Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 85
Capítulo 85: Nem tudo é o que parece...


Notas iniciais do capítulo

Hello, everybody! Tudo okay com vocês?
Hum? Comigo? Comigo tudo bem, tirando que eu estou meio desesperada com o vestibular, com as minhas provas, com a minha vida, COM TUDO!
Ah! E que o novo CD do JB basicamente acabou de ser confirmado para o final de ano e que a TURNÊ NOVA COMEÇA ANO QUE VEM! *-*
Enfim... Deixa meus ataques de fã para lá!
A MOMENTOS FEZ 3 ANOS! YUPI! Obrigada a todos vocês, os que chegaram agora e os que estão aqui há anos, obrigada por todo carinho, paciência, amor e compreensão! EU AMO VOCÊS! E por isso, vem novidade ai! Mas vocês terão que ler as notas finais para saber mais! MUHAHAHA!
Capítulo super dedicado a:
1) Minha mana, Ana Cecília! Parabéns, mana, muita saúde, felicidade, paz, muitos e muitos anos de vida, muito amor e tudo de bom para você! Te amo, e esse é meu presente para você!
2) Camimilla Nogueira! Obrigada pela recomendação perfeitamente, perfeita! Eu amei e fiquei muito feliz, aliás, eu recomendaria você a ler as notas finais, pode ter algo que te interesse...
3) Poseidon, deuses, você me deixou tão boba! Obrigada pelo carinho e atenção (veja, nem tem romance neste capítulo! hahaha), e eu também te recomendo ler as notas finais!
4) Nai, Lane, esse capítulo também é meio especial para vocês (para Nai principalmente, que foi minha cobaia/ajudante/faz-tudo neste capítulo), e claro, para a Ju que me ouviu incansavelmente! EU AMO VOCÊS!
Notas longas (vocês sentiram falta, admitam!), e tem mais no final, que se eu fosse vocês, leria atentamente!
Nas notas finais terão alguns links e eu gostaria que vocês lessem as notas finais para entendê-los, mas por enquanto, bom capítulo para todos!
Boa leitura!



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Annabeth’s POV

E então, eu nunca estivera em estado de choque como estava naquele momento, enquanto nossa “companhia” descia velozmente pelo corrimão da escada, o rugido fugindo dos seus lábios e chegando aos nossos ouvidos.

Troquei um olhar urgente com os garotos, armas em punhos.

É. Nós não fazíamos ideia no que havíamos nos metido.

Eu não poderia dizer qual de nós três estava em maior estado de choque!

Basicamente, nós esperávamos um monstro, nossas armas eram a prova disso, com toda a certeza. No entanto, a grande surpresa fora descobrir que não havia monstro algum, pelo contrário, havia uma menina!

Semicerrei os olhos enquanto via a cena diante de nós, ignorando os meninos ao meu lado, me focando apenas nela: na garota.

Não, eu ainda não a via muito bem, considerando os metros que nos distanciavam, porém, eu era capaz de dizer que seus cabelos eram cor de chocolate e cheio de ondas, e com toda certeza, ela era uma pessoa bastante extrovertida, considerando o que fazia.

Hum... O que ela fazia? Bem, eu acho que você já entendeu a parte do rugido e do corrimão, no entanto, eu tenho certeza de que assim como eu, você considerou que era um monstro, pois bem, não era. O que realmente era? Ela, a tal garota do cabelo chocolate, que descia velozmente a escadaria, escorrendo pelo corrimão como se já estivesse mais do que acostumada a isso. Se ela estava armada? Não, não visivelmente, na verdade, eu duvidava um pouco que houvesse qualquer arma consigo, ela não parecia nem um pouco preparada para qualquer espécie de batalha física, ela nem ao menos parecia ter nos notado, o que demonstrava a sua total desatenção, era como se ela não esperasse ninguém ali, o que era estranho para um hotel.

Okay, eu sei, você deve estar se perguntando (ou me perguntando) desesperadamente de onde era o rugido, e espero que não fique surpreso se eu te revelar que era da menina. Acontece que ela não estava realmente rugindo, demorou um pouco para eu notar isso. Então, o que ela fazia? Você ficaria mais surpreso ainda se eu te dissesse que ela estava cantando, pois bem, era o que ela estava fazendo.

