradeceu Annie e eu segui seu exemplo.

— De nada! Mas agora eu preciso falar com vocês...

Surpreendentemente, ao lado de Atena uma luz rosa surgiu.

Era Afrodite, usando um belo vestido rosa pink e saltos alto combinando. Era meio difícil definir o rosto da deusa em dias comuns, mas hoje ela parecia ter se decidido por ser uma mulher morena e alta, com longos cabelos lisos e pretos, do tipo que você veria num desses desfiles de moda. Uma beleza exótica, típica da américa latina. 

— Ateninha! Não podia esperar até amanhã para fazer seu comunicado? Tinha mesmo que atrapalhar o casal? - a voz de Afrodite estava algumas oitavas acima e confesso que foi engraçado ver como ela falava com tanta irreverência com Atena.

— Faça-me o favor, Afrodite, não lhe devo satisfações do que eu faço. – respondeu a deusa da sabedoria irritada.

— Atena, seu recado podia esperar, agora você atrapalhou os pombinhos. - disse a deusa do amor – Eu queria ver o que ia acontecer depois daquele beijão.

Atena olhou furiosa para a outra deusa. Mas não mais do que eu e Annabeth, que estávamos extremamente envergonhados em saber que Afrodite estava nos observando.

— Não ia acontecer nada demais. E desde quando a senhora bisbilhota nossa vida, Afrodite? - foi Annabeth quem se pronunciou, chateada demais para manter um tom formal com a deusa.

Afrodite fez cara de inocente.

— Não bisbilhoto nada, só fico atenta... E além do mais, sua mãe também fica te olhando, ou você acha que ela apareceu aqui por puro acaso? Ela pode ser a deusa da sabedoria, mas não tem o timer tão perfeito assim.

O quê? Atena e Afrodite estavam olhando o meu encontro com Annabeth?

— As duas estavam nos olhando? – perguntei.

— Sim! – disse Afrodite.

— Não!- Atena respondeu ao mesmo tempo – Eu sou mãe de Annabeth e fico de olho, mas só nela. Não em você, filho do Cracas de Alga! Só não tenho culpa que os dois fiquem juntos todo o tempo. E, Afrodite, o que você quis dizer com “Eu queria ver o que ia acontecer depois daquele beijão”?— Atena fez a imitação perfeita da voz da deusa da beleza- Hein, Afrodite?

A deusa do amor parou ao lado de Atena e olhou bem sério pra ela ao falar:

— Você sabe, eles são jovens! Os hormônios estão correndo por seus corpos e qualquer beijo pode levar a...

Atena arregalou os olhos enquanto eu e Annabeth nos entreolhávamos. Afrodite não estava nos ajudando em nada. 

— Chega!- berrou a mãe de Annie - Afrodite, eles são crianças!

Afrodite sacudiu as mãos num sinal de desdém.

— Que crianças, Atena? São adolescentes. A-do-les-cen-tes!

Atena nos analisou, ou melhor, me fuzilou e olhou para Annabeth. 

— Vocês não iriam fazer... Não iam fazer isso, né?

— Não! – dissemos eu e Annabeth, entrando em desespero.

Não era como se eu realmente tivesse planejado ter nada além de um encontro com Annabeth naquela manhã, mas o questionamento de Atena me deixou bastante nervoso, e Afrodite não estava ajudando em nada naquela situação, no máximo, estava provocando mais discórdia.

— Como se eles fossem dizer que sim. - murmurou Afrodite, alto o suficiente para que Atena ouvisse.

A deusa da sabedoria pareceu processar a informação.

— Pois saiba, Jackson, que se você fizer alguma coisa com a minha filha que eu não aprove. Eu vou, pessoalmente, te mandar para o Tártaro. – Atena disse isso se aproximando de mim, até que pude sentir minha pele formigar com o poder que emanava dela.

Annabeth pareceu que ia se colocar entre nós, mas uma luz verde surgiu entre Atena e eu.

Meu pai estava de costas para mim, de frente para Atena, mais um centímetro e eles estariam colados.

— Poseidon! – disse Atena com o máximo de desprezo, mas recuando só um pouquinho, de forma que ainda estavam cara a cara.

Troquei olhares com Annabeth, ambos achávamos que havia deuses demais ali e isso não era algo bom. Nunca era.

— Não ouse ameaçar o meu filho, Atena! – disse o deus dos mares.

— Então ele que não ouse fazer... Fazer nada impróprio com a minha filha.