— Uma menina? E ela está cantando? – perguntou Bryan, meio absorto pela situação – Ela é uma menina que está cantando uma música da Katy Perry e nós aqui pensando que ela era um monstro?! Sério? Eu sou o único me sentindo estupidamente burro?

Nem Percy ou eu respondemos, mas o silêncio era a prova do quão estúpidos nos sentíamos. Será que anos de treinamento não nos haviam ensinado a diferenciar sons?

Troquei um rápido olhar com o Cabeça de Alga, e eu sabia que dividíamos o mesmo pensamento: nós nos sentíamos mais do que estupidamente burros, nos sentíamos um fracasso. Mesmo assim, Percy tentou aliviar a tensão.

— Bem, temos que admitir, do jeito que ela desafina, qualquer um pensaria que se trataria de um monstro.

Com certeza ele esperava que ríssemos, mas ninguém estava no clima, nós três estávamos meio desconcertados com toda a situação. E mesmo assim, ela não havia nos notado, continuava a dançar em frente à escada, prosseguindo com a cantoria.

— I got the eye of the tiger, a fighter, dancing through the fire,
'cause I am a champion and you're gonna hear me roar - cantava a garota, junto com a música. E sim, eu sei disso porque agora, prestando bem atenção, eu conseguia ver um fio exposto, o que mostrava que ela estava com fones de ouvido, mesmo assim, eles estavam tão altos que com o silêncio, eu ouvia a canção original.

— Pelo menos ela tem bom gosto musical. – sussurrou Bryan.

Eu estava pronta para perguntar se ele gostava de Katy Perry, já que me lembrava muito bem de quando estávamos no Empire State e ele quase teve um ataque quando eu comecei a cantar “Teenage Dream” (nossa, parece que isso aconteceu há anos!), no entanto, ele não pareceu incomodado com “Roar”.

Porém, eu não pude fazer a minha pergunta, porque eu tive de me concentrar muitíssimo para não cair na gargalhada ali mesmo, e acho que os meninos também.

Nossa companhia não estava mais em frente à escada, agora, ela dançava loucamente pelo saguão, se chacoalhando de todas as formas possíveis e inimagináveis, era visível que ela era bem expansiva, alegre e que tinha energia de sobra. Ela ainda não havia nos notado, porque, bem... Ela estava dançando de costas para nós, mas ainda sim, vinha em nossa direção. Não sei como ela fazia isso sem esbarrar em nada, no entanto, ela conseguia dançar, girar, cantar e andar de costas sem grandes problemas. Obviamente, seu grande problema era a afinação na cantoria, mas eu tinha quase certeza de que isso era porque seus fones estavam altos demais para que ela conseguisse se concentrar em sua própria voz. Isso não tornava as coisas menos engraçadas, de forma alguma.

O mais divertido foi que ela chegara ao balcão de atendimento do saguão sem nem uma vez nos notar ou sequer virar para nós, a dança e a música nunca parando.

Segurando o riso, cutuquei os garotos, sinalizando para guardarmos nossas armas e irmos até o balcão, notavelmente, ela era a recepcionista do local e precisávamos de algumas informações.

Sem qualquer arma a vista, fomos até a recepção, trocando um olhar divertido. Obviamente, eu tive que me deter em algumas coisas, como por exemplo, o ouro e o mogno que davam vida a área de atendimento, mas não fiz grandes observações, o foco naquele momento era conseguir informações, eu teria mais tempo para observar depois, eu tinha certeza disso agora.

Novamente, a menina, que supus ser a recepcionista, não nos viu quando chegamos lá, já que estava de costas mexendo em alguns papéis, os fones ainda em seus ouvidos.

No entanto, ela logo virou, os olhos se arregalaram, e ela deu um pulo tão grande que pensei que fosse atingir o teto. Automaticamente, os meninos e eu meio que recuamos, pois seu gesto fora tão rápido e impensado, que chegara a nos assustar por um segundo.

Colocando uma mão no coração enquanto a outra tirava os fones do ouvido e desligava o aparelho eletrônico, ela nos analisou e tentou regular a respiração.

— Meus deuses! Vocês quase me mataram de susto! – ela disse, arfando, e em seguida, seu rosto assumiu um tom meio rosado – Estão aqui há muito tempo?

Eu sabia a pergunta que ela fazia por trás dessa. A pergunta real era: “Vocês por um acaso me viram dançando?”. Eu estava pronta para dizer que havíamos acabado de chegar, assim, ela não precisaria se preocupar, afinal, ela parecia bastante simpática e com muita vergonha, ela não precisava saber o que tínhamos visto.

— Um pouquinho. – disse Bryan, cortando meus pensamentos.

Encarei-o, acusadoramente, e ele encolheu os ombros.

A garota diante de nós assumiu um tom vermelho sangue, o que só contrastava mais com sua pele branca e os cabelos pesados cor de chocolate. Apressadamente, ela colocou o aparelho de música na bancada de baixo, tentando desviar os olhos de nós, enquanto remexia nervosamente no cabelo. Era óbvio que ela estava com muita vergonha, eu não poderia culpá-la, eu também ficaria se um monte de desconhecidos me vissem dançando e cantando daquela forma.

— Mas não se preocupe. – ele prosseguiu, tentando consertar o estrago — Você dança incrivelmente bem, não precisa ficar com vergonha. Pense bem, não é nada demais, vergonha você iria ter se você me visse dançando. Eu sou um horror! Eu sempre quebro algo.

Diante o nervosismo, ela acabou soltando uma risadinha e prendendo o cabelo, o rosto menos vermelho.

Ela pigarreou levemente, e voltou-se para nós. E eu sabia que ela assumiria um tom formal, era visível pela sua postura, e mesmo assim, eu sabia que ela não era nada formal.

— Bem... Bom dia! Bem-vindos ao Hotel Estrela do Amanhecer! Eu sou a Naiara, e gostaria que desculpassem a minha demora em atendê-los, mas é que, como podem notar, não costumamos receber clientes, ainda mais essa hora. Não que isso desculpe meu comportamento, longe disso. No entanto, no que eu poderia ajuda-los? – ela perguntou, claramente querendo soar profissional.

Então, analisando Naiara, e eu vi algo que eu não vira antes.

Ela ainda estava rosada, e por isso, quase não era possível visualizar suas sardas; os cabelos cacheados agora estavam enrolados num coque improvisado e suas mãos descansavam no balcão diante de nós. Definitivamente, ela não deveria ter mais do que 16 anos.

Naiara não utilizava nenhum uniforme, sua roupa estava mais para algo casual, um conjunto composto por uma saia rosada, blusa preta e sapatilhas combinando com a saia, mas era visível que ela não estava muito à vontade com as peças, ao menos, não com a saia, volta e meia ela remexia nela. Era quase como se alguém a tivesse obrigado a colocar aquela roupa.

Só que havia algo mais. Seus olhos, seus olhos castanhos, da mesma cor do cabelo, tinham aquele brilho travesso estranhamente familiar. Aquele brilho que fazia você querer esconder sua carteira, ou te fazia ter a sensação que ela estava bolando o melhor jeito de te fazer cair em uma pegadinha.

Era o mesmo brilho que o olhar dos filhos de Hermes costumavam ter.

—Você é filha de Hermes! – eu disse surpresa, não tendo me dando conta antes que o hotel poderia ter algum semideus, e que ele poderia estar no serviço de atendimento.

Os meninos pareciam só ter notado quando eu falei, semicerrando seus olhos para avaliar melhor. Era engraçado como às vezes eles pareciam sincronizados.

—Sim. –ela disse lentamente, como se aquilo fosse óbvio para qualquer um, inclusive uma criancinha. O tom profissional indo para o espaço — E você é uma filha de Athena. Por quê?

— Nada, é só que...

— Nós não esperávamos semideuses aqui, muito menos atendendo, tudo estava tão silencioso que pensamos estar abandonado. – completara Percy, explicando a situação, trocando um rápido olhar comigo.

— Ah, sim! Esse é um hotel para semideuses, o que mais vocês esperavam? Nós quase não temos hóspedes, é verdade, mas esse hotel só tem funcionários semideuses, é o pré-requisito para se trabalhar aqui, sabe? Na verdade, a palavra certa nem seria trabalho, aqui está mais para casa, já que só quem trabalha aqui é que mora aqui.

— Você mora aqui? – perguntou o Bryan.