— Ele não vai forçá-la a nada. E nem ia acontecer nada, eu acho... Ou ia? – ele olhou para mim e Annie, que estávamos do lado um do outro de novo.

Eu passei por muitas situações constrangedoras na minha vida, mas nenhuma delas se equiparava a ter meu pai e minha sogra, ambos deuses, discutindo a probabilidade de minha namorada e eu termos alguma relação sexual. Pelos deuses, eles tinham que se meter nisso?

— Não. – dissemos os dois.

— Isso não se planeja, Poseidon. E você melhor do que ninguém sabe disso. – disse Afrodite sorrindo.

Aquela deusa estava ali para nos atrapalhar, eu tinha certeza. Nunca quis tanto mandar Afrodite calar a boca como naquele instante.

Meu pai nos olhou novamente.

— Mesmo que aconteça algo, você não encostará um dedo no meu filho, Atena.

— Então, diga a ele para não encostar um dedo na MINHA filha! Porque se isso acontecer...

— Um dia vai acontecer!- disse Afrodite sorrindo.

Todos olharam para ela, o que Annabeth e eu agradecemos mentalmente, pois estávamos extremamente vermelhos. Com uma troca de olhares, percebi que, assim como eu, Annie considerava a hipótese de deixar os três deuses ali e voltar nadando para o acampamento.

— Eu sei. – suspirou Atena e por um segundo pareceu relaxar, só para depois voltar ao normal. Mais imponente do que nunca. – Mas eu não dei minha benção para esse namoro, portanto... Se algo acontecer, mando seu filho para o Tártaro.

— Não deu a benção? – dissemos eu e Annabeth.

— Não! E ainda estou com dúvida em relação a você, Jackson! Até que essa dúvida seja sanada, não dou benção alguma. 

Annabeth ia dizer algo, eu ia dizer algo, até Afrodite parecia que ia dizer algo, mas meu pai foi mais rápido do que nós.

— Se você fizer algo com Percy, vamos ter uma guerra.

— Guerras não são soluções, Poseidon, eu sempre fui a primeira a dizer isso nas inúmeras vezes que os outros deuses quiseram guerrear. Mas se tiver que acontecer... Espero que saiba que eu ganharia.

— Guerra! Vocês estão malucos? – disse Annabeth.

Poseidon arqueou as sobrancelhas, obviamente ignorando o comentário de Annie.

— Por que você ganharia de mim? Eu sou um dos três grandes.

Atena rolou os olhos.

— Está certo, você é UM dos três grandes. O outro é meu pai, que ficaria do meu lado, assim como Hades, que não perderia a oportunidade de te derrotar. Fora os outros deuses, que ficariam do meu lado. Isso sem dizer que eu sou a deusa da sabedoria e estratégia de batalha. O que mais você precisa para saber que eu ganharia?

— Atena!

Poseidon se aproximou da deusa da sabedoria. Os dois travavam uma batalha pelo olhar e pude sentir uma tensão entre eles tão grande que era palpável no ar.

— Nada de guerras. – foi a primeira fala sensata de Afrodite desde que ela aparecera ali.

— Guerras são estupidez, e você como deusa da sabedoria deveria saber, mãe. – disse Annabeth.

Atena olhou para filha e pareceu compreender.

— Você está certa, filha! E eu não vim aqui falar disso. - ela olhou furiosa para mim e para Poseidon- Podemos conversar? – disse ela à Annabeth.

— Claro! – Annabeth seguiu a mãe para o outro lado da prancha, parecendo aliviada por tê-la afastados de Poseidon e particularmente satisfeita por não ter mais que ficar perto de Afrodite e seus comentário.s

— Eu poderia conversar com você, filho? – disse Poseidon.

— Fazer o quê? Agora que meu encontro foi interrompido... - eu murmurei o mais baixo que pude, mas soube que ele ouviu pela forma como arqueou a sobrancelha. Suspirei. — Tudo bem!

Afrodite olhou para mim, com pena.

— Que péssimos pais! Atrapalhando encontros! Só espero que se mandem antes do almoço, tenho planos para o casal e Apolo tem um presente. Até mais. - a deusa berrou alto o suficiente para que Annabeth e Atena, estivessem onde estivesse, escutassem.

Sem dizer mais uma palavra, a deusa do amor desapareceu, deixando um cheiro forte de perfume feminino no ar. 

Meu pai ignorou o comentário de Afrodite e olhou para o horizonte. Eu já sabia que algo muito sério viria por aí. 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?

Boa semana!