— Sim, e não sou só eu. – respondera Naiara, sem grandes explicações - Deuses, eu e minha mania de desviar dos assuntos. A Tina sempre diz que eu devo me concentrar mais. Enfim! Nós temos os melhores quartos da região e somos o único hotel com atendimento para os filhos dos deuses, além de obviamente, termos a proteção divina ao nosso redor, o que impede a aproximação de monstro e humanos indesejáveis. Ah! E temos a melhor comida também, além de várias outras seções especiais que eu adoraria mostrar a vocês, de verdade, nós temos de tudo aqui, o lugar é enorme! Então, vocês gostariam de se hospedar? Ou eu poderia ajuda-los em algo?

Conforme ela fora falando, tornara-se irresistível a vontade de ficar e ter ao menos um dia de descanso decente. E com toda certeza, os meninos pensavam o mesmo. Porém, a missão não deixaria isso.

— Naiara, hum... Você, sendo semideusa, deve imaginar que o motivo de estarmos aqui é que estamos em missão. Nós passamos por várias coisas, mas tudo o que precisamos no momento é de um bom banho e um lugar para trocar de roupa, pois precisamos ir urgentemente para Connecticut, prosseguir com a missão. Nós amaríamos resolver algo sobre isso, mas se antes você pudesse nos informar se há alguma forma de chegar ao nosso destino, eu agradeceria.

Agora, ela parecia ter notado nossas roupas, já que se esticara um pouco do balcão.

—Deuses! Vocês precisam realmente de um banho, e de um descanso, e logo! Porém, eu posso ver uma forma de vocês chegarem a Connecticut primeiro, na verdade, eu até posso comprar as passagens de vocês pelo computador daqui, se quiserem.

Bryan semicerrou os olhos.

— Eu pensei que os semideuses não pudesse usar tecnologia.

— Claro que podemos! - respondera Naiara - O grande problema é que atrai monstros, no entanto, esse é o único computador do hotel que emite qualquer tipo de onda atrativa, e temos proteção. Então, não há riscos, aqui é um hotel divino, lembra? Hum...

Ela começou a mexer no computador, clicando e digitando loucamente, em poucos segundo, virou a tela em nossa direção.

—Estão vendo aqui? – disse apontando a tela — Mostra que a conexão mais rápida com Connecticut é o trem, além de que a ferrovia é apenas alguns quilômetros daqui, nada mais de 50 minutos de ônibus, e parece ter vários horários em dias de semana, mas hoje é sábado, e o único horário para hoje era às sete da manhã, considerando que já são quase oito...

— O próximo ônibus só sai amanhã. – eu completei, ao que ela assentiu — As sete, certo?

— Na verdade, amanhã sai às oito e meia.

Antes que eu pudesse me expressar, Percy prosseguiu.

— Bem... Acho que não fará mal nos hospedarmos aqui por uma noite, então.

Não posso negar que fiquei feliz com isso, descansar e tomar um banho era tudo que eu queria, mas havia a missão e... Ah! Um dia em um local como aquele não poderia ser ruim ou prejudicial.

—Não, não fará mal, desde que possamos comprar passagens adiantadas para amanhã? – eu disse, olhando para a Naiara - E que a diária para três semideuses e um unicórnio não seja cara.

Apontei para o lado de fora, onde Destemido esperava impacientemente.

A filha de Hermes sorriu.

— Nem um pouco, uma das condições de Apolo quando construiu isso aqui era que o preço fosse acessível e recebêssemos em dracmas, e isso não mudou com a nova direção do hotel. De qualquer forma, é bom ter clientes, e podem ficar sossegados, o unicórnio será tratado da melhor forma possível.

Nova direção? Quem comandava não era mais Apolo? Então, quem...?

— O nome dele é Destemido. – observou Percy, cortando meu raciocínio. - E ele costuma relinchar e xingar bastante.

Naiara sorriu.

— Coitado de você, que tem que ouvir isso, filho de Poseidon. Percy Jackson, certo?

Por um segundo, Percy ficou meio alarmado, no entanto, eu estava tentando entender quem comandava o hotel, e pela expressão de Bryan, ele pensava o mesmo que eu.

— Como você sabe quem...

— Quem você é? – prosseguiu a garota - Bem, todo bom semideus sabe a história dos heróis que salvaram o Olimpo, inclusive, os que moram aqui. Não pense que somos abastados de informações, pelo contrário, sabemos de muitas coisas, aliás, a história da sua vida passou na Rede Hefesto.

Ela falara num tom tão casual que a situação parecera completamente normal.

—Eles passaram uma matéria sobre mim? – perguntou Percy, em estado de choque - Como?

—Oras, pela TV, obviamente! – um sorriso angelical passou por seu rosto.

—Eu quis dizer como...

—Eu acho que vocês são um casal certo? – ela cortou Percy, e o Bryan quase riu. A filha de Hermes agora apontava para o Cabeça de Alga e eu. – Lamento informar que uma das normas do hotel é que meninos e meninas não dividem o mesmo quarto, independente das circunstâncias.

— Por que isso? – perguntei, rendendo-me a curiosidade.

Afinal, não seria um problema tão grande assim não dormir no mesmo quarto que Percy. Mesmo assim, por um segundo, vi o olhar dele de decepção com a situação e quase sorri.

Naiara fez uma careta.

— Digamos que o último casal que se hospedou no mesmo quarto causou uma grande bagunça no lugar, se é que me entendem. - em seguida, ela sussurrou - Quem diria que deuses poderiam fazer tanta bagunça em seu tamanho mortal? Se bem que, Ares e Afrodite juntos só poderiam dar nisso!

— Deuses se hospedam aqui? – Bryan praticamente gritara.

— Às vezes, na verdade, deuses surgem com mais frequência do que semideuses, embora o intuito do hotel seja ajudar os filhos deles. Vá entender! – fora sua resposta.

Eu sabia que os meninos iriam querer entrar no mérito do assunto, porém, não os deixei prosseguirem. Eu realmente não queria saber da vida íntima de Afrodite, embora estivesse surpresa pelo fato dela ter se hospedado naquele hotel.

— Não, tudo bem, iremos nos hospedar desde que possamos comprar as passagens antes e que possamos saber quanto dará a diária.

— Hum... Bem, as passagens de trem são relativamente caras, considerando que a viagem é de mais de um dia e que vocês terão de fazer uma parada em New York, no entanto, como uma boa filha de Hermes que eu sou, posso ver se consigo dar um jeitinho de deixa-las mais baratas para vocês.

Ela deu um sorriso travesso que me assustaria se eu já não estivesse acostumada com os habitantes do chalé 11 no Acampamento.

— Desde que não seja nada ilegal, tudo bem! – ressaltara Bryan.

— Por que eu faria algo ilegal, filho de Zeus? Só por que sou filha de Hermes não quer dizer que eu viva aprontando, ao menos, não muito. Acontece que eu posso conseguir descontos para vocês, afinal, meu pai é o mensageiro dos deuses, e eu tenho meus contatos, falando nisso... Consegui 50% de desconto, isso é bom o suficiente para vocês?

Por um momento, eu ficara surpresa pela enxurrada de palavras que saltaram de sua boca, no entanto, logo me recompus e agradeci a jovem garota, que afinal, havia diminuído nossos custos com a viagem até Connecticut, mesmo assim, uma pergunta ainda rodava em minha cabeça.

No entanto, eu não pude fazê-la imediatamente, já que Naiara terminava de nos mostrar o valor das diárias e das passagens de trem através de seu monitor, explicando-nos também os horários do local.

— Bem... São três diárias com todas as refeições incluídas e ajuda médica se precisarem. - ela disse nos avaliando – Se bem que, vocês não estão tão ruins assim, não fosse pelas roupas, mas acho que a Lane pode e vai dar um jeito nisso, afinal, hoje é sábado!

Naiara dera um sorriso travesso, como se aquilo explicasse tudo, porém, olhando para os garotos, eu percebi que não estávamos entendendo nada. Achei melhor não fazer perguntas sobre isso, algo me dizia que ela não explicaria aquilo agora, e eu precisava de outras respostas.

— Então, as diárias ficam em 150 dracmas, o que não é muito considerando que vocês são três. E as passagens, lamentavelmente, são em dólares, no entanto, não foram tão caras assim por causa do desconto. – ela nos mostrou o valor em dólares, e realmente, ficara bem abaixo do esperado. – Posso fechar a compra?

— Claro! – dissemos em uníssono, o que a fez sorrir.

Então, se seguiu um processo de dados, informações e papéis para assinar, não levou muito tempo, ainda mais, se considerar o fato que eu estava pensando quem seria o novo dono do hotel, já que a Naiara dissera que não era mais Apolo.

— Pois bem... Agora que já terminaram os cadastros, sejam bem-vindos ao Hotel Estrela do Amanhecer.

Ela fez um gesto com as mãos, como se nos exibisse o local.

— Aliás, podem me chamar de Nai, é assim que todo mundo me chama! – ela deu um sorriso travesso – Bem, eu acho que tenho que mostrar o local para vocês, já que nenhum dos meus ilustres colegas apareceu aqui, se bem que, nunca ninguém vem ao hotel, então, não é uma novidade que eles não estejam em seus postos, enfim...

Nai parecia o tipo de tagarela adorável, e isso era interessante, eu poderia descobrir quem era o novo dono do hotel mais rápido.

— Ah, deixem as mochilas de vocês aqui no balcão, alguém virá pegá-las em breve. – ela dissera isso simplesmente, mas inconscientemente, nós agarráramos nossas mochilas mais fortemente, algo que a menina notou - Ou vocês podem ficar grudados nelas, como preferirem. Bem, sigam-me.

Lentamente, ela saiu detrás do balcão, segurando três delicadas chaves consigo e soltado o coque que fizera no cabelo, os cachos caindo em ondas sobre seus ombros. Nós três no entreolháramos, e eu sabia que os garotos queriam saber o mesmo que eu.

Aproveitei o momento para perguntar o que eu tanto queria, antes que ela nos mostrasse o ambiente.

— Hum... Nai, certo? – ela assentiu com a cabeça, seus olhos chocolates encarando os meus - Você disse que o hotel está sob nova direção, seria demais perguntar quem é o novo dono se não Apolo?

Ela olhou-me intensamente, parecia estranha.

— Você não deveria ter feito essa pergunta, ninguém nunca faz essas pergunta. – ela disse macabramente, eu posso jurar que senti os meninos congelarem atrás de mim. Nai havia ficado assustadora por um segundo, então, no seguinte, explodiu em gargalhadas. - Deuses! A cara de vocês foi tão legal! Eu poderia ter filmado isso!

É. Nós nos esquecemos por um minuto que estávamos falando com uma filha de Hermes, que não devia ter mais que 16 anos.

— Ai, deuses! Okay, eu parei de rir! – ela disse erguendo as mãos - Mas te respondendo... Annabeth, eu fico feliz com a sua pergunta, mas não é novo dono e sim dona!

Nai começou a andar pelo local, rodando as chaves no dedo. E a minha mente ansiava que completasse sua resposta, quem era a nova dona?

— A propósito, esse aqui é hall do hotel! – ela disse dando uma pequena volta - Aqui vocês podem conversar, ler revistas, comer, dançar, sei lá, podem fazer o que quiserem, desde que não subam as paredes, considerando que isso aqui vive vazio. Mas voltando a sua pergunta...

Nesse momento, ela já havia se dirigido a escadaria, e começava a subi-la, mandando-nos segui-la, enquanto prosseguia a falar e a remexer em sua saia, ela parecia bem desconfortável com aquela roupa.

— Ah! Aqui é a escadaria, eu a amo, e amo descer pelo corrimão dela também, mas não contem isso a ninguém! – ela nos deu uma piscadela, enquanto subia em nossa frente, bastante animada.

Eu passava minha mão no corrimão de mogno e ouro, gravando seu padrão de formas e contornos, quando resolvi estimulá-la a prosseguir.

— Você estava respondendo a minha pergunta...

—Sim! Desculpe. Como eu ia dizendo, o hotel era de Apolo, mas depois de alguns “acordos” – ela fez aspas com as mãos – Ele decidiu passar o local para a deusa grega Peithos, e vocês devem imaginar o motivo disso.

Peithos? Por que Peithos seria a dona do hotel? Por que Apolo passaria o local para ela?

— Peithos? – perguntara Percy, rindo enquanto falava - Eu deveria perguntar do que ela é deusa ou seria ofensivo?

Revirei os olhos e olhei para trás, automaticamente, Percy parou de rir. Ao menos, ele sabia o que aquele olhar significava: “cale a boca!”. Bryan, por outro lado, nem rira do nome da deusa.

— Peithos é a deusa de persuasão e da sedução, não tem nada de ofensivo nisso. – respondera o para-raios.

— Pelo menos alguém aqui parece conhecer mitologia, lamentavelmente, não é o jovem de 17 anos que passou os últimos quatro verões no Acampamento. – eu dissera sorrindo sarcasticamente.

— Ei, vocês não esperavam que eu fosse gravar o nome de todos os deuses e o que eles fazem, esperavam?

Revirei os olhos.

— Não, afinal, quem esperaria isso de um filho de Poseidon.

— Ei! – gritara Percy.

— Pelo menos ele entendeu essa! – completara Bryan, e eu fui obrigada a rir.

Ouvi Nai rir baixinho.

— Bem, bem. Vocês conseguem entender como ela conseguiu o hotel? – ela perguntara enquanto terminava de subir o segundo lance de escadas, que levava até o primeiro andar.

— Sedução e persuasão? – disséramos Bryan e eu.

— Exato! Ao menos, é o meu palpite e dos meus amigos aqui do hotel, mas a Peithos é uma boa dona e ela nem fez grandes modificações, deixou basicamente como antes, e nos deu maior liberdade aqui, então... Ela é legal.

Nai parecia bem sincera, porém, eu ainda me perguntava qual era o objetivo de Peithos em ter um hotel. Não poderia ser só por diversão, poderia?

— Finalmente, o primeiro andar! – ela disse quando terminamos de subir a escadaria.

O corredor era imenso, tanto em largura quanto em comprimento. De um lado estavam as paredes, do outro, as grades de proteção, que permitiam ver o hall do hotel dali de cima ou olhar para os outros 19 andares sobre nós. O corredor não terminava em uma parede, não, ele dava a volta no ambiente até voltar a escada bifurcada. Lustres e candelabros de cristais estavam pendurados sobre nossas cabeças e nas paredes, um lustroso tapete vermelho ficava estendido por todo seu comprimento, guiando o caminho. Nas paredes, bonitos quadros eram visíveis, suas molduras de ouro assim como o batente das portas dos quartos. Aliás, o ouro parecia ser a base de tudo no recinto.

Os garotos pareciam avaliar tudo, quase como eu fazia.

— Tem mais 19 andares para cima, mas eu não creio que vocês irão desejar subi-los! Claro, temos um elevador, mas perde toda a graça subir nele, afinal, essa escada é incrível! - nossa “guia” voltara a falar, sem sair do lugar, nos permitindo olhar - E fora que temos muitos quartos aqui! Só neste andar são 12 suítes de luxo! Óbvio que no vigésimo andar a vista é magnífica, porém, é tão solitário! E aqui, ficamos nós, os funcionários/ hóspedes do hotel, espero que não se incomodem com isso, mas como eu disse, aqui vive vazio e Peithos nos permitiu apossarmos de alguns quartos, na verdade, Apolo já permitia, afinal, essa é a nossa casa.

— Não, tudo bem, nós não nos incomodamos, vamos adorar ficar aqui e conhecer a todos. – dissera Percy – E pelo que você disse, não são muito funcionários, são?

— Não, infelizmente não. Somos poucos, e somos como uma família. Tenho certeza que vocês irão gostar deles...

Eu estava ansiosa por conhecer os outros e, no entanto, eu ainda me perguntava porque moravam aqui e não no Acampamento. Seria tão bom assim aquele lugar? Não seria solitário?

—... Assim que eles surgirem, devem estar comendo ainda.

Bastou Nai citar comida, que tudo fora esquecido, os estômagos de nós três roncaram ao mesmo tempo.

— Oh, vocês estão com fome! Venham! – disse Nai, se apressando pelo corredor – Deixe-me leva-los aos seus quartos e assim, vocês podem comer algo e conhecer os outros, vamos, vamos!

Eu já havia simpatizado com Nai (diferentemente de nossa última recepcionista), e estava prestes a segui-la quando senti os meninos se mexendo atrás de mim. Fora um barulho mínimo, porém, era óbvio que estavam sacando suas armas. Eu estava prestes a perguntar o motivo, quando vi uma enorme fera vindo em nossa direção, e dessa vez, não estávamos enganados. Não havia como estarmos enganados.

Um enorme leão corria em nossa direção, surgindo não sei de onde, sua juba dourada se agitando com a corrida, as patas pesadas batendo no tapete vermelho. Uma garota de cabelos dourados em seu encalço.

Saquei minha adaga e joguei a mochila de lado, sem pensar em mais nada, entrei na formação de ataque com os garotos, nossa típica formação, um ao lado do outro. Não sabíamos de onde o leão veio, nem se era um ser mitológico ou não, no entanto, era óbvio que era uma ameaça.

Trocamos um pequeno olhar, a fera se aproximava a passos rápidos e largos, então, sem palavras, avançamos com nossas armas em punhos.

Para então, surpreendentemente, nossas armas voarem, literalmente falando, de nossas mãos e atingirem o chão, o barulho abafado pelo carpete.

E tudo que eu vira, fora um borrão de cabelos dourados passar diante de nós.

Oneshot: A Carta


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Notas finais do capítulo

Link do Tumblr da Momentos: http://momentos-fanfic.tumblr.com/
E aqui estou eu! Bem, eu quero saber as opiniões de vocês, mas eu tenho anúncios a fazer, então... Lá vamos nós!
Okay, primeiramente, eu queria dizer o quão feliz eu estou com os três anos da fanfic, e com as mais de 40 MIL VISUALIZAÇÕES DESDE QUE O CONTADOR FOI INSTALADO! OBRIGADA, PESSOAL! Vocês terão seus devidos agradecimentos das formas mais inesperadas possíveis (ou esperadas, quem sabe?).
Vamos falar dos links e explicar algumas coisas:
— Bem, o primeiro link é o clássico ask.fm, que vocês sabem, eu coloco em todos os capítulos, nenhuma novidade até ai.
— O segundo link já é novidade! Eu escrevi uma oneshot (ORIGINAL!) e eu gostaria que vocês lessem e dessem a opinião de vocês, é muito importante para mim, e considerem um presente especial pelos três anos de fic. Por favor, leiam!
— O terceiro link também é uma MEGA novidade! Pois bem, meus caros, a momentos agora terá um TUMBLR! Isso mesmo! Claro, lá vocês podem fazer perguntas, e eu postarei textos para vocês lerem, seja agradecendo, fazendo resenhas de livros e filmes, ou escrevendo textos soltos, ou postando algo de PJO (prometo não postar nada do JB e da TS que não tenha a ver com PJ). Mas, tem um porém, o tumblr terá SENHA, porque eu não quero outras pessoas lendo (por enquanto), mas relaxem, eu direi a senha para vocês e quem quiser ir lá, vá, quem não quiser... Bem, não vá!
— Ah! Porém, como eu disse para a Camimilla e Poseidon (lá em cima) vocês vão se interessar, porque os links dos vídeos estão, adivinhem, no TUMBLR! E nesses vídeos (longos, mas tão longos que vocês vão dormir) eu respondo as perguntas, tagarelo, agradeço muito vocês (pessoas que deixaram recomendações recentemente, vocês precisam ver!) entre outras coisas (Ju, você está nesse vídeo, não se esqueça!). Mas, esse vídeos também tem senha, porque eles estão no Vimeo, só que é a mesma do tumblr, então, vocês não tem com que se preocupar!
Hum... Eu acho que é tudo isso, eu gostaria de perturbar mais vocês, só que eu estou CHEIA de sono, e tenho que dormir. Espero que vocês leiam a oneshot, vejam os vídeos, vejam o tumblr, comentem o capítulo e não se esqueçam de mim (UFA! Quanta coisa!).
Obrigada por tudo! Amo vocês!
Nikki
PS: Ah! A senha do Tumblr e dos vídeos é: percabeth13 , exatamente assim! Bem, Percabeth porque é percabeth, e 13 por causa da Taylor :P .
PS2: Digam-me o que acharam de tudo, okay?
PS3: O Tumblr ainda não tem postagens direito, mas a partir de semana que vem, isso mudará!
PS4: Estou lendo "Marley e eu" e é tão perfeito! Pensando em fazer uma resenha!
PS5: Eu vi "Malévola", e deuses, eu PRECISO COMENTAR NO TUMBLR SOBRE ESSE FILME!
PS6: Seria legal postar resenhas no Tumblr e textos soltos sobre PJO?
Já enchi vocês! Beijooos! Amo vocês!
http://ask.fm/NickMeiraB